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quarta-feira, dezembro 30, 2015

Anarquia, oi, oi!

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Passando pela Praça do Patriarca, em São Paulo, que homenageia José Bonifácio de Andrada e Silva (aquele que pregava que "a embriaguez é o vício geral, porque combate a tristeza e dá energia, quebra as cadeias de opinião e faz esquecer os desprazeres da vida; mas como ela dura pouco, é preciso continuá-la"), notei que a estátua do manguaça histórico, patrono de nossa independência, agora exibe o símbolo de outro credo político:


Por isso, fecho o ano - e minhas postagens - com Garotos Podres (abaixo). Hasta la vista.



ANARQUIA OI!

Um dia você vai descobrir
Que todos te odeiam e te querem morto
Pois você representa perigo ao poder!!!
Anarquia oi, oi! Anarquia oi, oi! Anarquia oi, oi!
Eles não querem que você viva
Destrua o sistema - antes que ele o destrua
Não acredite em falsos líderes
Pois todos eles vão te trair!!!
Anarquia oi, oi! Anarquia oi, oi! Anarquia oi, oi!
A-NAR-QUI-A! A-NAR-QUI-A!
Anarquia oi, oi! Anarquia oi, oi! Anarquia oi, oi!
 OI !


terça-feira, outubro 28, 2008

Criminalização dos pichadores OU "Fora Serra"

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Durante a abertura da 28ª Bienal de São Paulo, no domingo, dia 26, um grupo de 40 pichadores decidiu "arrombar a festa" dos culturetes e afins no Parque do Ibirapuera. Munidos com tinta em spray, eles invadiram o segundo andar do prédio rabiscaram nas paredes símbolos e frases como "Fora Serra" (acima) e "Isso que é arte" - em resposta á decisão da a curadoria da mostra de reservar aquele espaço para discutir a "crise da arte". A polícia baixou e pegou como bode expiatório uma jovem de 23 anos. "É o protesto da arte secreta", disse ela. As portas da Bienal foram fechadas, causando tumulto, mas metade do grupo conseguiu se misturar aos freqüentadores e escapar. A outra metade quebrou vidros e também zarpou fora.

É fato que muita gente não gosta dos pichadores ou do que eles fazem. Mas não quero, aqui, tratar da questão estética. Historicamente, a pichação sempre foi usada para protesto político (vide foto à esquerda, dos tempos da ditadura militar). O "Fora Serra" confirma isso. Não por outro motivo, como ocorreu no domingo, os governantes sempre mandaram a polícia em cima. Daí, a criminalização generalizada é inevitável. Recentemente, em Brasília, a Secretaria de Segurança Pública lançou um programa que pedia para os pais vigiarem os filhos para identificar potenciais pichadores. Um policiamento amedrontador.

Vejo muito exagero nisso tudo. Claro que ninguém tem o direito de sair pichando qualquer coisa em qualquer lugar, e há legislação para punir isso. Mas, como disse antes, há o contexto político. Na primeira versão de "Como vovó já dizia", Raul Seixas resumiu: "Quem não tem papel dá o recado pelo muro/ Quem não tem presente se conforma com o futuro" (o trecho foi censurado e ele teve que mudar para "Quem não tem filé come pão e osso duro/ Quem não tem visão bate a cara contra o muro). Na foto à direita, vemos outro exemplo de alguém que "deu o recado". Não sei até que ponto a propaganda eleitoral nos muros, painéis, bandeiras e outdoors espalhados aos milhares pela cidade é menos agressiva ou poluidora. E não deixo de respeitar a ousadia dos que foram à "festa dos contentes" na Bienal para cuspir no bolo. Se os bem nascidos chiam, é porque "Narciso acha feio o que não é espelho". É hora de debater melhor essa manifestação popular.