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Até agora o Futepoca não havia se manifestado acerca do imbróglio envolvendo a ministra da Cultura Ana de Hollanda, a questão dos direitos autorais e da continuidade (ou não) de diversos avanços conquistados na área da cultura durante as duas gestões do governo Lula – com Gilberto Gil e Juca Ferreira.
O fato é que a atual ministra tem se mostrado mais do que reticente em relação à reforma da Lei dos Direitos Autorais, que é não só anacrônica como restritiva à difusão da cultura. Ela deixou de lado um anteprojeto definido pelo governo anterior com base em uma consulta pública ampla para reiniciar o debate. Por isso, há hoje toda uma movimentação dos movimentos sociais ligados à cultura em defesa de mudança de rumos no ministério. O clima de instabilidade, assim como acontece no futebol quando o time vai mal, leva a especulações sobre a mudança do treinador. No caso, o alvo é a ministra.
Foto: Galeria Pública dos Blogueiros Progressistas
Se tal troca ocorrer, como se cogita, o
Futepoca lança desde já o candidato a ministro que tem compromisso com as artes em geral e que entende que os temas discutidos nesse blogue – a saber, o futebol, a política e a cachaça – também fazem parte do arcabouço cultural e da identidade deste país:
José de Abreu para ministro da Cultura.
Certamente o país vai ganhar com a sua experiência artística, com seu histórico de militância política e também com a sua visão bem mais ampla sobre o conceito de cultura. Ele entende que os valores de esquerda, representados pelas conquistas na área da cultura, devem ser retomados já que foram aprovados pelas urnas. Compreende ainda que fazer política também é se divertir (isso a gente sabe faz tempo também). E sabe bem que “toda cachaça é de esquerda” (idem ao parêntese anterior). Cachaça entendida no seu sentido cultural e com moderação, é claro.
Pelo Twitter, encampe a campanha com a hashtag
#ZedeAbreunoMinc. Por um ministério mais dionisíaco!
Releia a
entrevista com José de Abreu abaixo, feita durante o I Encontro Nacional de Blogueiros Progressistas, e venha conosco nessa campanha.
Futepoca - Tratando dos temas do blogue, começando pela política e cachaça...
José de Abreu - Realmente, eu nunca esperava que pudesse resgatar tudo o que sofri nos anos 60 agora, com o Lula. É um prazer imenso saber que minha luta não foi em vão.
Sobre cachaça, não há cachaça melhor do que a feita em Santa Rita do Passa Quatro, no estado de São Paulo. Não é a terra do Zé Dirceu, é a terra de Zequinha de Abreu, a
Folha sempre erra; o Dirceu nasceu em Passa Quatro, Minas Gerais. Lá se fabricam duas caninhas, uma chamada Jamel e outra chamada 61. Mas não são essas as (
cachaças) boas, a boa de verdade é a do dono da cachaçaria – que deve votar no Serra, aliás.
Futepoca - E qual a dica para uma "cachaça de esquerda", boa?
Abreu - Toda cachaça é de esquerda. A relação da política com o prazer vem da esquerda. No meu tempo, as moças que começaram a dar eram as de esquerda, nos anos 60. O pessoal de esquerda é mais feliz, diretamente ligado à cachaça no sentido dionisíaco.
Futepoca - E o futebol?
Abreu - O futebol é o ópio do povo brasileiro, mas não é tão importante. O Lula pode ser corintiano e não criar problemas com os palmeirenses e são-paulinos.
Futepoca - Então o futebol é um ópio "positivo"?
Abreu - Claro, é um ópio maravilhoso, o ópio dos meus filhos hoje é o futebol. A gente se reúne pra ver os jogos do Flamengo em casa.
Futepoca - Ou seja, a diversão é algo ligado à esquerda...
A direita não sabe se divertir. Se eles não conseguem se divertir na política, vão se divertir em que?