Destaques

terça-feira, junho 27, 2006

Leitura labial

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Não sou daqueles que acham que a imprensa tem que "contribuir" para o bom ambiente da seleção, "ajudar" a equipe e pataquadas do gênero. Mas muitas vezes, por conta de um suposto interesse público que justificaria métodos, no mínimo, ortodoxos - como a famigerada câmera escondida - coloca-se em risco alguns direitos básicos de qualquer cidadão.

Falo isso por conta da polêmica leitura labial que tanto irritou Parreira. Pra quem não sabe, o programa Fantástico, da Rede Globo, utilizou deficientes auditivos para observarem vídeos da seleção e descobrir o que atletas e o treinador diziam durante o jogo.

Daí, descobriu-se que Parreira teria declarado ter "gostado muito" do desempenho de Gilberto Silva contra o Japão, tendo falado em seguida: "Pena, se nós tirarmos o Emerson, vai ser f...". O técnico em relação ao rendimento de Ronaldo, autor de dois gols na última partida da seleção. "Agora vamos ver. Filhos da p...", disse, completando em seguida: "Ainda pedem para o Ronaldo ir embora." Ontem à noite, no Jornal Nacional, Fátima Bernardes afirmou que direção do programa enviou uma carta pedindo desculpas a Parreira.

Já se fala na possibilidade de "racha" na seleção por conta do episódio, já que os mais velhos como Roberto Carlos, Cafu e Emerson acham que têm que jogar por conta da sua experiência, enquanto os outros também clamam por uma chance.

A questão é que, quando faz isso, a Globo de fato quebra a privacidade das pessoas. Se o jornalista obtém a mesma informação que eles divulgaram por meio de fontes de dentro da equipe, está praticando jornalismo de verdade e não haveria problemas. Mas quando recorre a um expediente desses, põe em risco o trabalho alheio, podendo fazer isso também com um engenheiro, um advogado ou qualquer outro profissional que teça comentários que não são para serem feitos em público ou para uma ampla gama de pessoas.

Violar o direito de um profissional de dizer algo a um auxiliar ou companheiro de equipe sem ser ouvido é grotesco. E não adianta invocar um tal de "interesse público" até porque Parreira é empregado da CBF, entidade privada. Talvez, para a emissora carioca, seu jornalismo deva ser regido pale mesma lógica de espetáculo que rege o seu deprimente Big Brother. Mais responsabilidade faria bem a quem já conta com tantos e tão competentes profissionais de imprensa.

segunda-feira, junho 26, 2006

Bolão é coisa de metrossexual, vai

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Desabafo refeito após um bom desempenho nas oitavas de final.

Acerto na mosca nas seguintes pelejas: Alemanha 2x0 Suécia, Itália 1x0 Austrália (viva Totti), Argentina 2x1 México (não tenho culpa que o bolão lá não interpreta o jogo como 1x1) e Ucrânia 0x0 Suíça - com a precisa indicação do avanço dos ucranianos nas penalidades.

E em tempo: pelo jeito, é mais fácil fazer bons chocolates e relógios precisos do que bater pênalti. O desempenho dos suíços hoje foi vergonhoso; me lembrou o São Paulo na final da Copa São Paulo de 1994 (dá-lhe Pitarelli) e do Boca Juniors na decisão da Libertadores de 2004. Alguém lembra mais de algum caso de times que zeraram nos pênaltis?

Que Itália!

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Tudo bem que Ucrânia e Suíça fizeram um dos piores jogos da Copa, onde os suíços não conseguiram sequer marcar gol de pênalti, apesar de não terem sofrido nenhum no Mundial e de irem pra casa invictos. Pros defensivistas, baita de um revés. Mas o desempenho da Itália contra a Austrália foi de doer.

A seleção européia mostrou mais uma vez sua total falta de qualidade técnica, algo que pelo jeito não surpreende nem mesmo seus jogadores. "Agora eu acho que podemos ir longe no campeonato", celebrou Totti, que cobrou o pênalti inventado escandalosamente pelo árbitro do jogo nos descontos da etapa final e que deu a vitória aos italianos. Por esse jogo grotesco, Totti acha que "agora, vai!".

O arsenal de cretinices do jogador não parou por aí. Assim como FHC fez com Lula, dizendo que o presidente "carcareja em cima dos ovos que não são dele" (pelamordedeus, alguém interne o FHC!) Totti rebateu as críticas recebidas na primeira fase. "Agora deixo que os críticos falem de mim. Até agora me massacraram. Estou certo de que agora devem estar felizes". Ele, que entrou no fim do segundo tempo, bateu e marcou um gol de pênalti. Isso cala alguém? Do que ele está falando? Ganhar roubado dos australianos é algo digno da tradição italiana?

Pelo que se pôde ver hoje, Itália e Ucrânia vai ser um jogo duro... de assistir.

Memória da Copa (8ª edição)

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A batalha de Berna

Amanhã faz 52 anos que o Brasil disputou uma de suas partidas mais famosas em Copas do Mundo. O confronto de 27 de junho de 1954 contra a Hungria, sensação daquele mundial, ficaria conhecido para sempre como "a batalha de Berna". Nem tanto pelo jogo em si, válido pelas quartas-de-final. O que entrou para a história foi a pancadaria.

A seleção brasileira chegou pessimista à Suíça. O trauma da derrota no Maracanã ainda não tinha sido superado. Criticado por não ter convocado Zizinho, o técnico Zezé Moreira tinha em mãos outros remanescentes de 1950, como Nilton Santos e o capitão Bauer (na foto, pouco antes do início da partida contra a Hungria).

Porém, mais do que o abatimento pela derrota em casa, o grande problema era, mais uma vez, a desoganização. Na segunda partida do mundial, por exemplo, os dirigentes brasileiros não sabiam que um empate com os iugoslavos garantia a vaga para as quartas-de-final. Com 1 a 1 no placar, desgastaram-se inutilmente em busca da vitória.

O sorteio colocou o time contra a Hungria. Os brasileiros temiam enfrentar os campeões olímpicos de 1952, time de lendas como Puskas, Czibor e Hidegkuti. Zezé Moreira tentou amenizar: "Não me interesso pelo time dos outros". Kocsis, que terminaria o mundial como artilheiro, com 11 gols, rebateu com convicção: "Venceremos o Brasil e seremos os novos campeões do mundo".

Mas o Brasil já sairia derrotado do vestiário, depois que o chefe da delegação, João Lyra Filho, comparou os jogadores aos pracinhas brasileiros mortos na Segunda Guerra Mundial e exigiu a vitória. Todos entraram apavorados e nervosos com o peso da responsabilidade. Com 7 minutos de jogo, já perdiam por 2 a 0.

Reagiram, mas a Hungria venceu por 4 a 2, em jogo tenso e violento. Quando os jogadores dos dois países iam saindo de campo, Czibor estendeu a mão para Maurinho, que aceitou o cumprimento. Só que o húngaro retirou a mão e o brasileiro deu-lhe um soco na barriga. Zezé Moreira afastou seu jogador do bolo, mas os húngaros pronunciaram seu nome - "Moreira!" - e cuspiram no chão.

Zezé estava com uma chuteira de Didi na mão e atirou-a contra os inimigos, acertando o rosto do técnico da Hungria, Gusztav Sebes, que era simplesmente o vice-ministro de Esportes de seu país. A trava de madeira fez um talho no rosto e o sangue esguichou. Em represália, Puskas deu uma garrafada na testa do zagueiro Pinheiro. No meio do rolo, o jornalista brasileiro Paulo Planet Buarque ainda derrubou um policial suiço com uma rasteira.

O juiz inglês Arthur Ellis foi o bode expiatório para os brasileiros explicarem a derrota, por causa das expulsões de Nilton Santos e Humberto. Assim, não bastasse o vexame do quebra-pau, o árbitro brasileiro Mário Vianna, que tinha apitado um dos jogos da Copa, foi ao microfone de uma rádio brasileira e acusou Ellis de fazer parte de um complô comunista para classificar a Hungria.

Resultado: o infeliz cartola João Lyra Filho enviou protesto por escrito à Fifa, acusando a arbitragem de "estar a soldo do Kremlin". Vexame completo.

Brasil 2 x 4 Hungria
27 de junho de 1954

Brasil: Castilho; Djalma Santos, Pinheiro, Nílton Santos; Brandãozinho, Bauer; Julinho, Didi, Índio, Humberto, Maurinho. Técnico: Zezé Moreira
Hungria: Grosics; Buzansky, Lorant, Lantos; Boszik, Zakarias; M. Toth, Kocsis, Hidegkuti, Czibor, J. Toth. Técnico: Gusztav Sebes.

Local: Berna (Suiça)
Árbitro: Arthur Ellis (Inglaterra)
Expulsões: Nílton Santos, Boszik e Humberto
Gols: Hidegkuti (3), Kocsis (7), Djalma Santos (17), Lantos (61), Julinho (75) e Kocsis (88)

domingo, junho 25, 2006

À flor da pele

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A partida entre Portugal e Holanda teve toda a dramaticidade que conviria a um jogo eliminatório de Copa do Mundo. Emoções fortes, belas jogadas, imprevisibilidade e um duelo entre gigantes que manteve o suspense até o final. Final que, se fosse outro, talvez não fosse injusto.

A dramaticidade começou com a violência holandesa contra Cristiano Ronaldo, que teve de ser substituído após uma entrada violenta de Boulahrouz. Apesar do time já estar ganhando por 1 a 0, belo gol de Maniche, era uma perda inesperada para a equipe de Felipão. Desalento para Portugal, que era pressionado pelos adversários com um toque de bola rápido e jogadas pelas pontas.

A partir daí, se travou uma guerra. Quase no sentido literal. Jogadas violentas, algumas vistas pelo árbitro e outras não, deram a tônica da batalha em que Portugal se defendia com um a menos desde o primeiro tempo. Portugal se igualou em número de jogadores com os holandeses durante somente 14 minutos, pois, após a expulsão de Boulahrouz, Deco também foi expulso do lado português.

Cera, catimba, raça, garra, vontade. Portugal não mostrou apenas isso, elementos que faltaram contra Angola, mas mostrou capacidade de variação tática conforme o momento da partida e também que possui opções no banco, além de um brilhante - em mais de um sentido - comandante. Felipão amplia seu recorde de vitórias em Copas, Portugal chega a uma quarta de final (feito que não conseguia desde 1966) e também segue invicta há 18 partidas. Tudo depois de um jogo de tirar o fôlego.

Acima de tudo, uma partida de um time que já entrou para a história como vencedor. Mas pode chegar mais longe e, hoje, acredito que ninguém duvide dessa possibilidade.

Hermanos na descendente

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Depois do joguinho entre Brasil e Austrália, que por coincidência aconteceu no dia seguinte ao massacre argentino contra Sérvia e Montenegro, teve comentarista dizendo que o problema da Argentina era ter alcançado o topo da qualidade na primeira fase. Achei um dos maiores papos furados da Copa. Naquele dia, tristemente vislumbrei os hermanos levantando a taça.
Mas não é que eles realmente caíram de produção? Não, não foi um jogo ridículo. O México jogou tudo o que podia (e ainda estava guardado). O toque de bola tranqüilo surpreendeu. Mas a Argentina não foi aquela. Sofreu demais e jogou de menos, comparando com o 6 x 0 da primeira fase. A diferença entre os dois times ficou na técnica mais refinada dos argentinos, porque o número de bolas que os mexicanos deixam bater na canela e espirrar é impressionante. E o golaço do Maxi Rodriguez não acontece toda hora.
A pergunta é: a Argentina recupera o fôlego? Vai ter bala para enfrentar a regular, competente e surpreendente - sim, surpreendente - Alemanha?

Eu acho que vai, mas não custa sonhar!

sábado, junho 24, 2006

Robinho sente a coxa

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O médico da seleção brasileira, José Luiz Runco, anunciou que o atacante Robinho sentiu dores musculares na face anterior da coxa direita. Ele diz que parece ser algo leve, nada sério, mas é preciso aguardar a resposta do tratamento com medicamentos e gelo. O músculo, segundo o sempre mau-humorado com os jornalistas Runco, é o do chute. Foi depois de um tiro em gol que o atleta sentiu a contusão.

Achar assunto é difícil pra quem está lá, mas quando aparece um foi limitado a três perguntas e respostas sempre iguais do médico. Ninguém conseguiu perguntar mais detalhes.

Pela convocação de uma equipe do Futepoca pra cobrir a Copa...

sexta-feira, junho 23, 2006

O endeusamento de Cicinho

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Depois da partida contra o Japão, os reservas brasileiros viraram heróis nacionais. Em um debate na Sportv comentaristas exaltavam a "humildade" deles ao darem entrevistas, como eles ficaram emocionados e comovidos com a chance dada por Parreira e blá-blá-blá.
Um, em especial, foi tratado como gênio pelos media. Cicinho foi elevado ao panteão dos deuses, um Carlos Alberto Torres dos novos tempos. Mas, se a maior presença ofensiva do lateral que apóia bem mais que o Cafu impressiona a torcida, deveria ser melhor analisada pelos ditos especialista.
O ex-sãopaulino tem características de ala e não de lateral, como gosta o Parreira. Assim, colocá-lo na equipe exige um outro tipo de precaução defensiva. Contra o Japão, Cicinho fez 25 desarmes, mas a maior parte deles foi feita no campo do adversário, ou seja, se o Brasil marca pressão, ele funciona desarmando na frente. Como isso é impossível de se fazer em uma partida inteira, quando atacado, o madrilenho é o ponto mais fraco da defesa. Falhou feio no gol do Japão e quase entregou outro gol no segundo tempo. Por isso que Cicinho, no São Paulo, tinha liberdade para atacar mas jogava em um esquema com três zagueiros. Num 4-4-2, ele se torna um perigo.
Mas, se é bom ver um lateral que avança mais, participando do jogo e fazendo uma bela assistência para o gol, alguns números mostram que nem na frente Cicinho foi isso tudo que disseram. De dez cruzamentos feitos por ele, nove foram errados. Ele também foi o segundo jogador que errou mais passes - seis - só perdendo para Ronaldinho Gaúcho que, obviamente, errou jogadas mais ousadas.
Cicinho pode ser uma boa opção para uma equipe mais ofensiva. Mas não é o caso de achar que é um jogador completo ou mesmo mais completo que o combalido Cafu. Até pode vir a ser, mas, definitivamente, ainda não é.

FORA, ROBERTO CARLOS!!!

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Com esse post lanço, oficialmente, minha campanha pessoal pela saída de Roberto Carlos do time titular da seleção brasileira. Ou melhor: que saia da seleção de uma vez por todas! Chega de Roberto Carlos! Não é ala, não é lateral, não marca, não apoia, não arma, não corre, não participa, não tabela e, nos últimos jogos, nem chutar direito conseguiu! Chega desse inútil! Sei lá, efetivem o Gilberto, ou mandem o Zé Roberto pra lateral, ou ponham o Júlio César nessa função, ou joguem SEM lateral esquerdo, mas pelo amor de Deus, XÔ, ROBERTO CARLOS! Contra o Japão, o Brasil mostrou que é melhor jogar com 11. Fica mais fácil com 11, Parreira, com 11 !!! FORA, ROBERTO CARLOS!!!!!

Protesto

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Eu queria protestar contra minha profissão. Só os jornalistas (e os operadores de metrô, talvez) não podem sair do trabalho às 14h e ir pro bar encher a cara durante os jogos do Brasil. Isso está tornando esta Copa meio brochante pra mim!

Níve etílico: Erva-doce

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Pra assitir a Suiça e Coréia, só sob efeitos do álcool. A Erva-Doce, da fazenda Poções, de Salinas, é suave (fraquinha) e doce, como sugere o nome. Em garrafa de 700 ml, ela é levemente amarelada, fruto do envelhecimento em tonéis de jequitibá-rosa e manduirana.

Uma boa pedida pra quem reclama de que os olhos ardem ao cheirar uma cachorro-de-engenho, ou que acha uma brava muito pesada pra tomar pura. Tem até no Pão-de-Açúcar, sinal de que eles devem ter investido em marketing e distribuição. Eu aceitaria esse jabá, entende?

Ceni em campo

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Não, não é importante. Mas é curioso. Eu não entendi. E prometo um doce a quem me explicar - e convencer.
O que foi a entrada do Rogério Ceni aos 36 minutos do segundo tempo do jogo Brasil x Japão? O jogo estava 4 x 1, a entrada do Ricardinho já tinha amornado a seleção, nada mais aconteceria. Do nada, Parreira saca o Dida - sem nenhum problema de contusão - e coloca Ceni, aquele que uma boa parte da torcida gostaria de ver como titular. Pela primeira vez o Brasil trocou de goleiro durante um jogo de Copa.
Meu primeiro pensamento foi: o Pé de Uva quer queimar o cara. É muito difícil pra um goleiro entrar frio. Tomar um gol besta fica bem mais fácil. E como o Brasil já estava goleando, não faria muita diferença. Quer dizer, faria, pro Rogério. Mas um segundo depois desisti da conspiração. Não faz sentido!
Seria um afago parreirense para o idolatrado são-paulino? Um prêmio de consolação, já que é a última Copa do goleiro? Um pedido de desculpas pela teimosia em não convocá-lo quando ele estava MUITO melhor que o Dida?
Aguardo teorias melhores que as minhas!

E o Kaká?

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Após o jogo contra a Croácia, todos os olhares venenosos se voltaram contra o Ronaldo Obeso. Detonaram o cara (com razão), disseram que ele não poderia mais jogar pela seleção, criticaram o centroavante de todas as formas. Ele se recuperou contra os chin.. digo, japoneses; mas as críticas ainda pairam sobre seu futebol.

Muita gente também tem criticado o Ronaldinho Gaúcho. Ele tem sido útil nos jogos, mas, indubitavelmente, está jogando menos do que sabe e do que deveria em um mundial. Será que o destino dele é ser coadjuvante em Copas, como foi em 2002? Não sei. O fato é que as críticas sobre ele já ganham corpo.

O estranho é que do Kaká... ninguém fala! Ele levou (merecidamente) todos os louros da vitória sobre a Croácia. Contra a Austrália, teve uma atuação das mais medianas. E ontem, dia da melhor exibição da seleção no mundial, ele simplesmente se escondeu do jogo! Não se apresentou, não se dedicou, não fez nada.

Ele está devendo, e isso é fato. Tem se apoiado no golaço da Croácia para escapar das críticas. Mas já as está merecendo.

Memória da Copa (7ª edição)

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- - - - - - - - - - - - - - - Cala a boca, Galvão Bueno!

Quantas vezes você não teve vontade de gritar - ou gritou - essa frase em direção à TV? Quantas bobagens o apresentador-mor da Globo ainda vai atirar no ouvido dos pobres telespectadores? Eu já não tenho mais esse problema, pois quando a única emissora transmitindo determinado jogo é a Vênus Platinada (e o narrador, o Besteirão Bueno), eu tiro o som. Meu ouvido não é penico.

Mas naquele 23 de junho de 1998, há exatos oito anos, eu não tive essa opção. Estava assistindo Brasil e Noruega na TV coletiva da pousada onde morava, em Fortaleza, e fui obrigado a acatar a decisão da maioria dos hóspedes de deixar o aparelho no último volume, com o Galvão se esgoelando.

Era o terceiro jogo da primeira fase, o Brasil já tava classificado e, como era de se esperar, a partida foi um porre de tão horrível. Mas, aos 32 do segundo tempo, Bebeto abriu o placar e a Noruega resolveu ir pra cima. Cinco minutos depois, Tore Andre Flo empatou e o Brasil, jogando muito mal, começou a levar pressão.

Faltando dois minutos pra acabar o jogo, o mesmo Flo recebeu uma bola na área brasileira e o estabanado Júnior Baiano chegou junto na marcação. O árbitro marcou pênalti. Galvão Bueno berrava, apoplético, que o Brasil estava sendo roubado, que o juiz era muito fraco, que era um absurdo, enfim, aquela baboseira ufanista de sempre.

Rekdal cobrou com eficiência e decretou a (justa) vitória por 2 a 1 da Noruega sobre o Brasil, o que deixou o Galvão ainda mais atacado e insuportável. Para ele, o único problema era o juiz e seu "erro escandaloso" no final da partida. O futebol medíocre da seleção de Zagallo e o sufoco vergonhoso imposto pelo timinho da Noruega nada tinham a ver com o resultado.

Pois no dia seguinte foram divulgadas imagens de uma TV sueca mostrando claramente o puxão infantil que Júnior Baiano deu na camisa de Tore Andre Flo (veja foto acima), não restando qualquer dúvida sobre o pênalti bem marcado. E pior que as besteiras do Galvão foi a atitude da Fifa, que, antes da divulgação das imagens, já tinha mandado o juiz estadunidense Esfandiar Baharmast mais cedo pra casa. Isso o Galvão não comentou.

Brasil 1 x 2 Noruega
23/junho/1998

Brasil: Taffarel; Cafu, Junior Baiano, Gonçalves, Roberto Carlos; Dunga, Leonardo, Rivaldo, Denílson; Bebeto, Ronaldo. Técnico: Zagallo.
Noruega: Grodaas; Berg, Eggen, Johnsen, Björnebye; Strand (Mykland), Leonhardsen, Havard Flo (Solskjaer), Rekdal; Riseth (Jostein Flo), Tore Andre Flo. Técnico: Egil Olsen.

Local: Stade-Vélodrome (Marseille)
Árbitro: Esfandiar Baharmast (EUA)
Gols: Bebeto (77), Tore Andre Flo (82), Rekdal (89)

Ronaldinho Gaúcho e as expectativas

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Apesar do quase monopólio de Ronaldo “Gordo” (com todo o respeito) das críticas à seleção, ainda sobra para alguns jogadores, justa ou injustamente. Ronaldinho Gaúcho é um deles. O pessoal tem falado que ele não está jogando bem, que naõ é uma sombra do que é no Barcelona, que é mascarado, prende a bola no meio campo etc. Opinião e bunda, com diz o filósofo, cada um tem a sua, e na minha isso é tudo balela.
O cara está jogando de meia, função totalmente diferente c]do que faz no Barça. Lá, ele joga perto da área. Na verdade, segundo contou o Belleti, se naõ me engano, no barça o técnico dá funções específcas pra todo mundo, olha pro Gaúcho e diz “Você joga onde quiser”. Na seleção não é assim, pelas características do conjunto.
A questão é de expetativa. A gente espera que o cara, por ser O Cara, drible dez japoneses, dê um chapéu do goleiro e faça o gol de bunda. Mas não é assim que a banda toca.
Pergunto: quem virou o jogo pro Cicinho no (belo) gol de cabeça do Gordo? Quem enfiou a bola pro mesmo obeso dar o gol pro Adriano contra a Austrália? Quem achou o Gilberto livre no terceiro gol contra o Japão?
A questão é que ele tá jogando como poucos meias jogam no mundo. Limpa a jogada, busca a tabela, aparece pra buscar jogo. Tem uma visão impressionante, acha os caras livres fácil, vira o jogo, faz lançamentos. Não é culpa dele que os dois volantes (Emerson e Zé Roberto) não particpam do jogo e que o Roberto Carlos tá numa fase meia boca. Ele acaba ficando distante do Kaká e sem ter com quem tabelar, inventa um lançamento pra não ter que tocar a bola pra trás e dizem que ele errou.
Tocar para trás, aliás, o Ricardinho faz sem vergonha. Viram como o time ficou sem graça, lento quando ele e o Pernanbucano ficaram na armação? Burocrático. Gaúcho e Kaká dão outro ritmo pra coisa.
Deixa o time se azeitar e veremos jogadas como a tabela do Gaúcho com o Gordo contra o Japão, que terminou com um passe de calcanhar e chute pra fora, virarem gols de placa.

Mobilidade

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Concordo com o companheiro Glauco que o Juninho não é a última azeitona da empadinha como se tem dito por aí e naõ adianta colocá-lo de meia. Mas a entrada dele no lugar do Zé Roberto dá mais toque de bola no meio campo. Ele faz tudo que o Zé Roberto faz, com um pouco mais de qualidade e criatividade no passe e uns chutes de fora da área geniais. É mais ou menos o que acontece com o ataque quando entra o Robinho, só que mais pra trás. O certo é botar os dois, Robinho e Pernanbucano, no lugar do Adriano e do Zé Roberto, e fazer marcação pressão, na saída de bola. É atropelar os vagabundos. O Olavo que me perdoe, mas retranca é coisa de alemão.

PS.: O Gilberto também não é gênio, mas do jeito que o Roberto Carlos está jogando ele merece continuar como titular. Dá opção de tabela pela esquerda, com o Gaúcho e o Robinho.

A zaga

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Nenhum dos adversários do Brasil na primeira fase tinham como marca, grande potencial ofensivo (exceto ao bom futebol e talvez agressivo no caso das canelas dos adversários, alvos dos australianos). Mas a retaguarda vem apresentando rendimento bem acima do esperado. Basta lembrar que era o setor que mais gerava reclamações.

Lucio não cometeu uma falta sequer, mas Juan vem se mostrando soberano lá atrás. O primeiro fez 8 desarmes, enquanto o segundo é o sétimo ladrão de bolas da Copa, com 15 desarmes feitos. Zé Roberto tem 12, vem logo atrás com meia partida a menos – já que só entrou no segundo tempo contra os japoneses.

Lucio continua adepto de dar emoção à partida em certos momentos, ao sair com a bola dominada na frente da grande área brasileira, mas também está sobrecarregado, já que Zé Roberto joga mais para a esquerda, Juninho Pernambucano marcou bem menos, e tanto Cafu quanto Cicinho apoiaram e nem sempre voltaram a tempo.

A zaga vai bem. Mas enquanto vierem bolas, há medo.

quinta-feira, junho 22, 2006

4 a 1. E aí?

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Segundo o jornal inglês The Guardian, a partida entre Brasil e Japão provou que a teoria que diz que os latino-americanos são o segundo time de todo mundo é correta. Lembra a Portuguesa de Desportos em São Paulo, mas não vem ao caso.

Já os argentinos do Olé, estampam no site: Gordo de alegria. Destacam os dois gols de Ronaldo, o fenômeno da obesidade, que igualou o alemão Gerd Müller com 14 gols em Copas do Mundo. Eles elogiam o mistão de Parreira, apesar de considerar as limitações do Japão de Zico (o dono da zica – grifo nosso).

O francês Le Monde valoriza os 4 a 1 cadenciados e criativos diante dos nipônicos. Os felizes francofonos puxam a sardinha para Juninho Pernambucano, que atua pelo Lyon no campeonato do país. Com direito a dizer que Robinho ofereceu um "caviar" ao gordo que perdeu a chance de antecipar o quarto gol.

A melhor manchete continua sendo a do El Pais que diz que "O Brasil voltou a ser o Brasil". Preocupa o fato de 5 jogadores serem os reservas. E até Dida ter sido substituído por Rogério Ceni na segunda etapa. Os espanhóis elogiam a mobilidade adquirida com Robinho no lugar de Adriano. Elogiam os volantes Gilberto Silva e Juninho e o toque "bonito".

O manguaça em ação, que nunca pensou em dizer isso em sã consciência, só pede: volta Cafu!

(Quero o Cicinho no Parmera, mas a falha no gol japonês me deu um bode que nem o passe de cabeça para o gol de desencanto do Gordo desfez).

Falando em poupar titulares...

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Falando em times que poupam atletas, a Sportv divulgou que Cafu, Ronaldo Gordo e Emerson serão poupados para evitar o segundo amarelo. Cicinho, Gilberto Silva e Robinho entram. A informação ainda não é oficial e guarda aspectos de boataria.

Mas fica a pergunta: isso piora o time? Reserva que entra desmotivado nem deveria ter sido convocado, Robinho e Fred mostraram isso (Gilberto Silva não, deixou claro que Emerson é titular absoluto).

A gravidade da notícia é que o Gordo parece continuar titular para segunda fase nos planos de Carlos Alberto Parreira, já que Robinho também está pendurado mas o poupado foi o primeiro.

Pena que o Roberto Carlos não tomou cartão amarelo nem está acima do peso.

Sem graça

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Os jogos da terceira rodada da Copa do Mundo têm primado pela sem-gracice. Quem pôde dar uma olhada nessas partidas, viu equipes com bem pouca motivação pra saber quem vai ser primeiro ou segundo do grupo e, pior, poupando titulares. Aliás, esse negócio da Fifa suspender o jogador no caso de dois cartões amarelos e zerá-los na segunda fase só poderia dar nisso mesmo: seleções poupando titulares e deixando os jogos mais feios. Não dá pra mudar em 2010 não?