Compartilhe no Facebook
Vou agora contra a corrente dos demais manguaças deste blog. Torci demais pela seleção portuguesa, não só pelo fator familiar. Torci também porque foi a única seleção, a meu ver, que demonstrou uma vontade irracional de ganhar os jogos. Quando assisti Portugal x Holanda, meu comentário foi: isso é que é Copa do Mundo! Não acho bonito um monte de botinada, mas a entrega da seleção portuguesa foi comovente. Se é bonito enxergar no jogo os duelos táticos, a inteligência e a categoria, também é fundamental ver tesão por jogar bola. Senão, meus amigos, me desculpem, mas não tem graça. Por isso achei também que os lusitanos ganhariam da insuportável Inglaterra, um time que vive de nome (lembra alguma seleção que a gente conhece?) e parece estar praticando cooper em campo o tempo inteiro.
Não acho que se Portugal chegasse à final haveria alguma injustiça. Claro, haveria Zidane se aposentando de forma menos brilhante, numa disputa de terceiro lugar. Mas haveria, do outro lado, jogadores como Miguel, que se contundiu sozinho, depois de fazer a jogada mais bonita da sua vida. Haveria Figo e Cristiano Ronaldo, que fizeram com que a raça fosse maior que a máscara. Haveria Maniche, volante esperto que sabe vir de trás e surpreender. Haveria Ricardo, o ótimo goleiro luso, que se transformou em líbero e depois atacante nos últimos momentos do drama português.
E sinceramente o futebol francês não me agrada. Um time compacto leva a uma defesa quase intransponível. Deixa o adversário com a posse e aposta em contra-ataques. É uma estratégia vencedora, mas não é lá muito empolgante.
A beleza do jogo não está só na técnica, que os franceses têm mais refinada, sem dúvida, mas também na raça, que há de sobra em Portugal. Se isso é mérito ou não de Felipão não me interessa. Mas que ver uma seleção limitada chegar longe por conta da vontade é uma das coisas mais bonitas que existem no futebol. Pode não ser justíssimo com o talento, mas a gente sabe que talento não basta.