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quarta-feira, julho 05, 2006

Renovação

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Dez entre nove manguaças tem a solução para a Seleção canarinho a partir de agora: renovação. Em um inacreditável esforço de memória, o Futepoca fez um levantamento da taxa de manutenção e troca de jogadores por mundial a partir de 1994 em relação à edição anterior.

O elenco da "era Dunga", como ficou conhecida a opção pelo preparo físico de Sebastião Lazaroni, em 1990 – numa injustiça ao exímio lançador que o volante se tornou depois –, deixou 10 dos 22 como herança para 1994. Apenas dois deles, Muller e Ricardo Rocha foram reservas (o primeiro sem lugar por causa de Romário e o segundo por carência de tendão disponível). Veio o Tetra.

Mário Jorge Lobo Zagallo foi para o Mundial da França em 1998 com sete jogadores do plantel anterior, todos titulares. Lá, já eram 23 os convocados. O sonho do Penta foi adiado e apenas seis jogadores permaneceram para a vitoriosa campanha de 2002 de Luiz Felipe Scolari. Da Córeia-Japão para a Alemanha, foram novamente 10 os jogadores mantidos, mas o resultado um fiasco.

A maior continuidade ocorreu em 1994 e 2006, ambos tinham Carlos Alberto Parreira como técnico. Há que se considerar que Zé Roberto esteve em 1998 e neste ano, mas não no time pentacampeão. Felipão fez a maior renovação, mas seu time foi aproveitado na Copa seguinte.

Se projetarmos, a partir da derrotada campanha de 2006 os que têm chances de permanecer para o próximo mundial, considerando idade e potencial, temos 9: Júlio César, Cicinho, Gilberto, Luisão, Kaká, Ronaldo Gaúcho, Adriano, Robinho e Fred. Decretamos o fim da "Era Gordo"

Se a estimativa se confirmar, o ritmo de renovação fica abaixo de outros Mundiais e dos clamores da torcida embreagada.

Mas o treinador que entrar, terá a Olimpíada de Pequim e a síndrome de nunca ter conquistado o Ouro Olímpico pela frente. O limite de idade de 23 anos pode ser usado pelo técnico para atender ao clamor popular, já que é necessário para a preparação. Mas se a medalha dourada não vier, o apelo da torcida pode se converter em seu oposto, com pedidos de atletas experientes. Azar de quem assumir a bronca.

Ofereço-me como candidato ao cargo.

2 comentários:

Glauco disse...

Tem que parar com esse negócio de achar Olimpíada super-importante pro futebol e colocar um técnico separado da equipe principal. Contanto que não seja o glorioso Ricardo Gomes.

Marcão disse...

Tem gente defendendo que na seleção devem jogar apenas os que estão no Brasil. É meio impraticável, afinal, os que ainda estão aqui (e que jogam alguma coisa) não tardarão em ser negociados com o futebol do exterior. O Olavo disse bem: acabaríamos com uma seleção formada por Walter Minhoca, Morais, Fabão, Tiago Gentil e outros "craques" regionais...