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quinta-feira, julho 06, 2006

Contraponto

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Vou agora contra a corrente dos demais manguaças deste blog. Torci demais pela seleção portuguesa, não só pelo fator familiar. Torci também porque foi a única seleção, a meu ver, que demonstrou uma vontade irracional de ganhar os jogos. Quando assisti Portugal x Holanda, meu comentário foi: isso é que é Copa do Mundo! Não acho bonito um monte de botinada, mas a entrega da seleção portuguesa foi comovente. Se é bonito enxergar no jogo os duelos táticos, a inteligência e a categoria, também é fundamental ver tesão por jogar bola. Senão, meus amigos, me desculpem, mas não tem graça. Por isso achei também que os lusitanos ganhariam da insuportável Inglaterra, um time que vive de nome (lembra alguma seleção que a gente conhece?) e parece estar praticando cooper em campo o tempo inteiro.

Não acho que se Portugal chegasse à final haveria alguma injustiça. Claro, haveria Zidane se aposentando de forma menos brilhante, numa disputa de terceiro lugar. Mas haveria, do outro lado, jogadores como Miguel, que se contundiu sozinho, depois de fazer a jogada mais bonita da sua vida. Haveria Figo e Cristiano Ronaldo, que fizeram com que a raça fosse maior que a máscara. Haveria Maniche, volante esperto que sabe vir de trás e surpreender. Haveria Ricardo, o ótimo goleiro luso, que se transformou em líbero e depois atacante nos últimos momentos do drama português.

E sinceramente o futebol francês não me agrada. Um time compacto leva a uma defesa quase intransponível. Deixa o adversário com a posse e aposta em contra-ataques. É uma estratégia vencedora, mas não é lá muito empolgante.

A beleza do jogo não está só na técnica, que os franceses têm mais refinada, sem dúvida, mas também na raça, que há de sobra em Portugal. Se isso é mérito ou não de Felipão não me interessa. Mas que ver uma seleção limitada chegar longe por conta da vontade é uma das coisas mais bonitas que existem no futebol. Pode não ser justíssimo com o talento, mas a gente sabe que talento não basta.

6 comentários:

Anônimo disse...

Não vou comentar nada. A mim basta assinar abaixo. Não apenas pela identificação com o todo, mas porque está explicado (e bem explicado) o porquê dessa maravilhosa seleção chegar aonde chegou. E mais: Alguém sabe quando alguma seleção portuguesa se entregou assim? Minha memória registra dois momentos: A) o primeiro, discreto, em 2004; B) o segundo agora, na atualidade. Ou seja, Felipão ensinou a esses jogadores que talento e camisa nem sempre ganham e que raça é sempre de grande valia a quem busca vitórias!! Salve Felipão! Salve Ricardo, Miguel, Maniche e Cia.. Salve PORTUGAL!!

Marcão disse...

Não vi os primeiros jogos de Portugal, mas acabei torcendo a seu favor muito mais por não gostar de seus adversários posteriores. A Holanda apelou feio pra violência (Portugal também, mas menos) e os ingleses e alemães estavam muito mascarados. Só por isso, os portugueses ganharam minha torcida nessas três partidas. No jogo de ontem, contra a França, adotei o "tanto-faz-como-tanto-fez" do Parreira, apesar de também ter raízes lusitanas. E não torcerei por ninguém na final, mesmo sendo, da mesma forma, descendente de italianos. Em resumo: ô Copinha feia!

Heitor Augusto disse...

durante o jogo Portugal e França, quando o Deco deu um carrinho por trás no volante holandês, um colega meu bradou:
- isso, pau no c...do flair play!!!

Glauco disse...

Exaltar a "raça" portuguesa, vá lá, mas dizer que a "Inglaterra parecia estar fazendo cooper" é demais. Ela jogou contra Portugal com um a menos durante 60 minutos e os lusos estiveram muito perto de tomar o gol, mesmo com um a mais. Ainda por cima, só foram derrotados nos pênaltis também devido à clara diferença de condição física de um time que joga uma quarta de final de Copa com um a menos. Se os ingleses não mostraram raça, não sei quem mostrou.

Nicolau disse...

Eu concordo com o papo da raça e coisa e tal. É importante sim. Mas naõ é tudo e naõ foi tudo que faltou para o Brasil. E esse é o problema. A galera está exaltando o Felipão não pelo futebol de Portugal, mas porque ele poderia dar garra à seleção brasileria. Tá, tudo bem, poderia. Mas e o resto? Foi só por falta de garra que saímos? Será que não faltou tática, estratégia, preparação física, jogadores em certas posições? É isso que me mais me incomoda nessa onda lusitana que varre o Brasil. Parabéns pro gajos, mas eu não quero o Felipão no Brasil de novo, não.
Ah, concordo com o Glauco que a INglaterra teve raça pra caralho contra Portugal. E Marcão, se a Alemanha mascarada correu do jeito que correu a Copa inteira, imagina quando eles tiverem pé no chão.

Marcão disse...

Daí, como sempre, eles chegam na decisão, uai. Como na última Copa e em outras diversas ocasiões!