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segunda-feira, julho 03, 2006

"Você é feio, bobo e chato!"

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Esta é a matéria que mais contribui para 'explicar' o apagão da Seleção.


Parreira admite que seleção estava "rachada" na Alemanha

EDUARDO ARRUDA
FÁBIO VICTOR
PAULO COBOS
RICARDO PERRONE
SÉRGIO RANGEL
da Folha de S.Paulo, em Frankfurt



Um dia após a eliminação do Brasil para a França, pelas quartas-de-final da Copa do Mundo da Alemanha, o técnico Carlos Alberto Parreira admitiu haver um racha na seleção.

Foi a declaração mais clara de Parreira até agora confirmando as rixas entre atletas velhos de casa e novatos, que cindiram o elenco derrotado. Em entrevista coletiva antes de deixar o hotel em Frankfurt, o treinador concordou que não conseguiu unir o time no momento mais importante destes seus quatro anos como comandante.

"Nosso trabalho desde o início foi fazer com que esses talentos jogassem em equipe. Conseguimos isso em determinados momentos, mas não conseguimos com a mesma intensidade na Copa", declarou.

Na Alemanha, ele se viu às voltas com a insatisfação de jogadores como Kaká, Juninho, Rogério e Ricardinho, que queriam mudanças no time. Ronaldo, Adriano, Cafu e Roberto Carlos eram os principais alvos.

A pressão dos jogadores com menos tempo de seleção deixou o técnico no meio de uma queda-de-braço, pois os atletas mais antigos, liderados por Cafu e Roberto Carlos, eram contra alterações e falavam diretamente com Parreira.

Ontem, o treinador mostrou que pisava mesmo em ovos. "Mexer nos medalhões sempre é mais difícil. Mas, conforme a necessidade surgiu, mudamos. Fizemos isso com o Ronaldo. Ele acabou se recuperando e mostrou o seu talento."

Tal recuperação é questionada pelos mais novos. Eles reclamam que bastou jogar bem contra o frágil Japão para que Ronaldo fosse considerado reabilitado pelo chefe.

Um dos maiores sinais da crise foi dado por Rogério. Contra a Austrália, à beira do gramado, Parreira gritava para seu time atacar, já que a defesa rival era lenta. Em tom jocoso, o goleiro disse no banco que o treinador se esquecera da lentidão de seu próprio ataque. Ronaldo e Adriano estavam em campo.

Rogério e Ricardinho se queixavam do técnico a amigos. Atacavam a demora dele para mexer no time, a falta de diálogo com os atletas e a proteção aos mais experientes.

Parreira nega o tratamento diferenciado, mas ontem defendeu Cafu e viu certo nervosismo em seu substituto. "Cicinho entrou contra a França, porque pensávamos que poderia melhorar a equipe, mas deu na mesma. O impacto de entrar numa partida de Copa, nessas condições, é muito grande."

Na avaliação de Parreira, a forma como a seleção se despediu da Alemanha ontem, com cada jogador indo para um canto, também foi um sinal da falta de união. Ele lembrou o primeiro título do Brasil, em 1958, na Suécia, que teve a participação em campo de Zagallo, hoje seu coordenador. Para o técnico, aquela era uma seleção sem divisão.

"O time saía unido do Brasil, todo mundo uniformizado, fazíamos uma visita ao presidente. Tinha jogo de despedida, voltávamos unidos. Havia um simbolismo, um romantismo. Isso mudou, como mudou o mundo. Agora, a convergência é outra. Os jogadores moram na Europa. É tudo diferente."

8 comentários:

Marcão disse...

Esses "jogadores mais novos" questionaram e reclamaram pra quem? E quem são esses amigos que ouviram as queixas? Quem ouviu o Rogério Ceni fazer o "comentário jocoso" no banco?
Isso tá parecendo matéria da Veja...

Marcão disse...

Ah, e dar crédito a uma declaração do Zagallo sobre seleção brasileira é o mesmo que o tal Larry Rotter ouvir o gagá do Leonel Brizola sobre o alcoolismo do Lula.

Anônimo disse...

uai, Marcão. Pra que serve a leitura labial? rsrsrs
e como já ouvi esses comentários vindos de outros jornalistas, que estão lá, acho muitíssimo possível que a matéria tenha fundamento.

Nicolau disse...

Isso só prova que o Rogério é uma liderançã negativa e que nunca deveria ter sido convocado.

Glauco disse...

mais do que negativa, nefasta. Ainda bem que, agora, só na seleção de Master ele joga...

Marcão disse...

Não, não precisa ir pra porra de seleção nenhuma. Fica no São Paulo que está muito bem lá, não precisa sair pra ir pra lugar nenhum. Nem ele nem qualquer outro jogador do São Paulo. Fiquem onde estão que são muito mais úteis.

E se ele fez mesmo esse comentário e tomou essas atitudes, parabéns pra ele. Pelo menos um pra tentar alguma coisa naquela barca furada.

Glauco disse...

É isso aí, quando o barco começa a afundar os primeiros a sair são os ratos que mandam na casa deles mas na seleção nunca apitaram nada com técnico nenhum. Mas concordo com o Marcão: que jogue no sâo Paulo por mais dez anos. Se o Mineiro ficar mais dez tb vou ficar grato.

Marcão disse...

E que o Roger fique no Santos. Assim seja, amém!