Destaques

terça-feira, novembro 28, 2006

Ronaldinho Gaúcho

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Em tempos de fim de ano, balanço, reflexões etc e tal, um de nossos parceiros, o Blog do Menon, fez uma interessante análise sobre um dos mais falados jogadores de 2006. Leiam reprodução abaixo.

"No Brasil, a camisa 10 tem um significado muito especial. Ela, imortalizada por Pelé, é objeto de desejo de todos que amam futebol. Pode ser em um jogo reunindo gordos bancários ou em outro, com crianças que estão fugindo da aula, todos querem usar a camisa 10. O seu dono é também o dono do time. A referência, o que decide, o que diz "a partir de agora, é comigo, podem me dar a bola que eu decido"


Ronaldinho Gaúcho, não. Ele dá a impressão de que só quer a dez por imposição da Nike e sua campanha publicitária "Joga, 10". E essa falta de vontade de ser o "dono do time" é que tem afastado Ronaldinho Gaúcho da paixão dos torcedores. Para ele, basta ser o melhor do time. Ou, nem isso. Basta estar feliz, jogando futebol. Para a torcida, não. A torcida quer que o time tenha um dono, alguém que assuma responsabilidade e quando o melhor do time não as aceita, cria-se um fosso capaz de grandes injustiças.

Hoje, há muita gente chamando Ronaldinho de "foca" ou intergrante de "cirque du soleil" por sua habilidade com bola, mais ligada à arte circense do que à luta por vitórias.

Ronaldinho sempre foi assim, desde o infantil do Grêmio. Não lidera ninguém, não lidera nada. Não se rebela. Nunca vai desobedecer o técnico que o colocou mais atrás em campo, para que Ronaldo e Adriano ficassem à frente. Não vai pedir a bola e, a partir dali, sair driblando, encarando adversários e tentando o gol. Para ele, felicidade não rima com rebeldia.

Falta o gosto de sangue na boca. Ronaldinho é Ronaldinho. Nunca será Ayrton Senna ou Romário. E, muito, muito menos, Diego Armando Maradona. É um craque, mas falta a dose suficiente de loucura para ser um gênio."

segunda-feira, novembro 27, 2006

Revista confirma Bola de Ouro para Cannavaro

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Foi confirmada hoje a Bola de Ouro para o zagueiro italiano Fabio Cannavaro (na foto, enchendo a cara). O prêmio é dado pela revista francesa France Footbal, desde 1956, ao melhor jogador europeu da temporada. Foi apenas a confirmação, pois na semana passada havia vazado a informação de que o jogador do Real Madrid ganharia o prêmio. O zagueiro, que trocou o rebaixada Juventus de Turim pelo Real Madrid no início desta temporada, teve atuação destacada neste ano principalmente pela conquista da Copa do Mundo pela seleção italiana, quando foi capitão do time. O goleiro italiano Gianluigi Buffon, da Juventus, ficou em segundo e o atacante francês Thierry Henry, do Arsenal, em terceiro.
Cannavaro é o quarto jogador italiano a receber a honraria. O meia Gianni Rivera, em 1969, o atacante Paolo Rossi, em 1982, e o meia-atacante Roberto Baggio, em 1993, foram seus antecessores. A Itália tinha sete candidatos ao título deste ano. Além do vencedor e de Buffon, Fabio Grosso, Luca Toni, Gennaro Gattuso, Andrea Pirlo e Gianluca Zambrotta também concorriam. Dentre os brasileiros, Ronaldinho Gaúcho, Kaká, Juninho Pernambucano e Cris concorriam à Bola de Ouro de 2006.

Mas, já vai?

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Uma das contratações do Santos da temporada de 2006 que magicamente não veio do Iraty se despede do futebol brasileiro. E a reportagem do Futepoca não encontrou nenhum torcedor que lamentasse. Trata-se do dublê de lateral e meia André Luiz, que anunciou a sua saída da equipe praiana. Segundo ele, o seu ciclo no futebol brasileiro está encerrado e ele sequer sabe se entrará em campo na última partida contra o Santa Cruz.

A contratação, uma das "apostas" de Vanderlei Luxemburgo (malsucedidas como algumas outras) foi motivo de comentário desse blog, que já desenhava um futuro não muito longo para o jogador no Santos. Ontem, o atleta sentenciou: "são 17 anos de carreira. Essa semana é para curtir Santos, a família. Eu conversei rápido com o Vanderlei hoje (domingo). No Brasil, fechou meu ciclo. Tenho boa proposta para jogar fora. Fico feliz por ter jogado no Santos, um time onde quase toda minha família torce,” disse.

André Luiz pensa até em uma possível aposentadoria do futebol. “Vou sentar com minha família antes de decidir se volto ao exterior. Mas no Brasil eu não jogarei mais", completou. Pra onde for, boa sorte.

Campinas volta a ficar sem "dérbi"

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O torcedor de Campinas vai ficar sem "dérbi" em 2007. O clássico entre Guarani e Ponte Preta não vai acontecer devido o rebaixamento da Macaca para a Série B e do Bugre para a Série C no Brasileiro. Já no Campeonato Paulista, o Guarani disputará a Série A-2 e a Ponte, a primeira divisão.
O último "dérbi" campineiro aconteceu em 2006 pelo Campeonato Paulista e houve empate por 2 a 2, no estádio Moisés Lucarelli. O clássico já chegou a ficar dez anos sem ser realizado, por causa das más campanhas vividas pela Macaca, rebaixada no Nacional em 1986 e, no ano seguinte, para a segunda divisão do Paulista.
Com o acesso da Ponte para a série A do Brasileiro em 1997 e para o Paulistão em 1999, os times se enfrentaram 11 vezes desde então. Ao todo, foram disputados 180 "dérbis" e a vantagem é pequena em favor dos bugrinos, que venceram 63 vezes, contra 58 da pontepretanos. Houve ainda 59 empates. O primeiro confronto, em 1911, foi vencido pela Ponte Preta: 1 a 0.
A rivalidade foi acirrada por derrotas intragáveis em partidas históricas: no primeiro "dérbi" realizado no Estádio Moisés Lucarelli, da Ponte Preta, em 1948, o Guarani venceu por 1 a 0. Cinco anos depois, no primeiro duelo no campo do Bugre, o Brinco de Ouro da Princesa, a Ponte Preta deu o troco: 3 a 0.

FPF divulga tabela do Paulista A-3

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A Federação Paulista de Futebol divulgou a tabela do Campeonato Paulista da Série A-3 de 2007. A competição terá início no 27 de janeiro e termina em 27 de maio. O torneio será disputado por 20 equipes, que se enfrentarão em turno único. Apenas oito se classificam para a segunda fase, dividindo-se em dois grupos de quatro equipes. Cada clube joga (dentro de seu grupo) no sistema de turno e returno. Os campeões de cada grupo se qualificam para jogar a final em duas partidas.

Confira a 1ª rodada:

27 de janeiro:
10h – Mauaense x Santacruzense

28 de janeiro:
10h - SEV/Hortolândia x XV de Piracicaba
10h – São Carlos x União Barbarense
10h – Catanduvense x ECO
10h30 – Linense x São Bernardo
10h30 – Votoraty x Monte Azul
11 horas – Flamengo x Ferroviária
11 horas – Primavera x Araçatuba
11 horas – Francana x Independente
11 horas – União x Olímpia

Quanto desgosto

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Esperei até as 12h50 de segunda-feira para ver se alguém assumia a tarefa de falar mal do meu time. Como os dois últimos posts foram sobre times pequenos, vai mais um. É triste e complexa a tarefa depois de um 4 a 1 em casa na penúltima rodada. Salvo pelo gongo, o Palmeiras não cai nesta temporada para a série B porque a Ponte Preta, como visitante, foi goleada pelo Goiás.

Consolo de time pequeno, ficar na raspa do tacho da primeirona é muito pouco para um clube que tem história e tradição de grande. Ao analisar o cenário do alviverde paulistano, grandeza não se vê na torcida, no comportamento dos jogadores nem nas atitudes da diretoria.

Narizes de palhaço compuseram um protesto justo que nada resolve. Mas é no mínimo questionável numa partida em que ainda havia risco de descenso. Ressalva quanto à torcida precisa ser feita na breve recuperação de cinco vitórias consecutivas na retomada da temporada no pós-Copa, com o comedido sucesso (pra ser muito otimista) do tsunami verde. Diretores ultracriticados e elenco limitado é tema recorrente.

Referencial
Entre torcedores, a nostalgia da Parmalat oscila entre o entusiasmo e uma certa vergonha. Entre os primeiros há uma curiosa divisão que envolve duas eras da parceria de co-gestão (baseada na negociação do passe dos atletas e irreproduzível após a Lei Pelé). Antes e depois de Luis Felipe Scolari.

A rivalidade entre Palmeiras e Corinthians tem muitas peculiaridades históricas, mas um dado é uma oposição de estilos. A raça é símbolo alvinegro, ante uma certa presunção de classe e cadência do Palestra Itália. Exemplos do primeiro não faltam, enquanto os exemplos mais recorrentes são as duas academias (de Filpo Nuñes nos anos 60 e de Osvaldo Brandão nos 70) comandadas por Ademir da Guia. Dependendo do fanatismo (ou da idade) do torcedor, os "supertimes" da Parmalat de 1993 a 1997 – pré-Felipão – e o time do início da década de 50.

A era Felipão foi marcada por outro tipo de futebol. Com raça – como o inesquecível 4 a 2 na semifinal da Copa do Brasil 1999 contra o Flamengo no Parque Antártica ou os 2 a 0 da final do ano anterior contra o Cruzeiro – bolas aéreas, pegada na marcação e contrataques, a torcida teve dificuldades de se acostumar com o novo estilo. Hoje, aquilo soa como algo inigualável.

E agora?
Depois da saída do patrocinador, a decadência chegou a atual realidade de time pequeno. A queda para a série B e a receita para a volta por cima não serviram de lição. Os atletas revelados na temporada 2003 foram vendidos e a aposta na formação de atletas, deixada de lado desde os tempos da parceria com a multinacional italiana, foi tolhida pela política de contratações de medalhões mal-passados – cartão amarelo pelo trocadalho. Na temporada pela Segundona, o time jogava na raça, passava apertos, mas foi bem. A torcida batia recordes de público mesmo assim.

Formar um time vencedor que agrade a torcida só pelas conquistas – independentemente do estilo de jogo – parece distante nos próximos anos. Sem grana nem atletas jovens para jogar bonito, mais retrancas vêm aí. Mas é futebol sem resultado.

Difícil ver luz no fim do túnel.

Ferroviária de Araraquara fica com o título da Copa FPF e garante vaga na Copa do Brasil

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A Ferroviária conquistou o título da Copa FPF ao empatar com o Bragantino por 1 a 1 no Estádio Marcelo Stefani, em Bragança Paulista, no sábado. No primeiro jogo, em Araraquara, a equipe tinha vencido por 1 a 0. O título dá à Ferroviária uma vaga na Copa do Brasil de 2007. O Bragantino, vice-campeão, vai enfrentar o Guarani de Campinas no Campeonato Brasileiro da Série C.
Apoiado por quase 10 mil torcedores, o time de Bragança abriu o placar aos 37 minutos, num lance duvidoso. Bill tentou por cobertura, o zagueiro Max Carrasco salvou mas a auxiliar Maria Elisa deu o gol, confirmado pelo árbitro Élcio Paschoal Borborema. No segundo tempo, outro lance polêmico: aos 28 minutos, o goleiro Dida, do Bragantino, soltou uma bola na pequena área e o juiz marcou pênalti. A bandeirinha Maria Elisa, porém, indicou a falta no goleiro e o juiz voltou atrás.
Aos 40 minutos, o técnico Edison Só, da Ferroviária, chamou no banco de reservas o atacante Jackson. Em seu primeiro lance, dois minutos depois, o jogador disputou uma bola que resvalou na cabeça do zagueiro Cris, do Bragantino, e entrou no canto esquerdo de Dida. Era a gol do título, muito festejado por cerca de 200 torcedores que se deslocaram de Araraquara até Bragança.

Atlético campeão!

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Na festa que essa época do ano tradicionalmente faz aos campeões, não podemos esquecer de homenagear mais um time que subiu ao lugar mais alto do pódio nesse fim de semana: o Atlético-RO, campeão rondoniense sub-17!

O título veio com uma histórica vitória de 4x0 sobre o Genus. Os heróis da conquista: Romário; Mickey, Rafael, Bruno e Douglas; Jayson, Anderson, Van e Alex (Heric); Heber e Careca.

Romário terminou a competição como o goleiro menos vazado e Careca, o artilheiro.

Fonte: futeboldonorte.com

Mais um morre do coração; tia morre ao saber

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O jogador Alex Sandro de Souza Pereira (foto), ex-Matonense, morreu na tarde de domingo, vítima de uma parada cardiorrespiratória ocorrida durante partida de futebol realizada em Avaré, no interior de São Paulo. Alex, de 29 anos, caiu no gramado durante um jogo amistoso de sua equipe. Seus companheiros tentaram reanimá-lo ainda em campo. Depois, foi colocado em uma ambulância e levado ao hospital, onde morreu. Uma tia de Alex teve um ataque cardíaco quando soube da morte do sobrinho e também morreu. Ela tinha 50 anos.
Esse não foi o primeiro caso registrado no futebol. Em 2003, o volante camaronês Marc-Vivien Foe morreu durante a semifinal da Copa das Confederações, em partida contra a Colômbia. Já em 2004, o futebol brasileiro foi abalado com a morte do zagueiro Serginho, que sofreu uma parada cardiorrespiratória em partida do São Caetano contra o São Paulo. Antes de Serginho, três jogadores tiveram mortes semelhantes em 2004. No dia 25 de janeiro, o atacante húngaro Miklos Fehér, do Benfica, morreu no final da partida contra o Vitória de Guimarães. Dois dias depois, um jogador de 30 anos, identificado apenas como Andreas, sofreu um colapso durante um treino do Kavlinge, da quarta divisão sueca.
Em maio, o futebol português viveu outro drama de perto. O jovem Bruno Baião, 18 anos, teve uma parada cardíaca logo após treinar pela equipe júnior do Benfica. Ele foi levado para um hospital e, após permanecer quatro dias em coma profundo, teve a morte anunciada.
No Brasil, duas mortes em campo aconteceram nos anos 80. O zagueiro Beto, do Moto Clube, morreu de enfarte durante jogo contra o Tocantins, no dia 14 de setembro de 1985, em São Luís. Três anos antes, o lateral-direito Carlos Alberto Barbosa, do Sport, morreu na partida contra o XV de Jaú, pelo mesmo motivo.

Passando a régua

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Enfim, a temporada do futebol brasileiro 2006 acabou. Até mesmo no tom das entrevistas.

Surpresas, destaques e decepções, como sempre. Os destaques são vários. Muricy Ramalho conquistou um lugar no Olimpo, mostrando personalidade e a competência até então discutível, porque não havia ainda sido campeão nacional. E foi.

Me surpreenderam sobretudo o Grêmio de Mano Menezes e o Vasco da Gama de Renato Gaúcho. O Paraná de Caio Júnior, com um futebol sem brilho mas pragmático, fez uma campanha impressionante, e depende de si para ir à Libertadores, graças ao sortilégio que permeia a história de Vasco e Santos, que sempre protagonizam jogos históricos (ainda escrevo sobre isso).

O Santos, apesar de sua torcida nunca satisfeita, cumpriu o que o clube se comprometeu a fazer em 2006: levantar o Paulista e ir à Libertadores. A torcida do Santos não pode se esquecer que o clube vem disputando a ponta das tabelas há cinco anos: 2002, 2003, 2004, 2005 e 2006. Não é pouco.

Palmeiras e Corinthians, que terminam o ano afogados em dívidas e com o futuro incerto, simbolizaram um futebol paulista ainda arrogante, mas decadente. Decadência muito bem exemplificada pela queda de Ponte Preta e Guarani, respectivamente para a segunda e terceira divisões; pela impotência do Paulista, que não conseguiu subir; pelo drama da Portuguesa, pela qual tantos torcemos e, evoé, continuou na segundona!

O futebol carioca não foi mal, com exceção do Fluminense. Pena que o Flamengo, agora que parecia reencontrar uma história perdida, quando ia conseguindo se reerguer misturando moleques e Obinas, resolveu se envolver com os mercenários da MSI. O Botafogo manteve uma toada, sem grandes pretensões ou riscos, mas muito mais seguro do que nos anos passados.

Entre os mineiros, a euforia dos atleticanos contrasta (a favor dos alvinegros) com a pífia temporada do Cruzeiro, que deixou a briga por qualquer lugar honroso faz tempo. Os torcedores do Galo têm duplamente o que comemorar.

Os nordestinos perderam Fortaleza e Santa Cruz, que caíram para a série B, mas levaram à série A o Sport, o Náutico e o América-RN.

E o São Paulo foi o campeão indiscutível, independentemente do péssimo nível do campeonato. Os concorrentes mais diretos do Tricolor (Inter, Santos e Grêmio) se conformaram cedo demais com o possível ou o aceitável.

domingo, novembro 26, 2006

A manguaça nos grandes esquadrões

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Folheando uma das edições que a Placar lançou em 2005, em comemoração aos seus 35 anos (intitulada "Os grandes esquadrões"), vi alguns depoimentos curiosos - e reveladores - de atletas que fizeram parte de timaços das últimas décadas. Por exemplo:

Cervejas
"Nosso técnico, o Paraguaio, era uma figura ótima. Boêmio, dava liberdade para todos. Eu, naquela época, não bebia e não fumava; então, veja como são as coisas: eu cuidava dos mais velhos, como Brito, Carlos Alberto Torres, que de vez em quando tomavam suas cervejas. Mas eles podiam, porque jogavam demais."
Paulo César Caju (foto), sobre o Botafogo-RJ de 1970-72

Atletas de Cristo
"Quando a gente fazia uma churrascada, o pessoal começava a chegar por volta do meio-dia. Quando era 3, 4 horas, os atletas de Cristo queriam ir embora e então o Cilinho, eu e mais alguns colocávamos os carros atravessados no portão para impedir a saída deles. Aí todo mundo ia embora às 8h, 8h30."
Careca, sobre o São Paulo de 1985-87

Churrascadas
"O Felipão sempre procurava reunir aquele grupo para churrascadas. O clima era tão bom que a gente brincava com ele, dizendo que a carne estava ruim. O Felipão, que era auxiliado pelo Murtosa, ficava muito bravo. Acho que este exemplo mostra muito bem o que era aquele time."
Galeano, sobre o Palmeiras de 1999

Ensaboada
"Como a maioria do time era solteiro, alguns estavam caindo na noite, enchendo a cara. Oito até correm por dois, mas quando cinco ou seis ficam parados não tem jeito. Vanderlei (Luxemburgo) inventou uma 'intertemporada' em Foz do Iguaçu, deu uma ensaboada geral e entramos nos eixos de novo."
Alex, sobre o Cruzeiro de 2003

sábado, novembro 25, 2006

Termina a Série B

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Mesmo com três equipes com acesso garantido para a Série A, a última rodada da segunda divisão do Brasileiro reservou fortes emoções, tanto para definir a última vaga no acesso como para saber quem seriam os quatro rebaixados ao limbo da Terceirona.
Durante boa parte da rodada final, o Paulista de Jundiaí esteve na Série A. A equipe paulista derrotou o Brasiliense fora de casa por 4 a 3, mas não foi suficiente. Era necessário , para a classificação do time, a derrota do América (RN) no Mineirão para o já campeão Atlético, o que ocorria até os 18 minutos do segundo tempo, quando a equipe da casa estava à frente por 2 a 0. Mas os nordestinos chegaram ao empate e deixaram pra trás os paulistas.
Já na luta contra o rebaixamento, o Guarani goleou o já rebaixado Vila Nova por 5 a 1, mas não adiantou. CRB e Portuguesa - esta com uma virada heróica sobre o Sport, em Recife -, venceram e permaneceram na Segundona. O próprio Vila Nova, o Paysandu e o São Raimundo (AM) farão companhia ao Bugre.
De curioso, no final da rodada, ficou a frase do técnico Levir Culpi. "Espero que o Atlético nunca mais comemore esse título". Taí, agonia e êxtase.

Sobre manchetes de jornal

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Dêem uma lida no trecho da entrevista dada pelo presidnete interino do PT, Marco Aurélio Garcia, ao jornal Folha de São Paulo de hoje (25/11):

FOLHA - Durante a campanha se falou que quatro anos não eram suficientes para o PT mudar o país. Quanto é preciso?

GARCIA - Uma mudança não se faz em oito anos, ou quatro. País com um passivo social como o nosso precisa de uma geração para encontrar a embocadura do ciclo prolongado de crescimento.

FOLHA - O sr. está repetindo o [ex-ministro das Comunicações] Sergio Motta, que queria o PSDB 20 anos no poder?

GARCIA - Não estou dizendo que o PT deva ficar [no poder]. Estou dizendo que precisamos do movimento de uma geração para transformar o país, e gostaria que o PT tivesse papel protagônico. Quem decide é a sociedade.

Tudo muito claro, não? O fantástico é que, a partir desse trecho, o editor conseguiu extrair uma manchete que seria fantástica, se não fosse uma monumental forçada de barra: “Garcia defende PT no poder por uma geração”. É dose...

Briga pelo Paullistão pode ir pra Justiça

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Ao que tudo indica, as pretensões da Record para transmitir o campeonato paulista de futebol de 2008 a 2010 são mesmo sérias. O presidente da Record, Alexandre Raposo, já estuda possíveis medidas judiciais, entre elas acionar o Ministério Público, para barrar um acordo que estaria praticamente selado entre a Globo e a Federação Paulista de Futebol (FPF). Os dirigentes estariam dispostos a fechar com a emissora carioca mesmo ela tendo apresentado a proposta menos vantajosa financeiramente.

O leilão começou quando a Globo ofereceu à FPF R$ 40 milhões, incluindo os direitos para TV paga, por ano. O canal paulista rebateu com uma proposta de R$ 70 milhões, forçando sua rival a contra-atacar com R$ 60 milhões em dinheiro mais R$ 10 milhões em espaço publicitário na última semana. Ainda assim, a Record manteve a oferta de R$ 70 milhões e acrescentou R$ 10 milhões em espaço publicitário, cobrindo a oferta da concorrente.

Extra-oficialmente, a FPF já teria informado à Record que não vai discutir sua nova proposta pelo Paulista-2008. Segundo o jornal Folha de S.Paulo, executivos da Globo ligaram para dirigentes de clubes para pressioná-los a assinar o contrato do Paulista, sendo que alguns dizem temer a emissora. Coincidentemente ou não, o "Globo Esporte" de ontem repercutiu denúncias contra o presidente corintiano Alberto Dualib.

sexta-feira, novembro 24, 2006

Fifa propõe regras para liberação de atletas

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Preocupada com a incessante briga entre clubes e seleções, a Fifa resolveu criar um grupo de trabalho para elaborar um protocolo sobre a liberação de jogadores para defender os seus países em competições e amistosos. A força-tarefa, que se reuniu hoje, é encabeçada pelo espanhol Joan Laporta, presidente do Barcelona.
O grupo, que é formado por membros de confederações, associações, ligas, times e jogadores, também está preocupado com a integridade física dos atletas, tanto que sugeriu a criação de um seguro caso o jogador se machuque enquanto estiver defendendo o selecionado de sua nação em amistosos ou jogos oficiais.
Esse é um dos pontos que mais geram atritos entre clubes e federações. Exemplo mais recente aconteceu com os brasileiros Ronaldo e Edmílson, que se machucaram durante a Copa do Mundo da Alemanha. O atacante teve que passar por uma operação no joelho direito após o Mundial, enquanto o volante se lesionou durante as preparações para o torneio e também sofreu uma cirurgia.
Além disso, o órgão aproveitou para colocar em pauta a necessidade de profissionalizar a carreira dos árbitros, além de melhorar suas condições físicas e habilidades técnicas. "Estamos também propondo um limite de idade de 45 anos para os árbitros. Mas eles continuarão nos ajudando a melhorar a arbitragem através de treinamentos e cursos", disse o delegado da Fifa Jerome Champagne.
Também foi proposto que partidas internacionais de ida e volta sejam mudadas de sábado e terça para sábados e quartas, a fim de dar mais tempo aos jogadores de se recuperarem quando retornarem a seus clubes. "A idéia inicial era de partidas às sextas e terças, mas a Fifa considera que sábado é um dia familiar de se assistir ao futebol", disse Champagne, que reiterou que na América Latina essa idéia pode sofrer ajustes.
A próxima reunião do grupo de trabalho será em janeiro de 2007, oportunidade na qual serão concretizadas estas propostas para serem transferidas e submetidas à votação no Congresso que a Fifa realizará em maio.

Abelão eterno

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O Inter será, na pior das hipóteses, o terceiro colocado no Brasileirão de 2006. O que pode não representar muita coisa, já que o que vale é o título, e o Colorado já tem assegurada uma vaga na Libertadores.

Mas é justamente por esse detalhe - a Libertadores - que o time de Abel Braga merece parabéns pela campanha desenvolvida nesse Brasileirão. Com o vice ou o terceiro lugar, o Internacional será o melhor "campeão da Libertadores" na história do Brasileirão.

Fazendo um paralelo com os outros times nessa situação: o Cruzeiro foi o vigésimo nos dois anos que foi o campeão da América, em 76 e 97; o São Paulo, sexto em 92, quarto em 93 e décimo-primeiro no ano passado; Vasco e Palmeiras foram os décimos em 98 e 99, respectivamente; o Flamengo de 81 foi o sexto colocado, e o Grêmio de 83, apenas o décimo-quarto.

Se considerarmos que atualmente o Brasileirão é disputado, em algumas rodadas, simultaneamente à Libertadores, o feito do Inter e de Abel Braga é mais relevante ainda.

Até porque o elenco do Internacional, no papel, não chega a ser a oitava maravilha do mundo. Caro leitor, diga com sinceridade: Clemer, Hidalgo, Wellington Monteiro e Ceará figuram entre os jogadores que você sonha em ver no seu time?

Méritos para Abel Braga, disparadamente o melhor técnico do Brasil em 2006 - e bisonhamente excluído da lista dos melhores do Brasileirão, que traz Muricy Ramalho, Mano Menezes e Renato Gaúcho. Não que esses três não sejam dignos de aplausos, mas Abel está acima, justamente por esses fatos que destaquei no início do texto.

Abel se consagra como a personalidade esportiva de 2006 ainda mais se levarmos em conta seus dois anos anteriores. Em 2004 e 2005 conseguiu a "façanha" de perder duas finais de Copa do Brasil para times pequenos em pleno Rio de Janeiro. Estava marcado como perdedor, técnico de time pequeno, "bom para sair do rebaixamento".

Mas não, ele é o grande campeão do ano - independentemente do desempenho do Inter no Mundial de Clubes. Informações quentes dão conta de que, finda a temporada, ele deve ir para a França, país em que já trabalhou como técnico. Se for, boa sorte. Se não for, o Internacional se consolida ainda mais como um dos principais favoritos para a Libertadores de 2007.

Figuraça: morre ex-técnico João Avelino

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Morreu hoje o folclórico ex-técnico de futebol João Avelino (foto), vítima de complicações do mal de Alzheimer, doença que o vitimava há quatro anos. Nascido na cidade mineira de Diamantina, estava com 77 anos. Figuraça, Avelino teve passagem como treinador por Corinthians, Palmeiras, Paysandu, Nacional da Comendador Souza e América de São José do Rio Preto, entre outras dezenas de clubes. Seu último trabalho, antes de ter a doença diagnosticada, foi em um projeto da Prefeitura de São Paulo para crianças carentes, no centro olímpico do Ibirapuera.

Entre os 'causos' que o tornaram famoso no futebol, contam que, para empatar jogo, já mandou martelar as traves, para o gol ficar menor, e até soltar uma mula brava no gramado do Canindé, para esburacar o campo. No Clube Atlético Taquaritinga, onde disputou a 1ª divisão do Paulista (e caiu) em 1984, consta que mandou colocar uma estátua de Nossa Senhora no vestiário e, quando os jogadores iam se trocar, ele virava a santa de costas, "pra não ver homem pelado".

Cheguei a entrevistar João Avelino há dez anos, em Piracicaba, depois de um amistoso na fábrica da Pirelli do qual participou o Mazola, ex-palmeirense que iniciou a Copa de 58 como titular, no lugar de Pelé. Na entrevista com Avelino, ele me disse que o celular (novidade na época) ia acabar com muitos jogadores, pois "as moças não vão dar sossego pra esses vagabundos".

Profissional é outra coisa

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Uma e meia da tarde (meio-dia e meia, se desconsiderarmos o horário de verão), sol forte, trinta e poucos graus e um puta calor abafado. Entro no botequinho com os únicos - e últimos - 7 reais para encarar o almoço na promoção. Lá dentro, o forno: mais de 20 pessoas se espremem em meia dúzia de mesinhas, num espaço de 2m x 5m. Sem janelas. A chapa funcionando a todo vapor, a sensação térmica subindo mais uns 5 graus.
Cheiros diversos: alho, gordura, óleo vencido, suor, fumaça e feijão queimado. Pego o único lugar existente, numa mesinha ao lado da entrada do banheiro (banheiro?), com umas caixas de cerveja empilhadas. Faço o pedido e, em seguida, chega para sentar na mesma mesa um tiozão engravatado, crachá no pescoço, uniforme de porteiro e bigodinho anos 50. Chega e já grita: "-Dá uma costela. E uma branquinha pra abrir o apetite".
Depois de derrubar um pouco pro santo, o figura entorna o conteúdo de uma só golada e estala os beiços. "-Tá calor, hoje", comenta, como se só agora, naquela fornalha, ele tivesse se tocado disso. Chega o pedido do cidadão, uma das costelas mais gordurosas que já tive a oportunidade de presenciar, e ele forra o prato com metade do vidro de pimenta. Despeja a travessa de feijão inteira por cima e começa a pescar os pedações de gordura da outra tigela. Sem pestanejar, ordena: "-Traz um Cynar. Dose dupla!". Vem um copão americano quase transbordando.
Por trás do meu comportado bife com fritas, com um inocente guaraná, observo o homem devorar a pantagruélica refeição, sorvendo aos poucos aquela densa beberagem, num calor dos infernos. Lembrando das sábias palavras do companheiro Glauco, penso comigo: "-É nessas horas que se diferenciam os homens dos meninos!!!".

Stálin, Lênin, Trotski, Virgílio, Sarney e Lula

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Nota da coluna da Mônica Bergamo de hoje:

ORADOR
Na viagem do presidente Lula com os senadores José Sarney (PMDB-AP) e Arthur Virgílio (PSDB-AM), parte da conversa girou em torno dos russos Stálin, Lênin e Trotski. Sarney, que está lendo a biografia de Stálin, afirmou que ele era muito frágil fisicamente mas que "falava direitinho e escrevia maravilhosamente bem". Virgílio está lendo a biografia de Lênin e observou que ele era "medíocre como orador". O presidente Lula não está lendo biografia alguma. Mas observou que "orador mesmo, dentre eles, era o Trotski".

Brasil tem mais manguaça que fumante careta e maluco, mostra pesquisa

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Deu na Agência Brasil. A liberdade de interpretação do título é por conta da casa. Mas a pesquisa é séria, apesar de não dizer respeito a nenhum dos colaboradores do Futepoca, ao contrário do que dizem as más línguas.

O número de brasileiros com idades entre 12 e 56 anos dependentes de bebidas alcoólicas é maior do que de tabaco e maconha, de acordo com o 2º Levantamento Domiciliar sobre Uso de Drogas Psicotrópicas no Brasil, realizado pela Secretaria Nacional Antidrogas (Senad), em 2005. Os manguaças na fase 3 são 12,3%, enquanto os fumantes são 10,1%. Ambos os índices apresentam elevação de 1,1 ponto percentual em relação à primeira edição do estudo, realizada em 2001.

Em termos de uso frequente de maconha, também houve evolução. Era 1% dos brasileiros e agora 1,4% consomem o psicotrópico. Mesmo somados, os fumantes caretas e malucos ainda seriam em número inferior aos manguaças. A conta não é precisa, porque parte dos meliantes consome tabaco e maconha.