Destaques

quarta-feira, dezembro 13, 2006

Comissão de Educação aprova Lei de Incentivo ao Esporte

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Da Agência Senado

Os senadores da Comissão de Educação aprovaram nesta quarta-feira (13) o projeto de lei da Câmara (PLC 118/06), que dispõe sobre incentivos e benefícios para fomentar as atividades de caráter desportivo. Os senadores aprovaram o projeto do deputado Bismarck Maia (PSDB-CE) e as emendas apresentadas pelos senadores Cristovam Buarque (PDT-DF) e Ideli Salvatti (PT-SC), que colocaram fim ao impasse entre artistas e desportistas sobre os benefícios fiscais ao esporte, que poderiam diminuir os incentivos à cultura. Foi aprovado também requerimento de urgência para o projeto, sendo ele incluído na pauta de votações do Plenário do Senado já nesta quarta (13).
A matéria aprovada permite um abatimento de até 4% do Imposto de Renda devido das empresas e 6% das pessoas físicas que fizerem doações a projetos desportivos. Mas, segundo a classe artística, a proposta competiria com a Lei Rouanet (Lei 8.313/91), que destina o mesmo percentual de deduções para investimentos feitos em projetos culturais.
Pela emenda de Cristovam, as deduções continuam com os mesmos percentuais, mas a fonte de recursos que beneficia a área esportiva deixa de ser a Lei Rouanet e passa a ser a legislação que prevê incentivos fiscais voltados para programas de alimentação do trabalhador (como o auxílio alimentação) e renovação científica e tecnológica (Leis 6.321/76 e 8.661/93).
Com isso, a Lei do Esporte, como ficou conhecida a proposta, não irá concorrer com a cultura, permitindo que uma empresa possa investir 4% em cada um dos setores. Já a emenda de Ideli estabeleceu a obrigatoriedade de decretos anuais que estabelecerão o volume total dos recursos arrecadados e o percentual que caberá para cada uma das modalidades esportivas: educacional, de participação, e de rendimento (competições). O mesmo já ocorre quanto aos incentivos à cultura.
Estiveram presentes à reunião as atrizes Fernanda Montenegro e Beatriz Segall, o ator Ney Latorraca, o presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), Carlos Arthur Nuzman, a ex-jogadora de basquete Hortência e o mais premiado atleta paraolímpico brasileiro, Clodoaldo Francisco da Silva, além de representantes do Comitê Paraolímpico Brasileiro (CPB).
Fernanda Montenegro disse que as manifestações dos artistas para a modificação do projeto "não foram contra o esporte", mas a favor da cultura e dos esportes. Ela disse que a cultura é um dos maiores geradores de emprego e renda no mundo. Já Nuzman ressaltou que "esporte é cultura, educação e arte".

2 comentários:

Glauco disse...

sinceramente, em um país onde a carga tributária é tão alta, é preciso saber para onde direcionar incentivos e isenções, e também analisar com muito cuidado em que projeto esses recursos são investidos. Isso não acontece hoje com a cultura e tenho dúvidas se aocntecerá com o esporte. É hediondo ver, por exemplo, no cinema, um filme da Globo Filmes ser beneficiado com lei de isenção. como também é igualmente questionável ver um filme que tem menos de dez mil espectadores receber recursos que seriam públicos. A equação é complicada, deveria ser mais bem estudada.

Marcão disse...

Pra ganhar dinheiro, tudo "é cultura". Eu acho que cachaça também é cultura! Incentivo já! Pelo cartão Manguça Cidadão!