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sexta-feira, outubro 26, 2007

Kassab impede circulação de jornais gratuitos no formato atual

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O prefeito de São Paulo Gilberto Kassab determinou, em lei, que os jornais gratuitos – febre nos sinais de trânsito e nas saídas de estações de Metrô da maior cidade do país –, devem ter pelo menos 80% de conteúdo editorial e apenas 20% de anúncios. A iniciativa faz parte da onda "Cidade Limpa" que o prefeito tenta emplacar como sua grande bandeira. Levantamento do Futepoca mostra que essas publicações terão problemas para se manter em circulação.

Assim como panfletos de propaganda estão proibidos, os jornais gratuitos, tendência em grandes cidades de todo o mundo, só tem a publicidade como receita. Os veículos tradicionais arrecadam cada vez menos por meio da venda de exemplares e assinaturas. Mas não há nenhum tipo de restrição prevista para os jornais pagos.

Se os distribuídos em semáforo terão problemas, os jornais de bairro, tradicionais aliados de vereadores e dos mais diversos grupos políticos presentes nas cidades, estão livres para emporcalhar a cidade.

Muito anúncio
Levantamento exclusivo do Futepoca com as edições dos três principais jornais gratuitos da cidade mostra que o espaço ocupado por anúncios varia de 35% a mais de 66%.

O Destak, franqueado português na cidade, é o que tem menos resultados de venda de espaço para anunciantes. Das 24 páginas desta sexta-feira, 26, 9 eram de publicidade (7 inteiras, 4 meias páginas, e uma página generosamente grande no acumulado de calhaus, sem incluir os classificados). Isso representa 35%.

O Publi Metro, do Grupo Bandeirantes, franquia de marca internacional presente em outras cidades européias, tem 11 de publicidade num total de 20, (9 inteiras e duas meias). Fazendo as contas: 55%.

No Metronews, o mais antigo e tradicional da modalidade – cuja editora produz o Jornal do Trem – a contagem se complexifica. Apenas uma página é totalmente de texto, e todas as outras tem pelo menos meia página vendida – quando não três quartos – entre anúncios e calhaus. São 11 inteiras e 15 páginas com mais da metade dedicada ao comercial (pelo menos mais 7,5 de publicidade), em um universo de 28. Resultado, o editorial não chega à terça parte do total.

Os três jornais citados têm tiragem superior a 400 mil exemplares por dia, superando os dois mais tradicionais impressos da cidade.

Se a moda pegasse, os jornalões teriam de se cuidar. O Estado de S.Paulo desta sexta-feira tem, em seu primeiro caderno, o mais nobre e caro em termos de tabela publicitária, tem 10,5 páginas de comercializadas, num conjunto de 20. Ou 55%. Historicamente, há um terço de anúncios na revista Veja. Estes veículos não poderiam ser distribuídos gratuitamente.

Interesses
Os blogues já levantam hipóteses mis sobre os interesses na lei. Alguns apontam o dedo dos jornalões, como Paulo Henrique Amorim, em seu Conversa-Afiada.

Os comentaristas que acusem o Serra e o Kassab.

(Colaboraram Nicolau e Glauco)


9 comentários:

Anônimo disse...

A mídia(todas elas)está iniciando um processo altamente rico de expressão plural.A internet, a meu ver, é marco fundamental nesse processo.Limitar ou impor normas de circulação aos jornais gratuitos, que, na verdade, os impedem de circular é anti-democrático, cerceia as liberdades de expressão e informação.Portanto, é medida inconstitucional,fadada a ser derrubada nos tribunais.Viva a diversidade, tudo pela pluralidade!!!

Anônimo disse...

ó, vou dar uma viajada.
As baterias de celular e de notebooks, ao serem descartadas, podem ser devolvidas aos fabricantes. É que há legislação (e marketing de responsabilidade social empresarial) que aponta a necessidade de processamento do material tóxico para o ambiente se deixado em aterros sem cuidados especiais.
Será que os jornais gratuitos nos semáforos entulham a cidade e o metro? Pelo que já vi, um pouco (talvez alguém aí tenha testemunhado um momento épico de jornais jogados no chão, mas eu não) mas nada grotesco.
E se as empresas (são três os jornais em sp) passassem a fazer uma varrição-extra de ruas e do metrô depois da distribuição? Resolveria a parte da cidade limpa? Do jeito que elas exploram a molecada com os uniformes verdes e laranjas (publimetro e destak) e os senhores no metro (metronews), não teriam problema em entregar uma vassoura e um saco plástico pra cada.
Exagerei?

Jose Batista disse...

Concordo com o primeiro comentário no que diz respeito liberdade de expressão,alem disse as leis higienistas do Kassab só fazem foder com a vida de quem vive de publicidade. Mas como leitor mais ou menos regular dos 3 jornais (é eu ando pela cidade inteira mesmo) acho que um limite deveria ser estabeleciado sim.

No caso do Metro News por exemplo, o jornal acaba sendo mais um informe publicitário do que um informativo, chegando ate a desestimular a leitura.
Vejam esse exemplo
http://trancemanltda.blogspot.com/2007/04/cerveja-o-jornal-e-idiota-feira.html

Acho que 40% seria um espaço razoável pra se manter a distribuição sem afetar demais a renda, mas como não sou da área posso estar falando merda.

FLWS!!!

Nicolau disse...

Se eu fosse deputado, ia logo amanhã cedo (hoje não tem sessão no Congresso...) propor uma lei nacional que fizesse valer os mesmos critérios para TODO veículo jornalístico, mídia impressa, rádio, TV ou internet. Quero ver quem sobreviveria.
Isso é safadeza de grandes grupos. Eu quero é distribuição mais justa de publicidade governamental, incentivo à pluralidade. E José Batista, entendo sua preocupação de leitor, mas é sua a opção de pegar ou não o jornal. E é livre a escolha do anunciante, que terá seu produto espremido entre trocentos outros. Vejam bem, não gosto de mercado, mas é assim que ele funciona. E é muito pior pagar pela Folha e receber um enorme anuncio de imóveis caríssimos que eu nunca vou comprar.

Anselmo disse...

se o problema é o leitor não poder comprar o que está sendo anunciado, o mercado publicitário vai ter que ser revisto.

Agora, no que toca à distribuição mais plural dos anúncios de governo e estatais, acho que a mídia especializada em futebol, política e cachaça precisa estar representada nas verbas... Quem discorda?

Anônimo disse...

E ele tá errado?? Eu apoio o Kassab! Esse meio de "comunicação" é apenas concentração de anuncios q poluem ainda mais uma cidade maravilhosa como SP.

Glauco disse...

Cidade maravilhosa??? Meu Deus... Você é parente do Kassab?

Marcão disse...

A informação muito me surpreendeu, pois, como tenho hábito de folhear esses periódicos, sempre me enojei pela baba-ovice de todos eles em cima do Kassab.
Porém, considerando que tal baba-ovice devia ter um motivo mais do que filósofo-filantrópico (verba pública, em português claro), me passou pela idéia que os ditos jornais talvez tenham tentado receber um pouco mais. E levaram esse "presta atenção" como resposta.
Será?

Anônimo disse...

Toda proibição serve a corrupção!
Observem bem ...
O chaveiro foi proibido de ter placa mas um dia sai de casa e la estava uma placa e ai eu perguntei sua resposta foi pronta:- Paguei o cadan e agora posso ter essa placa!
Politico e ainda de carreira so pode acreditar quem for inocente...