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terça-feira, outubro 23, 2007

Vasco, a menina-meio-feia do Brasileirão

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Pense nos seus tempos de colegial e lembre daquela moça que não era nem feia nem bonita. Não chamava a atenção pela beleza e nem pela feiura. Se levasse sua vida na boa, poderia até passar dificuldades para arrumar um amante, mas possivelmente o amor sorriria pra ela. Não seria nenhum príncipe encantado, é claro, mas um rapaz de acordo com a sua beleza - que, como dito, não era grande coisa.

Agora imaginem se essa moça, com sua pouca beleza, resolvesse negar a natureza e se candidatasse a um concurso de Miss. Passaria vergonha e seria humilhada, não é mesmo? A comparação com as meninas mais belas detonaria a pobre coitada e, alguns que até simpatizariam com ela caso o episódio não tivesse ocorrido, destinariam para a garota sua mais vil rejeição. Tudo porque ela não soube se encaixar no lugar correto.

Pois bem: adaptemos essa metáfora ao Campeonato Brasileiro e veremos nessa moça a figura do Vasco da Gama, clube do hoje técnico Romário (foto).

O Vasco entrou no Brasileirão sem maiores pretensões. O time, e os vascaínos eram os que mais tinham certeza disso, não era grande coisa. Havia feito um fraco estadual e, na Copa do Brasil, sido eliminado pelo Gama de maneira vergonhosa, num Maracanã montado para a festa do milésimo gol de Romário.

Aliás, era justamente essa busca pelo milésimo gol o que se dizia como sendo o principal empecilho para que o Vasco jogasse um bom futebol em 2007. Após a conclusão dessa pataquada, esperava-se que o Vasco passasse a jogar um bom futebol.

Pois bem: o Brasileirão foi passando, Romário inventou uma contusão e parou de jogar bola. E o Vasco deslanchou. Sobre o comando de Celso Roth, começou a ganhar uma série respeitável de jogos e terminou o primeiro turno na zona da Libertadores. Falar em título ainda era uma sandice, mas a vaga para o principal torneio sul-americano, que o clube da Colina não disputa desde 2001, era um sonho bem factível.

E aí o Vasco se tornou aquela menina-meio-feia que quis disputar o concurso de Miss.

No segundo turno, a campanha cruzmaltina é pífia. Os números comprovam: nos últimos 10 jogos pelo Brasileirão, são duas vitórias e um empate. O resto é só derrota. O sonho da Libertadores acabou de maneira definitiva, o time entrou em crise e Celso Roth, que vinha sendo elogiado (inclusive por mim, nesse próprio fórum) foi demitido.

Se uma catástrofe não ocorrer, o Vasco deve acabar esse Brasileiro numa zona intermediária. Nem rebaixado, nem classificado pra nada. Exatamente o que se esperava do time no início da competição. Então porque a crise toda que abala São Januário? Simples, porque o time quis se ver como uma Miss.

2 comentários:

Glauco disse...

Os times do Celso Roth se assemelham muito àquele aluno de programa humorístico que respondia à questão do professor tudo certo e no final errava. Os times dele sempre "estavam indo tão bem...", mas arreiam no fim das contas.

Nicolau disse...

Coitada da menina feia...