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quinta-feira, outubro 18, 2007

Profissionalização das torcidas organizadas

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A seleção brasileira está em campo. A partida transcorre de maneira simples. O adversário não joga melhor. Mas mesmo assim o time canarinho não consegue dar show. Vence por "apenas" 1, 2x0. E a torcida começa a vaiar.

Foi o que aconteceu ontem? Sim, mas não só ontem. Esse é praticamente o cenário de todo jogo da seleção brasileira em cenário nacional. Não quero aqui discutir as apresentações da seleção; esse é um texto sobre a torcida. Essa que, invariavelmente, alterna-se em dois momentos: ou vaia ou repete sem parar o bom, mas batido, "eu, sou brasileiro, com muito orgulho, com muito amor".

Tempos atrás, lancei no Orkut debate sobre uma idéia que pode parecer meio louca, mas, na minha opinião, faz todo o sentido: as torcidas organizadas deveriam ser profissionalizadas, e pagas pelos próprios clubes. Nós sabemos o quanto as organizadas, especialmente em São Paulo, são violentas e abrigo para bandidos das piores espécies. Mas não podemos negar, também, que são as organizadas que agitam os estádios de futebol. O tal do "torcedor família", tão propalado por aí, só consegue proporcionar espetáculos como o de ontem, alternando vaias e gritos batidos. A situação piora ainda nas Copas do Mundo, quando a "torcida CVC" brasileira nos faz passar vergonha, especialmente quando cofrontada com a festa que argentinos e europeus costumam fazer.

Essa profissionalização dos torcedores que defendo poderia funcionar da seguinte forma: o clube (ou a CBF, no caso) escolheria umas 50, 60 pessoas com mais disposição para agitar nas arquibancadas. Por agitar, defino a capacidade da pessoa ter criatividade para inventar gritos, pular o jogo inteiro, ser cativante para motivar os outros e etc.. Nada de muito difícil. Financiados, esses torcedores teriam como obrigação primeira entoar canções que valorizassem o time. Não é complicado. Ao invés de "Torcida Jovem não tem medo de ninguém", "Santos, eu te amo, clube dos 11 mil gols" (ou coisa parecida). E por aí vai.

Se garantiria aí a animação do espetáculo e também se tiraria o glamour das organizadas e seus bandidos. E, se um torcedor desses andasse fora da linha, simples: é só cortar o seu "salário".

Viajo muito ou faz sentido?

14 comentários:

Glauco disse...

Isso de certa forma já foi feito em óutras modalidades, todos conhecem o tal D'Artagnan, o corneteiro do vôlei que recebia da CBV para agitar nos jogos.
Mas, em relação ao futebol, tenho minhas dúvidas. Até porque, vi uma claque no jogo entre Brasil e Jamaica no futebol feminino do Pan e tinha uma claque de umas quinze pessoas que enchia o saco dos outros, pedindo "Ola" toda hora. Aliás, quase todo minuto. E vinha com uma variedade de gritinhos que é triste de ver. De fato, pareciam pagos. As organizadas, por pior que sejam em muitos - e são muitos - aspectos, conseguem passar uma vibração que contagia o estádio todo. Não acredito que gente paga possa fazer isso.
Mal comparando, tem um partido que tinha uma militância voluntária muito forte e começou a pagar gente pra fazer propaganda. O resto da história se conhece.

Nicolau disse...

Sou contra as privatrizações.

Anônimo disse...

Sou contra toda e qualquer forma de organização dentro do estádio. Eu gosto é de beber cerveja lá dentro. Não quero nenhum macaco de circo pulando na minha frente ameaçando virar meu copo.
Aposto que se fosse vendido cerveja dentro do Maracanã no jogo do Brasil o estádio ficaria mais animado.

Anônimo disse...

Glauco, tenho quase certeza que no exterior, Europa principalmente, há torcidas pagas. E o espetáculo que os caras dão é sensacional. Acho que dá pra se chegar num meio termo. Tem muita gente boa no ramo, que poderia incentivar de maneira legal, sem as viadagens da torcida do vôlei (ô negócio chato) e sem as barbaridades das organizadas convencionais.

Marcão disse...

É isso, Victor: também sou contra torcidas organizadas - e, principalmente, a favor da cerveja nos estádios.

Não vejo utilidade nenhuma em torcidas organizadas. A vibração tem que ser espontânea. Se ninguém quer vibrar, é porque o futebol tá muito ruim.

Enquanto houver crime organizado, perdão, torcida organizada nos estádios, vai continuar violência e provocação dentro e fora dos estádios. E eu, decididamente, não estarei lá. Até porque não tem cerveja...

FICA, NELSINHO!!!

Nicolau disse...

"Eu gosto é de beber cerveja lá dentro. Não quero nenhum macaco de circo pulando na minha frente ameaçando virar meu copo."
Lapidar.

Olavo Soares disse...

Quer beber cerveja vai pro boteco, uai. Estádio é lugar de ficar pulando mesmo, agitando.

Glauco disse...

Mas alguém acha mesmo que a violência é por causa da cerveja que se vende no estádio? Dá tempo de se embriagar a ponto de ficar violento (sem a tal predisposição) em duas horas?

Thalita disse...

ô loco, Olavo!
beber cerveja e assistir futebol ao vivo ao mesmo tempo deve ser ótimo (nunca pude fazer isso...). Melhor q ir pro bar e tentar ver jogo pela tv com um monte de cabeção na frente!

Anônimo disse...

Eu sou a favor de vender cerveja no estádio, acho uma puta besteira atribuir a violência a isso.

Agora, dizer que o ato de beber cerveja tem que ter prioridade ao de torcer... aí é chutar o balde.

Guilherme disse...

mais um que não conhece torcida DE VERDADE... a TORCIDA GREMISTA!!! o resto não é torcedor, é simpatizante...


DÁ-LHE GRÊMIO!!!

Gerson Sicca disse...

O gremista viajou, o que, aliás, é próprio do gremismo. A torcida do grêmio só canta qdo o time tá bem. O esfrega-esfrega atrás do gol é obra desses doidões(alguns neonazistas) de organizadas, q qualquer time tem.
Quer animar o estádio? É só reservar uma parte dele para quem realmente gosta de futebol: o povão. Faz ingresso na popular a três pilas na geral p/ o jogo da seleção, com direito a um martelinho. A massa vai enlouquecer.
Com torcedores q vão no jogo pq é fashion ver o ronaldinho e o kaká nunca teremos uma torcida genuína.
Para aumentar a renda não precisa correr o povão, como estão fazendo. É preciso reservar parte do estádio para a massa, q não paga pq não tem grana, mas retribuiu com seu amor incondicional ao futebol e com a manutenção da essência da nossa escola boleira. Ou alguém acha que o luciano huck fica com o rádio de pilha ouvindo jogo no domingo à tarde?

Olavo Soares disse...

Tá mais que provado, historica e economicamente, que o amor (ou ódio) ao futebol se expressa da mesma forma nas diferentes classes sociais.

É muito idealista/romântico achar que só o dito "povão" que anima um estádio.

Anônimo disse...

O que deve acontecer é um grupo de três pessoas ir ao estádio ver a seleção com instrumentos e prepardos pra agitar e quem quiser fazer o mesmo vai se aproximar também(o que é impossível de não acontecer), e quem estiver afim de somente assistir o jogo bebendo sua cerveja vai se afastar.
Mais o q não pode acontecer é deixar de existir uma torcida q cante e vibre, porque isso melhora muito a auto estima do jogador fazendo-o sentir muito melhor pro jogo e na seleção brasileira que não está acustumada com isso aposto que os jogadores se sentiriam bem melhor pra jogar. Tem que haver uma torcida que seja especificamente da seleção pra empurrar o time.