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quinta-feira, julho 24, 2008

Quando a melhor defesa NÃO é o ataque...

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Segue abaixo um "causo" que tirei do livro "Mil dias de solidão" (Geração Editorial, 1993), de Cláudio Humberto Rosa e Silva, ex-porta-voz do presidente Fernando Collor de Mello (na foto, ao centro). Consta que o fato ocorreu em 28 de dezembro de 1992, na famosa Casa da Dinda, em Brasília. Collor ponderava a hipótese de renunciar ou não à presidência da República, o que de fato faria no dia seguinte. Estavam presentes o assessor pessoal Luís Estêvão, os senadores Affonso Camargo, Odacir Soares e Ney Maranhão, o deputado federal Roberto Jeferson (ele mesmo), o governador de Alagoas Geraldo Bulhões, o jornalista Etevaldo Dias, o embaixador Marcos Coimbra e o advogado José Moura Rocha. Segue a história:

Risonho, Collor contou uma história marcante do treinador que contratara para o CSA, Hélio Miranda, professor de educação física, seu amigo, irmão de comunistas históricos como o jornalista Jayme Miranda, líder do Partido Comunista Brasileiro (PCB), preso, torturado, assassinado e esquartejado pela ditadura militar.
- Conseguimos colocar o CSA no Campeonato Nacional e o jogo de estréia foi contra o Operário, de Campo Grande, Mato Grosso, na casa do adversário. Não tivemos tempo nem dinheiro para formar um time competitivo.
Collor lembrou sua perplexidade com a única instrução do técnico aos jogadores, no intervalo, após o término do primeiro tempo:
- Vamos nos fechar na defesa para segurar o zero a zero. Vocês estão proibidos de tentar fazer gols. Retranca, vejam bem, só quero retranca!
Logo nos primeiros minutos do segundo tempo, um atacante do CSA, Misso, goleador inveterado, não teve alternativa senão driblar sozinho toda a defesa do Operário e marcar gol de placa.
O estádio parecia um túmulo.
Só quem ficou feliz foi o próprio Misso, que correu para o silencioso banco de reservas à procura do abraço agradecido do treinador.
Hélio Miranda estava uma fera. Recebeu o autor do gol aos gritos:
- Por que você fez isso? Por quê? eu não disse que o time estava proibido de fazer gols?
Durante os 45 minutos finais, os jogadores do Operário, com brio, conseguiram não apenas empatar a partida como também virar o placar e impor uma goleada de 5x1 ao CSA.

2 comentários:

Anselmo disse...

a maior e mais permeável retranca da história do futebol alagoano.

Glauco disse...

Não se cutuca escorpião... O Collor não aprendeu isso.