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segunda-feira, outubro 06, 2008

Balanço das eleições no ABC

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Antecipo-me ao Sartorato e faço um balanço do resultado das eleições na região do ABC paulista, área simbólica para o PT e de grande concentração de eleitores.

Começo por Mauá, a pérola deste pedaço de São Paulo. O candidato petista Oswaldo Dias recebeu 48,16% dos votos e foi para o segundo turno contra Chiquinho do Zaíra (PSB), que teve 27,20%. Os petistas mauaenses acreditavam vitória já no primeiro turno, o que gerou certa decepção, pelo que eu ou vi falar, mas acho que nada que acabe com as chances do candidato. Chiquinho é apoiado por forças conservadoras tradicionais da cidade, mas não conseguiu um discurso até agora que mobilize o eleitorado. Acho que Oswaldo volta para a cadeira que ocupou entre 1996 e 2004. Uma curiosidade sobre a eleição mauense está no terceiro vereador mais votado na cidade: o comediante Ivan Gomes, o popular Batoré, da Praça é Nossa. Ele conquistou 4.778 eleitores com seu brilhante slogan de campanha “Ah, vota, ô!”.

Em Santo André, Vanderlei Siraque (PT) também bateu na trave para encerrar a questão neste domingo, tendo recebido 48,9%. Fará segundo turno contra Dr. Aidan, do PTB, que foi escolhido por 21,76% dos eleitores. As pesquisas apontaram durante toda a campanha disputa acirrada pelo segundo lugar entre Aidan, Salles (DEM), que teve 19,01% e Oswaldo Brandão (PSDB), que terminou mais atrás, com 8,32%. Siraque não terá vida fácil no segundo turno, mas deve levar.

Em São Bernardo, terra de Lula, outra disputa que quase acaba domingo. Luiz Marinho (PT) teve 48,27%, contra 37,55% de Orlando Morando (PSDB). A disputa aqui tende a ser mais difícil. O PT só conseguiu governar a cidade uma vez, com Maurício Soares, eleito em 1988. Em 1994, deixou o partido e em 1996, volta à prefeitura pelo PSDB. É reeleito em 2000, se afasta por problemas de saúde em 2003 e deixa William Dib (PSB), que se reelege em 2004. Hoje, Soares retorna, qual filho pródigo, ao partido onde surgiu, e é coordenador da campanha de Luiz Marinho. Se conseguir levá-lo à prefeitura, terá consolidado sua vocação para campanhas vitoriosas.

Em São Caetano, nada de novo: mais um passeio do lado mais conservador, representado dessa vez por José Auricchio, candidato a reeleição, que recebeu a bagatela de 78,14% dos votos. O PT vem em segundo, com o inusitado candidato Jayme Tortorello, que teve 13,02%. A família Tortorello dominou a política de São Caetano por um bom tempo e o próprio Auricchio foi apoiado por eles em sua primeira eleição, mas rachou com o clã. Assim, o Jayme conversou com o PT e ali amarrou seu burro. Acabada a aventura eleitoral, veremos o que vira a aliança.

Por fim, em Diadema, Mario Reali (PT) levou de cara com 58,26% dos votos, a disputa contra José Augusto (PPS), que, segundo meu pai, é apelidado de Zé Preá. Acreditava-se que a briga ia ser mais feia, por conta da experiência de José Augusto.

Em Ribeirão Pires, Clovis Volpi (PV) reelegeu-se com 73,2%, assim como o tucano Kiko, em Rio Grande da Serra, que recebeu 80,99%. Os dois exageraram na votação, já que as cidades não têm segundo turno.

11 comentários:

Marcão disse...

O tucano Zé Preá, de Diadema, também é conhecido por Zé Jibóia, pois apareceu na TV dizendo que soltaria cobras para acabar com uma peste de ratos num bairro da capital paulista (!). Quem não acredita pode conferir:

http://www.youtube.com/watch?v=El3NtVG7DPM

Nicolau disse...

Eita, criatividade!

Glauco disse...

Faltou dizer qual o partido do Batoré, que será uma revelação na vereança de Mauá!

Impressionante como o PT bateu na trave nos três municípios. Mas como eleição no segundo turno não zera, as chances deles são muito boas.

Aliás, fiquei impressionado ao assistir ao Linha de Passe da ESPN ontem, com o PVC dizendo que estava feliz com a possibilidade de volta do PT ao poder em São Bernardo (declarou que já havia votado em Mauricio Soares quando este era petista). Em meio a opiniões "neutras" de outras emissoras, a emissora é de fato um oásis...

Anônimo disse...

Putz, Luiz Marinho pra prefeito de SBC vai ser dose pra mamute. Sem contar que o vice dele é o Frank Aguiar.
Enfim, a gente merecemos, né? Por ezempro, em SJCampos, a dona Angela "Calabresa acebolada" Guadagnin foi eleita vereadora com 4.329 votos (18.o mais votado).
Povinho sem memória, eita.

Marcão disse...

Renato, com todo o respeito ao seu julgamento sobre Marinho e o "cãozinho dos teclados" Aguiar, mas será que São Bernardo merece Orlando Morando? Tem certeza?!??

Anselmo disse...

Já pensou falta candidato e sobra pro Marinho se candidatar ao governo de SP em 2010? nem pensar.

Glauco disse...

Questões:

1 - Qual o problema do Luiz Marinho mesmo?

2 - A Angela Guadagnin fez uma dancinha comemorativa quando João Magno foi absolvido. O problema é a sanha da imprensa que achava que o cara devia ser condenado e ter o mandato cassado. Daí pra virar "dança da pizza" foi um passo. Ninguém apontou nenhuma pizza no caso da compra de votos para a reeleição de FHC, por exemplo, crime que, se comprovado, muito, mas muito grave.

Outros a condenaram porque tal manifestação não seria adequada ao santo plenário da casa. O mesmo plenário que assistiu a mais de uma manifestação fascista e injuriosa de Jair Bolsonaro; a ameaças de agressão contra o presidente da República feitas por Arthur Virgilio e ACM Neto; e a tantos outros atos vergonhosos. E o problema é a dancinha da deputada, talvez porque a mesma seja mulher e obesa.

É, o povo não tem memória...

Anônimo disse...

Por que será que São Caetano está em outro patamar em relação as outras cidades da região?

PT nem morto!!

Anselmo disse...

da minha parte, o problema de o Luiz Marinho ser candidato a governador é deixar a bomba pro Frank Aguiar.

Pra ocupar o cargo que já foi de William Dib, o Marinho é tranquilo.

Nicolau disse...

Caro Anônimo, a comparação entre São Caetano e as demais cidades do ABC é complicada. A população de São Caetano (144 mil habitantes) só é comparável na região a Ribeirão Pires (116.677). Mauá tem quase 3 vezes mais (400 mil), Santo André e São Bernardo nem se fala. Por outro lado, São Caetano tem uma fábrica monstruosa da GM, que sozinha deve dar mais arrecadação que Mauá inteira. As duas gigantes têm grandes empresas, mas a população e território deixam a comparação inválida. Isso sem falar no que diz meu pai e outros da época dele, que a prefeitura de São Caetano recorreu, nos anos 60 e 70, à democrática e humanista prática de remover favelas da cidade e jogá-las nos municípios vizinhos. Hoje, de fato, não tem nenhuma favela lá. Por outro lado, São Caetano tem mais ou menos o mesmo padrão de vida há um bom tempo e nada parece mudar na cidade. Não seria o caso de uma administração mais criativa com essa grana toda e tão poucos problemas?

Marcão disse...

São Caetano é um ex-bairro de São Paulo, que fica numa região próxima e é tão (ou mais) conservador quanto a Mooca. Ora, imagino que governar um bairro é muito menos complicado do que uma cidade de verdade. Exemplo: o dinheiro que a GM despeja em impostos é tanto que, recentemente, a prefeitura asfaltou dezenas de ruas e avenidas que não tinham UM buraquinho sequer. Assim, qualquer Tortorello ou Auricchio da vida governa com um pé nas costas...