É cara de pau
E você acha que eu posso fazer
Fazer mais do que eu fiz
Ajudei essa louca a viver
E ela mesma é que diz
Que quer me ver frito
Que quer me ver morto
Estendido no chão
Pus o bagulho de lado, quebrei o estrado
E toquei fogo no colchão
A gente se amarra
Aconselha os pivetes, faz até oração Porém, chega um dia
Que se toma uma beer
E também se faz a nossa confusão
Ele não tem consciência, quer me ver andar duro
E com toda a decência
Mas em sã consciência
Qualquer malandro manja
Essa falsa inocência
“Realmente, muitos confundem o meu comportamento brincalhão, as minhas maluquices, com o consumo de drogas ou coisas semelhantes. É uma tremenda bobeira. Não consumo drogas e o que gosto mesmo é de uma cachaça. Aliás, o baiano, de modo geral, gosta de uma boa birita. Creia, malandro: é birita, mesmo.”
Raul Seixas, em entrevista ao jornalista Reynivaldo Brito, publicada pelo jornal A Tarde, da Bahia, em 10 de outubro de 1978
P.S.: Há controvérsias (sobre ser "só" birita). Em seu blog, Reynivaldo revelou, em 2010: "Encontrei o Raul Seixas numa manhã no início do mês de outubro de 1978 num dos apartamentos do Salvador Praia Hotel, em Ondina. (..) Quando chegamos ao hotel, ele mandou que eu e o fotógrafo fóssemos até o apartamento onde se hospedara. Lá chegando, o encontramos envolto em um longo lençol branco a fazer caretas e poses estranhas. Estava tomado pelo vício e, ao lado, pude ver uma garrafa vazia de éter".
ÉTER: foto feita por Lázaro Torres no dia da entrevista de Reynivaldo Brito
CIRROSE: no 'retiro' baiano, Raul 'meditava' em frente ao Elevador Lacerda
* A frase que dá título ao post estava pichada num muro em Sobral (CE), em 2003.
Reprodução de uma página da revista Placar, de 1978, mostra figurinhas conhecidas daquele Flamengo do técnico Claudio Coutinho que conquistaria quatro estaduais e três brasileiros a partir dali: Leandro, Tita, Andrade, Zico, Júnior, Adílio e Júlio César "Uri Geller". Como sempre, todo elenco reserva para a posteridade jogadores obscuros, como o tal de André. Mas, olhando bem, a grande dúvida é: quem é esse tal de 'Cidade'?!??!?? Alguém tem alguma pista? Flamenguistas, manifestem-se!
O patrão mandou cantar com a língua enrolada Everybody, macacada! Everybody, macacada! E também mandou servir uísque na feijoada Do you like this, macacada? Do you like this, macacada? E ainda mandou tirar nosso samba da parada Very good, macacada! Very good, macacada!
Não sei o que é que o patrão tem debaixo da cartola Que a gente não se solta, ta grudado feito cola No fim das contas, o patrão manda e desmanda E ainda faz do Rei Pelé mais um garoto-propaganda
O patrão mandou cantar com a língua enrolada Everybody, macacada! Everybody, macacada! E também mandou servir uísque na feijoada Do you like this, macacada? Do you like this, macacada? E ainda mandou tirar nosso samba da parada Very good, macacada! Very good, macacada!
O patrão é fogo! Ele é quem dá as cartas, banca o jogo Tá metendo sempre o bico no fubá, qual tico-tico No troca-troca, o patrão que é mais rico Já levou o Rivellino e vem depois buscar o Zico
O patrão mandou cantar com a língua enrolada Everybody, macacada! Everybody, macacada! E também mandou servir uísque na feijoada Do you like this, macacada? Do you like this, macacada? E ainda mandou tirar nosso samba da parada Very good, macacada! Very good, macacada!
(Do LP "Paulinho Soares", Continental, 1978)
Ps.: Vejam o artista - que faleceu em 2004, aos 60 anos - e os anárquicos Trapalhões zombando da nossa macaquice estadunidense: