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quarta-feira, abril 01, 2015

'Liberdade é ter na mente, eternamente, éter na mente'

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Realmente, muitos confundem o meu comportamento brincalhão, as minhas maluquices, com o consumo de drogas ou coisas semelhantes. É uma tremenda bobeira. Não consumo drogas e o que gosto mesmo é de uma cachaça. Aliás, o baiano, de modo geral, gosta de uma boa birita. Creia, malandro: é birita, mesmo.”
Raul Seixas, em entrevista ao jornalista Reynivaldo Brito, publicada pelo jornal A Tarde, da Bahia, em 10 de outubro de 1978

P.S.: Há controvérsias (sobre ser "só" birita). Em seu blog, Reynivaldo revelou, em 2010: "Encontrei o Raul Seixas numa manhã no início do mês de outubro de 1978 num dos apartamentos do Salvador Praia Hotel, em Ondina. (..) Quando chegamos ao hotel, ele mandou que eu e o fotógrafo fóssemos até o apartamento onde se hospedara. Lá chegando, o encontramos envolto em um longo lençol branco a fazer caretas e poses estranhas. Estava tomado pelo vício e, ao lado, pude ver uma garrafa vazia de éter".

ÉTER: foto feita por Lázaro Torres no dia da entrevista de Reynivaldo Brito

CIRROSE: no 'retiro' baiano, Raul 'meditava' em frente ao Elevador Lacerda

* A frase que dá título ao post estava pichada num muro em Sobral (CE), em 2003.






segunda-feira, março 30, 2015

A inesgotável criatividade nordestina

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'Ão, ão, ão, Caça-Rato é seleção!'
Depois que o atacante Flávio Caça-Rato foi apelidado como CR 7 pela torcida do Santa Cruz, pois, além de ter as mesmas iniciais, também usava o número de camisa do atual melhor jogador do mundo, Cristiano Ronaldo, os nordestinos voltaram a aplicar sua inesgotável criatividade no futebol. No fim de semana, foram definidos os semifinalistas da Copa do Nordeste: o Bahia enfrentará o Sport, e o Ceará, o Vitória. Mas o melhor é que esse torneio, habitualmente conhecido como Nordestão, foi apelidado agora, pelos torcedores, de Lampions League (Liga do Lampião), que brinca com o nome da principal competição europeia.

Lampião, o 'Rei do Cangaço'
A frescagem repercutiu lá fora e, numa reportagem do correspondente Tales Azzoni para a Associated Press, os estrangeiros foram informados que o apelido do torneio nordestino faz "referência a Lampião, um conhecido e popular herói local da década de 1920, que permanece simbólico à região". Ao lado do cearense Padre Cícero e do pernambucano Luiz Gonzaga, o também pernambucano Virgulino Ferreira da Silva, vulgo Lampião, completa a tríade de nordestinos míticos. Considerado o "Rei do Cangaço", seu apelido deriva da lenda espalhada por seus comandados de que ele era capaz de atirar tão rápido que o cano da espingarda se "iluminava", de tão aquecido.

Camiseta criada pelos torcedores
Voltando à Copa do Nordeste, o apelido Lampions League pegou de tal forma que, além do gibão de couro na cabeça, muitos torcedores estão indo ao estádio com camisetas ostentando o nome fictício da competição. E, para completar a (maravilhosa) "esculhambação", foi composto e gravado até um tema para a "Liga", com típicos instrumentos nordestinos, cuja versão emenda o hino oficial da competição Europeia. Até me lembrei da paródia de "Quero voltar pra Bahia", de Paulo Diniz, que um cunhado meu cantava nos anos 1970: "Eu já falei pra minha tia/ Eu vou jogar de beque no Bahia". Bahia que pode conquistar a sensacional Lampion's League.


OUÇA O 'HINO' DA LAMPIONS LEAGUE:




quinta-feira, setembro 25, 2014

Colaborando no topo e na rabeira da tabela

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Depois de duas derrotas fora de casa (para Coritiba e Corinthians) e mais um empate no Morumbi (contra o Flamengo), o São Paulo fica a nove pontos do Cruzeiro e praticamente dá adeus ao título do Brasileirão. Mas é interessante observar que, tanto nos adversários que brigam no topo da tabela quanto nos que lutam para evitar o rebaixamento, o clube do Morumbi "colabora" com vários de seus ex-atletas e dois ex-treinadores.

Na ponta da tabela:

Cruzeiro - Borges, Dagoberto, Julio Baptista

Internacional - Wellington

Corinthians - Danilo, Fábio Santos, Jadson

Grêmio - Fernandinho, Rhodolfo

Fluminense - Cícero, Jean

Atlético-MG - Diego Tardelli, Josué, Levir Culpi (técnico)

Na parte de baixo:

Bahia - Henrique

Vitória - Richarlyson, Roger Carvalho, Ney Franco (técnico)

Botafogo - Júnior César, Rodrigo Souto, Wallyson

Criciúma - Cléber Santanta, Cortez, Silvinho

Palmeiras - Lúcio

E ainda tem gente no Santos (Arouca, Thiago Ribeiro), Flamengo (Léo Moura) e Figueirense (Marco Antônio). Enfim, resumo de uma diretoria que compra (Cañete, Clemente Rodríguez, Luís Ricardo), troca (Arouca, Jadson, Rhodolfo), vende (Dagoberto, Cícero, Diego Tardelli) e manda embora atletas formados em suas categorias de base (Jean, Henrique, Wellington) sem muito critério. E que, depois, se vê obrigada a emprestar (Wallyson, Cortez) ou se livrar de (Roger Carvalho, Silvinho, Lúcio) apostas furadas.

domingo, julho 20, 2014

De volta ao mundo real, até que tem futebol no Brasileirão

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Guerrero guardou o dele, o que é um bom começo
De volta ao mundo real, onde os jogos de futebol não são entre seleções nem reúnem os melhores jogadores do mundo, assisti logo uns quatro  do Brasileirão nessa semana. Tratamento de choque, arrancar o band-aid, sabe como é.

O surpreendente é que o que vi não me deixou tão assustado assim. Teve momentos horrorosos, sem dúvida, mas também uns minutos de futebol bem jogado.

Para meu alívio, alguns desses minutos foram protagonizados pelo meu Corinthians, na vitória contra o Internacional - a primeira na casa nova, alvíssaras. Adversário de nível, o que valoriza os dois gols construídos com pressão na saída de bola, toque de bola rápido e jogadas inspiradas, como o belo passe de Jadson para o gol de Guerrero - pois é, o centroavante marcou. Elias jogou bem, a defesa foi consistente, Cássio fez uma defesa milagrosa, tudo certo.

Isso foi tudo antes dos 20 minutos de jogo, partida praticamente resolvida, coisa e tal. Aí começa o pepino, e um velho conhecido dos alvinegros: o time recua para atrair o adversário e buscar o contra-ataque. Nada contra a opção num jogo com vantagem de dois gols. Holanda, Argélia, Costa Rica e Argentina estão aí pra mostrar que um bom contra-golpe é uma arma poderosa. Mas o problema é que o dito cujo não sai. A defesa até que vai bem, mas quando retoma a bola, a coisa trava.

Não sei se é uma questão de posicionamento, time recuado demais e sem opções para o passe rápido, ou de técnica, o cara que pega a bola não sabe o que fazer com ela. Mas o fato é que os meias erram os passes, os atacantes não se mexem ou ficam isolados, e só acertamos de fato uma chance nessa modalidade, quando Luciano errou a cabeçada que poderia abrir a porteira do Inter. Em vez disso, ficamos acuados lá atrás até que o Colorado fazer seu gol. Emoção demais pro meu gosto.

Outro time que jogou bem na partida que vi foi o São Paulo. Futebol bacana de ver, com muita troca de passes, movimentação, busca do ataque, defesa pensada com a ocupação de espaços. Pergunta: alguma dessas características lembra algum time já montado por Muricy Ramalho? Pois é, parece que a Copa fez bem ao inventor do famigerado muricybol.

A opção fez bem a Ganso, que parece mais aceso e adaptado a esse estilo de jogo. Falta ainda um pouco mais de participação na fase defensiva, mas o meia está bem. Outro que fez bom começo é Allan Kardec, que estreou marcando o segundo gol, resultado de uma bonita trama entre Ganso e o bom volante Souza.

No segundo tempo, o time tirou o pé do acelerador e chegou a passar uma certa raiva, mesmo com o Bahia  fazendo uma apresentação tenebrosa. Como acabou perdendo em casa na partida seguinte para a Chapecoense, diminuiu minha preocupação inicial.

O Bahia também esteve em outra partida que vi parcialmente, contra o Atlético MG, no Independência. E curiosamente, foi o visitante que fez o melhor jogo no primeiro tempo. Baixou um pouco a ansiedade e conseguiu tocar minimamente a bola, o que não fez contra o São Paulo. O time nordestino ainda busca uma melhor formação, mas pelos dois jogos palpito que William Barbio merece começar jogando e que Rainer não pode pegar a bola no meio de campo sob pena de perdê-la no quarto drible que o rapaz exige antes de passar a redonda.

Já o Atlético foi decepcionante, pelo menos na primeira etapa, com passes errados a granel. Claro que não tinha vários de seus principais jogadores, entre eles Ronaldinho Gaúcho, fora do time por opção de Levir Culpi. Segundo o técnico, os números do ex-craque não têm demonstrado efetividade e Guilherme está melhor. Por mais que o argumento não seja muito do gosto do torcedor brasileiro, fico me perguntando se os atleticanos sentem tanta falta do Gaúcho quanto alguns profestas do passado que depois da eliminação da seleção passaram a pedir o ex-melhor do mundo no elenco de Felipão.

De todo jeito, os mineiros melhoraram no segundo tempo com a entrada de Luan, autor do gol de empate. E Levir, sejá lá o que diga sua planilha, tem uma boa dose de trabalho a fazer.

O jogo mais fraco da minha pequena lista foi Grêmio e Goiás. Lento, pouco criativo e com poucas chances de gol, valeu o 0 a 0. Exatamente como eu imaginava que todos seriam, no que me descobri agradavelmente equivocado.

quinta-feira, novembro 21, 2013

Coincidências 2003-2013 OU Profecias para 2023

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Que nada do que vier escrito a seguir se realize.

À luz do que o futebol brasileiro vive em 2013 em comparação com 10 primaveras atrás, em 2003, aí vão quatro profecias para 2023.

Cruzeiro será tetracampeão brasileiro
Nos pontos corridos, com uma campanha irreparável, o time azul de Minas Gerais sagrar-se-á campeão com algumas rodadas de antecedência. Em 2003 foi assim, com a estrela de Alex brilhando com a 10; em 2013 foi assim, com a 10 apagada, às costas de Julio Baptista, desembarcado na metade da competição e na reserva do time. Ainda assim a profecia se sustenta, porque Everton Ribeiro jogou uma bola fina, digna da camisa que já foi de Tostão. Será o melhor ataque, promoverá a maior goleada da competição.

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Palmeiras será tricampeão da Série B
O alviverde imponente terá caído em 2022, mas regressará, recuperará a dignidade em um rotineiro tricampeonato nacional da segundona. À exemplo de 2003 e de 2013, a profecia sugere que o evento repetir-se-á daqui uma década, para desespero dos palmeirenses. Que tristeza!

O G, na camisa do Goiás, voltará ser símbolo de "gol"
O artilheiro do campeonato pode nem ser do Goiás, mas o homem-gol mais notável da competição de 2023 vestirá a camisa verde do time do Centro-Oeste. E a letra G, estampada no escudo do Goiás, voltará a significar "gol" de um jeito peculiar. Em 2003, foi assim com Dimba, que findou como artilheiro da competição. Em 2013, Walter não é o maior fazedor de gols, mas certamente é o que mais chama atenção (em tempo: Éderson, do Atlético-PR é que figura com o maior número de tentos assinalados).

Torcida do Goiás e seus artilheiros inusitados

Bahia e Vitória farão BaVis esquecíveis
A última vez em que Bahia e Vitória (e vice-versa) se enfrentaram na primeira divisão do Brasileirão antes de 2013 havia sido em 2003. Depois disso, caiu Bahia, naquele mesmo ano, para a série B. Desceu ladeira abaixo, para a Série C, em 2005. Voltou à segundona em 2007 e à primeira, em 2010. O Vitória caiu em 2004 e em 2010. Subiu em 2007 e em 2012. Embora o tricolor bahiano esteja perigando na 16ª posição, com um a frente do Coritiba, a profecia não é clara sobre o rebaixamento -- embora seja candidata a quarta coincidência.

segunda-feira, outubro 21, 2013

Aos trancos e barrancos, rumo ao alívio final...

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No dia 10 de setembro de 2006, o Corinthians teve dois jogadores expulsos (César e Eduardo) logo nos primeiros 25 minutos de partida contra o São Paulo, no Morumbi. Mesmo assim, segurou o adversário por mais de uma hora de jogo e garantiu o empate sem gols - um feito heroico que ajudou a equipe alvinegra a se afastar da zona de rebaixamento. O São Paulo, do técnico Muricy Ramalho, terminou aquele clássico com inegável sabor de derrota, mas conquistaria o Brasileirão daquele ano. Seis anos depois, o Tricolor passa por situação inversa: vencendo por 1 a 0 em Salvador, perdeu os volantes Denílson (no primeiro tempo) e Maicon (no segundo), expulsos, e segurou a pressão do Bahia até o último apito do juiz. Com isso, o time, comandado pelo mesmo Muricy de 2006, chegou aos 40 pontos, 7 a mais que o Vasco, primeiro na zona da degola, e agora só precisa de mais duas vitórias e dois empates para afastar, com segurança, o fantasma da Série B.

O principal, nesta suada vitória, foi que o time conseguiu trazer a torcida de volta a seu favor. A brava resistência com dois jogadores a menos fez com que os brados de "time de guerreiros" ecoasse no novo estádio da Fonte Nova. Isso é importante nessa reta final, principalmente depois daquela atuação horrorosa na Vila Belmiro, apenas 18 dias antes, quando o São Paulo, apático e entregue, foi goleado por 3 a 0 sem esboçar qualquer reação. Muricy Ramalho realmente deve ter "espinafrado" o elenco depois daquele vexame. E funcionou! O time não toma gols há quatro jogos, o que, além de ser algo inédito nessa (tenebrosa) temporada, trata-se de um verdadeiro milagre! A defesa se acertou com Antonio Carlos e Rodrigo Caio, na formação ideal, e Tolói e Edson Silva, no desespero, tendo Paulo Miranda constante e em boa fase. No meio, ora Wellington ora Denílson dão cobertura para Maicon e Ganso. Este último mostra, enfim, um pouco do que pode fazer.

E assim, aos trancos e barrancos, o São Paulo segue sua tortuosa caminhada em busca do alívio de permanecer na Série A. Contra o Internacional, fora de casa, o time precisa pelo menos pontuar. Um empatezinho já seria bem vindo. Teremos, em casa, quatro chances para conquistar as duas desejadas vitórias: contra Portuguesa, Flamengo, Botafogo ou Coritiba. Fora, além do Inter, o time enfrentará Atlético-PR, Fluminense e Criciúma. Vamo, São Paulo!


domingo, agosto 18, 2013

Santos covarde empata com o Bahia. Essas recordações me matam...

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Relembro bem a festa, o apito
E na multidão um grito
O sangue no linho branco
A paz de quem carregava
Em seus braços quem chorava
E no céu ainda olhava
E encontrava esperança
De um dia tão distante
Pelo menos por instantes
encontrar a paz sonhada.

O apito não é de nenhuma partida de futebol, o linho branco também não é da camisa do Santos e a esperança distante não é de um futebol bem jogado, ofensivo, de acordo com um tal “DNA” que alguém invocou algum dia. Mas poderia ser. A letra acima é da canção de Roberto Carlos. O Divã, que, aliás, inspirou os pais do ex-zagueiro de Vasco, Peixe e outros tantos times, a chamá-lo de Odvan, em uma adequação tipicamente brasileira. O problema é que, como diz o refrão dessa canção, a partida de hoje entre Santos e Bahia me fez lembrar de tal letra, principalmente do refrão “Essas recordações me matam”...


Depois do empate em 0 a 0 com o Bahia, fora de casa, o Santos chegou a 16 pontos, a dois pontos da zona da degola mas com um ou dois jogos a menos que aqueles de cima ou de baixo. Melhor em aproveitamento que Atlético-MG e Fluminense, por exemplo, que estão acima. Mas não consola. Porque o que dói é o tipo de atitude que a equipe tem. Se antes reclamávamos, os santistas, que com Muricy não tínhamos padrão de jogo, hoje temos. Jogamos fora de casa, por exemplo, lá atrás, seja contra o líder Cruzeiro, seja contra o intermediário Bahia.

Difícil, difícil... Quem conseguiu ver o jogo no primeiro tempo provavelmente pensou: “mas não tá passando Sílvio Santos no SBT?”. Cada time com uma superpopulação de volantes e jogadores de marcação e, por isso (mas não só), perdendo bolas no meio de campo, quase sem criar chances de gol e com nenhuma criatividade.

Marcos Assunção em lance... Deixa pra lá
Claudinei Oliveira mudou para essa peleja. Colocou Marcos Assunção e Léo Cittadini, sacando Neílton (que não jogava bem há algum tempo) e colocando Montillo para atuar mais próximo a Willian José. Só com o meia gringo que saía algo que prestasse à frente e os meias pouco chegavam para o apoio. Tanto que a melhor “chance” (sim, entre aspas) do tempo inicial, foi uma bola cruzada rente ao gol que nenhum alvinegro chegou perto para empurrar.

Mas por que nenhum jogador chegou na frente? Acacianamente, respondo: porque nenhum jogador tinha como função chegar ali. E, no segundo tempo, isso piorou. Um time pode jogar recuado conforme o contexto, a fase, a sorte, a partida, a previsão do tempo, a recomendação do médico, ou o que quer que seja. Incrível é que não tenha uma reles jogada de contra-ataque. Sem um jogador de velocidade ou um volante que tenha qualidade para chegar perto da área. Se não há jogadores assim, que se libere os laterais para subir. Não. O Santos consegue a façanha de ter a segunda melhor defesa do Brasileiro. Mas não ganha, não faz gol e, em muitas ocasiões, se acovarda diante do adversário. Seja qual for.

As recordações que a música do início do texto me invocam é de um time apagado na memória santista, do treinador Nicanor de Carvalho, que esteve no Santos no campeonato paulista e em parte do Brasileiro de 1989. O time era meia boca, como muitos montados àquela época, e o comandante achou por bem armar uma equipe retrancada. A equipe ficava muitos jogos sem tomar gols, mas também não marcava. O goleiro se destacava, por sinal, um ex-pontepretano como Aranha, Sérgio Guedes. 


"Melhores momentos." Cuidado: cenas fortes.

Mas aquele Santos não chegou em lugar nenhum. No Brasileiro, por exemplo, mesmo com a vitória valendo dois pontos, os empates quase não foram suficientes para o Alvinegro se livrar do “grupo da morte” (ali, eram dois grupos e os três piores de cada um iam disputar para fugir do rebaixamento, outra das regras esdrúxulas desses campeonatos brasileiros). Para a segunda fase, Nicanor caiu e foi substituído por Pepe. Claudinei, cujo nome defendi como o melhor no momento, por conhecer e saber lidar com garotos, não tem colocado muitos meninos para jogar e tem mostrado medo, principalmente após a goleada para o Barcelona. O cargo interino virou prioridade. Com Thiago Ribeiro melhorando a forma física, Arouca retornando e uma ou outra contratação chegando, o cenário pode melhorar. Mas a postura incomoda. E traz as piores lembranças para o torcedor.

quinta-feira, julho 11, 2013

O fundo do poço pode ser BEM mais fundo do que parece

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Luís Fabiano foi chamado de 'pipoqueiro' pela torcida. E agradeceu! (Foto: Leonardo Soares/UOL) 

No dia 9 de maio, depois de o São Paulo ser eliminado da Libertadores com uma goleada de 4 a 1 para o Atlético-MG (que saiu barato, em vista do volume de jogo do adversário), eu alertei aqui no Futepoca:
"Não sejamos ingênuos, sãopaulinos. A derrota de ontem não será o último vexame de 2013."
Dito e feito: ontem, o time quebrou mais um recorde ao completar, pela primeira vez em sua história, quatro derrotas seguidas em pleno Morumbi. E perdeu - de virada - para o Bahia, clube que enfrenta crise administrativa e é comandado atualmente por um presidente interino indicado pela Justiça. A diminuta torcida do Bahia presente ao estádio encerrou a partida aos gritos de "Olé! Olé! Olé!". E o time comandado interinamente por Milton Cruz só não levou mais gols pela falta de pontaria dos baianos em alguns lances.
"O São Paulo é um time de vagabundo, né, vamos dizer. Porque tem jogador lá que não merece usar a camisa do São Paulo."
Esta frase, dita pelo ex-jogador sãopaulino Haroldo Cristofani, 79 anos, em entrevista ao jornal Lance! (e que reproduzi aqui no blog no dia 3 de julho), resume muito bem o que é o time sãopaulino, hoje em dia. Não vou mais gastar palavras sobre a qualidade técnica do elenco. Pra mim, tirando Jadson e Osvaldo, nenhum outro é imprescindível. Falo, agora, sobre a POSTURA dos jogadores. Ficou nítido, contra o Goiás, o Corinthians, o Santos e o Bahia que os profissionais do São Paulo NÃO QUEREM jogar bola.

Porque, por mais grossos e limitados que sejam, nada justifica ANDAR em campo os 90 minutos, como quem aguarda o tempo passar, com certo enfado e impaciência. Nada justifica tantos passes errados, tantos passes de lado, para trás, tantos chutes a esmo, ridículos. Ninguém que chega a um time do porte do São Paulo é tão ruim nesse nível (tudo bem, É ruim; mas não tanto!). E esse é o maior perigo: o elenco jogou a toalha. Todos, ali, só estão esperando uma transferência. O São Paulo NÃO é o projeto deles.

Exemplo maior: Luís Fabiano, que quase não pegou na bola, tomou dois cartões amarelos e, pra NÃO variar, foi expulso. Certa vez, o camarada Glauco observou muito bem que o São Paulo tem "muita cobra criada". É verdade. Além de Luís Fabiano, Lúcio e Rogério Ceni têm o perfil de quem não vai acatar ordem nenhuma, nem de treinadores e nem da direção do clube. Para eles, o currículo e o salário servem como licença para fazerem o que quiserem - quando e SE quiserem. O resto do time é apenas fraco. Limitado.

Gol do Bahia. Rogério Ceni é uma das 'cobras criadas' do time. (Foto: Leonardo Soares/UOL)

O panorama, este ano, é muito mais preocupante do que nas quatro temporadas anteriores. Porque já deu para perceber que a situação do São Paulo não é "má fase", "crise temporária". É crônica! Estamos em julho, a apenas cinco meses do fim do ano, e não existe "time". Num campeonato como o Brasileirão, perder pontos dentro de casa para Goiás e Bahia pode custar muito caro no final. Leia-se: rebaixamento.

Exagero? Pois lembremos que, em 2013, o São Paulo venceu apenas UM jogo importante, os 2 a 0 contra o Atlético-MG no Morumbi, pela fase de grupos da Libertadores. Mas, convenhamos, o adversário já estava classificado e encarou como jogo-treino, tirou o pé totalmente. Na Libertadores, o São Paulo foi derrotado TODAS AS VEZES que jogou fora de casa. No Paulistão, na primeira fase, o time perdeu para Corinthians e Santos e empatou com o Palmeiras. Ou seja, só venceu os times pequenos, do interior.

E caiu na semifinal - sem que o adversário fizesse força. Assim como na primeira partida da decisão da Recopa, quando o Corinthians também não fez esforço algum para vencer dentro do Morumbi. Agora, assim como na Libertadores, quando foi enfrentar o Atlético-MG no estádio Independência, o São Paulo corre o risco de ser goleado mais uma vez nessa partida de volta, dentro do Pacaembu, dia 17. Será uma derrota que a torcida não vai perdoar, como cartão de "boas vindas" para o técnico Paulo Autuori. Que, com certeza, vai ouvir gritos de "É Muricy!" até o dia de sua demissão, mais do que previsível. 

Torcida do São Paulo, chegou a hora de ter mais fé do que nunca. Porque, com esse time aí, a perspectiva de mudança é quase nula. E o fundo do poço pode ser bem mais fundo. Palmeirenses sabem disso.


domingo, julho 07, 2013

Corinthians 2 x 0 Bahia: Pato aqui, Pato acolá

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No bar, a comemoração que ninguém entendeu fez
lembrar Scorpion e Bane (Rodrigo Coca/Fotoarena)
Alexandre Pato passou dez jogos sem marcar pelo Corinthians. Aí, voltou contra o Bahia e meteu logo dois golaços, mostrando qualidades diversas em cada um, e ratificando sua condição de vice-artilheiro da temporada até aqui. Terminou 2 a 0 o jogo, sem muitas chaces para os donos da casa e nem muito desgaste para os visitantes, como tem sido a tônica desse econômico (preguiçoso?) Corinthians.

Todas as menções elogiosas vão para Pato, que jogando na ponta esquerda mostrou mais vontade e a qualidade de sempre, aparecendo em todas as posições do ataque. Todas as jogadas perigosas do Timão passaram por seus pés, como o lançamento em que deixou Guerrero na cara do gol para limpar o zagueiro Titi (o mais difícil) e tocar sem muito jeito nas mãos de Marcelo Lomba.

A essa altura, Titi já havia feito um gol bem anulado pela arbitragem por impedimento, numa falta cobrada na área. Uma das poucas, bem poucas chances do Bahia.

Antes disso, Pato havia recebido lançamento de Guilherme, matado no peito tirando dois zagueiros e tocado na saída de lomba. Bateu na trave, mas voltou no pé de Pato, sem trocadilhos, que dessa vez não perdeu.

Também já tinha pego o rebote dado pela zaga do Bahia após uma interessante tabela do Timão pela direita, que Romarinho interrompeu com um lançamento meio tosco para a área. A zaga tentou cortar e ela veio direto para Pato, que enfiou uma de três dedos de primeira, no ângulo. Golaço.

Feita a conta, o Corinthians recuou e esperou. Teve mais três ou quatro chances claras de ampliar contra zero do adversário. Jogo tranquilo.

De negativo, e bota negativo nisso, Renato Augusto saiu de campo com suspeita de fratura no osso esquerdo da face, que já machucou antes. Fruto de divi
dida com o ex-alvinegro Souza, que escolheu a pior forma possível para manter a sina de ex-jogadores que ferram seu time antigo.

Junte com as contusões de Danilo e Douglas - esta fruto da cavalice do sãopaulino Welington - e resta ao Timão o recém-chegado Ibson para jogar no meio-campo. Um problema, sem dúvida. Mas não maior do que a maldade dessa fase zicada de Renato, um bom meia que, com uma sequencia de alguns meses, fatalmente disputaria um lugar nas listas de Felipão, pelo menos como reserva de Oscar. Triste.

domingo, novembro 04, 2012

Vitória do Bahia afunda mais o Palmeiras e traz Lusa pro baile

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O Bahia derrotou agora à noite, no Canindé, a Portuguesa por 1 a 0. O tento foi de Souza, um dos últimos espécimes do chamado centroavante-centroavante, aos 32 do segundo tempo. Diones chutou de fora da área e o veterano goleiro Dida tentou encaixar, dando o rebote para o ex-atacante do Corinthians.

Assim, os baianos chegaram a 40 pontos e estão empatados com a própria Portuguesa, que volta a estar ameaçada pelo espectro da Série B. A diferença entre os dois são três tentos de saldo em favor dos lusitanos. Ambos ainda estão quatro pontos à frente do Sport, primeiro time na fila para sair da degola.

Já o Palmeiras, que empatou com o Botafogo em um jogo que beirou o inacreditável, dadas as chances desperdiçadas pelo nervosismo alviverde, está com 33, sete atrás de Bahia e Portuguesa. Precisa de uma reta de chegada perfeita para escapar da Série B. Para se ter uma ideia do tamanho da superação, é só lembrar que os palestrinos conquistaram sete pontos nas últimas seis rodadas, exatamente o número de pontos que o distancia da salvação, e o mesmo desempenho do Figueirense, virtual rebaixado e penúltimo colocado no Brasileirão.

O Sport, rival mais próximo do clube paulista, vem em uma difícil caminhada de recuperação, tendo feito nove pontos nas últimas seis rodadas, contando com a vitória de hoje contra o Vasco, 3 a 0 em São Januário. Os vascaínos têm a segunda pior campanha do returno e vem de seis derrotas seguidas.

Embora estejam a quatro pontos da zona fantasma, Bahia e Lusa têm motivos de sobra para se preocupar, levando-se em conta o desempenho recente. A Portuguesa não marca gols há quatro partidas e nas últimas seis fez somente quatro pontos. Os baianos fizeram cinco em meia dúzia de rodadas.

Confira os quatro últimos jogos dos quatro times que parecem estar disputando às avessas duas vagas do rebaixamento, lembrando que Cruzeiro e Ponte, com 43 pontos, correm algum risco de rebaixamento.


Portuguesa


Botafogo (fora)

Grêmio (casa)

Internacional (fora)

Ponte Preta (casa)


Bahia


Cruzeiro (fora)

Ponte Preta (casa)

Náutico (casa)

Atlético-GO (fora)


Palmeiras


Fluminense (fora)

Flamengo (fora)

Atlético-GO (casa)

Santos (fora)


Sport


Figueirense (fora)

Botafogo (casa)

Fluminense (casa)

Náutico (fora)

domingo, maio 20, 2012

Borges vacila, e Santos B não sai do zero com o Bahia

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O Santos entrou em campo (debaixo de muita chuva) com o time reserva, sendo que cinco jogadores fizeram sua estreia com a camisa alvinegra. No caso, com o terceiro uniforme, a camisa azul. Gerson Magrão e Bernardo já estão na Vila há tempos, mas só agora puderam jogar. Galhardo e David Braz, que vieram do Flamengo na negociação com Ibson, e Ewerton Páscoa, que no fim de semana passado enfrentava o Peixe jogando pelo Guarani, foram os outros debutantes.
Mesmo com a esperada falta de entrosamento, o Santos fez rodar a bola e trocou muitos passes, mantendo a redonda sob seu domínio a maior parte do tempo. Felipe Anderson exerceu uma nova função, revezando na ala direita com Galhardo, um expediente que Muricy Ramalho usou bastante no São Paulo em outros tempos. Tanto um quanto o outro levaram perigo no apoio na primeira etapa, mas também sofreram com as investidas de Lulinha por aquele setor.
Bernardo levou perigo nas cobranças de escanteio. Em duas delas, quase saiu o tento santista. Borges chamou a atenção pela disposição. Correu, marcou, desarmou, deu opção ao ataque saindo pelos lados... Mas quando a bola esteve na zona onde tem o atacante tem conforto, na área, ele não conseguiu conferir por duas vezes na etapa inicial.
Já na segunda etapa, o Bahia voltou com mais disposição, pegando mais no meio de campo e explorando também o lado esquerdo da intermediária peixeira. E começaram as baixas do visitante. David Braz já havia saído no primeiro tempo com lesão, e Galhardo também pediu para sair antes da metade do segundo tempo. Os donos da casa fizeram uma blitz durante quase dez minutos, logo depois dos 22, mas não furaram a defesa alvinegra. Na frente, Borges, e principalmente Renteria, não seguravam a bola na frente e eram presa fácil dos zagueiros da Boa Terra.
As oportunidades peixeiras, enfim, surgiram quando a partida também começou a pesar para os tricolores. E aí apareceu Borges. Por duas vezes ele teve a chance de dar a vitória ao time B, ambas na cara do goleiro, mas desperdiçou as duas. Em que pese todo seu esforço na peleja, mostrou o porquê de estar na reserva.

Léo, mesmo cansado, aguentou o ritmo da jogo até o fim (Santos FC)
É preciso destacar também a atuação de Gerson Magrão, que jogou na meia e foi bem na cobertura pelo lado esquerdo, além de mostrar lucidez e aparecendo bem dando apoio ao ataque. Levando-se em consideração que não jogava desde agosto, por problemas contratuais com seu ex-clube, o Dinamo de Kiev, mostrou que pode ser útil no restante da temporada. Bernardo se esforçou, mas não conseguiu ser efetivo, a não ser em uma outra bola parada.
Ao fim, o zero a zero marcou um rodada de estreia em que os paulistas não venceram. Dadas as circunstâncias, para os visitantes o resultado não foi tão ruim. Mas se Borges tivesse caprichado um pouco mais...


Pra não dizer que não falei de Vélez e Santos


Com algum atraso, um breve comentário sobre a peleja em que a equipe argentina bateu o Santos em Buenos Aires, por 1 a 0. O Alvinegro jogou mal, foi dominado pela marcação portenha e não teve criatividade para criar no ataque. Embora a imprensa hermana tenha exaltado a partida feita por Peruzzi, ele foi só um dos marcadores de Neymar. Como explicou Ricardo Gareca, o garoto recebeu marcação dupla, com rodízio de atletas, e, ainda que não tenha brilhado como de costume, conseguiu cavar algumas faltas, tentou resolver sozinho mas não teve companhia de ninguém ao seu lado, exceção feita a Juan que vez ou outra o apoiava, e de Ganso, em um lance isolado e desperdiçado.
Aliás, o camisa dez peixeiro fez uma das suas piores atuações com o manto. Vez ou outra um craque não estar inspirado faz parte, mas o meia falhou na disposição tática também, e isso compromete o resto do time. Se Neymar é bem marcado, algum espaço sobra para um meia que chega, mas ele não chegou. Para os alvinegros superaram a marcação feita em seu próprio campo, o dez também teria que buscar mais a bola para aliviar a defesa, mas não o fez. Quando Ganso participa da marcação, aliás, também possibilita o avanço com bola de Arouca, que pouco pôde fazer à frente.
O distanciamento da defesa e do meio de campo santista foram fatais, mas o prejuízo não foi maior pela ineficiência ofensiva do Vélez, que marca bem, mas não é um time dos mais imaginativos na frente. O Santos deve penar na Vila Belmiro para superar os argentinos, mas, descansados, os peixeiros devem fazer um papel bem melhor do que o desempenhado na Argentina. Vai ser preciso mais aproximação e marcação mais forte o meio de campo – evitando principalmente as chegadas do volante Cerro – com velocidade de saída para o ataque. Neymar, obviamente, pode decidir, mas Ganso vai ser fundamental.

terça-feira, dezembro 13, 2011

República DO Bahia

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POR Fabricio Lima


Eu ainda me recordo das estórias do meu pai sobre como os opositores do regime militar se reuniam no meio da torcida organizada "Povão". Mas eu particularmente duvido que o assunto que se comentava nas austeras arquibancadas da Fonte Nova fosse qualquer coisa relacionada aos amigos que continuavam detidos no quartel de Amaralina ou mesmo a escalada da restrição aos direitos civís durante o governo Castello Branco.

Em 1965, pelo menos enquanto se estivesse nas dependências do estádio, não se falava em outra coisa que não fosse o fato de que o Bahia, finalista de 3 das 4 edições anteriores da Taça Brasil tinha sequer se qualificado para dispuitar a edição daquele ano e isso depois de uma campanha pífia na Libertadores de 1964. "Será o Benedito?" "Ou Será o Osório?" - finado presidente do clube, a quem meu pai chamava de "lambedor de caudílho".

Se já era difícil dissociar a política do futebol quando o assunto é o Bahia e, essa semana, tornou-se impossível. Até agora os jornais da cidade não sabem em que editoria colocar as notícias relacionadas as conturbadas eleições para presidente do clube que, na ultima terça-feira, chegou até a ter um interventor externo nomeado pela justiça para gerir a instituição enquanto uma ação judicial aberta pela oposição tramita na justiça. Nenhuma novidade em uma eleição no Bahia.

Marcelo Guimarães Filho: democracia?
Os problemas dessas eleições começaram muito antes da ida às urnas na terça. Antes de mais nada é preciso entender o processo eletivo no clube: O presidente é eleito pelos 323 nomes que formam o Conselho Deliberativo do clube, que por sua vez é eleito pelos sócios (Nos mesmos moldes da "democracia" instaurada pelo já citado "presidente" Castello Branco que vigorou no Brasil até o fim do regime militar). E é justamente nesse Conselho Deliberativo que os problemas aparecem.

Além da acusação da existência de "laranjas" na lista de conselheiros, em outubro desse ano a diretoria do Bahia substituiu 58 nomes dessa lista sob a alegação de que constavam nela conselheiros já falecidos ou que teriam pedido afastamento, além daqueles que não preenchiam as exigências do estatuto do clube.
O problema é que, além da explicação não ter sido bem digerida pela oposição, alguns dos novos nomes também não estão áptos a compor o conselho de acordo com o mesmo estatuto.

De acordo com o estatuto, só podem ser eleitos como membros desse Conselho Deliberativo sócios do clube. Não é o caso do vereador Paulo Câmara (PSDB), que tornou-se conselheiro há um ano e meio, sem nunca ser sócio do clube. O próprio admitiu ao jornal 'A Tarde' de Salvador que entrou a convite de amigos. "Nunca fui sócio, entrei diretamente”.

Outra denúncia de violação do estatuto (mais especificamente no texto que diz que "o sócio patrimonial adquire o direito de votar após 12 meses e de ser votado após 36 meses da sua admissão") é o caso do empresário Oldegard Filho, agente do jogador Ávine que, na mesma matéria afirma: “Entrei no Bahia como sócio em 2008 ou 2009, não me lembro exatamente. Em 2009, fui eleito suplente e agora fui efetivado como conselheiro”.

Com isso a oposição (que fique bem claro, assim como em Brasília, não tem nada de santa) entrou com uma liminar na 28ª Vara Cível de Salvador alegando ilegalidade nas alterações de nomes da lista, paralisando as eleições. Chegou-se ao extremo da justiça nomear um interventor (sem qualquer ligação com a situação ou oposição) para assumir presidência do clube enquanto um processo corre na justiça, o advogado mineiro Carlos Rátis, 34 anos, torcedor do Atlético MG.

Mas o atual presidente do clube (e candidato único dessa "eleição") Marcelo Guimarães Filho, apesar da cara, não é nenhum menino.

Na calada da noite, o setor jurídico do clube se mobilizou para derrubar a liminar e por volta da 1h28 da manhã de quarta-feira o desembargador Gesivaldo Brito concedeu parecer favorável ao pedido de "Marcelinho". Ato condenado pelo diretor da Faculdade de Direito da UFBA, Celso Luiz Braga de Castro que qualificou a manobra como "uma burla violenta ao chamado princípio do Juiz Natural".

“Não se pode escolher o Desembargador para julgar o caso, e o Bahia fez isso. Todos nós, inclusive o Bahia, já sabíamos da escala do Tribunal. Eles estavam cientes que o Gesivaldo Brito estaria no plantão desta quarta. Foi uma atitude estratégica do clube.” Declarou Braga à agência 'Bahia Notícias'.
Braga ainda salienta que o plantão foi criado para ser usado em situações de emergência, onde fica caracterizado um dano irreversível ao caso em questão, como por exemplo, o julgamento de um Habeas Corpus, decisões que envolvam saúde (internações e cirurgias), e consequentemente, violação do direito à vida do indivíduo.

A "eleição" prosseguiu pela quarta-feira sem mais percalsos aparentes e no fim do pleito Marcelo Guimarães Filho contabilizou – que surpresa! - 216 dos 216 votos válidos reelegendo-se presidente do Bahia.

Capitania Hereditária

A torcida aguarda dias melhores
Quando o segundo mandato de Marcelo Guimarães Filho chegar ao fim em 2014, ele terá contabilizados 6 anos à frente do Bahia. Muitíssimo amigo do presidente corintiano Andrés Sánchez – a ponto de na 7ª rodada do Brasileirão mesclarem as coletivas de imprensa de ambos os clubes numa sala só – o rapaz de 35 nos (ex-deputado federal pelo DEM), a despeito da sua imagem jovem e arrojada, nada mais é do que a continuidade de poder de um grupo político que rege o Bahia com "mãos de ferro" há quase 30 anos.

Antes dele, a cadeira de presidente do Bahia era do seu pai – Marcelo Guimarães. Somando o período em que seu pai esteve no poder e a gestão Petrônio Barradas (que assumiu o cargo interinamente para completar o mandato que Marcelo Guimarães renunciou) o Bahia contabilizou 2 rebaixamentos para série B, um rebaixamento para a série C e viu seu arqui-rival Vitória conquistar 8 estaduais em 11 anos (quase 1/3 dos títulos do rubro-negro baiano nos 107 anos de história do segundo campeonato de futebol mais antigo do país).

Em 24 de novembro de 2006, cerca de 65 mil torcedores do Bahia (50 mil de acordo com a Polícia Militar na época) tomaram as ruas de Salvador em uma passeata pedindo o fim do a saída dos "homens fortes" do clube , eleições diretas para presidente e o fim da parceria com o banqueiro Daniel Dantas e seu banco Opportunity que, de tábua de salvação tornou-se a âncora que afundou ainda mais as finanças do clube além de envolver o Bahia na teia de relações escusas que chacoalhou o cenário político do país em sua história recente. Não foi o bastante.

Hoje, o 13º clube do 'Clube dos 13' não é nem sombra do time que venceu 2 das 4 finais nacionais que disputou, que disputava o campeonato baiano pela mera formalidade de levantar a taça além de estar ha mais de 22 anos sem disputar uma Libertadores. Em 2012, no retorno à série A depois de 7 anos no ostracismo, se contenta com a segunda maior média de público do Brasileirão e uma vaga na Sulamericana conquistada no apagar das luzes.

Ao torcedor do Bahia, só resta esperar... e torcer.

domingo, novembro 20, 2011

Sobre o Bahia, 2 a 0 livram Palmeiras da degola em ano para esquecer

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A segunda vitória do Palmeiras no segundo turno aconteceu na antepenúltima rodada. Foi contra o Bahia, em Salvador, por 2 a 0. Ter como trunfo – alívio? – estar matematicamente livre de riscos de rebaixamento é quase inacreditável para um time que terminou a primeira metade de partidas no Brasileirão 2011 em sexto. Agora, 12º.

Foram nove partidas do alviverde sem vencer. O feito anterior havia sido alcançado contra o Ceará. Aconteceram oito empates e sete derrotas no segundo turno. Antes, registravam-se apenas quatro revéses e outras oito igualdades.

O Palmeiras é o time que mais terminou partidas com o mesmo número de gols que o adversário: 16 ocorrências. Depois, entre aqueles que tiveram de se contentar com a triste máxima de que "o empate é um bom resultado" está o também decadente Flamengo, com 15. (tudo bem, o despencar palestrino é sem igual, quase sem precedentes, de modo que não dá pra comparar com o que sofrem os rubro-negros.)

É verdade que a retaguarda é a terceira melhor, atrás apenas do líder Corinthians e do vice, Vasco. Mas os 42 gols marcados são melhores apenas do que Atlético-PR (38), Bahia (40) e Cruzeiro (40). O terceiro pior. Até os lanternas Avaí (44) e América-MG (48) estão melhor na frente.

Com uma queda tão abrupta e pronunciada, o Palmeiras não conseguiu vencer nenhum time por duas vezes no campeonato. Nas duas rodadas que faltam, só poderia alcançar o feito contra o Corinthians, já que empatou com o São Paulo no Morumbi. Mas as chances de bater de novo o líder que tem uma mão e meia no caneco são parcas pelo que os times vêm apresentando em campo. Carimbar a faixa de campeão dos adversários pode ser consolo? Nenhum.

O Murtosa até avisou que não seria fácil. Mas essa mediocridade toda reflete a capacidade ímpar que o clube e o time tiveram de manter-se em crise permanente. Dentro do elenco ou contaminado por trapalhadas e disputas internas da diretoria, uma após outra, as instabilidades fazem de 2011 um ano para esquecer. Ou para lembrar na hora de não repetir a fórmula. Só não foi pior do que 2003, é claro.

Mesmo assim: ufa!



Ah, os gols deste domingo, 20, foram de Ricardo Bueno – o do empresário atrapalhado – e de Marcos Assunção. Valdívia até jogou bem, mas não salvou seu ano improdutivo.

segunda-feira, novembro 07, 2011

Resumo da péssima fase e os 15 pontos que salvam

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Por Moriti Neto

Difícil falar do São Paulo sem apelar às mesmices sobre mau momento, jogos fracos e apatia (que resulta em tremedeira) no Campeonato Brasileiro. Também é quase impossível dar algum ineditismo à análise dos erros da diretoria são-paulina capitaneada por Juvenal Juvêncio (arrogante e, ao menos hoje, desarticulado politicamente, sendo o segundo item consequência do primeiro).

O vexame da derrota contra o Bahia não se caracteriza pelo resultado em si. No futebol, tem dessas coisas, principalmente num campeonato tão oscilante e vacilante do ponto de vista técnico. O líder Corinthians – na reta decisiva e com 40 mil torcedores a favor – perder do América, inevitavelmente rebaixado e pior time da competição, com apenas quatro vitórias em 32 jogos, é sintoma disso. O que não pode é o São Paulo cometer tantos erros crassos numa partida.

Duas vezes na frente do placar, os são-paulinos tomaram gol de Souza quando os baianos fizeram 1 x 1, depois de Wellington, num golaço, marcar o primeiro do Tricolor Paulista. Souza, aquele de Goiás, Flamengo e Corinthians (foi até artilheiro de Brasileirão, em 2006) deu um baile em João Felipe. Não só no lance do tento anotado, em que tomou um corte seco, de cair sentado. Enquanto esteve em campo, o zagueiro permitiu que o limitadíssimo centroavante fizesse o que bem entendesse.

Alguns detalhes, no entanto, davam certa esperança ao torcedor. Lucas, que não jogava nada fazia tempo, deu o ar da graça. Fez boa etapa inicial e, na segunda, instantes após o empate do Bahia, acertou um belo chute, no ângulo de Marcelo Lomba. Outro golaço. 2 x 1.

Não demorou que uma jogada começada em cobrança de falta chegasse aos pés de Cicero, improvisado na ala-esquerda, e terminasse em novo bom chute. A bola bate nas duas traves baianas antes de entrar. O jogo parece resolvido, indicando que a torcida comemoraria três pontos depois de oito rodadas, quem sabe até com condições reais de brigar por “objetivos maiores”.

Só que se os treinos de repetição de Emerson Leão deram alguma confiança para os atletas chutarem, o “tratamento de choque” proposto pelo técnico (com perdão do trocadilho) resultou num curto-circuito em Salvador.

Assim que tomou o terceiro, Joel Santana colocou os meias Lulinha e Nikão – algo que deveria deixar os são-paulinos mais tranquilos. Contudo, logo de cara, o primeiro fez o gol número dois do mandante, justamente depois de jogada do segundo.

O São Paulo sumiu de campo. Apagou. E viria a desmoronar com novo empate do Tricolor de Aço, com gol de cabeça do baixinho volante Fahel, que ninguém no sistema defensivo paulista marcou.

Sem reação, tremendo como um time principiante, a virada era questão de tempo contra o time do Morumbi. E ela veio com jogada de Nikão (de novo!) que um assustado Luiz Eduardo tratou de empurrar para o próprio gol.

Daí em diante, foi de doer ver a postura medrosa dos jogadores são-paulinos, que perderam quase todas as divididas. Ainda que o adversário estivesse com “um a menos”, já que o contundido volante Fabinho se arrastava em campo, os visitantes fugiram do jogo.


Cansaço, contusão e erro de Leão

Quando tomou o segundo gol, Leão preparava o banco, pensava substituições. Antecipado por Dagoberto e João Felipe, continuando a perder todas para Souza, que alegaram cansaço e pediram para sair, o técnico pôs Marlos e Rodrigo Caio. Errou nas duas mexidas.

Colocar Marlos era arriscado demais, pois o jogador erra quase tudo que tenta, ainda que em jogos tranquilos. Numa partida de forte pressão, a perspectiva de falha aumenta severamente.

Na entrada do volante Rodrigo Caio como zagueiro, Leão errou também. Não porque o garoto fosse incapaz de executar a função, mas tinha Denílson à disposição e, em momento tão claudicante da equipe emocionalmente, apostar na experiência seria prudente.

Além disso, para coroar a péssima jornada: azar e mais incompetência. Em poucos minutos, Rodrigo Caio torceu o joelho. Foi examinado pela equipe médica que atestou que o menino poderia voltar ao gramado, algo desmentido pelos instantes seguintes que forçaram Leão a trocá-lo por Denílson.

A atuação bizarra resume a fase são-paulina que deixa o time perto de recorde negativo e evidencia uma campanha digna dos piores do returno. O Tricolor está nove rodadas sem saber o que é vitória na competição. Na história dos brasileiros, só foi pior em 1996, quando passou dez jogos sem ganhar. Nos últimos nove confrontos da atual edição, obteve 21% de aproveitamento. No total do segundo turno, a coisa fica em 36%. Como observei em post anterior, índice de candidato ao rebaixamento.

Numa análise fria, depois de três temporadas de tantos erros, culminando nesta, com quatro técnicos diferentes no comando do São Paulo, não são os 15 pontos que restam a disputar no Brasileiro a alegria são-paulina. São os 15 conquistados no começo do campeonato, ainda com Carpegiani, que nos salvarão da briga para não cair. Dureza.

Nordeste legal

Independentemente do resultado e dá fase ruim do clube de coração, é legal demais ver a torcida do Bahia e o clima contagiante do nordeste num estádio cheio. No sábado, a torcida baiana deu espetáculo e, de fato, impulsionou o time. É cedo ainda, mas a vitória sobre o São Paulo é combustível moral para o Tricolor de Aço permanecer na Série A. Assim como o Ceará, que venceu o Avaí fora de casa e deu um passo fora da zona de descenso, e quem sabe o Náutico, bem na Série B, os baianos são garantia do futebol visto como festa.

sexta-feira, agosto 19, 2011

Palmeiras só no empate contra o Bahia

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Em meio a instabilidades no âmbito do Palestra Itália quase tão grandes quanto às que abalam os mercados financeiros dos países desenvolvidos, o Palmeiras ficou só no empate contra o Bahia no Canindé. Valdívia marcou um gol, no segundo tempo, mas logo veio a igualdade. Foi a quinta partida seguida sem vencer, mas pelo menos a equipe balançou as redes adversárias.

O time não foi mal, como nas partidas anteriores, mas tampouco se pode dizer que tenha se apresentado superbem. Criar oportunidades, até criou, como frisou Luiz Felipe Scolari. Pôr a bola para dentro da meta adversária continua a ser um problemão para turma de verde no gramado.

A torcida sentiu o clima ruim, com a diretoria fraca e tomada por impasses políticos: entoou o coro de "time sem vergonha" nas arquibancadas. A instabilidade se dá entre o presidente Arnaldo Tirone e o vice-presidente de futebol do Palmeiras, Roberto Frizzo. Eles trabalham juntos porque costuraram uma aliança política para garantir a eleição em janeiro. Mas o primeiro, hesitante, é levemente sabotado pelo segundo, que abusa de passar "quentinhas" sobre o time para a imprensa. Ao que parece, a distância, Frizzo anda mais afinado com empresários de alguns jogadores do que com o treinador da equipe.

Como o torcedor alviverde médio adora falar mal da própria diretoria – tô na média, fazer o quê? – e como boa parte das organizadas é campo de ascendência de alguns diretores, a coisa se amplifica. Tirone esteve na concentração do time antes do jogo para explicar pra Felipão que o clube não tem interesse na demissão do treinador – vai ver que leu os sete motivos do Futepoca ou então pensou na multa rescisória.

A defesa, que antes era o ponto alto do time, anda comendo mosca. Além do gol sofrido, fruto de falha de Marcos, o Goleiro, ainda mostrou-se frágil minutos antes, quando Diones, do Bahia, perdeu um gol feito.

O ataque mandou pelo menos duas bolas na trave (uma com Maikon Leite, que entrou no lugar de Dinei, machucado, e outra com Kleber) e ainda perdeu outras chances. Os homens de frente precisam se acalmar um pouco, se benzer ou adotar alguma outras estratégia – de ordem científica ou metafísica, está valendo – para redonda ultrapassar a meta dos adversários.

O sexto lugar parece mantido, com o mesmo número de pontos do Botafogo mas São Paulo e Corinthians são os próximos adversários para encerrar o primeiro turno.

sexta-feira, novembro 26, 2010

Bahia invade São Paulo

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Passados 24 dias da onda antinordestina nas redes sociais de internet brasileiras – e também fora delas – a capital paulista será palco de uma festa baiana. Ou melhor, do Bahia.

Em frente ao metrô Anhangabaú, recebi um panfleto da campanha Invasão Esquadrão de Aço, que convoca os torcedores desgarrados pela pauliceia desvairada a comparecer ao Morumbi neste sábado, 27, às 17h, para assistir o time de Márcio Araújo carimbar, diante do Bragantino, a passagem para a primeira divisão do Brasileirão.

A promessa é deixar o Morumbi mais ou menos assim

Em segundo lugar na Série B, com 65 pontos, a vaga está assegurada matematicamente para o ascenso, mas é a última partida da temporada. Adeus segundona! A promessa é de 30 mil pessoas com "alto astral" e jeito de "festa baiana", quiçá com trio elétrico e abadá – pena que ninguém mencionou acarajé e abará.

"Vamos possibilitar aos nossos torcedores que moram em São Paulo participar ativamente desta festa. Afinal, sempre que jogamos na capital paulista nossa torcida comparece para nos apoiar", convidou Marcelo Guimarães Filho, presidente do Bahia.

O evento acaba sendo incorporado às comemorações de 80 anos do clube, o que ocorre em 35 dias. Os ingressos variam de R$ 15 a R$ 80.

Também sobem Coritiba e Figueirense. A última vaga fica entre América-MG e Portuguesa – sendo que a Lusa precisa ganhar do Sport em Recife e torcer por tropeço dos mineiros contra a Ponte Preta em Campinas.

Mais:

Morumbi é ideal para parada gay, diz promotor

terça-feira, junho 01, 2010

Assédio moral

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Núcleo da corporação da Polícia Militar em Salvador (BA). Eu pedia demissão antes...

terça-feira, fevereiro 02, 2010

Comoção em Salvador pela morte do "Anãozinho do Bahia"

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Domingo foi um dia duplamente triste para o torcedor baiano. Não apenas o time foi derrotado por 5 a 3, em pleno Pituaçu, para o seu xará de Feira de Santana, como também se perdeu um símbolo do clube. Evilásio Ferreira Souza, de 57 anos, mais conhecido como o “Anãozinho do Bahia”, foi ao estádio na esperança de ver a redenção do seu combalido Tricolor. Mas o destino reservaria algo mais trágico.

Conforme relatos do Série Brasil e Sempre Bahia, tendo como fonte matéria do Correio local, Evilásio estava obviamente infeliz com o resultado do jogo e acabou tomando algumas a mais. Talvez bem mais que algumas. Errou o ônibus e foi parar na Avenida Bonocô. Atravessou a via e, como era também surdo-mudo, teve dificuldades a mais para perceber a aproximação de uma moto que o atropelou.

“Até agora não sabemos como ele foi parar lá nem o motivo de ter atravessado a rua. Ele não tinha pernas para isso. O movimento ali é intenso, e as perninhas dele, curtas. Foi a decepção com o time que deixou ele sem rumo”, relatou a irmã de Evilásio, Sônia.

O triste episódio deixa uma mensagem educativa para os ébrios. Não basta não dirigir após beber, mas é preciso também não atravessar a rua se estiver em condições críticas. Nesse estado, é muito mais saudável dormir em cima da mesa do bar...

quarta-feira, abril 08, 2009

Caetano Veloso, leitor do Futepoca?

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Ando tão por fora do que se passa em termos de atualidades musicais, e as últimas coisas que ouvi do Caetano (escalado pelo Frédi na ponta direita da sua seleção) eram tão bregas, que perdi o interesse e nem estava sabendo da história de seu último disco, agora em lançamento. Chama-se Zii e Zie e parte de uma ideia que me pareceu genial: ir mostrando as canções ao público à medida que elas vão se fazendo. Segundo a revista Bravo! deste mês (que comprei porque saiu uma notinha sobre a mostra de cinema Marguerite Duras: escrever imagens, da qual fiz a curadoria e à qual retornarei em breve neste espaço), o Caetano teria dividido essa ideia com o Hermano Vianna, que por sua vez lhe sugeriu fazer um blog, oferecendo também o apoio técnico.

O músico topou e isso virou o blog Obra em Progresso, que tem textos interessantes. Um destaque é uma polêmica aberta com o Fidel Castro, que entrou no processo de composição da música "Base de Guantánamo". O projeto era culminar no disco, que agora está saindo.

E veja só, empolgado com o novo espaço aberto, Caetano passou a dedicar um tempo importante de sua vida a ele, e diversificou os temas, adentrando, claro, na política, mas também, inesperadamente, no futebol. Diz a revista que Caetano teria, por exemplo, elogiado "a humildade dos jogadores do time pelo qual torce, o Bahia, por eles terem 'se recusado' a golear o time do Poções numa partida válida pelo Campeonato Baiano".

Até aí, estamos em terreno comum. Mas a pulga começou a dar piruetas atrás de minha orelha quanto Caetano conta que futuro intenciona pra sua base internáutica: "O blog foi criado para acabar quando o disco saísse. E assim será. Pode virar outra coisa ou simplesmente sumir. Continuar sendo o boteco virtual onde a gente conversa e discute é que não vai."

Opa! "Boteco virtual onde a gente conversa e discute"??? Este é o Futepoca! Será que Caetano, como Vanderlei Luxemburgo e Soninha, é nosso leitor?

Caetano, mesmo que feche o seu boteco, você já conhece o endereço, o nosso tá sempre às ordens.

segunda-feira, novembro 24, 2008

A volta bugrina e uma Série C mais "digna"

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Ontem o Guarani venceu o Águia-PA por 2x1, em casa, e assim garantiu o segundo lugar no Campeonato Brasileiro da Série C e o consequente acesso à segunda divisão nacional. O Bugre voltará a disputar a Série B depois de dois anos consecutivos na Terceirona. Além do clube de Campinas, subiram ontem o Duque de Caxias-RJ e o Campinense-PB. O Atlético-GO, campeão por antecipação, já estava promovido. Quem se deu mal no octogonal foram Brasil-RS, Rio Branco-AC, Confiança-SE e o já citado Águia, que terão que encarar a Terceirona novamente no ano que vem.

O acesso do Bugre é algo a ser celebrado. Num futebol cada vez mais organizado como o nosso (e falo isso sem ironias, é óbvio que ainda está ruim, mas já esteve bem pior), que a partir do ano que vem terá três divisões com regulamento e participantes bem definidos, o Guarani merece estar entre os 40 participantes dos dois melhores níveis. A grandeza do clube e sua torcida justificam isso.

E há outro ponto para reflexão. Em 2006, o Guarani foi rebaixado no Brasileiro (da Série B para a C) e no Paulista (da A1 para a A2). Não foram poucos que chegaram a decretar a "morte" do Burge. A avaliação à época era que a queda à Série C era um abismo muito grande para ser superado. Além da humilhação óbvia de jogar a terceira divisão, o que se dizia era que o formato da Série C, com seus participantes definidos em cima da hora e com um regulamento que favorece a imprevisibilidade, dificultaria o ressurgimento de qualquer equipe.

Pois bem, ainda em 2006 o Brasil viu uma mostra de que a queda à Série C é algo reversível. Naquele ano, Vitória e Criciúma, times que haviam jogado a Série A dois anos antes, conseguiram avançar da Terceira para a Segunda divisão. No ano seguinte, foi a vez do Bahia subir. Agora, quem avança é o Guarani.

Acredito que o que fica dessas histórias é justamente a referência de que os rebaixamentos devem, sim, ser respeitados, e que a queda não é algo que represente necessariamente o término do "passado de glórias" de alguma equipe. Cair não é bom, claro que não, mas com um bom trabalho é possível se recuperar e reverter o quadro.