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terça-feira, julho 29, 2014

20 anos sem Mussum: as origens do 'mé', do apelido e do 'dialétis'

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Mussum e uma garrafa: dia de homenagear o 'santo'
Todo butequeiro que se preze deve derramar um gole, hoje, em homenagem ao "santo" Antônio Carlos Bernardes Gomes, o saudoso mestre Mussum, morto há exatos 20 anos. Ícone do humor brasileiro, eternizado pelo grupo Os Trapalhões, foi também um grande sambista, compositor, músico e passista, tendo gravado vários discos com o grupo Originais do Samba e também em carreira solo. Anteontem, por coincidência (ou não), pois não me lembrava da data de morte do mito, comprei na rodoviária do Rio de Janeiro a biografia "Mussum forévis: samba, mé e Trapalhões", escrita por Juliano Barreto e publicada recentemente pela Editora LeYa. Embora eu considere que a rica e diversa vida de tal personagem mereça uma obra ainda mais "caudalosa", por assim dizer, com mais entrevistados, depoimentos, informações e infografia, o livro satisfaz algumas curiosidades que, com certeza, todo "mussunzista" deve ter. A elas:

A ORIGEM DO 'MÉ' - Já há muito tempo, a gíria "mé" é conhecida entre quem aprecia "molhar a palavra" ou "dar um tapa no beiço". Mas foi Mussum, indiscutivelmente, quem popularizou esse eufemismo para bebida alcoólica em escala nacional, no programa Os Trapalhões. Na biografia, Juliano Barreto conta que, em sua juventude na Mangueira, o carioca Carlinhos (como Mussum era conhecido), que trabalhava como mecânico e dividia um quarto de cortiço com a mãe a irmã, obviamente não tinha dinheiro para comprar conhaque ou uísque, suas futuras preferências. Por isso, "o drink preferido era a cachaça, mais barata e poderosa. Mas, para não beber a bebida pura, sempre rolava um xaveco para misturar a aguardente com algum ingrediente, para, pelo menos, suavizar seu gosto". Assim, naqueles anos 1950, o limão era a primeira opção da moçada mangueirense, seguido pela groselha e pelo mel. "Na primeira receita", prossegue o livro, "juntava-se a pinga com limão espremido e açúcar, o copo era chacoalhado e a mistura ganhava o nome de batida; a cachaça com groselha, por conta de seu tom vermelho opaco, ganhava o apelido de sangue; e a pinga com mel virou simplesmente o ". Bebedor "militante e profissional", Mussum tornaria-se um dos maiores "embaixadores" do "mé" e do prazer de "molhar a goela" (mesmo em um programa infantil!). Um dos momentos imortais, em Os Trapalhões, foi a paródia de uma propaganda de polivitamínico feita por Pelé, em que Mussum diz que o segredo da vitalidade "é que eu só tomo mé, MUITO mé!". Relembre:


A ORIGEM DO APELIDO - Mussum ainda era apenas um sambista, tocador de reco-reco e passista dos Originais do Samba, em novembro de 1965, quando o grupo foi convidado para ser figurante de um quadro fixo no programa de humor "Bairro Feliz", da recém-inaugurada TV Globo. No quadro, o ator Milton Gonçalves comandava um bloco de Carnaval e sempre se via em apuros para recusar algum samba-enredo horroroso que o mítico Grande Otelo insistia em lhe oferecer, toda semana. O programa era ao vivo, nas noites de terça-feira. Os Originais do Samba cumpriam o papel de figurantes, totalmente mudos, até que um dia Grande Otelo, que passava por fase instável na vida pessoal e vira e mexe aparecia bêbado, entrou em cena com um livro, dentro do qual escondera as folhas com o texto que não havia decorado. Só que, no ar, o veterano comediante tropeçou e derrubou o livro, espalhando folhas para todo lado. O (até então desconhecido) Carlinhos do Reco-Reco, ao fundo, não segurou sua irresistível gargalhada, o que, ao vivo, contagiou a plateia no estúdio e os telespectadores em casa. Furioso com a impertinência daquele figurante (e para disfarçar a gafe de não saber o texto e de ter sua malandragem de escondê-lo dentro do livro revelada ao vivo), Grande Otelo disparou, com sua voz esganiçada: "Tá rindo do quê, seu... seu... seu muçum!" O inusitado "xingamento" (muçum é um peixe parecido com uma enguia), somado a cara de espanto do sambista, completou a gargalhada do público - e tudo foi espontâneo. Para desespero do futuro Mussum, o apelido pegou forte no elenco e ele nunca mais seria chamado de outra maneira na vida. Veja vídeo do peixe muçum:


A ORIGEM DO 'DIALÉTIS' - Mesmo entre as crianças e adolescentes de hoje, que nem tinham nascido quando Mussum morreu, falar igual o personagem, colocando "is" no final das palavras - cadeiris, garrafis, carióquis - ainda é uma febre, e também em memes na internet e em camisetas. O que pouca gente sabe é que não foi o trapalhão quem inventou esse "dialétis". Depois da gargalhada espontânea no programa "Bairro Feliz", da Globo, que provocou a ira de Grande Otelo e o batismo de seu apelido eterno, Mussum saiu do anonimato e fixou-se como um cara engraçado, ganhando espaço para contar piadas e fazer palhaçadas nos shows dos Originais do Samba. Por isso, em 1967, foi convidado a integrar o novo quadro do programa "Chico Anysio Show", na TV Tupi, como aluno da "Escolinha do Professor Raimundo". Como precisava do dinheiro, pois, para sustentar mulher e filho pequeno, somava a carreira de sambista com a de cabo da Aeronáutica, Mussum aceitou. Mas ficou muito nervoso, já que, na experiência anterior na Globo, tinha sido só figurante e não precisava falar nada. Foi aí que o próprio Chico Anysio, que o convidou pessoalmente para o programa, bolou, junto com o redator Roberto Silveira, alguns bordões para ajudar o personagem Mussum a ter o que dizer na Escolinha: “Olha, crioulo, você tem três expressões para ganhar a vida: 'tranquilis', 'como di factis' e 'não tem problemis'. Esse vai ser o seu ganha pão”. De factis, foi isso mesmis que aconteceu. Muito depois, Mussum gravaria com Chico Anysio uma parceria do humorista cearense com Nonato Buzar. Ouça:


Passista: Mussum, de perfil, é o 2º a partir da esquerda
SAMBISTA E PASSISTA - Apesar de muitos ainda recordarem a vida musical de Mussum com os Originais do Samba e posterior carreira solo, poucos sabem sobre sua extraordinária habilidade como passista, que deslumbrou os mexicanos durante excursões por aquele país nos anos 1960. Para se ter uma ideia, Mussum foi um dos passistas de destaque do desfile da Mangueira no Carnaval de 1967, que contribuíram decisivamente para que a escola fosse campeã, depois de seis anos sem título. Ele apareceu até na capa da extinta revista O Cruzeiro. Foi a habilidade como passista de samba, aliás, que favoreceu sua estreia no mundo artístico: como o reco-reco, o instrumento que tocava, não era realmente imprescindível para um grupo de samba, foram os passos rápidos e acrobáticos que garantiram sua vaga nos Modernos do Samba, primeira versão dos Originais. Com o tempo, o bom humor, o jeito engraçado e a capacidade de fazer todo mundo rir seriam outras características que o tornariam insubstituível - e protagonista - no conjunto. E que o levariam ao "Chico Anysio Show", chamando a atenção de um outro cearense: Renato Aragão. O resto, como ele mesmo diria, "é históris". Avoé, mestre Mussum! Que esteja eternamente em paz, tomando um "mé" num buteco celestial. Vamos celebrá-lo com um pouco de Originais do Samba:


E (lógico) com Os Trapalhões, mostrando seus "dotes" de baterista e de cantor:


LEIA TAMBÉM:


Encerro o post registrando uma paródia de "Os seus botões", música do Roberto Carlos, que ouvi no programa Os Trapalhões quando tinha uns cinco ou seis anos (e que nunca mais me saiu da cabeça!): "O botão da calça/ Que o Mussum usava/ Era tão pequeno/ Não abotoava/ O dia que caiu/ Foi uma festança/ Todo mundo viu/ Sua preta poupança"

terça-feira, maio 17, 2011

Sem dinheiro, Juvenal Juvêncio cria caos no São Paulo

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Tá tudo errado. Mas muito errado! Depois de Rivaldo dizer que foi humilhado por Paulo César Carpegiani, por não ter entrado no jogo contra o Avaí, e de o técnico ter insinuado que o veterano jogador não tem caráter, o presidente do clube, Juvenal Juvêncio, afirmou com todas as letras que era impossível os dois profissionais prosseguirem trabalhando juntos. E o que aconteceu na sequência? O treinador se isolou com a família em um balneário de Santa Catarina e avisou que, se fosse demitido, ia cobrar R$ 1 milhão referentes aos salários até o fim do ano, como manda seu contrato. Paralelo a isso, Cuca garantiu que não sairá do comando do Cruzeiro e a multa para tirar Dorival Júnior do Atlético-MG é proibitiva. Sem dinheiro e opções de treinadores no mercado, o que faz Juvenal, o "gênio"? Convoca Rivaldo e Carpegiani para "fazer as pazes" (só pra inglês ver, ou melhor, a imprensa ver, pois não há possibilidade de reconciliação). E o resultado é: elenco rachado, técnico desmoralizado e sem autoridade, atletas insatisfeitos e torcida em fúria, protestando e danificando automóveis na porta do Centro de Treinamento. Parabéns, Juvenal Juvêncio!

O mais impressionante, além da burrice e incompetência de Juvêncio, é a arrogância de Rivaldo (tradução do poder que tem dentro do clube), que disse não ter feito nada de errado, e a pusilanimidade de Carpegiani, que afirmou não se sentir ofendido com a entrevista do jogador/cartola, para quem ainda pediu desculpas (!). Tudo errado, absolutamente errado. As cenas dos próximos capítulos? Rivaldo será escalado "goela abaixo"; o time, que estava quase consolidando um esboço de padrão tático, voltará à estaca zero das indefinições (e ingerências da diretoria); os jogadores preteridos ou insatisfeitos vão aproveitar todas as oportunidades para esculachar o técnico, pois, mirando o exemplo de Rivaldo, já viram que não serão punidos; e Carpegiani vai se equilibrar na corda bamba do "não saio, daqui ninguém me tira", pressionado pela maior parte da torcida e dos diretores do clube e, principalmente, pela "dupla dinâmica" Juvenal/Rivaldo, até que uma derrota mais vexaminosa o obrigue a pedir demissão e/ou ser demitido de fato - pois trata-se de um demitido-tampão.

Diante deste cenário caótico criado pela presidência do São Paulo, ainda é preciso fazer algum prognóstico sobre o destino do time no resto da temporada? Se TUDO DER CERTO, não cairemos para a série B...

terça-feira, abril 06, 2010

Edison Lobão relata pré-sal à lá Didi Mocó

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O ex-ministro de Minas e Energia Edison Lobão (PMDB-MA) renunciou ao cargo na semana passada. Parte do lote de demissões de olho no prazo limite da desincompatibilização de mandatos de primeito escalão do Executivo, o maranhanse reassumiu seu posto no Senado. Aliás, é para lá que ele pretende ser reconduzido pelo eleitorado em outubro.

Foto: José Cruz/ABr

Quando era ministro, além de ser protagonista das explicações sobre o blecaute (apagão) de 10 de novembro, ele também teve participação na formulação do marco regulatório do pré-sal. Eram quatro projetos de lei entregues ao Congresso Nacional. Aprovados na Câmara, os textos rumaram com alterações – poucas segundo alguns, erradas para outros – para o Senado.

Chegando lá, um dos projetos, o do Fundo Social, encontra quem para a função de relator? Edison Lobão, sempre ele. Garibaldi Alves (PMDB-RN) é sacado da vaga para a entrada do ex-ministro.

Ele ajudou a redigir o texto do Executivo e agora relata a matéria em uma das casas do Legislativo. É bem verdade que, depois da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), onde Lobão pega a criança (no mais metafórico e bom sentido que o leitor puder encontrar), o texto vai para outras comissões.

É como se ele tivesse lançado a bola em profundidade para a Câmara dos Deputados que, não se sabe se com ou sem intenção, devolveu bola, a meia altura, pronta para o sem-pulo, de primeira.

Comentando a comparação com o também jornalista João Peres, ele foi bem mais preciso na analogia. Seguindo os passos de Didi Mocó, ele bateu o escanteio, correu para a área e cabeceou para marcar.



Em Os Trapalhões e o Rei do Futebol, Didi interpreta Cardeal, roupeiro do Independência Futebol Clube. Por conta de umas questões paralelas, ele é escalado para jogar no time. Edson Arantes do Nascimento, o Pelé, vive o jogador Nascimento, e está debaixo das traves no momento do gol antológico para a história do cinema brasileiro.

O detalhe é que, após bater o escanteio, a regra da Board, órgão da Fifa que define as regras do jogo, Didi não poderia tocar novamente na bola. Mas a licença poética do filme deve ser respeitada.

No caso de Lobão, nenhum impedimento consta no regimento do Senado, mas é questionável a opção. Mas foi inevitável para mim a comparação.

segunda-feira, setembro 28, 2009

Som na caixa, manguaça - Volume 44

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O PATRÃO MANDOU
(Composição: Paulinho Soares)

Paulinho Soares

O patrão mandou cantar com a língua enrolada
Everybody, macacada! Everybody, macacada!
E também mandou servir uísque na feijoada
Do you like this, macacada? Do you like this, macacada?
E ainda mandou tirar nosso samba da parada
Very good, macacada! Very good, macacada!

Não sei o que é que o patrão tem debaixo da cartola
Que a gente não se solta, ta grudado feito cola
No fim das contas, o patrão manda e desmanda
E ainda faz do Rei Pelé mais um garoto-propaganda

O patrão mandou cantar com a língua enrolada
Everybody, macacada! Everybody, macacada!
E também mandou servir uísque na feijoada
Do you like this, macacada? Do you like this, macacada?
E ainda mandou tirar nosso samba da parada
Very good, macacada! Very good, macacada!

O patrão é fogo! Ele é quem dá as cartas, banca o jogo
Tá metendo sempre o bico no fubá, qual tico-tico
No troca-troca, o patrão que é mais rico
Já levou o Rivellino e vem depois buscar o Zico

O patrão mandou cantar com a língua enrolada
Everybody, macacada! Everybody, macacada!
E também mandou servir uísque na feijoada
Do you like this, macacada? Do you like this, macacada?
E ainda mandou tirar nosso samba da parada
Very good, macacada! Very good, macacada!

(Do LP "Paulinho Soares", Continental, 1978)

Ps.: Vejam o artista - que faleceu em 2004, aos 60 anos - e os anárquicos Trapalhões zombando da nossa macaquice estadunidense:

segunda-feira, agosto 10, 2009

Já era: São Paulo heptacampeão

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Há algumas evidências que não podem ser negadas. Sinais do passado que, de tão fortes, são mais importantes do que muitos acontecimentos do cotidiano.

Eu torço muito para que meu Santos seja campeão brasileiro; se não der, que seja qualquer um, menos o São Paulo. Mas depois dessa mensagem que vai abaixo, já admito que não dá mais para negar o óbvio.

Afinal, uma profecia dessas - e incorporada pelo mito Dedé Santana - é forte demais. Vejam a camisa que o Trapalhão usava e atentem para a mensagem nada subliminar lá escrita. Mais forte do que qualquer previsão de Nostradamus.


A piada, infelizmente, não é invenção minha. É baseada em tópico da comunidade Futebol Alternativo Off Topics, do Orkut.

quarta-feira, julho 29, 2009

Mussum forevis ou 15 anos sem Mussum

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Não é por conta de uma efeméride semi-redonda que o Futepoca vai homenagear Mussum. Em nossas idas ao bar, inevitavelmente os blogueiros de cá brindam ao grande humorista que marcou a infância de muita gente com seu humor politicamente incorreto, sempre fazendo referência à cachaça (opa!) e às vezes desfilando com uma indecente cueca samba-canção. De qualquer forma, não poderíamos deixar tal data passar batida e publicamos alguns vídeos para lembrar do nosso grande muso inspirador (outros vídeos, em post de 2008 aqui).




Acima, um trecho de "Os Insociáveis", programa precursor do bom e velho "Os Trapalhões", que se eternizou na Rede Globo. Note-se que o efeito da manguaça ainda não tinha sido metabolizado pelo abdomem do nobre mangueirense.



Outra pérola: o velho Mussa no Originais do Samba, de onde saiu para fazer parte da trupe televisiva.



Esse é um vídeo sombrio. Um especial dos 25 anos do grupo em que há duas previsões trágicas para 2008: Mussum e Zacarias já estariam mortos (o que de fato ocorreu) e Renato Aragão e Dedé Santana, brigados, fariam as pazes no fatídico ano. Isso também acabou se confirmando.



Pra encerrar, Piruetas, a música feita por Chico Buarque especialmente para a versão cinematográfica dos Saltimbancos, vulgo Os Saltimbancos Trapalhões. Resume bem o espírito circense e hoje nostálgico dos Trapalhões. Um brinde ao Mussum eterno!