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domingo, fevereiro 13, 2011

Dois comentários sobre o São Paulo F.C.

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Primeiro: O meia Lucas marcou três gols e deu duas assistências na goleada do Brasil sobre o Uruguai por 6 a 0, ontem, quando conquistamos o título do Sulamericano Sub-20. Resta saber se a promessa vai virar realidade ou se é só fogo de palha.

Segundo: O atacante Dagoberto participou dos três gols na estreia de Rivaldo, quando o time venceu o Linense, depois ficou fora na derrota contra o Botafogo e, hoje, deu passes para dois gols na vitória sobre a Portuguesa. Coincidência?

quinta-feira, outubro 28, 2010

Água gelada (potável) e cerveja aguada (bebável)

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Conversando com meu colega carioca João Lacerda (legítimo sobrinho-neto daquele Lacerda), perguntei o motivo de a Skol ser a cerveja preferida no Rio de Janeiro. Resposta sincera:

- É que o Rio tem clima quente o ano todo, dá muita sede e todos acabam preferindo uma bebida alcoólica que lembre água gelada...

Depois, o João me mostrou um post do professor de Linguística da Unicamp, Sírio Possenti, sobre uma propaganda dessa mesma marca de cerveja:

BEBABILIDADE? - Uma fábrica de cerveja botou propaganda na praça dizendo que seu produto não dá aquela sensação de barriga estufada. Termina afirmando que sua cerveja tem bebabilidade. Não quero discutir com publicitários (se nem com os de campanhas políticas, imagine com os de cervejas!). Mas aproveito a deixa para uma consideração. "Beber" é verbo da segunda conjugação (como "mexer"). Uma coisa que pode ser bebida é uma coisa bebível (potável, claro, mas essa é outra história), assim como uma coisa que pode ser mexida é mexível.

Se uma coisa é bebível, ela tem... bebibilidade. Para ter bebabilidade, a cerveja teria que ser bebável, de um hipotético verbo "bebar". Talvez o "erro" se explique. A conjugação produtiva é a primeira. Todos os verbos novos (neologismos ou estrangeirismos) são da primeira conjugação. Pode ser por isso que uma palavra nova, inventada, mas derivada de um adjetivo que deriva de um verbo, "faça de conta" que se trata de um verbo da primeira conjugação. Mas eu preferia que a cerveja fosse bebível. Cerveja não pode ser só potável.




Curioso é que a tal propaganda de um "novo tipo" dessa marca (acima) diz que ela "não estufa e não empapuça". Ora, bolas, então reconheceram que não é mesmo cerveja de verdade! Pelo menos para o meu paladar, de potável só tem a (cada vez mais predominante) água. Bebível ou bebável, deixo para os cariocas.

quinta-feira, julho 02, 2009

Irmão da opa

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Para poder pensar em alguma que não fossem os fogos de artifício e os gritos da vizinhança corintiana feliz e satisfeita, pensei em manguaça. Não em beber, mas no termo, sua origem, seu uso.

A palavra consta do Vocabulário Ortográfico da Lìngua Portuguesa, mas não do Houaiss. Tentei então buscar sinônimos de "cachaça" e "bebida", além de "bêbado" e "beberrão" no referido dicionário, já que parte dos termos aplicados a um são metonimicamente transpostos a outros. Não encontrei a resposta à arguição que me mobilizou. Porém, na divertidíssima lista, consta um que motiva este post: irmão-da-opa.

Uma ampla pesquisa (via Google, claro) se iniciou até encontrar uma versão no Scribd de O Rio de Janeiro no Tempo dos Vice Reis, publicação editada pelo combalido Senado Federal sob a presidência de Antonio Carlos Magalhães em 2000, em meio às comemorações dos 500 anos da chegada de Pedro Alvares Cabral ao Brasil.

É a maior concentração do termo "irmão da opa" e suas variações que pode existir numa obra, muito instrutiva em outros assuntos também.

Ao descrever o centro da capital, Luís Edmundo apresenta uma procissão. "Acompanhando a multidão bulhenta, desecabrestada e feliz, dobramos a Rua de S. Pedro para esperar, no canto da Candelária, o Santo Viático que marcha. Acompanha-o uma multidão enorme e respeitosa em massa de muitos metros. À frente do bando está o andador da irmandade, de opa, e tocha na mão esquerda, noutra a campainha colossal erguida no ar tranquilo em toques ritmados."

Foto: Reprodução de tela de José Washt Rodrigues
Mais adiante, mais explicações. "(...) Há o irmão da opa. Pelas ruas centrais, de balandraus vistosos e coloridos, nas mãos ávidas, pires, sacos, sacolas ou bacias de prata, andam rapagões válidos e corados, pedindo uns para a cera do Santíssimo, outros para a missa das almas, para o conserto de igrejas velhas, para a construção de capelas novas... São os irmãos pedintes, os opas, que não alardeiam as rendas que possuem, ganhas no estranho ofício só para que se lhes corte a grande pepineira. (...) Não há quem deixe de atender à voz insistente do opa, que a todos cerca pela esquerda, pela direita, pela frente, por detrás"

A ideia é que o pedido de esmolas para a "irmandade" ou para a causa nobre que fosse apresentada no discurso fosse, na prática, destinada à tabacaria ou o bar. O "Opa" era a interjeição usada para iniciar o pedido de uma ajuda.

Apesar da origem elitista que atribui à própria condição de pobreza toda responsabilidade por sua manutenção, além de generalizar como universais a realidade de alcoofilos, há espaço para uma ressignificação.

Os ébrios se irmanam no bar. Fazem-no pelo consumo daquela que matou o guarda em doses nada homeopáticas e pelo estado em que se encontram. Os estratagemas para se atraiar a atenção de garçons mais explorados e sobrecarregados são múltiplos, mas será que haveria algum código nas tabernas.

O "opa" de pedido de mais uma ao garçom ou no telefonema para mandar vir meia dúzia cria uma irmandade toda nova. Em uma embriaguez talvez mais democrática.

sexta-feira, janeiro 23, 2009

O bom do bar é que a gente aprende

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Quatro e vinte da madrugada. Buteco sujo. Dois amigos, 15 cascos vazios de cerveja e três maços de Derby vermelho amassados.

- Ô, Mortadela, pede a saideira.

- Garçom! Garçom! Pô, foi embora...

- Mas ele falou alguma coisa antes.

- É, mas eu não entendi necas de pitibiribas.

- Necas de pitibiribas?!?? Que treco é esse?!?

- Cê nunca ouviu, Trubija? Cara, essa todo mundo conhece!

- Ah, só se for você, que é tiozão. Eu nunca ouvi isso.

- Pois existe, sim: necas de pitibiribas!

- E o que significa esse negócio?

- Sabe, uma vez eu tive curiosidade de saber. Daí descobri que a expressão surgiu lá em Pirituba, distrito de São Paulo. Antigamente, parece que tinha uma pequena vila no local chamada Pitibiriba. E lá morava uma velha meio caduca que tinha o apelido de Neca. Quando alguém tentava explicar alguma coisa, ela nunca entendia nada. A partir de então, toda vez que alguém se confunde, fala que não tá entendendo Neca de Pitibiriba. Sacou?

- Sinceramente, não entendi chongas...

- O que?!? Chongas?!?!?? Queísso???

- Ah, deixa pra lá! Garçom, apressa a saideira e a conta, pelo amor de Deus!

sexta-feira, maio 09, 2008

Organizações Tabajara

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Outro dia postei aqui uma reprodução de tela de TV do programa "Salles Entrevista", comandado pelo secretário de Comunicação de São Bernardo (SP), Raimundo Salles, com a legenda "Os Bastidores da Imprenssa" (isso mesmo, com dois S). Agora vejam, ao lado, um destaque do folder das Organizações Madureira, ligadas ao Instituto Vanderlei Luxemburgo, enviado pelo colega jornalista Roberto Iizuka. Que bela assessoria...

sexta-feira, abril 25, 2008

Imprensa que eu gosto!

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Na noite de quinta-feira (24), na Rede Brasil, a legenda acima permaneceu no ar durante TODO o programa de entrevistas do secretário de COMUNICAÇÃO de São Bernardo (SP), Raimundo Salles. Ou seria comunicassão?

segunda-feira, outubro 01, 2007

Governador demite "gerúndio"

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O governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (DEM), emitiu um decreto que entra pra lista dos mais bizarros da pátria amada, idolatrada. Ele demitiu o "gerúndio" dos órgãos do DF. Isso mesmo, deveras preocupado com o gerundismo (eu vou estar providenciando ou vou ver se vou poder estar providenciando), o governador resolveu acabar com a farra.

Óbvio que não são poucos os que se incomodam com essa moda tão praticada nos telemarketings e que se espalhou por todo o país. Pegou certa vez até mesmo o então ministro da Saúde José Serra, hoje governador de São Paulo, que falou em rede nacional de "outra vacina que vamos estar aplicando amanhã". Sua assessoria nega que ele seja marqueteiro ou telemarqueteiro.

Arruda diz, por meio da assessoria de imprensa, que "o ato é uma provocação e que a idéia é acabar com a típica burocracia dos governos". Não entendi a relação de uma coisa com a outra. Quem souber, que explique.

Segue abaixo a íntegra do decreto:

DECRETO Nº 28.314, DE 28 DE SETEMBRO DE 2007.

Demite o Gerúndio do Distrito Federal, e dá outras providências.

O GOVERNADOR DO DISTRITO FEDERAL, no uso das atribuições que lhe confere o artigo 100, incisos VII e XXVI, da Lei Orgânica do Distrito Federal, DECRETA:

Art. 1° - Fica demitido o Gerúndio de todos os órgãos do Governo do Distrito Federal.
Art. 2° - Fica proibido a partir desta data o uso do gerúndio para desculpa de INEFICIÊNCIA. Art. 3° - Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 4º - Revogam-se as disposições em contrário.

Brasília, 28 de setembro de 2007. 119º da República e 48º de Brasília JOSÉ ROBERTO ARRUDA

segunda-feira, agosto 20, 2007

Nossa língua, cada vez mais burra

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Não sei em que sílaba do Futepoca se pode encaixar este post. Talvez em todas, já que para tudo precisamos da língua (sem conotações libidinosas, no caso).

Mais uma vez, a língua portuguesa sofre nova reforma. A Folha OnLine deu isso hoje.
Quem são os membros do conselho de gênios que, de tempos em tempos, pelo menos no caso do português, resolvem se reunir e decretar que a língua muda?

Eu, que já era inconformado com a antiga queda de acentos como o de fôrma (pra diferenciar de forma – pronúncia: fórma), agora vou ter que me resignar com a supressão de acentos que acho absurdo caírem. Por exemplo, não serão mais acentuadas a partir de 2008 as palavras "assembléia", "idéia", "heróica" e "jibóia", assim como serão retirados do dicionário os termos “pára" (do verbo parar), que será grafado sem o acento agudo, e ficará tudo como a preposição "para".

Do mesmo modo, não será mais preciso acentuar "creem", "deem", "leem" e "veem".

Curioso é que, numa reforma antiga, suprimiram as letras “K”, “Y” e “W”. Agora, as exiladas voltarão a fazer parte do vocabulário.

Pra que esses idiotas empobrecem a língua? Pra ficar mais de acordo com os novos tempos e ficar mais fácil de digitar no MSN Messenger ou nos comunicadores instantâneos, por lobby do Bill Gates ou isso é um jogo de grande editoras, que vão ter que republicar e vender milhões e milhões de dicionários (talvez o motivo real das reformas anteriores)? Portanto, entra como Política.

Tudo isso é revoltante.