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segunda-feira, outubro 01, 2007

Governador demite "gerúndio"

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O governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (DEM), emitiu um decreto que entra pra lista dos mais bizarros da pátria amada, idolatrada. Ele demitiu o "gerúndio" dos órgãos do DF. Isso mesmo, deveras preocupado com o gerundismo (eu vou estar providenciando ou vou ver se vou poder estar providenciando), o governador resolveu acabar com a farra.

Óbvio que não são poucos os que se incomodam com essa moda tão praticada nos telemarketings e que se espalhou por todo o país. Pegou certa vez até mesmo o então ministro da Saúde José Serra, hoje governador de São Paulo, que falou em rede nacional de "outra vacina que vamos estar aplicando amanhã". Sua assessoria nega que ele seja marqueteiro ou telemarqueteiro.

Arruda diz, por meio da assessoria de imprensa, que "o ato é uma provocação e que a idéia é acabar com a típica burocracia dos governos". Não entendi a relação de uma coisa com a outra. Quem souber, que explique.

Segue abaixo a íntegra do decreto:

DECRETO Nº 28.314, DE 28 DE SETEMBRO DE 2007.

Demite o Gerúndio do Distrito Federal, e dá outras providências.

O GOVERNADOR DO DISTRITO FEDERAL, no uso das atribuições que lhe confere o artigo 100, incisos VII e XXVI, da Lei Orgânica do Distrito Federal, DECRETA:

Art. 1° - Fica demitido o Gerúndio de todos os órgãos do Governo do Distrito Federal.
Art. 2° - Fica proibido a partir desta data o uso do gerúndio para desculpa de INEFICIÊNCIA. Art. 3° - Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 4º - Revogam-se as disposições em contrário.

Brasília, 28 de setembro de 2007. 119º da República e 48º de Brasília JOSÉ ROBERTO ARRUDA

8 comentários:

Anônimo disse...

Aê, assim é que se faz, será que eu não vou mais estar ouvindo esse tal de gerúndio?

Glauco disse...

Não sei se isso vai estar sendo possível. Até porque isso vai poder estar valendo só no DF.

Edu Maretti disse...

Esta questão ("a relação de uma coisa com a outra", neste caso específico) é uma das mais difíceis de responder em toda a história do Futepoca.

Mas acredito que há brecha de inconstitucionalidade no decreto, que podemos estar achando em algum item do artigo 5 da Constituição

Anônimo disse...

aonde chega a bizarrice de nossa gente... mas o que será que esse moço, o arruda, está a achar que é gerúndio?

Nicolau disse...

Então, não se pode usar gerundio no DF mesmo que seu uso seja gramaticalmente correto e recomendável? Não poderei dizer, quando perguntado e em situação que faça verdadeira a sentnça, que está chovendo? Abaixo a ditadura!

Marcão disse...

Depois é a gente que bebe!

Anselmo disse...

são dois fenômenos que ocorreram simultanealmente, sem exigir, porém, gerúndio algum.

1º o Arruda, do DEM, segue a cartilha do partido que recomenda factóides a torto e a direito durante as administrações.

2º a classe política demora um pouco mais do que o mundo pra perceber as coisas em geral. então, ele só recebeu agora um e-mail-corrente pregando o anti-gerundismo que assola o telemarketing que circula há uns seis anos – quando o FHC ainda era presidente e o Arruda ainda não teria violado (percebam o futuro do pretérito forçado) o painel do Senado nem sido queimado pela base governista à época.

Assim, ao receber o e-mail que circula repetidamente sem parar, ele teve a idéia de criar um factóide.

Mas é preciso ser claro: dizer que "está chovendo" tem pouca utilidade para o cidadão que quer justificar ineficiência.

Além disso, a construção com preposição e infinitivo, à lusitana, resolve a fatura na maioria dos casos como está a nos lembrar o maurício.

Anônimo disse...

Esse Governador, que por sinal já foi cassado, deveria "estar demitindo" o gerundismo e não o gerúndio que é um tempo verbal. Além disso, vale ressaltar que o gerundismo tem seu uso correto quando a ação é durativa. Ex.: Eu ando vivendo a toa, eles estariam dormindo.
Portanto, além de cassado, pode se dizer também um semi-analfabeto.