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segunda-feira, julho 19, 2010

Santos 0 X 1 Fluminense - quase engrenou...

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Tem dia que a bola não entra. Um dos gloriosos chavões do ludopédio tupiniquim pode ser usado para explicar o resultado de 1 a 0 para o Fluminense na Vila Belmiro ontem. O Santos criou inúmeras chances para sair do jogo com um resultado melhor, mas a danada não quis ir pra rede.

As estatísticas mostram um pouco do que foi a partida. O Peixe teve 61,26% da posse de bola contra 38,74% do Tricolor. Foram 19 finalizações contra 11 e, para quem gostou do estilo de troca de bola da Espanha na Copa, atente para os números do Alvinegro: 313 passes certos e 36 errados contra 136 certos do visitante e 26 equivocados.

Isso não quer dizer que o Fluminense não tenha chegado com perigo. Além do gol, teve duas boas oportunidades no segundo tempo, ambas com a participação do ala esquerdo Carlinhos. Mas foi o treinador Muricy Ramalho que resumiu bem a partida, ao fazer a comparação da jogo de ontem com o empate do seu time contra o Grêmio Prudente, na última quinta-feira. “O Grêmio Prudente é um time arrumadinho, encaixou o contra-ataque como a gente fez hoje”.

Ou seja, admitiu sem meias palavras, como é seu estilo, a proposta de jogo contra o Alvinegro na Vila, quase uma reprodução do esquema defensivo que garantiu seu sucesso no São Paulo: três zagueiros, dois volantes, saídas velozes pelas laterais e contando com o talento de Fred e Conca na frente. “Não é muito bonito, mas se você vier aqui pra jogar de mano com o Santos vai apanhar. E apanhar feio”, declarou o técnico. Com mais material humano de que dispunha no Palmeiras de 2009 e com um ambiente bem mais tranquilo, Muricy pode fazer do Fluminense um time bem difícil de ser batido.

Por conta do volume de jogo que o Santos produziu, com belas e rápidas trocas de bola e pelas chances criadas, não é o caso de fazer uma tempestade em função do resultado, mesmo a derrota sendo na Vila Belmiro. Assim como aquele revés contra o Palmeiras no Paulista não foi a derrocada esperada pelos secadores, o futebol apresentado contra o Fluminense dá mostrar de que o time está voltando a engrenar. Mas que engrene logo pois, ao contrário daquele clássico no estadual, hoje a situação do Alvinegro na tabela não é das mais confortáveis.



Laterais e André

Mesmo o resultado não sendo desesperador, é preciso ficar atento a alguns detalhes, até porque é a segunda derrota consecutiva. O desfalque de Léo é sempre sentido porque altera o posicionamento da defesa. Mais uma vez a marcação peixeira pelas laterais, em especial do lado de Maranhão, foi falha.

Já André fez novamente uma partida apagada. Quando foi negociado com o Dínamo de Kiev no meio do Mundial, um alívio para o torcedor foi o fato de ele permanecer para as finais da Copa do Brasil. Aí forjou-se a armadilha. O atleta quer jogar, tem vontade de ser campeão, mas seu desempenho caiu nitidamente.

Pode não ter nada a ver com a negociação, mas é inevitável relacionar uma coisa a outra. E substituir um jogador que fez questão de ficar para partidas decisivas e que é bem quisto pelo grupo não é uma decisão tão fácil, ainda que Marcel tenha entrado nas duas últimas partidas melhor que o titular. Dorival provavelmente está queimando a pestana para decidir o que fazer. E torcendo para que André jogue bem contra o Atlético-PR, até porque suas finalizações têm feito falta.

domingo, junho 06, 2010

Santos 4 X 0 Vasco - A alegria voltou à Vila

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Sem Neymar e Arouca, e com toda uma pressão da imprensa que insiste em retratar uma dita crise na Baixada, o Santos entrou em campo sabendo que tinha que dar uma resposta à própria torcida, que já começava a desconfiar (e cornetar) o time. Superior tecnicamente ao adversário, o time dominou o Vasco no primeiro tempo, mas não foi um domínio amplo. A equipe cruzmaltina marcou bem, principalmente o cérebro santista Paulo Henrique Ganso, que em poucas ocasiões tinha menos de dois defensores vascaínos em seu encalço. Assim, até a metade do primeiro tempo as chances rarearam e o time carioca conseguia seu intento de suportar a pressão peixeira.

Àquela altura, Madson era mais meia do que atacante, a despeito dos apelos de Dorival para que o substituto de Neymar ficasse mais à frente. Quando esteve mais próximo de André como queria o treinador, levou perigo. Deu uma bela assistência para o nove santista que mostrou a tranquilidade dos grandes centroavantes, mas contou com um capricho do destino que impediu a sua bola de entrar aos 30, tocando a trave e voltando para as mãos de Fernando Prass.

Logo depois, após uma jogada duvidosa em que parecia não poder pegar uma bola recuada, o arqueiro não reparou que Léo estava atrás e jogou a pelota no chão para fazer a reposição. O lateral foi mais rápido, pegou a bola e sofreu o pênalti que poderia ter resultado na expulsão de Prass, que só tomou cartão amarelo. Mas o lance resultou no gol de André, aos 33. Depois disso, o Santos ainda teria mais oportunidades em contra-ataques, mas uma certa falta de solidariedade misturada ao desentrosamento na frente impediram o Santos de ampliar a vantagem.

No início do segundo tempo, em uma disputa de bola, Rodriguinho, que entrou no lugar de Arouca, se contundiu. Maranhão entrou na lateral direita e Pará se tornou volante.  E menos de dois minutos após sua entrada, aos 7, o lateral, que até hoje enfrenta a desconfiança da torcida alvinegra, acertou um belo chute e fez o segundo na Vila.

O Santos passou a envolver o adversário, com a bola de pé em pé, como em seus melhores momentos no ano, quando em determinadas ocasiões espreitava o adversário para marcar. E assim foi que Madson achou sozinho André, que não desperdiçou a chance de fazer o terceiro aos 17. Dancinha, comemoração com Arouca e Neymar que viam a partida, e a alegria parecia estar definitivamente de volta à Vila Belmiro.



Dois minutos após o gol, Fumagalli, que havia entrado há menos de dez minutos, cometeu uma falta violenta em Pará e foi expulso. Os espaços cresceram, o meia Zezinho entrou no lugar de Léo, forçando nova mudança de posição de Pará, que passou para a lateral-esquerda. Na verdade, o menino entrou para jogar como atacante no lado esquerdo, mantendo o esquema tático de Dorival e os ataques pelas laterais. A volúpia por gols - a mexida do treinador mostrava isso - tinha voltado e Wesley quase marcou o quarto aos 26. Mas este veio aos 28, em jogada de persistência de Zezinho, que cruzou para Madson fazer o dele.

Ganso saiu aos 29 para a entrada de outro jovem, Breitner. Depois disso, Fernando Prass ainda fez uma grande defesa em cabeçada de Edu Dracena, André tirou um gol de placa de Maranhão, Zezinho foi fominha e não serviu o centroavante peixeiro, Cesinha tirou uma bola em cima da linha... Como em outras partidas neste ano, o Alvinegro fez muitos e poderia ter feito outros tantos. O goleiro Rafael foi quase um espectador da partida. Com o 4 a 0, o Peixe igualou a maior goleada nos confrontos entre as duas equipes em Brasileiros.

De resto, o Santos mostrou o que já se sabia, que tem elenco do meio pra frente. Atrás, Maranhão, adquirindo mais confiança, também pode ser útil no futuro, enquanto Madson jogou sua melhor partida há tempos, e sua presença no gramado voltou a ser decisiva. Terminar essa fase pré-Copa em alto astral, com goleada, não é pouca coisa pelo tanto que andou se falando a respeito da equipe. A alegria voltou e tomara que permaneça no segundo semestre.

sábado, maio 08, 2010

Botafogo 3 x 3 Santos - se não fossem as bolas paradas...

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Mesmo com um time composto em sua maioria por reservas, o Santos poderia ter saído com a vitória contra o Botafogo no Engenhão.  O 3 a 3 foi motivo de comemoração dos cariocas já que o empate saiu aos 43 do segundo tempo, quando o Peixe dominava a partida e o placar já parecia decidido. Mas existiam as bolas paradas...

Sem Edu Dracena, Pará, Léo, Arouca, Ganso e Robinho, poupados para o confronto com o Grêmio na quarta-feira, o Santos manteve o 4-3-3 da vitória contra o Atlético-MG. Na ausência de Paulo Henrique no comando o jogo, Marquinhos e Wesley fizeram as vezes de armadores/marcadores que conduziam a equipe à frente, com Madson também retornando para trazer a bola ao ataque.

O Santos entrou bem postado, trocando bola no campo botafoguense, mas foi o adversário que marcou primeiro aos 10, depois de um escanteio em que a bola sobrou para o zagueiro Antonio Carlos marcar. O Santos reagiu e virou em três minutos, aos 29, com Neymar, e aos 32, com André, quando a equipe já começava a tomar conta do lento meio de campo botafoguense. Mas, de novo, uma bola parada impediu que o time fosse para o intervalo com a vantagem. Aos 44, falta cobrada em que Leonardo Gaciba atrapalha os marcadores santistas (aliás, como se coloca mal e atrapalha lances o árbitro...) e o zagueiro Antonio Carlos estava lá de novo.



Na segunda etapa, Joel tentou dar mais velocidade ao seu time colocando Edno e Caio, este, no lado esquerdo do Santos jogando em cima de Alex Sandro. Aliás, como falei em texto anterior, coisa que Luxemburgo poderia ter feito na quarta e não fez, já que o lateral reserva peixeiro não mostrou ainda ser um defensor confiável. Não à toa, Wesley foi deslocado para ajudar na marcação naquele setor.

Neymar saiu aos 18 para a entrada de Zé Eduardo, que jogou mal durante boa parte do jogo. Mas fez o terceiro gol aos 35, ratificando a atuação santista que não permitiu ao Botafogo praticamente uma chance de gol sequer na segunda etapa. Mas havia a tal boa parada... Falta a favor dos donos da casa e o incansável (também na arte de reclamar) Herrera conferiu de cabeça.

Mesmo com a natural falta de entrosamento e queda de qualidade na equipe com o predomínio dos reservas,  pode-se tirar algumas conclusões da partida. Primeiro, Maranhão não convenceu de novo na lateral-direita e prejudicou alguns ataques santistas por aquele lado. Já Alex Sandro, ainda que tenha dado um belo passe no primeiro gol e apoie razoavelmente, perdeu bolas importantes no meio e tem dificuldades de posicionamento. Aliás, ele é quem dá condição de jogo para o segundo gol botafoguense. Tem potencial, mas precisa trabalhar bastante... Por enquanto, pelos lados, Pará e Léo são soberanos.

Tendo em vista que o Botafogo é uma equipe bem armada por Joel Santana - a propósito, um dos únicos técnicos do Brasil que falam sobre tática em coletivas -, o resultado não deixa de ser bom, já que muitos vão penar pra enfrentar a equipe. E feliz de quem assistiu, porque viu uma bela partida. Mas se não fossem as bolas paradas...

quinta-feira, outubro 09, 2008

As "novas feras" de 1998

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Se tem um tipo de gente que acho sacana é aquele que, depois que algo se consolida, estufa o peito pra dar uma de profeta do acontecido. Ou, de outra forma: aquele que hoje em dia combate algo que era senso comum em determinada época e depois se revelou um fracasso, como que para dar uma de intelectualmente superior.

Justamente por odiar esse tipo de comentário, não o farei. Mas será tarefa difícil.

Toda essa introdução porque me foi apresentada, esses dias, uma capa que a revista Placar fez no ano de 1998. Com a manchete "As novas feras", a publicação elencava quatro jogadores que se destacavam no Brasileirão daquele ano. Os atletas foram chamados de "geração Luxemburgo" - numa referência ao então recém-empossado técnico da seleção brasileira - e, ao longo da revista, dizia-se que eram alguns dos fatores que faziam o Campeonato Brasileiro daquele ano ter um ótimo nível técnico, fundamental para que os torcedores esquecessem a até hoje traumática final da Copa da França.

Mas o fato é que nenhum dos quatro jogadores destacados por Placar acabou por ter uma carreira das mais impecáveis.

O melhor de todos, com sobras, foi Vampeta. Ele jogou demais no Corinthians, tanto em sua primeira passagem, quando foi bi-campeão brasileiro pelo clube, quanto na segunda, quando foi campeão do Rio-São Paulo e da Copa do Brasil em 2002 e carimbou seu passaporte para a Copa do Mundo daquele ano (cujo título foi comemorado com a épica cambalhota na rampa do Planalto). Mas sua carreira teve manchas que o impediram de ser consolidada como a de um "world class": a passagem pelo Flamengo, marcada pela emblemática e auto-explicativa frase "eles fingem que pagam e eu finjo que jogo" e o final triste, que incluiu participação no rebaixamento do Corinthians durante o Brasileirão de 2007.

Felipe talvez venha em segundo lugar nessa lista. Seu início de carreira foi fulminante. Apareceu no Vasco como um lateral-esquerdo rápido e habilidoso, e que ainda ia bem nas bolas paradas. Foi convocado para a seleção algumas vezes mas depois entrou num período de instabilidade que se mantém até hoje. Passou por inúmeros clubes - Flamengo, Palmeiras, Atlético-MG, Fluminense e alguns do exterior - e em todos eles foi marcado pela irregularidade. Alternava ótimas partidas com sequências de más atuações e períodos de inatividade causados por seguidas contusões.

Contusão, aliás, é palavra de ordem ao se falar da carreira de André. Apareceu para o mundo do futebol na metade da década de 1990 como destaque no gol do Internacional. Logo o compararam a outro arqueiro revelado no Beira-Rio, um tal de Taffarel. Foi para a seleção em 1997 e, no ano seguinte, dirigiu-se ao Cruzeiro, que procurava um substituto para Dida. E aí se iniciou o calvário do goleiro. Sucessivas contusões, em partes diferentes do corpo, o impediram de ter uma carreira consistente no clube azul. Voltou para o Inter e encerrou a carreira defendendo o Juventude. Vai para aquela lista de jogadores de quem não se sabe exatamente o que poderiam ser, dada a imensa quantidade de lesões.

Por fim, Fábio Júnior. Este teve um início de carreira meteórico. Seu Brasileirão de 1998 foi supremo - arrisco dizer que foi um dos melhores campeonatos que vi alguém fazer. Tanto que não foi surpresa quando o Cruzeiro o negociou por 15 milhões de dólares com a Roma, no final daquele ano. A partir daí, a carreira do centroavante degringolou. E olha que ele nem pode colocar a culpa nas lesões. Retornou ao Cruzeiro, foi para o Palmeiras, jogou no Atlético-MG e em nenhum desses times foi sombra daquele craque que pintava no segundo semestre de 1998. Hoje, já em fim de carreira, está no Bahia, onde ainda não jogou por pendências burocráticas.

Enfim, erros assim acontecem em todos os lugares do mundo. Aliás, digo mais: não dá para chamar isso de erro. É apenas um chute mal dado, digamos assim. E brincar de futurologia faz parte da maneira com a qual vemos o futebol.