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quinta-feira, dezembro 30, 2010

Brasileirão - considerações finais

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Os números do Footstats mostram alguns aspectos interessantes do Brasileirão 2010, que poucos colunistas ou comentaristas se preocupam em analisar antes de dispararem seus coquetéis de teorias, palpites ou absurdos puros e simples. Algumas coisas são meio óbvias, mas quase ninguém atenta para elas. Como, por exemplo, o fato de que quem mais arrisca finalizações, mais gols faz. Ou, então, de que o time que tem o maior driblador é aquele que sofreu mais pênaltis. Enfim, uma radiografia interessante de alguns aspectos do nosso maior torneio nacional - que, sem entrar no mérito do nível técnico, da má arbitragem e de outros problemas graves, tem sido mais disputado e emocionante a cada ano.

Violência não traz resultado - Dos quatro times mais tradicionais de São Paulo, o Corinthians foi o melhor e o Santos também fez um bom campeonato. Palmeiras e São Paulo terminaram na zona intermediária e nem conseguiram classificação para a Libertadores. Curiosamente, são times que tiveram atletas que receberam três cartões vermelhos cada um (Marcos Assunção e Richarlyson), só ficando atrás do recordista Heleno, do Ceará, com quatro expulsões. O mesmo Richarlyson ainda levou 12 cartões amarelos (Pituca, do Atlético-GO, e o carniceiro Heleno levaram 15). O palmeireinse Edinho recebeu 11.

Quem arrisca, petisca - Na lista dos maiores finalizadores do campeonato, nenhuma surpresa. Jonas, do Grêmio, foi o maior de todos, com 135. Não por acaso, terminou como artilheiro da competição, com 23 gols. Na sequência, empate técnico com Bruno César, do Corinthians, com 108 finalizações, e Neymar, do Santos, com 107. Também não é nenhuma coincidência que o santista tenha sido o vice-artilheiro, com 17 gols, e o corintiano o terceiro maior goleador, com 14.

Talento e objetividade - Ainda falando sobre o talentoso Neymar, ele driblou 194 vezes no Brasileirão, recordista absoluto. Fato que chama a atenção é que o Santos foi o time que sofreu mais pênaltis: 13. Interessante é que o terceiro e o quarto colocados no fundamento, Lucas, com 120 dribles, e Marlos, com 110, jogaram pelo São Paulo. E o time do Morumbi não teve nem meia dúzia de pênaltis a favor. Curiosidade: Mazola, que jogou pelo Guarani, foi o segundo maior driblador, com 139 lances. Ele também é atleta do São Paulo. E o Guarani foi rebaixado.

Arbitragem ou erro de posicionamento? - Thiago Ribeiro, atacante do Cruzeiro, foi o recordista de impedimentos no campeonato, 40 vezes. Seu time foi o segundo mais advertido nessa infração, 110 vezes. Já o botafoguense Jóbson vem na sequência, com 32 impedimentos. E o Botafogo foi o líder, com ataque impedido 123 vezes. Será que os dois jogadores precisam mesmo corrigir sua noção de posicionamento ou a arbitragem foi especialmente rigorosa com esses dois clubes?

Longevidade e qualidade - Aos 37 anos e titular do gol do São Paulo desde 1997, Rogério Ceni foi, ao lado de Conca, do Fluminense, e de Fernando Prass, do Vasco, um dos únicos que entraram em campo todas as 38 partidas da competição. Isso significa que não foi expulso e nem chegou a tomar três cartões amarelos. Apesar de suas habituais falhas inacreditáveis (que foram bem mais raras nesse Brasileirão), o goleiro sãopaulino fez alguns jogos espetaculares, gols e continuou fazendo lançamentos precisos na ligação do contra-ataque. É o jogador com mais partidas na história da competição. Um mito.

terça-feira, dezembro 07, 2010

Brasileirão teve a pior média de gols e a melhor de público desde o início dos pontos corridos

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Um paradoxo interessante ocorreu este ano no Campeonato Brasileiro: desde 2003, ano em que foi implantado o sistema de pontos corridos, foi a edição que teve pior média de gols (2,57) e, ao mesmo tempo, a melhor média de público (19.914 pagantes) por partida. Ou seja, por esse viés, quanto menos gols, mais gente atrai. Será a consagração da máxima de Carlos Alberto Parreira, para quem "o gol é apenas um detalhe"? Outro dado interessante é que esse também foi o Brasileirão com menor média de cartões desde 2004: 4,82 por jogo - em contraposição ao recorde absoluto de 2009, que teve média de 6,01.

Um exemplo da "seca" de bola na rede é a soma dos cinco principais artilheiros de 2009 e dos cinco deste ano. Ano passado, Adriano (Flamengo), Diego Tardelli (Atlético-MG), Val Baiano (Grêmio Barueri), Washington (São Paulo) e Alecsandro (Internacional) somaram 89 gols. Já nesta última edição, Jonas (foto), do Grêmio, Neymar (Santos), Bruno César (Corinthians), Elias (Corinthians) e Obina (Atlético-MG) marcaram juntos apenas 78 gols. Em 2010, alguns times tiveram média inferior a 1 gol por jogo, casos do Guarani (0,86) e Ceará (0,92).

Quanto ao público, o dado mais curioso é que, na lista das cinco partidas que atraíram mais gente neste Brasileirão, nenhuma (repito: nenhuma) teve presença do Corinthians. Os jogos com maior público foram, pela ordem, Vasco 2 x 2 Fluminense (66.757 pagantes), Flamengo 0 x 0 Vasco (50.447), Fluminense 3 x 0 Internacional (49.471), Grêmio 3 x 0 Botafogo (45.420) e Grêmio 2 x 2 Internacional (45.234). Para nenhuma surpresa, todos (repito: todos) os jogos com menor público tiveram presença do Grêmio Prudente. Quando goleou o Goiás por 4 a 1 em casa (à esquerda), atraiu só 674 testemunhas.

Pra constar, as médias de público pagante dos pontos corridos foram: 10.468 (2003), 8.085 (2004), 13.765 (2005), 10.710 (2006), 17.255 (2007), 16.712 (2008), 17.914 (2009) e 19.914 (2010). Já as médias de gol por partida foram: 2,88 (2003), 2,78 (2004), 3,13 (2005), 2,63 (2006), 2,76 (2007), 2,72 (2008), 2,87 (2010) e 2,57 (2010). Por fim, as médias de cartões (amarelos e vermelhos) por jogo, com exceção de 2003, que não encontrei: 5,23 (2004), 5,53 (2005), 5,97 (2006), 5,57 (2007), 5,78 (2008), 6,01 (2009) e 4,82 (2010).

domingo, dezembro 05, 2010

Parabéns ao 'todo poderoso' pelo cente... NADA!

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sábado, dezembro 04, 2010

O Guarani, a mala branca e o desprezo pelo esporte

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Em 1995, o Santos enfrentava o Guarani em um Pacaembu lotado e uma vitória simples o colocaria nas semifinais do Brasileiro daquele ano. Disputando vaga com o time da Vila estava o Atlético-MG, que enfrentava o Vitória mas precisava de um revés santista diante do Bugre para conseguir ficar entre os quatro. Durante todo o período pré-jogo, o assunto mala branca foi recorrente, sendo que um dono de uma loja de eletro-eletrônicos chegou a anunciar, para quem quisesse ouvir, que daria uma TV 29 polegadas (à época, artigo bem mais valioso do que é hoje) para cada jogador campineiro caso arrancassem um empatezinho que fosse com a equipe de Giovanni e cia.

Provavelmente o aparelho de televisão não foi o único incentivo prometido ao Guarani. Depois do apito inicial, os verdes pareciam disputar uma final de campeonato. Corriam, marcavam, planejavam o bote em contra-ataques, exploravam toda a ansiedade do Peixe que penava enquanto seu rival à vaga já virava o primeiro tempo vencendo por 2 a 0 o desinteressado Vitória, que não havia sido agraciado com promessas financeiras.

O martírio alvinegro durou até os 37 minutos do segundo tempo, quando Marcelo Passos acertou um dos belos chutes que costumava arriscar sempre no lado direito da grande área. Giovanni ainda faria o segundo e tudo o que cercou aquele jogo acabou um pouco obscurecido pela vitória santista e pelo que o Brasileirão reservava nas semifinais e finais daquele ano. Mas, para mim, torcedor, o Guarani ficou como um time malquisto. Havia visto outras pelejas do Bugre naquela competição e em momento algum tinha visto tanta entrega como naquele jogo contra o Santos, ficando a nítida impressão de que a única motivação da maioria dos jogadores naquele torneio eram as 30 moedas que seriam pagas em caso de sucesso. Pensei como um torcedor bugrino deveria se sentir desprezado vendo a diferença de atuação do seu time quando bem “incentivado” por um “co-irmão”.


Não sou daqueles que acha que um jogador é “mercenário” porque negocia um salário melhor ou um prêmio por conquista com a direção de um clube. Idem para aquele atleta que sai de um time para ir a outro que lhe oferece condições econômicas melhores ou perspectivas de ganhos futuros. O atleta em geral é um proletário que vende seu pé-de-obra e que tem uma carreira mais curta que as demais profissões, natural que ele precise pensar no seu bolso. Mas um dos pontos que faz parte da avaliação de qualquer profissional da bola é o quanto ele se entrega a uma partida e como interage e respeita sua própria torcida., seja ela de um time pequeno ou de um grande. E correr mais por causa de uma mala branca é um evidente sinal de desrespeito.

Além de muitos entenderam ser ilegal de acordo com o Código Brasileiro de Justiça Desportiva e de estimular um sistema de extorsão e chantagem – afinal, um time que acha que deveria receber o tal incentivo financeiro pode falar para um possível interessado: “e aí, não vem nada pra gente, não? Olha que entregamos o jogo, hein...” – a mala branca é a síntese de um sistema em que o mais forte economicamente aproveita da fragilidade do pequeno para tratá-lo... como pequeno. Pela lógica, seria mais fácil o Corinthians, por exemplo, “incentivar” o Palmeiras para que ganhasse do Fluminense, já que o Guarani é muito inferior tecnicamente que o Palestra. Mas os jogadores palmeirenses não aceitariam tal “ajuda” por ser algo obviamente desonroso em função da rivalidade que ainda dá alguma proteção moral à competição. A mala branca é feita prioritariamente para o time dito pequeno, que aceita se apequenar ainda mais. Como o Guarani fez em 1995 e como deve fazer amanhã.

O dinheiro oferecido pelo grande ao menor só serve para legitimar o sistema de castas estabelecido no futebol brasileiro atual. Se antes era mais fácil um pequeno se sobressair e se manter em alta por um período, como aconteceu com o próprio Bugre em parte dos anos 1970 e 1980, hoje isso é impossível. Os recursos advindos da venda de direitos de televisão, por exemplo, que constituem boa parte das receitas dos grandes, são distribuídos em cotas fixas que não levam em conta, como em outros países, o mérito esportivo. Um clube grande pode ter um ano desastroso, meter os pés pelas mãos, ter gestões tenebrosas, cair para a segunda divisão que o dinheiro dele da TV estará lá no ano que vem, intacto. Premia-se a incompetência e muitas vezes a corrupção enquanto o pequeno que faz uma boa gestão e se destaca não vai ganhar mais por conta disso, um contrassenso levando-se em conta o espetáculo.

A mala branca nada mais é que as migalhas que o grande oferece ao pequeno para legitimar esse sistema de perpetuação de diferenças, que tendem a ficar maiores. Paga-se para que ele continue pequeno. Azar do Guarani, azar do torcedor e do futebol, que cada vez mais parece deixar claro que o gol é, de fato, um mero detalhe.

segunda-feira, novembro 29, 2010

O Brasileirão acabou

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Pelo menos para mim, com o Galo não correndo mais risco de rebaixamento, juro que no próximo final de semana nem ligo a TV para ver nada.


A disputa pelo título? Ah, entre Fluminense, Corinthians e Cruzeiro, só se os azuis tivessem alguma chance. Posso queimar a língua, mas o Guarani tirar o título do Flu tem as mesmas probabilidades de eu ganhar na Mega-Sena...

Na zona de rebaixamento, três vagas definidas sem nenhuma surpresa. O Flamengo de Luxemburgo até fez a sua parte, perdeu para o Cruzeiro em casa, mas foi ajudado pela incompetência de Atlético-GO e Vitória, que conseguiram empatar com Inter e São Paulo, que não disputavam mais nada.

Como na última rodada têm confronto direto, que o mais incompetente vá para a segundona, os dois merecem. Na verdade, torço para o Vitória ficar por ter mais tradição e junto com o Bahia poderem fazer um espetáculo bonito de torcidas em Salvador no ano que vem. Sobre Goiás ficar sem nenhum time na primeira divisão???? Bem, a vida é assim.

Aliás, com a queda do Grêmio Prudente e do Guarani, São Paulo perde dois representantes, ficando apenas com os quatro grandes na primeira, o que é bom para o futebol brasileiro.

No próximo ano serão:

Dois gaúchos: Grêmio e Inter.

Dois catarinenses: Avaí e Figueirense.

Dois paranaenses: Atlético (PR) e Coritiba

Quatro paulistas: São Paulo, Palmeiras, Corinthians e Santos.

Quatro cariocas: Vasco, Flamengo, Botafogo e Fluminense.

Três mineiros: Atlético, Cruzeiro e América.

1 ou 2 baianos: Bahia e Vitória (?)

Um cearense: Ceará

0 ou 1 goiano: Atlético (GO)?

domingo, novembro 28, 2010

Contra o Fluminense, Palmeiras dificulta. Para o Corinthians

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Os titulares do time que não conseguiu segurar o empate contra o penúltimo colocado do campeonato perderam para o líder, neste domingo, 28. O Palmeiras foi derrotado por 2 a 1 do Fluminense nas Laranjeiras, mas escapou de uma goleada histórica. Com o resultado, uma vitória contra o Guarani no próximo domingo deixa o caneco nas mãos de equipe de Muricy Ramalho.

O Palmeiras realmente dificultou. Ao final do jogo, o prejuízo ficou para o Corinthians. Mas durante a partida, não se pode dizer isso. O pior: o Palmeiras saiu na frente (assim como no meio de semana quando foi desclassificado pelo Goiás da Copa Sul-Americana).

Aos quatro minutos, o atacante Dinei acertou um chute como ele nunca mais vai acertar enquanto durar seu contrato com o clube. No ângulo de Ricardo Berna, que pulou atrasado e meio desengonçado, já que a bola parecia dirigir-se para a linha de fundo até fazer uma curva incrível.

Talvez tenha sido um gol mais comemorado pelos corintianos do que o segundo do Goiás na quarta-feira.

A virada aconteceu depois de um massacre do Fluminense. Foram dezenas de lances de perigo até que um chute de Carlinhos, aos 18, da entrada da área foi inalcançável para o adiantado Deóla. O goleiro fez um monte de defesas em outros lances.

O segundo ocorreu na etapa final, numa rebatida do arqueiro que voltou para Tartá dentro da grande área, já aos sete minutos.



Alguém pode dizer que o time do Palmeiras fez corpo mole. Pode até ser. Mas em comparação aos jogos anteriores, a defesa foi pior do que o normal, e o ataque não funcionou como já não vinha operando mesmo. E, convenhamos, o Fluminense é muito mais time do que o Goiás, de modo que mais pressão tende a representar mais erros do que a média para qualquer retaguarda (ou pelo menos para as frágeis).

Foi a terceira derrota seguida no campeonato.

Torcida ao contrário

Contra um "momento Grafite", a partida teve pelo menos dois lances curiosos do ponto de vista da torcida. Um torcedor com a camisa palmeirense parece ter virado a casaca para evitar que o maior rival do alviverde paulistano se beneficiasse de um eventual revés do Fluminense. Ele empunhava uma bandeira do Tricolor carioca, ao lado de outro torcedor do Flu (aqui).

Quem preferir enxergar a versão otimista (ou o "copo meio cheio"), poderia ser um torcedor do time do Rio de Janeiro tentando um agrafo não ortodoxo aos adversários, sonhando com uma moeda de troca dentro de campo. Meio improvável, é verdade...

O outro lance bizarro foi a torcida vaiando uma descida ao ataque do Palmeiras, quando tudo estava empatada, no fim do primeiro tempo (aqui). Pela qualidade do futebol, o estranho seria aplaudir...

Se o meu time estivesse apresentando melhor futebol nas partidas anteriores, eu poderia me dedicar a argumentar sobre motivos para entregar ou não entregar para o Fluminense. Pela bolinha praticada, foi o time carioca que, por vários momentos, parecia pouco disposto a guardar os três pontos no bolso.

Pelo menos o martírio verde da temporada está a uma rodada do fim.

sexta-feira, novembro 26, 2010

E... Se o Flamengo (de Luxa) cair...

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As probabilidades não são as maiores do mundo, mas fica a torcida.


Dependendo dos resultados da próxima rodada, as chances de o Flamengo cair serão muito grandes.

O time carioca está com 43 pontos, à frente do Galo (42), Atlético-GO (40), Avaí (40), Vitória (40), este o último na zona de rebaixamento. Ainda há o Guarani com 37 pontos, mas esse creio que já foi.

Mas os confrontos e o número de vitórias não favorecem o time de Luxa. Vejamos:

O Flamengo pega
Cruzeiro (em casa) e Santos (fora)


Atlético GO
São Paulo (em casa) e Vitória (fora)

Vitória
Internacional (f) e Atlético GO (c)

Avaí
Santos (c) e Atlético PR (f)

Se na próxima rodada, Atlético GO, Vitória e Avaí ganharem e o Flamengo perder, ficam todos com 43 pontos, mas o time da Gávea vai para a última rodada na zona de rebaixamento por ter o menor número de vitórias (9).

Para o Galo, basta uma vitória contra os reservas do Goiás para ficar definitivamente fora de qualquer risco.

A sorte do Flamengo é que na última rodada Vitória e Atlético Goianiense se enfrentam, mas mesmo o que perder pode se salvar se o Flamengo não ganhar do Santos, na Vila. O camarada Glauco já disse que os meninos da Vila iriam com muita disposição para cima do "profexô".

Claro que tudo isso é conjectura e torcida contra quem quase acabou com o Galo este ano, mas que não custa secar não custa.

segunda-feira, novembro 22, 2010

Brasileirão do chororô: três na briga em cima, seis fugindo da degola

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Mais uma rodada completada da reta final do Brasileirão, vulgo o torneio do mimimi e do chororô, tão presentes nas três últimas rodadas e que ainda vão ser a tônica nas próximas vinte partidas. Agora, o Fluminense volta a estar na frente depois da goleada sobre o São Paulo, o Corinthians está um ponto atrás após o empate com o Vitória em 1 a 1 e o Cruzeiro voltou à briga ao vencer o Vasco por 3 a 1.

Ontem, o choro de novo mudou de lado. O treinador corintiano Tite reclamou da marcação de pênalti no lance em que Ralf tocou a bola com a mão dentro da área. O técnico diz que o jogador não teve intenção. Mas talvez devesse explicar porque retirou Jorge Henrique para colocar o volante Paulinho, fortalecendo a defesa, quando o São Paulo empatava com o Fluminense. Como que por castigo, quase no mesmo instante o Tricolor carioca marcou o segundo gol.



Novas conspirações, teses, antíteses e sínteses duvidosas estão sendo refeitas toda semana. Há duas rodadas, as lamúrias vinham do Parque São Jorge por conta da suposta falta de vontade que Palmeiras e São Paulo teriam ao enfrentar o Fluminense. Na rodada seguinte, as lamentações mudaram de sinal por conta da marcação do pênalti em Ronaldo e vinham principalmente do Cruzeiro e, um dia depois do "polêmico" jogo, do Fluminense, que não conseguiu superar o então quase rebaixado Goiás em casa. Os torcedores rivais do Corinthians também não deixaram de chiar.


E é principalmente por conta dessa postura do treinador que é difícil ver no Corinthians uma equipe em que se pode apostar sem reservas. O clube não joga um futebol convincente com Tite, precavido demais para quem tem que vencer, e a prova disso é que, talvez pela terceira vez consecutiva, o arqueiro Júlio César tenha sido o melhor atleta alvinegro em campo.

Nas próximas rodadas, tanto Fluminense quanto Corinthians podem e devem vencer suas partidas. O Tricolor topa com o Palmeiras em Araraquara, que deve escalar reservas como vem fazendo há algumas partidas, e encontra o Guarani no Rio, podendo passar com relativa tranquilidade. Já o Timão tem o Vasco no Pacaembu e o rebaixado Goiás fora, na última rodada. Para um time que quer ser campeão, nenhum bicho papão também. Mas a lógica já foi escanteada nas duas últimas rodadas, nada impede que o seja de novo. O Cruzeiro agradeceria.

Fuga da degola

Já na parte de baixo, Neymar fez três e conseguiu um feito pessoal: marcou um gol de pênalti. É o vice-artilheiro isolado do campeonato com 16 gols e sua performance no 4 a 1 de virada sobre o Goiás no Serra Dourada decretou o que já se sabia ser inevitável há algumas rodadas, o rebaixamento do clube do cerrado.


Restam ainda duas vagas para a Série B de 2011. Guarani, com 37 pontos, e Vitória, com 40, seriam os punidos se o Brasileirão terminasse hoje. Mas o Avaí e o Atlético-GO também namoram a Segundona com 40 pontos, enquanto Atlético-MG, com 42, e Flamengo, com 43 respiram um pouco mais aliviados. Na próxima rodada, o Bugre pega o Grêmio, em casa, e o Vitória vai a Porto Alegre enfrentar os reservas do Internacional que, aliás, não deram mole para o Botafogo e derrotaram os cariocas em pleno Engenhão por 2 a 1. Parada dura para ambos os ameaçados.

O Avaí enfrenta o Santos em casa e o Atlético-GO pega o São Paulo também nos seus domínios. Já o Atlético-MG tem tudo para se livrar do pesadelo enfrentando o Goiás na Arena do Jacaré, enquanto o Flamengo vai ter que se desdobrar para superar o Cruzeiro. Emoções fortes. E chororô e mimimi garantidos.

segunda-feira, novembro 15, 2010

Corinthians vence “semifinal” e é líder

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Até aqui, quem vaticinou a verdade foi o Marcão “Diná”: “o Corinthians deve pavimentar seu caminho ao título com vitória sobre o Cruzeiro” e “No outro jogo, o Fluminense tem tudo pra vencer o Goiás em casa. Mas aí sim eu acho que pode dar zebra. Tratando-se do Goiás, nunca se sabe...”. Mas não há absolutamente nada decidido. Ainda creio na capacidade do Fluminense de avançar e não aposto uma pataca no empenho de São Paulo e Palmeiras para vencê-lo. Cruzeiro também não está morto, embora bastante ferido.

Não vi o jogo, confesso. Estou aqui no Rio, onde só estava passando o embate aviário mineiro-carioca. Vi apenas o obviamente polêmico pênalti marcado sobre Ronaldo e o gol do próprio. Digo obviamente polêmico não porque haja alguma dúvida quanto a ter sido ou não pênalti, mas porque qualquer pênalti marcado a favor do Corinthians neste jogo seria alvo de polêmica. Acaba parecendo mais importante que o jogo, o avanço do Corinthians, seu desempenho.

Uma falta como essa feita sobre Ronaldo, se fosse no círculo central, seria marcada sem maiores discussões: um jogador vai receber uma bola alta e o marcador – sem qualquer possibilidade de alcançar a bola, já que o seu adversário está de costas para ele recebendo a bola de frente – chega como uma vaca louca e lhe dá um encontrão por trás (atenção: por trás), impedindo-o de dominar a bola ou mesmo de se manter em pé. Esse papo de “jogada normal” na área, que “é falta mas ninguém nunca marca”, é um equívoco. Normal é uma disputa de bola com o corpo, coisa que o gordo Ronaldo faz o tempo todo, às vezes se dando bem, outras não. Neste caso, não havia qualquer disputa de bola, já que a bola estava totalmente fora de alcance para o marcador.

Ainda ouço comentários de que o zagueiro cruzeirense Gil “foi burro”, o que não vou discutir no mérito, mas apenas evocar como mais um argumento a esmorecer a discussão. Se foi burro é porque fez o que não devia: uma movimentação bisonha dentro da área, difícil de explicar aos colegas, e que termina atropelando o atacante adversário. Aos que ainda têm dúvida, eu gostaria de propor uma reconstituição da cena, na qual eu faria o papel do zagueiro cruzeirense: o Tomé receberá uma bola alta de costas para o gol e eu vou fazer um lance “normal” nele do jeitinho que o cruzeirense fez no Ronaldo.



Mas que falem. O Corinthians agora depende de si mesmo e passou bem pelos dois maiores desafios das últimas cinco rodadas. Mas, repito, nada está ganho. Tudo pode acontecer nessas três rodadas finais e não existe nenhum favoritismo. Dificilmente o Corinthians ganhará os três jogos, o que abre margem para que seja ultrapassado por Fluminense ou Cruzeiro. Bola no chão e vamos em frente.

sábado, novembro 13, 2010

Com pênalti (de verdade) perdido, Santos fica no zero com o Grêmio

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Sem Neymar, suspenso por ter tomado o terceiro cartão amarelo recebido na partida contra o Atlético-MG, o Santos entrou mais uma vez com três volantes contra o Grêmio. É importante lembrar a ausência do jovem atacante porque, sem ele e com o meio de campo mais destruidor do que criativo (Arouca continua no departamento médico), era de se esperar um jogo sem grandes lances e com pouca técnica.

E foi o que aconteceu. O Grêmio entrou determinado a arriscar apenas nos contra-ataques, esperando mais o Alvinegro no próprio campo. Essa determinação defensiva ganhou força com a expulsão do artilheiro do Brasileirão, Jonas, que atingiu duas vezes com o braço esquerdo o incansável marcador Adriano. Se os gaúchos pouco faziam à frente, depois disso foi um ferrolho só.

Mas o Santos não conseguia chegar com perigo no primeiro tempo, mesmo dominando a partida. Na segunda etapa, com a entrada de Alan Patrick no lugar de Roberto Brum, o time peixeiro passou a ter ainda mais presença ofensiva, em geral, pelo lado esquerdo. Mas foi pelo lado direito que surgiu o lance mais agudo da partida. Pênalti (de verdade) em Zé Eduardo que, aliás, se joga muito mais que Neymar. E joga muito menos.

Marquinhos foi em direção à bola logo após a marcação, o que deu a impressão de que ele era o batedor oficial. Mas, como em qualquer pelada de praia, Zé Eduardo colocou a bola embaixo do braço no melhor estilo “eu sofri o pênalti, eu bato”. Bateu e Vítor defendeu. No primeiro turno, na vitória alvinegra no Olímpico, o arqueiro da seleção já havia defendido uma outra penalidade, cobrada por Neymar.


Claro que Marquinhos poderia ter cobrado e perdido também, mas todo time vai a campo com um batedor definido. O episódio na verdade evidencia a falta de comando de Martelotte e também uma certa irresponsabilidade de alguns jogadores santistas, que colocam a vaidade pessoal acima do coletivo. Se a partida não vale nada em termos de campeonato, vale para o torcedor que vai à Vila Belmiro e também para o que assiste de casa. De novo, cabe lamentar que o Santos tenha desistido tão cedo do Brasileirão. Por conta disso, a torcida já está desistindo de alguns jogadores também.

segunda-feira, novembro 08, 2010

Visão de perto: pintou o campeão

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Há exatamente um ano, observando as últimas rodadas do Brasileirão de longe, lá de Dublin (Irlanda), fiz um post cravando o Flamengo como favorito para levantar a taça. Naquela data, os cariocas tinham vencido por 3 a 1 o Atlético-MG, que fazia ótima campanha, em pleno Mineirão lotado. Uma vitória daquelas, na minha opinião, dava muita moral - apesar de, na época, o Flamengo ter alcançado apenas a terceira posição na tabela, um ponto atrás do Palmeiras e dois do São Paulo, que era o líder. Faltavam só quatro rodadas mas, menos de um mês depois, no último jogo, o Flamengo confirmou meu palpite.

Pois agora, acompanhando a edição deste ano de perto, aqui no Brasil, eu volto a apostar em um favorito, e desta vez até com maior convicção: vai dar Corinthians. Como disse aqui no post da semana passada, caso os alvinegros vencessem o clássico contra o São Paulo, "na minha humilde opinião, ninguém conseguirá evitar que a taça vá para o Parque São Jorge". Não tô secando, não (antes fosse e tivesse alguma possibilidade de funcionar!). O Corinthians venceu por 2 a 0 e, mais que tudo, convenceu, jogando o fino da bola, contra um adversário que também atuou muito bem, num Morumbi lotado de sãopaulinos. É, inegavelmente, um resultado que dá muita moral - ao contrário das magras e suadas vitórias do Cruzeiro (contra o esforçado Vitória) e do Fluminense (contra o insosso Vasco), ambas por 1 a 0.

O Corinthians se recuperou e voltou a vencer na hora certa. Fatores decisivos foram a troca de técnico, que aliviou a pressão, e a volta de Ronaldo, cuja força de vontade e gana de vencer, disputando os 90 minutos de todos os últimos cinco jogos, uniu e motivou o elenco. Além disso, o time tem quatro jogadores fundamentais: Chicão na zaga, Alessandro na lateral direita e Elias e Bruno César no meio (fora o goleiro Júlio César, em fase excelente). O Corinthians pode prescindir de qualquer um dos outros titulares, menos dos quatro citados, que são a espinha dorsal do forte e convincente futebol apresentado em campo. Bruno César eu já elogiei. Elias (foto), para mim, é jogador de seleção. E eu admiro muito a raça e a eficiência de Alessandro e Chicão. Jucilei, Ralf e Roberto Carlos também merecem aplausos.

No mais, já que o exercício aqui é de palpitagem, vamos às últimas rodadas. Na próxima, nesta quarta-feira, o Corinthians deve pavimentar seu caminho ao título com vitória sobre o Cruzeiro, no Pacaembu abarrotado. Não acredito que o time de Minas, em franca decadência, consiga vencer diante de um rival tão embalado e da pressão da torcida adversária. Se acontecer, lembrará a final da Copa do Brasil de 1996, quando a Raposa bateu o Palmeiras dos 100 gols em pleno Parque Antartica. Repito: não creio em vitória cruzeirense, é muito improvável. No outro jogo, o Fluminense tem tudo pra vencer o Goiás em casa. Mas aí sim eu acho que pode dar zebra. Tratando-se do Goiás, nunca se sabe...

Já na 36ª rodada, o Vitória não será páreo para o Corinthians, mesmo jogando na Bahia. O Cruzeiro pode até vencer o Vasco em Minas, mas acho que esse jogo tá com cara de empate. Assim como o confronto entre São Paulo e Fluminense, no Morumbi. O tricolor carioca anda tão irregular que, se bobear, pode até perder. Daí vem a penúltima rodada: pra mim, o Corinthians vence o Vasco no Pacaembu, o Fluminense vence o Palmeiras em São Paulo (pois o alviverde estará mais focado na Sulamericana) e o Cruzeiro vence ou empata com o Flamengo em Minas. Na última rodada, o Fluminense vence o Guarani e o Cruzeiro vence o Palmeiras. E o Corinthians passeia contra o rebaixado Goiás.

O palpite, então, é mais ou menos o seguinte: Corinthians campeão (72 pontos), Fluminense vice (entre 69 e 71), Cruzeiro terceiro (entre 65 e 68).

Ou não (rsrs). Como diria Garrincha, "falta só combinar com os russos". Mas eu, se fosse corintiano, já estaria muito animado com o (bem provável) título do centenário. Façam suas apostas!

Atlético-MG e Santos, Dorival e a reflexão tardia

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O empate em 2 a 2 do Santos com o Atlético-MG traz algumas reflexões. Como a disputa pelo título já havia sido praticamente sepultada após o empate como Vitória no meio de semana, restava ao Peixe fazer uma apresentação digna diante do ameaçado Galo. Garra e determinação não sobraram ao Santos (nem ao Atlético), mas faltou algo que sobrava ao time no primeiro semestre: a volúpia de ir à frente.

Claro que a comparação pura e simples com aquele time pode ser cruel, pois hoje o Alvinegro não conta com Wesley, André, Robinho e o contundido Paulo Henrique Ganso. Mas, mesmo quando jogava com o time misto ou quase todo reserva, a vontade ofensiva se fazia presente no Santos de alguns meses atrás, muito por conta da forma de jogar proposta por Dorival Junior. Na partida em Sete Lagoas, Marcelo Martelotte tinha seis jogadores fora de combate, mas tinha Alan Patrick como opção para o meio. Preferiu atuar com três volantes, estreando Possebom junto às entradas de Rodriguinho e Adriano.

Diante da escalação santista, só restava ao Atlético-MG fazer o óbvio: pressionar a saída de bola peixeira. Conseguiu se manter boa parte do jogo no campo santista, mas sofreu o primeiro gol em jogada individual de Neymar. Mesmo sem criar grandes chances, ainda que dominando as ações, a equipe mineira chegou ao empate com Diego Tardelli.


O espaço entre o gol santista e o do empate foi simbólico. Um time pressionava e o outro se defendia, sem conseguir acionar os rápidos contra-ataques que caracterizaram a equipe há alguns meses. Isso em função não apenas da escalação defensiva do técnico, mas também da falta de mobilidade de Marquinhos, que, sem a companhia de Ganso para dividir a armação, não mostrou desde a contusão do parceiro condições de exercer essa função sozinho. Fez mais uma partida pífia e sua substituição por Alan Patrick na segunda etapa foi mais que tardia.

Na segunda etapa, a virada merecida fez com que finalmente o comandante santista alterasse o time. Além de Patrick, Marcel também entrou na equipe e o esquema com três volantes se desfez. O time chegou ao empate com Neymar novamente, em uma falha do goleiro, assim como no segundo gol do Galo. Uma chance ou outra de definir o jogo de cada lado, mas o empate permaneceu ao final. Justo pelas condições técnicas apresentadas por cada um, injusto pela maior vontade de vencer do Atlético-MG. Mas só vontade não ganha jogo.

*****

Foco de toda a mídia antes da partida começar, o abraço de Neymar e Dorival Junior é menos relevante do que o fato de todos os atletas santistas terem ido abraçar o ex-treinador. Fica a impressão de que não havia desgaste (além do natural) entre o comandante campeão paulista e da Copa do Brasil com o elenco. Sua demissão de fato se deu em função de um episódio que se desdobrou em vários. À quebra de hierarquia de Neymar, se sucedeu a quebra de hierarquia de Dorival, querendo punir o atelta mais do que o acertado com a diretoria. E a direção santista, assim como o ex-técnico, exagerou na punição.

Tal desprendimento dos diretores à época poderia ter mais de uma leitura, como a de que o Alvinegro tinha um técnico em vista e não queria seguir com Dorival em 2011. No entanto, a manutenção de Martelotte no cargo deixou evidente também que a diretoria do Santos tinha desistido do Brasileiro. Ou que fez a aposta de que um interino poderia dar novo gás à equipe, a exemplo do que aconteceu com o Flamengo em 2009. Contudo, a principal diferença é que aquele Flamengo era um time de cobras criadas, enquanto o Santos tem muitos garotos que não podem prescindir de um treinador com alguma tarimba.


O resultado é que, mesmo com as séries ruins de Fluminense e Corinthians, o interino santista conseguiu a medíocre marca de 39,4% de aproveitamento em 11 rodadas, índice semelhante ao do Flamengo. Dorival, mesmo assumindo um time arrasado pelo “gênio” Vanderlei Luxemburgo e pelas contratações da diretoria mineira, conseguiu até agora 50% dos pontos disputados (contra 29,8% do hoje treinador flamenguista), o que deu alento para uma equipe antes quase fadada ao rebaixamento.

Aliás, é a segunda vez seguida que Dorival tenta consertar a "obra” de Luxemburgo. No Santos do "gênio", Neymar era mais reserva do que titular, Ganso não tinha a confiança de Luxa, André mal sentava no banco de reservas e muitos na Vila não queriam a volta de Wesley, emprestado a pedido do ex-treinador. A equipe de Luxemburgo também era montada vez e outra com três volantes, assim como a que enfrentou o Atlético-MG. Por isso, a equipe que jogou contra o Galo lembra mais (em números e no jeito) o time do “profexô” do que o do primeiro semestre. Sem vontade ofensiva e igualmente sem padrão de jogo. Espera-se um técnico para 2011.

quinta-feira, novembro 04, 2010

São Paulo ajuda - e enfrenta - o Corinthians

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Provando que, seja lá por que raio de motivo, sempre joga bem contra o Cruzeiro, o São Paulo venceu ontem por 2 a 0, em Uberlândia, e ajudou o Corinthians a ultapassar os mineiros e a assumir a vice-liderança, só um ponto atrás do Fluminense. O que dá contornos de decisão de campeonato para o clássico do próximo domingo, que reunirá justamente os dois rivais paulistas. Se o São Paulo vencer, praticamente elimina as chances do Corinthians. Caso contrário, na minha humilde opinião, ninguém conseguirá evitar que a taça vá para o Parque São Jorge.

Sobre ontem, duas observações: o Cruzeiro poderia ter matado o jogo caso tivesse um centroavante mais eficiente do que o ex-palmeirense Robert, além de a equipe demostrar ser muito "Montillo-dependente", algo semelhante ao que ocorre com o Conca no Fluminense (quando esses gringos não estão inspirados, seus times não vão bem); já o São Paulo venceu num lance de inspiração individual do instável Lucas (foto de Rubens Chiri/SPFC), auxiliado pelo sempre útil Dagoberto. O pênalti em Ricardo Oliveira, convertido por Rogério Ceni, não existiu. Foi fora da área e nem falta foi, ele se jogou.

Para o domingo, espero um jogo digno do último confronto entre São Paulo e Santos. Acho que as equipes vão para o ataque com tudo no Morumbi, pois empate é ruim para os dois. E nessas circunstâncias, e sendo um clássico, é impossível prever resultado. Caindo na vala comum, quem errar menos define a fatura. Espero que Ricardo Oliveira esteja num dia mais inspirado. Porque do outro lado o adversário é muito forte e, inegavelmente, Bruno César é o nome do campeonato. Jogador espetacular. E pensar que disputou a Copinha pelo São Paulo, em 2009, e foi dispensado. Ah, Juvenal, ah, Juvenal...

sexta-feira, outubro 29, 2010

Priorizar a base, mas com cautela

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Casemiro é um bom volante e um dos garotos que o São Paulo decidiu profissionalizar para valorizar as categorias de base, a exemplo de Lucas, Zé Vítor, Diogo e Lucas Gaúcho, entre outros. Campeões da Copinha em janeiro, todos merecem o prêmio e seguem a excelente estratégia do Santos, que tem revelado inúmeros talentos e que, no primeiro semestre deste ano, deu show nas competições e resgatou aquele tradicional futebol brasileiro de encher os olhos. Esse é o futuro e a maior esperança do esporte nacional - e merece incentivo e aplausos. Mas é preciso ter cautela. Muitas vezes, esquecemos que eles ainda são garotos.

Ontem, o São Paulo vencia o Atlético-PR por 1 a 0, gol de Ricardo Oliveira, depois de uma roubada de bola de Casemiro no meio do campo. Cheio de moral, o jovem volante abusou da confiança e resolveu dar um passe temerário para Miranda, naquilo que o jargão convencionou chamar de "na fogueira". A bola foi interceptada por Guerrón, que partiu sozinho para chutar no canto de Rogério Ceni e empatar o jogo. Casemiro sentiu a besteira que fez. No intervalo, Ricardo Oliveira reclamou: "Nós temos que ser sérios. Não dá para ficar com esses toquinhos com a posse de bola. Ou joga em Rogério, ou joga na frente para a gente correr".

Foi então que, para o segundo tempo, Paulo César Carpegiani o substituiu por Marlos. Com isso, tomou duas atitudes sábias: preservou o garoto, que não deve ser crucificado por uma noite ruim (e que poderia tornar-se péssima, se ele continuasse em campo), e tirou um volante para colocar um meia armador, ousadia que seria premiada com o segundo gol, da vitória, marcado por Miranda. Gostei da atitude do treinador. E espero que os garotos continuem aparecendo no time titular.

Quanto ao São Paulo, vamos ver se escapa "vivo" após as pedreiras chamadas Corinthians, Cruzeiro e Fluminense - simplesmente os três melhores times do campeonato. Estou pressentindo que o time de Carpegiani será o fiel da balança na definição de quem levantará a taça.

segunda-feira, outubro 25, 2010

A rodada ideal

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Vencer o Palmeiras é o que o Corinthians precisava neste momento. Em crise depois de sete partidas sem vencer, com mudança de técnico e a visão da taça se afastando cada vez mais, depois de estar muito mais próximas das mãos alvinegras, vencer o rival de casa revigora a alma e traz de volta a confiança abalada.

Não vi o jogo, mas os melhores momentos abaixo mostram um Corinthians claramente melhor no primeiro tempo, quando fez o gol com Bruno César, e um Palmeiras que se recupera e quase empata no segundo, com a bola parada de Marcos Assunção e bela defesa de Julio César.



Ronaldo quebra o tabu de ainda não ter vencido contra o Palmeiras e Tite tem a melhor recepção possível. Jucilei também se destacou com sua raça e habilidade, como tem sido a regra desde que começou a atuar pelo Timão.

Na tabela, ajudaram bastante a derrota do Cruzeiro para o surpreendente Atlético Mineiro e os empates do Flu e Inter, além da igualmente surpreendente derrota do Peixe.

Agora o negócio é manter a concentração, pois cada jogo será uma final. Que belo campeonato!

domingo, outubro 17, 2010

Emocionante

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O confronto entre São Paulo e Santos seguia empatado em 3 a 3 até os 47 minutos do segundo tempo, com virada de placar, bolas na trave, expulsão e defesas inacreditáveis dos dois goleiros. Se o juiz apitasse ali, o clássico paulista igualaria em qualidade e placar o Fluminense x Flamengo de 19 de setembro, que também testou a resistência dos cardíacos. Mas eis que Marlos pegou uma bola na lateral e cruzou para Ricardo Oliveira, que fulminou de primeira e obrigou defesa milagrosa de Rafael. Houve rebote e Jean, que já havia perdido dois gols feitos, completou de cabeça e definiu a vitória sãopaulina: 4 x 3. Só por isso, o clássico paulista superou, em emoção, aquele Fla-Flu de setembro. Quem foi ao Morumbi viu um jogaço, na acepção da palavra. (Foto: Rubens Chiri/SPFC)

Quando cheguei em casa e liguei o rádio, o jogo estava no início do segundo tempo. Assim, não ouvi a movimentada primeira etapa, quando o Santos saiu na frente e Dagoberto virou o placar com dois gols; o São Paulo fez mais um e o Santos ainda teve tempo de diminuir para 3 x 2. Daí, lógico, o que se esperava dos 45 minutos finais seria o ótimo e perigoso time do Santos partir para o "abafa" e o São Paulo segurar as pontas e tentar alguma coisa no contra-ataque. Foi o que aconteceu, mas os santistas só conseguiram o gol após a expulsão (justa, segundo os comentaristas) de Richarlyson, jogador que, quando não apanha muito, bate muito. Pouco depois disso, o Santos insistiu mais no ataque até que Alex Silva fez pênalti em Neymar, que converteu e empatou a partida.

Curiosamente, mesmo com um a menos, o São Paulo seguiu levando perigo - e foi premiado no final. Pouco antes do gol de Jean, Rogério Ceni jogou uma bola para escanteio em defesa "impossível", e poderia ter sido o herói sãopaulino, ao lado do goleador Dagoberto. Mas a equipe da Rádio Globo apontou Ricardo Oliveira como o craque da partida, e parece que ele foi mesmo o fator de desiquilíbrio, com assistências e frequentes investidas contra a defesa santista. Alguém chegou a fazer um comentário que achei procedente: "Em forma, o Ricardo Oliveira é outro jogador, imprescindível". Porém, ainda considero o time do São Paulo inferior aos cinco ou seis primeiros na tabela e, apesar das vitórias e da reação no campeonato, é cedo para qualquer avaliação - mesmo porque, com uma ou duas derrotas, o São Paulo pode voltar ao "inferno astral" e clima de crise.

Mas, enfim, dou a mão à palmatória: Paulo César Carpegiani injetou novo ânimo num time que, antes dele, era apático e presa fácil, principalmente em clássicos. Prova do trabalho do técnico é que até Carlinhos Paraíba jogou bem! Quem diria...

domingo, outubro 10, 2010

Botafogo expõe lado ruim do Palmeiras

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Um Palmeiras mais limitado do que nas últimas três partidas apresentou-se diante do Botafogo no Engenhão neste domingo (10). O time que havia animado torcedores foi bem menos; o Botafogo não fez apresentação de gala, mas jogou melhor. Perdeu pênalti com Loco Abreu e boas chances.

Kléber exercitou seu cotovelo pela primeira vez desde sua volta ao Palmeiras. Foi expulso por acertar Alessandro com seu braço outrora plenamente desgovernado. Confesso que fico bem mais triste diante do que pode ser visto como a volta de uma faceta do jogador que parecia deixada para trás. Não foi uma agressão, mas lance besta que acontecia com mais frequência na passagem anterior do atleta pelo clube.

O alviverde permanece um ponto atrás da Estrela Solitária, mas a três posições de distância.

O Botafogo foi uma pedra no sapato do Palmeiras nas duas últimas temporadas. É que o confronto coincidiu com a última rodada, dificultando e tirando o time da Libertadores nos brasileirões de 2008 e de 2009.

Gabriel Silva, que pôs a mão na bola no primeiro tempo, foi poupado do cartão vermelho, que poderia ser aplicado, já que o árbitro interpretou que houve intenção no toque. Ao rever o lance, considero incorreta a marcação, mas como a bola foi para fora, a polêmica esvazia-se.

Valdívia tampouco foi bem no jogo, o que acontece. Vitor não jogou e o time não pôde repetir a fórmula do jogo passado. Lincoln e Dinei foram a campo, mas não mudaram a realidade do time (embora o atacante tenha quase marcado em um chute desviado que, por pouco, não encobre o goleiro.

O lado ruim, exposto na partida, é o da instabilidade, que faz o time oscilar tanto. Outro aspecto é a dependência de El Mago e de Kléber – excetuando-se as faltas de Marcos Assunção, que não fizeram a diferença

sexta-feira, outubro 08, 2010

Palmeiras vence no Pacaembu; e Valdívia fez 2

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Foi contra o Avaí, no Pacaembu com 7 mil alviverdes que driblaram a chuva e o trânsito infernal de São Paulo na quinta-feira, 7. O Palmeiras bateu o Avaí por 4 a 1 com dois gols de Valdívia.

O meia chileno vinha apresentando-se bem nas últimas partidas, mas não marcava desde sua volta, há 12 jogos. AO ser substituído na partida anterior, contra o Santos, El Mago tinha ficado chateado, ensejado até reclamar.

Contra o Avaí, funcionou o sistema de um lateral de origem em cada lateral, auxiliado por um volante de cada lado. Quer dizer, Vítor e Márcio Araújo na direita, Gabriel Silva e Rivaldo na esquerda. Ainda tem Edinho e Marcos Assunção para marcar e eventualmente dar volume ao meio de campo. Continua só tendo Valdívia como meia de criação, mas já há jogadas pelas laterais do campo.

Nenhum primor, nenhum espetáculo. Muito menos esperança de alcançar o G3 da Libertadores. Mas a regularidade alcançada é tranquilizadora. O que ainda incomoda é que a capacidade de criar jogadas permanece limitada. Tanto que dois gols saíram de chutões de fora da área, daqueles que vão na forquilha, e dois de bola parada.

Se saírem sempre gols assim, seria ótimo. Mas por melhores e mais aplicados que sejam os arrematadores, nem sempre se acerta.





O primeiro tempo virou 1 a 1, com um gol de Valdívia em cobrança de falta de Marcos Assunção e outro de Edinho, contra (mas assinalado para o impedido Roberto). O Avaí mandou duas bolas na trave, o que reforça a preocupação.

Na segunda etapa, logo aos quatro minutos, o chileno colocou o time da casa em vantagem. O terceiro veio de pênalti em um lance patético. Kléber bateu um pênalti sofrido por Rivaldo achando que era Djalminha. Ou Loco Abreu. O goleiro Zé Carlos defendeu e foi zombar do camisa 30, com um tapinha, um empurrãozinho no rosto, no estilo "fica para a próxima".

Sem perder tempo, Kleber ficou no chão, e o árbitro marcou nova penalidade. Como ele já tinha tomado amarelo por ter reclamado da marcação do primeiro pênalti e dado um soco na bola quando ela estava nas mãos de Valdívia, o camisa 1 do Avaí foi expulso. Na nova cobrança, o gol saiu.

Embora os visitantes tenham criado pelo menos uma grande chance de perigo no segundo tempo, foi Gabriel Silva quem fechou o placar, também com um chute fora da área.

quinta-feira, outubro 07, 2010

O problema da autoridade sobre o elenco

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Gabriel Saraceni, na coluna "Visão do treinador" de hoje do jornal Lance!, faz uma observação sobre os 2 a 0 do São Paulo ontem, contra o Vitória (vídeo acima), estreia do técnico Paulo César Carpegiani, que considerei reveladora: "Impressionante o que todos correram, deram carrinho, vibararam e conversaram. Nem parecia um time que não tem mais tantas pretensões na competição. Foi tudo muito diferente dos 14 duelos com Baresi à frente". Fiquei com a mesma impressão.

Tudo bem que, em qualquer lugar, os jogadores costumam "mostrar serviço" para agradar um novo treinador, e também que o sofrível Vitória, 14º colocado, foi uma presa fácil. Mas uma coisa ficou nítida: a diferença de autoridade de um técnido de fato, oficializado no cargo, e a de um interino que nunca teve respaldo da diretoria. Carpegiani parece ter recebido uma "carta branca" para tentar melhorar alguma coisa. E os jogadores perceberam sua autoridade.

Continuo duvidando do potencial do São Paulo neste campeonato. Há muitas deficiências, muitos jogadores medíocres, posições sem atletas de ofício e pouco tempo para moldar um time realmente competitivo. Além do que, Carpegiani nunca foi e não é nenhum talento excepcional como técnico. Mas ele fala e o elenco responde, isso já é um avanço incrível no apático e displicente (pra não dizer acomodado) time que o São Paulo apresentou nesta improdutiva temporada.

Tomara que, no mínimo, Carpegiani possa terminar o ano de forma digna, sem derrotas vexaminosas ou ameaça de rebaixamento. E que, ao contrário de Ricardo Gomes, que também parecia não ter autoridade alguma, ele impeça Juvenal Juvêncio de fazer mais uma dúzia de contratações ridículas no início de 2011.

quinta-feira, setembro 30, 2010

Nova derrota com velhos problemas

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Quando liguei a TV ontem, Rogério Ceni estava cobrando o pênalti que diminuía para 2 a 1 a vantagem do Grêmio sobre o São Paulo, no estádio Olímpico, no finzinho do primeiro tempo. Não vi o lance da penalidade, mas dizem que o sãopaulino se jogou e o árbitro caiu na dele. Os dois gols do Grêmio foram do ex-tricolor André Lima, em lances de bola alçada na área - um velho problema da atabalhoada defesa (defesa?) do time paulista. No segundo tempo, Sérgio Baresi fez sua substituição padrão, colocando Cleber Santana em campo e tirando o (nulo) Carleto.

Para surpresa geral, logo aos 6 minutos, Marlos pegou uma bola na lateral esquerda do Grêmio e foi conduzindo até a meia lua, de onde disparou um tiro certeiro, que entrou no canto do bom goleiro Vítor: 2 a 2. Aí o Grêmio foi pra cima com tudo e o gol foi só questão de tempo. Porém, quando o jogo ainda estava empatado, Richarlyson levou um pisão assassino na canela (acho que de Edmílson) e o juiz nem cartão deu. Isso poderia ter mudado a história da partida.

Mas, pra não variar, o São Paulo tomou mais dois gols, em falhas de Cleber Santana, que fez pênalti bobo, e de Rogério Ceni, que tentou encaixar uma bola na pequena área e soltou grotescamente no pé do adversário. Falha também de Sérgio Baresi, que mandou Dagoberto aquecer aos 20 da segunda etapa e não o colocou em campo, diante de um Ricardo Oliveira apático, que conseguiu errar bisonhamente o pouco que tentou. O 4 a 2 foi justo. E o São Paulo segue tabela abaixo.