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sábado, agosto 11, 2012

As cornetas e o aprendiz de feiticeiro Mano Menezes

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Depois da derrota, vem as cornetas. Mas antes da derrota elas já se ouviam. Há que ser feita, no mínimo, algumas reflexões, inclusive sobre algo que foi dito aqui. Mano Menezes tem direito a convocar três jogadores acima de 23 anos. Um dele é o lateral esquerdo Marcelo, pois o treinador não confia no outro lateral esquerdo da equipe, Alex Sandro. Eu também não confiava quando ele jogava no Santos (onde nunca foi titular absoluto). Daí, na semifinal contra a Coreia do Sul, Mano saca Hulk, o outro dos três convocados acima de 23 anos, para colocar... Alex Sandro. Fora da sua função! Não jogou bem, mas o time ganhou, e ele virou titular. 

É com esse que a gente vai em 2014? (Foto: Rafael Ribeiro / CBF)
Titular até os 31 do primeiro tempo da final, quando Mano desfez o que havia feito antes. E Hulk fez o gol brasileiro, além de ter dado a assistência para Oscar quase marcar naquele que seria um empate improvável (e injusto, diga-se). Fazer experiência na fase aguda de uma competição não parece ser das coisas mais sensatas, segundo a literatura ludopédica.

Outra mudança do técnico durante as Olimpíadas, a entrada de Rafael como titular, também se mostrou equivocada. O garoto errou no gol relâmpago do México, boa parte da culpa é dele mesmo, mas não só. Quem viu a partida entre México e Senegal, assistiu a dois erros da equipe africana na prorrogação que resultaram na sua eliminação, porque o México faz esse tipo de marcação no campo rival – a diferença é que os senegaleses entregaram depois dos 90 minutos, não aos trinta segundos. Mas a seleção mostrou que não estava preparada para sair desse tipo de marcação. Com um volante que só toca a bola pra trás, Sandro, e outro que prefere tocar de lado, Rômulo, o Brasil penava pra sair com qualidade da intermediária, dificultando o trabalho na ofensiva.

Na segunda etapa, o Brasil adiantou a marcação, parte por conta do próprio México, que se postou atrás e preferiu atuar no contra-ataque. Novos erros individuais atrás, inclusive de Thiago Silva que, no mano a mano, perdeu para Fabián, que desperdiçou. Desperdiçaria, aliás, outras duas chances. Tomou outro gol em nova falha de marcação, embora seja necessário reconhecer o mérito do lance ensaiado dos mexicanos (a seleção tinha alguma jogada ensaiada?) e da execução do ótimo Peralta. O Brasil poderia ter empatado, mas não merecia.

Uma derrota em Jogos Olímpicos, mesmo descontando-se o frisson desnecessário sobre a tal medalha de ouro no futebol, não seria tão doída se não fosse o retrospecto brasileiro em Londres. Sofreu contra equipes medíocres como Honduras e contou com erros de arbitragem para chegar à final. É uma equipe de garotos e são eles, em sua maioria, que vão representar o país na Copa de 2014. Os meninos podem e devem amadurecer até lá, mas o nosso técnico vai “amadurecer”?

Acho curioso quando falam algo do tipo: “ah, mas vai jogar todo o trabalho feito até agora pelo treinador fora?” Bom, depende da avaliação desse trabalho. Qual o esquema da seleção? Os jogadores jogam mais, a mesma coisa, ou menos, muito menos do que nos seus times? Se o tal trabalho fosse interrompido hoje, que legado deixaria? Aguardemos o que virá depois do amistoso contra a Suécia. Se é que virá alguma coisa.

terça-feira, agosto 07, 2012

Ataque resolve e Brasil chega à final dos Jogos Olímpicos

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A Seleção Brasileira de futebol de campo bateu a Coreia do Sul por 3 a 0 na tarde desta terça-feira e se classificou para a semifinal dos Jogos Olímpicos. Aquele apressado trabalhador que viu só os primeiros minutos da peleja achará improvável que tal placar tenha sido atingido. A Coreia começou o jogo em cima do Brasil, marcando a saída de bola e criando boas chances. Ajudada, sempre, pela fragilidade da defesa e do goleiro canarinhos.


Mano Menezes deve estar muito arrependido de não ter levado David Luiz. O técnico deve ter confiado que o goleiro Rafael e Thiago Silva segurariam a onda, mas a contusão do santista deixou a defesa brasileira com uma fragilidade alarmante.

Culpa das limitações do zagueiro Juan e dos goleiros Gabriel e Neto, sem dúvida, mas também das atuações muito ruins de Sandro. O volante não faz bem a cobertura, não arma, não faz nada. Na última partida, foi substituído pelo ex-peixeiro Danilo, de quem não sou fã, mas pelo menos pode ajudar na saída de bola.

Para tentar corrigir o defeito, Mano sacou Hulk e lançou o lateral-esquerdo Alex Sandro no meio campo, como um terceiro volante. Com Neymar voltando para judar na armação, em tese, teríamos uma superioridade na meia cancha e menos pressão sobre a zaga. Não foi o que aconteceu, pelo menos no começo da partida. Outra ponderação possível é: porque levar um atacante acima de 23 anos para ficar no banco? As contingências ajudam, mas não explicam completamente o improviso.

Mas daí, após roubada de bola de Neymar, Oscar faz bela jogada e quem marca é o volante Rômulo, que ganhou mais liberdade na nova formação. Pois é, às vezes dá certo. O primeiro tempo seguiu meio esquisito, sem domínio claro de ninguém, ainda que o Brasil levasse mais perigo.

Na segunda etapa, o time botou a cabeça no lugar e melhorou. Sofreu uma pressão básica dos coreanos no começo – que contou com um pênalti claro do ainda fraco Sandro, não marcado pelo árbitro – mas controlou a partida depois de uns 10 minutos.

O segundo gol saiu numa bela tabela de Marcelo com Neymar, que cruzou para Leandro Damião detonar o goleiro coreano – fraquinho, por sinal. O terceiro veio de nova tabela, essa  de Neymar com Oscar, e que deu errado. Mas o corte do zagueiro sobrou para Damião que demonstrou faro de centroavante: com a bola colada no corpo, achou um chute rápido e no canto, tirando do goleiro Lee. Zerada a fatura, o Brasil tocou a bola com mais tranquilidade.

Ataque na final

Se a defesa é o ponto fraco da equipe, o ataque tem funcionado bastante bem. Essa matéria do Trivela mostra que Neymar, Damião e Oscar participaram de 14 dos 15 gols marcados pela seleção até aqui. Damião, que eu não canso de chamar de grosso, fez meia dúzia, artilheiro isolado do torneio, e deu uma assistência. Neymar, estrela da companhia, fez 3 e deu 4 para os colegas. Com números mais modestos, Oscar fez 1 e deu três assistências – mas o camisa 10 participa e muito das ações coletivas, fazendo o time jogar mais.

Boas notícias para o time, que enfrenta o México na final olímpica, estágio que não atinge desde 1988, em Seul, quando perdeu para a gloriosa União Soviética. O jogo será neste sábado, às 11h, em Wembley.
Vai, Brasil!

quinta-feira, junho 16, 2011

Peñarol 0 X 0 Santos - vai ser uma semana longa

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Metade da decisão já foi. E Santos e Peñarol continuam a uma vitória do título da Libertadores. Mas é inegável que o fator campo (e que campo é esse do Centenário? Um show de escorregões dos dois times) e torcida foi desperdiçado pelo escrete uruguaio ontem. O Peixe, além de adiar a decisão para sua própria casa, pode ter uma vantagem que, essa sim, é fundamental: o possível retorno de (pelo menos parte) dos quatro titulares que não estiveram em campo ontem, e fizeram falta: Jonathan, Dracena, Léo e Ganso.

Já se sabia que os uruguaios não sairiam pro jogo nem com reza brava, ao contrário de outros adversários santistas na fase de mata-mata. Isso permitiu que o time da Vila tivesse a posse de bola a maior parte do tempo, enquanto os uruguaios, com Martinuccio praticamente anulado por Adriano, alçavam bolas na área, sempre rebatidas pela dupla de zaga alvinegra. A propósito, Bruno Rodrigo, que até pouco tempo não era sequer o zagueiro reserva preferido do treinador, cumpriu muito bem seu papel, ainda mais levando-se em conta que era a sua primeira partida na Libertadores (justamente a final).

Alex Sandro foi menos instável do que no jogo contra o Cerro Porteño, mas deixou lacunas na lateral esquerda e quase comprometeu a equipe no primeiro tempo ao falhar na linha de impedimento. O olhar que recebeu de Durval por deixar o Peñarol ter sua única oportunidade de fato na etapa inicial meteu medo até em mim.

Neymar teve uma atuação apagada. Em boa medida, jogou com medo de tomar um segundo cartão amarelo, já que recebeu um em lance no qual Carlos Amarilla achou que o atacante tinha simulado uma falta. Não reparou no sutil golpe levado pelo garoto (que não pediu falta, ressalte-se) naquilo que os antigos chamavam de “partes pudendas”. Não teve o rigor semelhante em lances do adversário.

No segundo tempo foram criadas as principais chances peixeiras, com o Peñarol se expondo um pouco mais para fazer o resultado. Zé Eduardo perdeu duas oportunidades, Neymar desperdiçou outra. Os uruguaios tiveram um tento justamente anulado por impedimento e não conseguiram exercer a pressão que queriam, ainda que a saída de bola santista tenha ficado prejudicada. Aliás, tudo bem que é fim de temporada para um jogador que atuou durante muito tempo na Europa, mas o Elano podia se esmerar um pouquinho em não errar tantos passes. Se Ganso puder voltar para a peleja do Pacaembu, arrisco dizer que Adriano, que o substituiu, não sai do time e a bucha pode sobrar para o meia.

O empate, fora de casa, em uma final de Libertadores, não foi ruim, mas a sensação foi a de que o Santos poderia ter saído com a vitória. Do lado de lá, quem viu alguns dos momentos do Peñarol na Libertadores sabe que os uruguaios jogam principalmente no erro do adversário. E o Alvinegro errou pouco ontem e, com a defesa titular, tende a errar ainda menos no Pacaembu. Mas não dá para o torcedor se enganar achando que o jogo da volta vai ser fácil, a retranca adversária deve ser severa e vai ser mais um jogo de paciência para os jogadores de Muricy. E não se pode subestimar um time que chegou até a final contrariando quase todas as previsões. Pelas declarações, o Santos parece estar ciente disso.

Essa semana vai demorar a passar...

quinta-feira, junho 02, 2011

Cerro Porteño 3 X 3 Santos - na final, depois de oito anos

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Era assim que Neymar encarava aquilo que muitos jogadores brasileiros que disputam o torneio continental reclamam. Torcida adversária perturbando no hotel, jogando pedras no campo, pressão o tempo todo... Para uns, a mais pura várzea institucionalizada, não punida e, às vezes, louvada. Para outros, como Neymar, motivo de diversão.

E o tal menino feliz correndo atrás da sua bola conseguiu uma falta com menos de dois minutos. A torcida do Cerro Porteño (clube que nunca chegou a uma final de Libertadores mas que tem um vizinho, o Olímpia, que já levou três vezes o título) acreditava que o um a zero santista na ida era insuficiente. Os jogadores também achavam, tanto que comemoraram a sobrevida no fim da partida no Pacaembu, temendo que pudessem ser eliminados já no primeiro duelo.

Mas Zé Eduardo, o artilheiro improvável, praticamente acabou com o jogo ao fazer o gol na falta batida por Elano. O imponderável, que desfila fagueiro tal qual Gisele Bündchen nas competições de mata-mata, ainda deu as caras no grotesco gol contra dos paraguaios. Mesmo assim, a atuação de Barreto não se compara ainda a de Garcés, do Universidad Católica, mãe e pai da classificação dos uruguaios às semifinais

Mesmo diminuindo a vantagem, nova ducha de água fria com o belo gol de Neymar, no fim da primeira etapa. Ali se configuravam três gols de vantagem santista e, provavelmente, o técnico Leonardo Astrada deve ter pensado no intervalo se ia pra cima e arriscava tomar uma goleada histórica ou se ia em busca do milagre. Já a Muricy cabia a missão de fazer seu time melhorar a saída de bola, mas não era fácil por conta do time que estava em campo. Jonathan, válvula de escape da equipe muitas vezes, se contundiu e deu lugar a Pará; do outro lado, o importante Léo não jogou e deu lugar a um assustado Alex Sandro, como lembra o Edu aqui. O menino viu que nem se compara disputar um Sul-americano sub-20 e uma Libertadores. No meio, Danilo errava bastante a Adriano, tecnicamente o de sempre, marcava, fazia faltas desnecessárias, mas não conseguia sair com a bola limpamente.

Astrada optou pelo risco menor e o segundo tempo seguia razoavelmente equilibrado, com os paraguaios se expondo menos e o Alvinegro tocando mais a bola. Se fosse uma luta de boxe, o Santos era o adversário que vencia por larga margem nos pontos e esperava o tempo passar, enquanto o Cerro tentava levar a luta para uma tentativa de nocaute no final. O gol de Lucero aos 15, porém, mudou a cara da partida. E foi didático. No lado direito, Adriano tinha Pará a dois metros, mas, por algum tipo de convulsão mental que faz alguns acreditarem na hora errada que Libertadores é raça, garra, e que se manifesta por meio de petardos enviados pra Lua, ao invés de passar a bola, ele isolou. A bola fica com o Cerro, que vai pro ataque pelo outro lado e consegue sair do coma.


Daí pra frente, os paraguaios jogaram no campo do Santos e alguns meninos sentiram claramente. E recuaram. Elano, que parece ter um problema crônico de condicionamento físico, saiu e deu lugar a Rodrigo Possebom. O time ia mais pra trás e o Cerro quase acreditou no tradicional “si, si puede”, quando aos 36 marcou o terceiro gol.

Era a primeira vez que o time de Muricy tomava três gols em uma partida. Neymar meteu uma bola na trave e teve uma chance cara a cara para definir e peleja, mas os paraguaios depois também carimbaram o travessão. Claro, eram necessários dois gols e o tempo era escasso, mas não se brinca com o imponderável e àquela altura o torcedor peixeiro orava com a cabeça mais quente que a dos zagueiros que tiveram que tirar um sem número de bolas alçadas na área, especialidade da equipe guarani.

No fim, com mais um duelo decidido com uma vitória e um empate no mata-mata, a classificação para a quarta final do time do Santos na competição. Nas finais, contra Vélez ou Peñarol, será preciso mais sangue frio, mas também mais técnica e treino para sair de marcação por pressão. Assim como Cerro de ontem, forjado nas batalhas anteriores, não era o mesmo da primeira fase, o Santos deve chegar à final mais maduro. E contando que o garoto lá na frente continue se divertindo.


sábado, maio 08, 2010

Botafogo 3 x 3 Santos - se não fossem as bolas paradas...

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Mesmo com um time composto em sua maioria por reservas, o Santos poderia ter saído com a vitória contra o Botafogo no Engenhão.  O 3 a 3 foi motivo de comemoração dos cariocas já que o empate saiu aos 43 do segundo tempo, quando o Peixe dominava a partida e o placar já parecia decidido. Mas existiam as bolas paradas...

Sem Edu Dracena, Pará, Léo, Arouca, Ganso e Robinho, poupados para o confronto com o Grêmio na quarta-feira, o Santos manteve o 4-3-3 da vitória contra o Atlético-MG. Na ausência de Paulo Henrique no comando o jogo, Marquinhos e Wesley fizeram as vezes de armadores/marcadores que conduziam a equipe à frente, com Madson também retornando para trazer a bola ao ataque.

O Santos entrou bem postado, trocando bola no campo botafoguense, mas foi o adversário que marcou primeiro aos 10, depois de um escanteio em que a bola sobrou para o zagueiro Antonio Carlos marcar. O Santos reagiu e virou em três minutos, aos 29, com Neymar, e aos 32, com André, quando a equipe já começava a tomar conta do lento meio de campo botafoguense. Mas, de novo, uma bola parada impediu que o time fosse para o intervalo com a vantagem. Aos 44, falta cobrada em que Leonardo Gaciba atrapalha os marcadores santistas (aliás, como se coloca mal e atrapalha lances o árbitro...) e o zagueiro Antonio Carlos estava lá de novo.



Na segunda etapa, Joel tentou dar mais velocidade ao seu time colocando Edno e Caio, este, no lado esquerdo do Santos jogando em cima de Alex Sandro. Aliás, como falei em texto anterior, coisa que Luxemburgo poderia ter feito na quarta e não fez, já que o lateral reserva peixeiro não mostrou ainda ser um defensor confiável. Não à toa, Wesley foi deslocado para ajudar na marcação naquele setor.

Neymar saiu aos 18 para a entrada de Zé Eduardo, que jogou mal durante boa parte do jogo. Mas fez o terceiro gol aos 35, ratificando a atuação santista que não permitiu ao Botafogo praticamente uma chance de gol sequer na segunda etapa. Mas havia a tal boa parada... Falta a favor dos donos da casa e o incansável (também na arte de reclamar) Herrera conferiu de cabeça.

Mesmo com a natural falta de entrosamento e queda de qualidade na equipe com o predomínio dos reservas,  pode-se tirar algumas conclusões da partida. Primeiro, Maranhão não convenceu de novo na lateral-direita e prejudicou alguns ataques santistas por aquele lado. Já Alex Sandro, ainda que tenha dado um belo passe no primeiro gol e apoie razoavelmente, perdeu bolas importantes no meio e tem dificuldades de posicionamento. Aliás, ele é quem dá condição de jogo para o segundo gol botafoguense. Tem potencial, mas precisa trabalhar bastante... Por enquanto, pelos lados, Pará e Léo são soberanos.

Tendo em vista que o Botafogo é uma equipe bem armada por Joel Santana - a propósito, um dos únicos técnicos do Brasil que falam sobre tática em coletivas -, o resultado não deixa de ser bom, já que muitos vão penar pra enfrentar a equipe. E feliz de quem assistiu, porque viu uma bela partida. Mas se não fossem as bolas paradas...