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quinta-feira, junho 02, 2011

Cerro Porteño 3 X 3 Santos - na final, depois de oito anos

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Era assim que Neymar encarava aquilo que muitos jogadores brasileiros que disputam o torneio continental reclamam. Torcida adversária perturbando no hotel, jogando pedras no campo, pressão o tempo todo... Para uns, a mais pura várzea institucionalizada, não punida e, às vezes, louvada. Para outros, como Neymar, motivo de diversão.

E o tal menino feliz correndo atrás da sua bola conseguiu uma falta com menos de dois minutos. A torcida do Cerro Porteño (clube que nunca chegou a uma final de Libertadores mas que tem um vizinho, o Olímpia, que já levou três vezes o título) acreditava que o um a zero santista na ida era insuficiente. Os jogadores também achavam, tanto que comemoraram a sobrevida no fim da partida no Pacaembu, temendo que pudessem ser eliminados já no primeiro duelo.

Mas Zé Eduardo, o artilheiro improvável, praticamente acabou com o jogo ao fazer o gol na falta batida por Elano. O imponderável, que desfila fagueiro tal qual Gisele Bündchen nas competições de mata-mata, ainda deu as caras no grotesco gol contra dos paraguaios. Mesmo assim, a atuação de Barreto não se compara ainda a de Garcés, do Universidad Católica, mãe e pai da classificação dos uruguaios às semifinais

Mesmo diminuindo a vantagem, nova ducha de água fria com o belo gol de Neymar, no fim da primeira etapa. Ali se configuravam três gols de vantagem santista e, provavelmente, o técnico Leonardo Astrada deve ter pensado no intervalo se ia pra cima e arriscava tomar uma goleada histórica ou se ia em busca do milagre. Já a Muricy cabia a missão de fazer seu time melhorar a saída de bola, mas não era fácil por conta do time que estava em campo. Jonathan, válvula de escape da equipe muitas vezes, se contundiu e deu lugar a Pará; do outro lado, o importante Léo não jogou e deu lugar a um assustado Alex Sandro, como lembra o Edu aqui. O menino viu que nem se compara disputar um Sul-americano sub-20 e uma Libertadores. No meio, Danilo errava bastante a Adriano, tecnicamente o de sempre, marcava, fazia faltas desnecessárias, mas não conseguia sair com a bola limpamente.

Astrada optou pelo risco menor e o segundo tempo seguia razoavelmente equilibrado, com os paraguaios se expondo menos e o Alvinegro tocando mais a bola. Se fosse uma luta de boxe, o Santos era o adversário que vencia por larga margem nos pontos e esperava o tempo passar, enquanto o Cerro tentava levar a luta para uma tentativa de nocaute no final. O gol de Lucero aos 15, porém, mudou a cara da partida. E foi didático. No lado direito, Adriano tinha Pará a dois metros, mas, por algum tipo de convulsão mental que faz alguns acreditarem na hora errada que Libertadores é raça, garra, e que se manifesta por meio de petardos enviados pra Lua, ao invés de passar a bola, ele isolou. A bola fica com o Cerro, que vai pro ataque pelo outro lado e consegue sair do coma.


Daí pra frente, os paraguaios jogaram no campo do Santos e alguns meninos sentiram claramente. E recuaram. Elano, que parece ter um problema crônico de condicionamento físico, saiu e deu lugar a Rodrigo Possebom. O time ia mais pra trás e o Cerro quase acreditou no tradicional “si, si puede”, quando aos 36 marcou o terceiro gol.

Era a primeira vez que o time de Muricy tomava três gols em uma partida. Neymar meteu uma bola na trave e teve uma chance cara a cara para definir e peleja, mas os paraguaios depois também carimbaram o travessão. Claro, eram necessários dois gols e o tempo era escasso, mas não se brinca com o imponderável e àquela altura o torcedor peixeiro orava com a cabeça mais quente que a dos zagueiros que tiveram que tirar um sem número de bolas alçadas na área, especialidade da equipe guarani.

No fim, com mais um duelo decidido com uma vitória e um empate no mata-mata, a classificação para a quarta final do time do Santos na competição. Nas finais, contra Vélez ou Peñarol, será preciso mais sangue frio, mas também mais técnica e treino para sair de marcação por pressão. Assim como Cerro de ontem, forjado nas batalhas anteriores, não era o mesmo da primeira fase, o Santos deve chegar à final mais maduro. E contando que o garoto lá na frente continue se divertindo.


quinta-feira, maio 26, 2011

Santos 1 X 0 Cerro Porteño - de novo a vantagem mínima

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Mais uma vez, na fase de mata-mata da Libertadores, o Santos venceu sua primeira partida por 1 a 0. E, mais uma vez, poderia ter feito uma vantagem maior. Após um primeiro tempo em que o Alvinegro, depois de muito tempo, oscilou um pouco na parte defensiva (em especial nas bolas aéreas) perdeu algumas oportunidades, outras foram desperdiçadas no segundo tempo, especialmente a de Alan Patrick, aos 48, que facilitaria e muito o trabalho para a partida de volta.

Muricy preferiu adiantar Elano para que se aproximasse de Zé Eduardo e Neymar, sacando Alan Patrick, que só entrou no fim do jogo. A ideia foi válida, mas teve duas consequências: o meia santista, atuando nessa função, já não havia rendido bem em algumas ocasiões quando Adílson Batista era técnico. Novamente, o excesso de passes errados dele mostraram que ele sentiu pouco à vontade na função. Mas o pior foi Pará na lateral direita. Era por ali que o Cerro tentou atacar o Peixe durante o primeiro tempo e o reserva de Jonathan (contundido) demonstrou uma intranquilidade ímpar, além da condição técnica de sempre. Por aquele lado, a bola foi maltratada e quem assistia a partida também foi.

E era Neymar quem chamava a responsabilidade. E era ele quem buscava o jogo. E era ele quem armava. E era ele quem criava as chances. Após a contusão de Ganso, o garoto se agigantou e se tornou protagonista da equipe não só por conta da técnica e habilidade, mas por conta de sua personalidade. E foi dele que saiu o lance do gol santista. Dois dribles na área do Cerro Porteño, a jogada de linha de fundo e o cruzamento perfeito para Edu Dracena marcar. Ele, que quase enterrou o time na partida contra os paraguaios ao fazer um pênalti desnecessário na primeira fase, se redimiu. Como a bola tocou dentro do gol e depois saiu, Léo ainda fez o favor de mandá-la definitivamente para as redes, provavelmente tentando evitar que o claudicante Jorge Larrionda repetisse seu feito histórico do confronto entre Inglaterra e Alemanha na Copa de 2010.


Logo na sequência do tento alvinegro, o Cerro quase empatou em cobrança de falta na área, uma bola perigosa que Rafael defendeu com os pés. E essa foi a oportunidade paraguaia. Embora tenha chegado próximo à área santista algumas vezes, essa foi a única defesa efetiva do goleiro peixeiro. No primeiro tempo, os donos da casa chegaram, mas Zé Eduardo fez o favor (ao adversário) de tirar uma bola do pé de Danilo, que chegava de frente para o gol de Barreto. O arqueiro evitou também um gol de Léo, que finalizou na grande área depois de bela assistência de Neymar.

Na segunda etapa, com a marcação arrumada no lado direito, o Santos voltou a criar. Quase sempre com Neymar, que quase fez um golaço por cobertura, de bate pronto, mas Barreto espalmou. Enquanto isso, seu companheiro de ataque, Zé Eduardo, que parece vítima de “coisa feita”, perdia bolas, arruinava contra-ataques, não alcançava a redonda e ainda tinha tempo de atrapalhar os companheiros. Com a volta de Maikon Leite, que entrou bem no segundo tempo, deve perder o lugar no ataque. É bom lembrar, inclusive, que foi a velocidade do reserva alvinegro que deu a vitória ao Santos no jogo contra os paraguaios na casa deles, na fase de grupos.

E partida terminou com a já citada oportunidade perdida por Alan Patrick, quando Larrionda já se preparava para encerrar sua via crucis. Como não deixam esquecer os comentaristas, não tomar gol dentro de casa é muito bom nesse tipo de competição, mas a vantagem mínima deixa o clube paraguaio, que sofreu sua primeira derrota fora, vivo no duelo. Mas vão deixar espaços para o contra-ataque santista. Diante desse cenário, Muricy vai deixar Maikon Leite no banco?

quinta-feira, maio 19, 2011

Santos 1 X 1 Once Caldas - Neymar, o médico e o monstro

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Ontem, mais uma vez, Neymar foi o nome do jogo. Não o “nome do jogo” no sentido de que tenha arrebentado e jogado muito, ainda que tenha, sim, jogado bem. Mas tal qual o Dr. Jekyll e Mr Hyde, o médico e o monstro de Louis Stevenson, Neymar foi protagonista, para o bem e para o mal, de praticamente todos os momentos cruciais da partida.

Antes da mais nada, aqui não se usa o termo “monstro” tal qual o errático Renê Simões quis atribuir ao jogador. Aliás, curioso que ele veja tanta venalidade em Neymar e em Jobson veja a “pureza da alma de um Garrincha” (não sei também o que ele entende por “pureza”). No caso dos 90 minutos de ontem, o craque alvinegro começou fazendo aquilo que ele sabe como poucos: finalizou com precisão, sem tomar distância da bola, e, de fora da área, fez um bonito gol contra o Once Caldas. Ali, aos 11 minutos, a equipe já ampliava a vantagem conseguida no jogo anterior, quando venceu os colombianos por 1 a 0 em Manizales. E continuou pressionando.

O Once Caldas não ameaçava e a impressão era que só mesmo um lance fortuito como o do gol de Morais na final do Paulista poderia vazar Rafael. E aconteceu. Após uma troca de passes de Arouca e Neymar no meio de campo, o Once recupera a bola, Adriano quase rouba de Rentería, mas ele segue, sofrendo uma falta mais que desnecessária de Neymar na beirada do campo. Aquele tipo lance pra mostrar à torcida um “algo a mais”, já que o menino nem deveria estar ali.

Na cobrança de falta, a bola desvia, toca em Edu Dracena (ô, abençoado) e sobra limpa para Rentería. Que estaria impedido se não fosse Pará, substituto de Alan Patrick, o contundido da vez na equipe que tem uma baixa por peleja, ao menos, em sua sequência de decisões. Aos 30, empate.

O gol abalou um pouco a equipe e a torcida, claro, mas os colombianos são bons mesmo é no contra-ataque, não é à toa que todas suas vitórias na Libertadores foram fora de casa. E o Alvinegro não deu essa oportunidade limpa em nenhum momento. Tanto que, precisando da vitória, o time visitante finalizou meras seis vezes, levando pouco perigo ao gol peixeiro.

Claro que é fácil falar agora, mas o torcedor sabe que o tal “lance fortuito” pode acontecer mais de uma vez durante um jogo. E esperava pelo segundo gol alvinegro para se tranquilizar. Na segunda etapa, o Santos veio ainda mais determinado a marcar, mas a bola teimava em não entrar. Principalmente quando chegava aos pés de Zé Eduardo, que perdeu uma chance cara a cara de forma tosca, e depois disso ainda atrapalhou outras jogadas ofensivas do time. Saiu e deu lugar a Keirrison, que pelo menos prendeu um pouco mais a bola na frente. Não merecia uma chance não, Muricy?


Tensão e finalmente o santista viu a luz. Neymar dá um drible dentro da área que dá outro sentido à palavra “desconcertante”, e é derrubado por Nuñez. Ele, que ao contrário do que se disse nas transmissões, éo cobrador oficial de pênaltis do Santos chuta... e erra. Sem cavadinha, "sério" do jeito que um monte de jornalista esportivo gosta.

O fato é que a fatura poderia ter sido liquidade e não foi. E um pênalti desperdiçado nesse contexto joga o time e a torcida pra baixo, dando novo alento ao adversário. Mas, novamente, a defesa impediu qualquer lance agudo dos colombianos. Vitória justa de quem procurou mais e jogou melhor nos jogos de ida e de volta. Agora, a maioria dos titulares deve ter um descanso, já que os reservas (e reservas dos reservas) devem encarar a estreia do Santos no Brasileiro, contra o Internacional, sábado, na Vila Belmiro. E o clube aguarda o vencedor de Cerro Porteño e Jaguares para disputar a sua terceira semifinal de Libertadores no século 21. Mais uma pedreira.

domingo, maio 08, 2011

Corinthians 0 X 0 Santos - empate quase cômodo

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O empate entre Santos e Corinthians não foi um das partidas mais envolventes e técnicas do campeonato paulista. Mas foi razoavelmente leal, bem distante da semifinal entre Timão e Palmeiras no último domingo. E movimentada, com chances de lado a lado, bolas na trave e jogadas individuais que não deixarão as compilações de melhores momentos das emissoras de televisão ficarem monótonas.

A primeira etapa teve um domínio maior dos donos da casa, embora tenha sido o Santos, com Neymar, que tenha colocado uma bola na trave. Aliás, como foi na peleja contra o São Paulo em que o craque peixeiro chamou a responsabilidade, foi dos pés dele que saíram as chances agudas da equipe. Fora a bola na trave no primeiro tempo, colocou outra no segundo (a bola deu uma pingadinha no gramado depois da assistência de Alan Patrick) e deu um passe primoroso para Danilo, que não teve a técnica necessária para marcar por cobertura.


O Corinthians também chegou, principalmente com Bruno César, o homem da articulação e das chegadas perigosas à frente. Quando foi sacado por Tite na segunda etapa, a equipe perdeu a contundência e a qualidade, com Morais bastante discreto e Liédson buscando o jogo e contando com o apoio dos “elementos surpresa" Wallace e Castan, que por vezes chegaram bem na frente. Dentinho, substituído mais uma vez ainda na metade da segunda etapa, teve atuação irregular. Aliás, do garoto eficiente de tempos atrás, hoje tem-se a impressão de um jogador marrento e simulador, que acha que joga mais do que joga realmente. Seu correspondente no rival é Zé Eduardo, que teve mais uma atuação pífia, o que vem se tornando uma triste sina para o atleta (e para a torcida).

Com um jogo bastante centrado na disputa pelo meio de campo, o Santos se ressentiu dos desfalques de Léo e Arouca, justamente os dois atletas que fazem a saída da intermediária no Alvinegro. A volta de Elano, desfalque contra o América-MEX, deu mais segurança nas bolas levantadas na área em bola parada, e levou mais perigo nas faltas contra o rival, mas o meia ainda deve ofensivamente.

Como o esdrúxulo regulamento do Paulista (há décadas testando as fórmulas mais bizonhas do país) não prevê qualquer espécie de desempate, a não ser os pênaltis, em resultados iguais em número de pontos, a única vantagem do Santos é decidir em casa. O que não é pouca coisa, ainda que o desgaste da equipe vá continuar e possa vitimar mais atletas até a segunda partida das finais. Por enquanto, além de Diogo e Maikon Leite que continuam no departamento médico, Ganso deve parar por 30 dias segundo as informações preliminares, Arouca segue sendo dúvida para os próximos jogos e somente Léo parece apto a jogar contra o Once Caldas.

E o Santos segue para Colômbia para atuar em uma partida que pode valer por duas. De acordo com o que acontecer lá, o Paulista já começa a ser decidido na quarta-feira.

quarta-feira, abril 20, 2011

Santos 3 X 1 Deportivo Táchira - Alvinegro espanta zebra e avança na Libertadores

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Não eram nem 30 segundos do primeiro tempo e o Santos já havia chegado na cara do gol do Deportivo Táchira, na partida de hoje no Pacaembu. A marcação arquitetada por Muricy Ramalho tinha como objetivo exercer pressão no campo adversário, com os alas avançados, o meio e o ataque cobrindo os espaços. Solução quase natural, dada a disposição defensiva do rival, que entrou com cinco zagueiros, e também por conta da qualidade técnica da equipe da Venezuela.

Assim, aos 4 minutos, o Santos saía na frente com Neymar, em assistência do sempre inteligente e efeiciente Léo. Aos 12, o segundo veio com o avanço de Jonathan pela direita, depois de passe de Danilo. O domínio peixeiro seguiu até o fim da primeira etapa e o Alvinegro só se viu ameaçado uma vez, mas Rafael fez uma difícil defesa. Em alguns momentos, o time chegou a lembrar a magia daquela equipe do primeiro semestre de 2010, com trocas velozes, passes de primeira e jogadas individuais insinuantes. Uma delas, de Neymar, que chapelou o já “amarelado” zagueiro Zafra, lhe valeu um tapa no rosto. O árbitro viu, marcou falta, e não deu o segundo cartão por um lance que poderia valer a expulsão direta. Coisas de Libertadores.

No segundo tempo, veio a queda do ritmo. Ganso começou a aparecer um pouco mais, mas ainda tinha uma atuação discreta. Zé Eduardo, que jogou muito fazendo o pivô e puxando a marcação, não via seus companheiros de frente chegarem. Fora isso, o homem de frente alvinegro ia mal. Elano também jogava abaixo do esperado e Neymar apanhava. O Táchira começou a chegar com mais perigo e Rafael salvou uma cabeçada perigosa, mas não evitou o tento dos venezuelanos em uma magistral cobrança de falta de Chacón.

Aos 24 minutos, com o empate entre Colo Colo e Cerro Porteño, uma igualdade no placar tiraria o Peixe da competição. Mas o moleque chamou a bola para ele. Neymar dominou pela esquerda, passou por três marcadores e deu uma assistência linda para Zé Eduardo, sem goleiro, perder. Mas a bola sobrou para o cada vez mais decisivo Danilo, que fez valer a jogada de Neymar e fez o terceiro gol alvinegro.

Aos 34, Neymar sofre mais uma agressão, sem bola. O juizão deixa passar mais uma vez. Coisas de Libertadores, né? Tem quem goste, eu, não. Fora isso, o saldo da partida mostra um Peixe bem mais equilibrado emocionalmente do que no jogo contra o Colo Colo e, com a volta de Arouca, a equipe ganha muito mais consistência, tanto defensiva e ofensivamente já que a qualidade de passe no meio também é outra.

É inevitável pensar que, se Adílson Batista tivesse tido uma postura um pouco mais ousada na primeira partida do Alvinegro contra o Deportivo Táchira,na Venezuela, sua história poderia ter sido menos triste no clube. Mas são águas passadas e hoje, definitivamente, o Santos é outro time.

sábado, março 12, 2011

Santos 2 X 1 Botafogo - Ganso volta, marca e dá vitória ao Alvinegro

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Santos e Botafogo fizeram uma partida que poderia ter tido só 45 minutos, a etapa final. Foi após o intervalo que saíram os três gols do jogo e nos dez primeiros minutos que Paulo Henrique Ganso, sete meses afastado dos gramados, decidiu a vitória santista.

O cenário para o retorno era o ideal: a Vila Belmiro, um adversário fraco e um Santos que buscou o gol quase todo o tempo, embora tenha tido dificuldades no primeiro tempo. Ganso deu o lindo passe para Zé Eduardo dar a assistência a Elano, artilheiro do Paulista, marcar seu nono gol no campeonato. E Pará, no mesmo lado direito, deu um passe de camisa dez para Zé Love, que tocou para o gol do armador paraense.

Ganso mostrou disposição durante os 45 minutos. Foi perigoso sempre quando foi à frente, recuou para buscar a bola quando foi necessário, protegeu a bola como sempre costumou fazer, atuou de cabeça erguida o tempo todo. Deu passe de calcanhar por baixo das pernas do rival e causou uma expulsão no fim do jogo ao dar um passe de classe que irritou Fernando Miguel.



Só vendo o retorno de Ganso pode-se ter uma noção de como ele fez falta durante esse tempo não só para o Santos, mas para o futebol brasileiro. Hoje, é quase um dos únicos armadores presente nops gramados e vê-lo atuar remete aos meias clássicos e outros nem tanto que faziam tal função nos campos tupiniquins, mas esse tipo de jogador foi sendo deixado de lado e preterido por esquemas que privilegiam marcadores, velocistas e carregadores de bola. O pensador, o organizador do jogo, só pode sobreviver no futebol atual se tiver muito talento e participar sem a bola, fechando espaços e marcando. Ganso faz isso como poucos e mostrou isso de novo pra quem teve o privilégio de ver o seu retorno. Bem vindo a sua casa, camisa dez.

domingo, março 06, 2011

Oeste 0 X 2 Santos - Martelotte e o "DNA ofensivo"

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Não foi nenhum show, mas depois de quatro partidas de jejum, a vitória do Santos sobre o Oeste, em Itápolis, serviu ao menos para que o torcedor passasse um carnaval mais tranquilo. Sem Arouca, contundido, Elano e Léo, gripados, e Neymar, que finalmente teve merecida folga, o Peixe contou com Zé Eduardo, autor dos dois gols da partida e vice-artilheiro do campeonato, para superar o Palmeiras na tabela de classificação e ir à quarta posição, três pontos atrás do líder Corinthians.

O interino (por enquanto) Marcelo Martelotte colocou Zé Eduardo e Maikon Leite na frente, com Diogo fazendo as vezes de ponta de lança e jogando mais próximo do ataque. Na meia, começou com Adriano, Danilo e Felipe Anderson. No papel, uma equipe mais ofensiva que as últimas formações de Adílson Batista, ainda mais levando-se conta que o ala direito Jonathan frequentou bastante o ataque, com Adriano fazendo a cobertura no setor. Mas o decorrer do jogo mostrou que a disposição ofensiva não era tanta assim.

O Oeste começou pressionando, mas logo o Santos equilibrou a partida. Com a expulsão do atacante Fábio Santos aos 30 do primeiro tempo, por uma entrada criminosa em Adriano, a missão peixeira ficou menos difícil. O pênalti em Zé Eduardo, convertido pelo mesmo, no fim da primeira etapa, facilitou ainda mais.
Mas o que se viu, mesmo quando estava onze contra onze, foi um Santos que não tinha as lacunas no meio de campo com excesso de passes longos, como em boa parte da era Adílson Batista, mas uma equipe que toca, e muito, a bola, porém, muitas vezes sem qualquer volúpia ofensiva. Nesses 90 minutos, foram 575 passes trocados (41 errados), mais que o dobro do rival (249 e 25 errados). Mas verificando quem foram os maiores passadores, nota-se onde tais passes foram feitos: Edu Dracena, 80, e Durval, 75 bolas tocadas para companheiros.

Não que o Santos não tenha o toque de bola no seu “DNA”, parafraseando o presidente do clube. A diferença é que ontem, por várias vezes, o Peixe tocou a bola não para esperar uma grande oportunidade ofensiva, mas para passar o tempo e/ou fazer a marcação do time do interior cansar. E isso significou perder contra-ataques preciosos, em função também de jogadores que mataram esses contragolpes, como Diogo e, principalmente, o jovem – e acredito, promissor – Felipe Anderson. Quando Róbson entrou no lugar do último, aliás, deu um belo passe para Zé Eduardo marcar a eliminar as possibilidades do adversário. O meia deu um pouco mais de velocidade ao jogo, o que faltou durante quase todo o tempo, mas ainda foi pouco.


Agora, fala-se da efetivação de Martelotte. É preciso lembrar a justificativa do presidente Luís Álvaro Ribeiro para demitir Adílson Batista. Disse ele que “ [Adílson] era um técnico que jogava para frente, adepto do futebol ofensivo, que faz parte da nossa história, da nossa composição celular. Foi com essa expectativa que imaginamos que o Adilson faria um bom trabalho. (...) Mais do que isso, a postura dentro de campo. Entramos com três volantes na Venezuela (contra o Deportivo Táchira, pela Libertadores). O Colo Colo, mais audacioso, fez 4 a 2 lá. Essas coisas foram nos preocupando, pois o DNA do Santos estava sendo mudado e isso não nos servia”.

Maravilha, presidente. Estou de acordo que, por mim, o Santos sempre vai jogar pra frente porque essa é a história do clube, que é o time profissional que mais marcou gols na Terra. Mas vamos ver com quantos volantes o Santos terminou a partida de ontem... opa, três, Possebon, Danilo e Pará! Contra um adversário com um a menos. Claro, as circunstâncias eram outras e um interino tem sempre a cautela como palavra de ordem. Mas Martelotte foi técnico do Alvinegro no ano passado e não percebi nenhuma afinidade com o DNA ofensivo. Para recordar, a campanha do hoje interino somou cinco vitórias, seis empates e cinco derrotas, aproveitamento pior que o de Adílson. Foram 29 gols marcados, 1,8 por partida. O de Adílson foi 2,09 e, ressaltando-se, obviamente, a diferença entre competições, não parece que o hoje interino tenha mais requisitos que o credenciem a não ser o "bom relacionamento com o elenco", argumento repetido à exaustão e que revela um dos principais motivos da demissão do técnico anterior. Só uma aposta no nível da que o Flamengo fez com Andrade, que foi de tiro curto mas até bem sucedida, justificaria a efetivação de Martelotte. Mas também evidenciaria que o planejamento deu errado.

Aliás, se Muricy Ramalho ou Felipão voltarem ao mercado em breve, será que eles eriam sondados ainda que não tenham muito DNA ofensivo?

sábado, janeiro 15, 2011

Paulistão 2011 - Linense 1 X Santos 4 - Estreia com goleada do time misto

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A primeira partida do campeão paulista de 2010, o Santos, foi contra o Linense, atual vencedor da Série A-2. Na equipe do interior, alguns nomes conhecidos (ou não) como o goleiro Paulo Musse (ex-Vitória, Bahia, Santa Cruz etc etc etc) e o avante Pedrão, ex-ex-Grêmio Barueri. Já o Peixe tinha a defesa que jogou a maior parte do tempo no ano passado, mas do meio pra frente...

Sem Arouca, ainda sem Ganso, sem os recém-contratados Jonathan, Charles e Elano, e os atletas da seleção sub-20 Neymar, Alex Sandro, Danilo e Alan Patrick, Adílson Batista optou pelo 4-3-3, esquema tático, aliás, que propiciou os maiores espetáculos da bola do Alvinegro e, modéstia às favas, do futebol brasileiro em 2010. Claro que os atores desta feita eram outros...

O trio de ataque peixeiro contava com Zé Eduardo, atuando mais pela esquerda, Keirrison no meio e Maikon Leite pela esquerda. O último já está fora (mesmo?) da Vila, o primeiro, quase, e o segundo busca se recuperar do fraco 2010 que teve. Na criação, Róbson,que voltou do Avaí onde retomou a alcunha de Robinho.

Pressionando no começo da partida, o Peixe fez o primeiro gol do torneio aos 8 minutos, com Maikon Leite. Depois, o relaxamento natural de uma equipe em começo de temporada, mas o Linense só conseguia chegar com algum perigo em bolas paradas. No entanto, quando o Santos foi à frente, fez. Zé Eduardo contou com a ajuda do goleiro aos 33 e marcou. Keirrison sofre pênalti e converteu aos 41. Sem forçar, o primeiro tempo terminou 3 a 0 para o time da Vila.


Na segunda etapa, pressão do Linense. E penalidade a favor da equipe da casa. Rafael fez o que sempre faz em cobranças de pênalti: se mexeu o tempo todo em cima da linha, apontou o canto para o batedor finalizar, catimbou e... Fausto chutou e o goleiro defendeu. Como fez duas vezes contra o Grêmio Prudente em 2010. Um minuto depois, bola na trave. Mais cinco defesas dignas de nota testaram a boa fase do arqueiro peixeiro no segundo tempo.

E o Santos chegou ao quarto gol de novo com Maikon Leite aos 21, em contra-ataque, depois que Adílson Batista já tinha sacado Zé Love para colocar o volante Rodriguinho, aos 15. Ainda que esse tipo de substituição para amarrar a partida feita tão cedo não me agrade, fica o voto de confiança, até pelas limitadas opções do técnico.

Mas o fato é que nem essa, nem as outras duas alterações de Adílson fizeram com que o Linense deixasse de dominar o jogo na etapa final (de forma estéril a maior parte do tempo), mas, para uma estreia com time misto, marcar quatro gols está de bom tamanho. O Linense fez o seu aos 43, com Fausto, mas era mais que tarde. Junto com a vitória do time feminino no torneio internacional e dos meninos na Copinha, o hat trick do sábado estava feito.

sábado, novembro 13, 2010

Com pênalti (de verdade) perdido, Santos fica no zero com o Grêmio

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Sem Neymar, suspenso por ter tomado o terceiro cartão amarelo recebido na partida contra o Atlético-MG, o Santos entrou mais uma vez com três volantes contra o Grêmio. É importante lembrar a ausência do jovem atacante porque, sem ele e com o meio de campo mais destruidor do que criativo (Arouca continua no departamento médico), era de se esperar um jogo sem grandes lances e com pouca técnica.

E foi o que aconteceu. O Grêmio entrou determinado a arriscar apenas nos contra-ataques, esperando mais o Alvinegro no próprio campo. Essa determinação defensiva ganhou força com a expulsão do artilheiro do Brasileirão, Jonas, que atingiu duas vezes com o braço esquerdo o incansável marcador Adriano. Se os gaúchos pouco faziam à frente, depois disso foi um ferrolho só.

Mas o Santos não conseguia chegar com perigo no primeiro tempo, mesmo dominando a partida. Na segunda etapa, com a entrada de Alan Patrick no lugar de Roberto Brum, o time peixeiro passou a ter ainda mais presença ofensiva, em geral, pelo lado esquerdo. Mas foi pelo lado direito que surgiu o lance mais agudo da partida. Pênalti (de verdade) em Zé Eduardo que, aliás, se joga muito mais que Neymar. E joga muito menos.

Marquinhos foi em direção à bola logo após a marcação, o que deu a impressão de que ele era o batedor oficial. Mas, como em qualquer pelada de praia, Zé Eduardo colocou a bola embaixo do braço no melhor estilo “eu sofri o pênalti, eu bato”. Bateu e Vítor defendeu. No primeiro turno, na vitória alvinegra no Olímpico, o arqueiro da seleção já havia defendido uma outra penalidade, cobrada por Neymar.


Claro que Marquinhos poderia ter cobrado e perdido também, mas todo time vai a campo com um batedor definido. O episódio na verdade evidencia a falta de comando de Martelotte e também uma certa irresponsabilidade de alguns jogadores santistas, que colocam a vaidade pessoal acima do coletivo. Se a partida não vale nada em termos de campeonato, vale para o torcedor que vai à Vila Belmiro e também para o que assiste de casa. De novo, cabe lamentar que o Santos tenha desistido tão cedo do Brasileirão. Por conta disso, a torcida já está desistindo de alguns jogadores também.

sábado, maio 08, 2010

Botafogo 3 x 3 Santos - se não fossem as bolas paradas...

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Mesmo com um time composto em sua maioria por reservas, o Santos poderia ter saído com a vitória contra o Botafogo no Engenhão.  O 3 a 3 foi motivo de comemoração dos cariocas já que o empate saiu aos 43 do segundo tempo, quando o Peixe dominava a partida e o placar já parecia decidido. Mas existiam as bolas paradas...

Sem Edu Dracena, Pará, Léo, Arouca, Ganso e Robinho, poupados para o confronto com o Grêmio na quarta-feira, o Santos manteve o 4-3-3 da vitória contra o Atlético-MG. Na ausência de Paulo Henrique no comando o jogo, Marquinhos e Wesley fizeram as vezes de armadores/marcadores que conduziam a equipe à frente, com Madson também retornando para trazer a bola ao ataque.

O Santos entrou bem postado, trocando bola no campo botafoguense, mas foi o adversário que marcou primeiro aos 10, depois de um escanteio em que a bola sobrou para o zagueiro Antonio Carlos marcar. O Santos reagiu e virou em três minutos, aos 29, com Neymar, e aos 32, com André, quando a equipe já começava a tomar conta do lento meio de campo botafoguense. Mas, de novo, uma bola parada impediu que o time fosse para o intervalo com a vantagem. Aos 44, falta cobrada em que Leonardo Gaciba atrapalha os marcadores santistas (aliás, como se coloca mal e atrapalha lances o árbitro...) e o zagueiro Antonio Carlos estava lá de novo.



Na segunda etapa, Joel tentou dar mais velocidade ao seu time colocando Edno e Caio, este, no lado esquerdo do Santos jogando em cima de Alex Sandro. Aliás, como falei em texto anterior, coisa que Luxemburgo poderia ter feito na quarta e não fez, já que o lateral reserva peixeiro não mostrou ainda ser um defensor confiável. Não à toa, Wesley foi deslocado para ajudar na marcação naquele setor.

Neymar saiu aos 18 para a entrada de Zé Eduardo, que jogou mal durante boa parte do jogo. Mas fez o terceiro gol aos 35, ratificando a atuação santista que não permitiu ao Botafogo praticamente uma chance de gol sequer na segunda etapa. Mas havia a tal boa parada... Falta a favor dos donos da casa e o incansável (também na arte de reclamar) Herrera conferiu de cabeça.

Mesmo com a natural falta de entrosamento e queda de qualidade na equipe com o predomínio dos reservas,  pode-se tirar algumas conclusões da partida. Primeiro, Maranhão não convenceu de novo na lateral-direita e prejudicou alguns ataques santistas por aquele lado. Já Alex Sandro, ainda que tenha dado um belo passe no primeiro gol e apoie razoavelmente, perdeu bolas importantes no meio e tem dificuldades de posicionamento. Aliás, ele é quem dá condição de jogo para o segundo gol botafoguense. Tem potencial, mas precisa trabalhar bastante... Por enquanto, pelos lados, Pará e Léo são soberanos.

Tendo em vista que o Botafogo é uma equipe bem armada por Joel Santana - a propósito, um dos únicos técnicos do Brasil que falam sobre tática em coletivas -, o resultado não deixa de ser bom, já que muitos vão penar pra enfrentar a equipe. E feliz de quem assistiu, porque viu uma bela partida. Mas se não fossem as bolas paradas...

domingo, março 07, 2010

Portuguesa 1 X 1 Santos - o melhor jogo do Paulista

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Quem assistiu ao empate entre Santos e Portuguesa viu o melhor e mais emocionante jogo do campeonato paulista. Poucas vezes a expressão “tudo pode acontecer” deixou de ser um mero chavão de locutor e se materializou de forma tão clara em 90 minutos nos quais foram criadas inúmeras chances de gol para cada lado.

A Lusa entrou em campo com a proposta de jogar no contra-ataque e, para isso, jogou com três zagueiros e somente um atacante no ofício. Ao contrário de outros rivais do Santos que tentaram sem sucesso marcar o time da Vila Belmiro no seu próprio campo, os rubro-verdes ficaram atrás e resolveram povoar o meio de campo para que pudessem roubar a bola e sair rapidamente para o ataque. No primeiro tempo, deu certo, e aos 14 a Portuguesa chegava ao 1 a 0.

Com o Santos voltando de forma lenta para a marcação e Roberto Brum e Wesley batendo cabeça no lado direito da intermediária peixeira, Dorival Junior mexeu aos 35 da primeira etapa, tirando Brum e fixando Wesley na lateral, colocando Marquinhos em campo. O meia passou a revezar a armação – e também a marcação na meia – com Ganso.

Na segunda etapa, o Santos voltou elétrico e empurrando a Lusa pra trás. Mesmo assim, o time da casa não deixava de levar perigo nos contra-ataques e criou ao menos três grandes chances durante o tempo complementar. F ábio, o goleiro rubro-verde, vivia uma grande tarde e mesmo com um volume impressionante de jogadas ofensivas santistas, parecia ao torcedor ser um daqueles dias em que a bola não entra mesmo.

Com Zé Eduardo no lugar de André e Madson fazendo a ala esquerda no lugar de Pará, o Alvinegro tinha apenas um volante, Arouca, e meias ofensivos nas laterais. A ousadia do técnico santista foi recompensada e Zé Eduardo marcou aos 44, em um lance com sete jogadores de linha da Portuguesa dentro da grande área.



Se a sequência de vitórias foi quebrada, a invencibilidade perdura. A se destacar na partida, um coadjuvante que brilhou pela entrega e também pela capacidade de marcar todas as tentativas de contra-ataque luso. Arouca se desdobrou em campo, marcou em velocidade, conduziu a bola à frente e teve uma atuação daquelas que incentiva o resto do time a correr também. Discreto, foi fundamental ontem e já se torna peça fundamental para Dorival Junior.

Por outro lado, André, com atuação apenas razoável, se perdeu no primeiro tempo ao sofisticar de forma desnecessária alguns lances, como já havia feito na peleja contra o Paulista. É bom jogador, tem muito a evoluir, mas não pode achar que joga mais do que sabe, até porque sua técnica é nitidamente inferior à de seus companheiros de ataque (o que, aliás, não é nenhum demérito). A entrada e o gol de outro coadjuvante que sempre entra bem, Zé Eduardo - lance de raça e não de técnica -, devem fazer o garoto acordar.

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Confira a visão rubro-verde da partida aqui.

sexta-feira, fevereiro 19, 2010

Santos 6 X 3 Bragantino - Desta vez, Robinho comandou o show

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Estreia de Robinho na Vila, uma torcida e um time confiantes mas que guardavam ainda na memória as dificuldades enfrentadas contra o Rio Claro, no domingo de carnaval. Claro que o técnico Marcelo Veiga, do Bragantino, assistiu à última partida do Santos e tentou repetir a tática usada pelo outro time interiorano: marcar pressão e dificultar a saída de bola do Santos. Mas, desta vez, o Alvinegro contava com a volta de Wesley, que substituiu Germano como segundo volante, e Dorival Junior também mexeu taticamente na equipe para não cair no erro anterior. Ora Ganso, ora Robinho retornavam para fazer a transição para o ataque, deixando o sistema defensivo do rival perdido.

Aliás, Robinho mostrou versatilidade fazendo as vezes de armador. Claro que alguém vai lembrar que ele não foi bem sucedido nas outras vezes que teve que fazer a função no Real Madrid, mas jogar ao lado de meias e atacantes que se deslocam o tempo todo facilita bastante sua tarefa, como ficou evidente ontem. E o Rei das Pedaladas, solto, deu uma bela assistência de calcanhar para o quarto gol santista, e fez dois, sendo o quinto um gol de classe.

A supremacia peixeira se fez notar em todo o primeiro tempo. A porteira foi aberta por Wesley, e depois ampliada por Robinho e André. Se o duelo era entre os dois melhores ataques do Paulista, no intervalo o Santos já se isolava no quesito e o time de Bragança estava a um gol de ser a defesa mais vazada. Até os erros santistas evidenciavam a superioridade técnica do Peixe, já que decorriam do ímpeto ofensivo e da necessidade do ataque em ser imprevisível e rápido para furar a retranca interiorana. Os 3 a 0 foram pouco tendo em vista a produção peixeira.



Na segunda etapa, o Bragantino volta tentando posicionar a equipe na intermediária santista. Mas, a um minuto, uma bela trama entre Robinho e Neymar resulta em mais um gol de André. O Bragantino desconta em bela cobrança de falta aos 8 e tenta se animar. Mas Robinho marca por cobertura aos 12 e sacramenta a vitória.

Com a saída de Neymar e Robinho para a entrada de Giovanni e Madson - que entrou muito mal -, o Braga ganhou terreno e chegou a marcar dois gols em um Santos bastante relaxado. Se Dorival tivesse colocado o bom Zé Eduardo, que marcou o sexto, antes, talvez a vantagem peixeira ainda fosse mais dilatada. Mas a coleção de momentos brilhantes da noite já estava de bom tamanho.