Destaques

Mostrando postagens com marcador blogosfera. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador blogosfera. Mostrar todas as postagens

quarta-feira, novembro 24, 2010

Confira o vídeo da entrevista de Lula a blogueiros

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook



Mais:

Para Lula, blogues democratizam a imprensa

Esquema 4-4-2 resolve impasse na Confecom

Encontro de blogueiros progressistas: a cachaça, bordeaux e o óleo de rícino

Toda cachaça é de esquerda. 

sábado, outubro 23, 2010

Campanha repulsiva afugenta até eleitor tucano

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

É natural que muitos dos leitores do Futepoca nos "acusem", nos comentários, de ser "petralhas" e de só defender o governo Lula, o PT e suas candidaturas. Deixamos bem claro, no "Quem escreve", que, em nosso coletivo de nove jornalsitas, "na política, sem tanta homogeneidade, todos pendem para a esquerda". Porém, justamente pela sinceridade, transparência e coragem de assumir um determinado posicionamento, muitas das reflexões, observações e/ou opiniões políticas de nossas postagens são desqualificadas e ironizadas, mesmo quando procedentes. Chego a pensar que, só se alguém aqui fosse eleitor do PSDB ou simpatizante dos tucanos, alguns desses textos iriam adquirir, para uma parcela dos leitores, maior "credibilidade".

Vai daí que, navegando pela internet, encontrei o blogue de um tucano assumido, o jornalista Paulo Nogueira (foto), ex-editor assistente da Veja, editor da Veja SP, diretor de redação da Exame, diretor superintendente de uma unidade de negócios da Editora Abril e diretor da Editora Globo. No post "A tomografia da fita crepe", ele resumiu, sem condescendência: "A campanha de Serra é repulsiva, e acabou por afugentar do PSDB gente que, como eu, tradicionalmente opta pelo partido". O texto é tão lúcido - e isento - que resolvi transcrever na íntegra:

Alguém se surpreendeu com as últimas pesquisas, que parecem consolidar a caminhada de Dilma rumo ao Palácio do Planalto? Eu não. A campanha de Serra é repulsiva, e acabou por afugentar do PSDB gente que, como eu, tradicionalmente opta pelo partido.

O episódio (...) no Rio é apenas mais um de uma lista de pequenas trapaças de Serra. Ele é provavelmente a primeira pessoa no mundo a fazer tomografia por receber uma fita crepe na cabeça. O médico que o atendeu disse, constrangido, que o exame acusara o que todo mundo já sabia. Não havia problema nenhum.

Serra aproveitou para fazer fotos no hospital, em meio a extemporâneas e descabidas declarações de paz e amor hippie. “Não entendo política como violência”, disse ele. Serra entende política como uma forma de triturar todo mundo para chegar à presidência. O melhor quadro do PSDB para suceder FHC era Pedro Mallan, que foi sabotado de todas as formas por Serra.

Serra quer muito ser presidente. O problema é que os brasileiros não querem que ele seja. Em farisaísmo, a tomografia da fita crepe equivale à célebre frase de Monica Serra segundo a qual Dilma é a favor de matar criancinhas. Não conheceríamos a capacidade de jogar baixo de Monica se um repórter não estivesse presente para registrar a ação maldosa da candidata a primeira-dama.

Dilma deve ganhar menos pelos seus méritos e até menos pelo apoio do Lula do que pelos vícios da campanha vale-tudo de Serra. Ele tem que sair de cena para que o PSDB se renove.

É possível que ele arraste Aécio na queda, agora que repousam sobre o mineiro as esperanças de operar uma reviravolta. Dilma bateu Serra no primeiro turno em Minas, e Aécio disse que vai mudar isso. Faz alguns mandatos já que quem ganha em Minas leva a presidência, e por isso as esperanças se reabriram. Só falta Aécio combinar com os mineiros.

A última pesquisa mostra que a distância de Dilma sobre Serra em Minas se ampliou em vez de diminuir. Serra talvez possa culpar Aécio se a virada não aparecer, e assim prosseguir, como um interminável Galvão da política, mais alguns anos em sua louca cavalgada rumo à presidência, num titânico duelo de vontades contra os brasileiros.

quinta-feira, janeiro 22, 2009

Governo de São Paulo não quer blogues no projeto de inclusão digital Conexão Cultura

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

DIEGO SARTORATO*

A Fundação Padre Anchieta divulgou os resultados de uma pesquisa que realizou em 27 lan houses da capital, com 349 pessoas, sobre a forma como pessoas das classes A, B, C e D usam a internet naqueles comércios. As entrevistas não foram à toa: o governo do Estado vai criar o projeto Conexão Cultura (que não é subordinado à TV pública mantida pela mesma fundação), com o objetivo de planejar uma barra de ferramentas que passará a ser instalada nos computadores de lan houses e cyber cafés da capital que entrarem (voluntariamente, esperamos) no projeto. A ideia é fornecer conteúdo informativo e educativo gratuito aos internautas - desde que os grandes poderios econômicos e os setores tradicionais da comunicação não fiquem de fora, claro.

Um detalhe curioso é que os blogues devem ficar de fora. "Sinceramente, não pensamos nisso. Não sei. Mas não acho que seja o nosso perfil. Até porque é um pessoal que está muito bem divulgado em outras mídias e provavelmente não terá interesse em nós", afirmou o coordenador do projeto, Luiz Henrique Barreto do Amaral, do setor de marketing (!) da Fundação Padre Anchieta. Ele resume a proposta do Conexão Cultura: "Vai ser uma barra lateral que vai estar no computador, e que terá links direcionados a páginas dos parceiros do projeto, em que haverá notícias, cursos online, material educativo". Os parceiros, que também devem participar do projeto com patrocínio financeiro, são os de sempre. "Por enquanto, fechamos com o Itaú Cultural e com o SESC-SP", adianta Amaral.

Poderio econômico preponderante
A imprensinha também não deve ficar de mãos abanando. "Se a Globo ou o UOL quiserem participar, não há impedimento. Não existe o braço educativo da Globo, o Futura?", pergunta. "Corremos o risco que grupos de maior poderio econômico sejam preponderantes. Mas existe uma parcela muito grande do empresariado que, de certa forma, assumiu um papel que deveria ser do Estado de promover a inclusão digital", admite. Só que ainda não se sabe como fazer com que os internautas acessem os links do projeto. "Então haverá um quiz, para ter certeza de que a pessoa leu mesmo", comenta Amaral. Isso para ter certeza que a pessoa leu mesmo o UOL (parceria de Folha de S.Paulo e Editora Abril), o G1 (Globo), o site do banco Itaú...

Interessante foi o comentário postado na matéria sobre a pesquisa postada pelo UOL: "Olá, sou diretor de uma entidade que representa as lan houses no Brasil, a ABCID. Em relação à classe D na pesquisa, há uma controvérsia, pois hoje em dia a maior parte do público é da classe C e D", observou Rafael Maurício, da Associação Brasileira de Centros de Inclusão Digital. Para quem quiser analisar com mais detalhes, tivemos acesso ao resultado completo da pesquisa, que está disponibilizado aqui. Negritos e números de tamanho aumentado são da própria equipe da Cultura Data. Qualquer semelhança com um levantamento mercadológico só pode ser mera coincidência. Ou estaríamos presenciando o nascimento do spam oficial?


*Diego Sartorato é jornalista, corintiano, comunista, pró-blogues, apreciador de 'vodka' Zvonka e colaborador bissexto do Futepoca.

sábado, novembro 29, 2008

The BOBs, os blogues e a democratização da comunicação

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Acabou a votação no The BOBs e esse Futepoca ficou na terceira posição no voto popular. Primeiro, os agradecimentos a quem votou e divulgou o nosso site, que conseguiu um resultado excepcional. Além do muito obrigado, parabéns ao vencedor, Querido Leitor, da jornalista Rosana Hermann que bloga desde 2000 e antecipou um estilo celebrizado pelo Twitter, fazendo micro-blogagem antes do termo existir. E também ao vice, o sociólogo Carlos Serra, que tive o prazer de entrevistar para a revista Fórum antes de ter sido indicado para a premiação alemã.

Isto posto, à vaca fria. Acho que é um consenso entre os membros desse blogue que, de uma forma ou de outra, todos acreditam que os blogues têm potencial para se tornar algo que fure o cerco da grande imprensa. A própria jurada brasileira no The BOBs, Soninha Francine, comenta sobre isso nesse post a respeito da premiação, frisando o “poder da internet como ferramenta de empoderamento dos indivíduos e grupos sociais, de alternativa à 'grande mídia', de profundas transformações sociais.”

Acho mesmo que os blogues e sites “independentes” (o conceito disso é complicado, mas atribuo ao termo a autonomia em relação a diretrizes comerciais/empresariais) trouxeram e trazem todos os dias uma oxigenação maior na circulação de informações e opiniões. Pluralidade e muita qualidade também. No entanto, uma declaração da vencedora do prêmio de melhor weblog, a cubana Yoani Sánchez, me fez pensar que não avançamos tanto assim. Pra contextualizar, o blogue dela fala do cotidiano de jovens na ilha de Fidel e sobre os óbvios problemas decorrentes da restrição de liberdades (o debate a respeito disso daria outros posts, mas não é o foco agora). Diz ela:

A blogosfera cubana e também a internacional comemorarão o prêmio comigo, mas a imprensa e a televisão cubanas permanecerão em silêncio. Um dia, a vida real será como o ciberespaço e todos nesta ilha poderão se expressar sem pedir permissão. Este prêmio é mais um passo nesse sentido.”

Substitua os negritos por “brasileira”, “brasileiras” e “neste país”. Dá pra colocar reparos? Ou seja, em plena vigência da democracia formal e representativa, os blogues no Brasil não têm o alcance ou o reconhecimento de outros veículos da mídia tradicional, mesmo que blogueiros premiados como a própria Rosana Hermann ou Marcelo Tas, sejam oriundos do mais vistoso meio de comunicação, a televisão. Aqui não há restrições legais rígidas a blogues (embora alguns queiram que ela exista), mas há limitações de outra ordem.

A primeira é o próprio nível educacional da população. As estatísticas se contradizem, mas o nível de analfabetismo funcional no país ultrapassa a marca dos 70%. Como estes poderão blogar ou mesmo entender o que é escrito em um? Se de fato a blogosfera está preocupada em se tornar respeitável e também um motor de transformação, não é possível dissociar disso a preocupação com políticas públicas na área da educação. E, acredito, a própria técnica dos blogues pode ser incorporada também ao ensino, por que não? Passou da hora de blogueiros se mobiliarem em prol disso, assim como é fundamental a ampliação do acesso – público e privado - à internet.

Mas há outra limitação, tão severa quanto, que é a concentração midiática. Os meios tradicionais já têm seus braços na internet e, se alguns permitem autonomia e liberdade para seus blogueiros, boa parte age de outra forma. Já soube de pessoas lamentando o fato de serem proibidas de colocar links para o Futepoca, por exemplo, porque estão com blogues alojados em meios que não permitem que se dê “cartaz” a sites que não estão em tal portal. Ou, como outro exemplo, o relato que um blogueiro me fez, dizendo não poder comentar a respeito da campanha Marcelo Eterno, sobre a “perenidade” do presidente do Santos no poder, pelo fato de que política de clubes era um tema proibido em seu blogue, pelo portal que o alojava. Ou seja, fale só do que acontece dentro das quatro linhas. Ué, mas estamos em Cuba?

Acho que é bastante claro que a inserção dos grandes donos da bola da comunicação na internet pode representar a concentração de audiência e a padronização de visões, deixando a uns poucos nichos, que serão menos acessados, a livre opinião. Se os blogueiros não pensarem nisso, ficarão para trás. Ou serão engolidos.

quarta-feira, abril 09, 2008

Marketing viral "predador" envolve mais empresas

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Dando seqüência ao post "O 'marketing viral' e a Nike", publicado pelo Futepoca em 29 de fevereiro, mais denúncias de campanha de divulgação disfarçada de opinião espontânea, mediante possível compensação financeira (e/ou algum tipo de vantagem), surgem no mercado. O colega jornalista Emerson Lopes Silva nos repassa o seguinte email enviado a todos os integrantes do fórum de discussão do qual participa no orkut:

"Há alguns dias, membros da comunidade RELAÇÕES PÚBLICAS, no orkut, estranharam a postagem de mensagens por uma moça chamada Raquel, que dizia estar encantada com a campanha de reposicionamento da TAM. Raquel, que se dizia estudante de comunicação na Cásper, havia postado a mesma mensagem – mas com palavras diferentes, em outras comunidades de Relações Públicas, sempre incluindo comentários elogiosos à empresa. Além disso, acompanhava a discussão e interagia com aqueles que respondiam ao tópico criado por ela para tratar do assunto. Novamente, sempre mantendo o foco nos elogios à empresa.

Desconfiando do comportamento, fizemos uma pesquisa básica no orkut e descobrimos que o mesmo perfil havia postado o mesmo tipo de mensagem em mais de 75 comunidades, tendo sido a grande maioria dos posts no mesmo dia. As comunidades tratavam, além de relações públicas, também de publicidade, turismo, hotelaria, viagens, aviação, mochileiros, aeroportos e a própria TAM. Obviamente, tratava-se de uma campanha de divulgação disfarçada de opinião espontânea.

A visita às comunidades onde Raquel postou fez surgir novas informações. Outros perfis se repetiam nos tópicos onde a discussão se seguia. Visitas a esses outros perfis demonstraram que, tal como a Raquel, também eram falsos e usados para ajudar a criar uma esfera artificial de aprovação da campanha. 'Patrícia' e 'Naty' eram outros dois personagens dessa história. A partir disso foi fácil visitar as comunidades desses perfis e descobrir comportamentos semelhantes com relação a outros produtos e empresas.

A mesma história se repete, mas com outros perfis, com relação ao blog do George Foreman Grill, Johnnie Walker, Smirnoff, o blog da Samsung, o blog da Nike. É triste constatar essa prática anti-ética de divulgação por parte de grandes empresas. Simular opiniões, forçar um clima favorável à sua marca, enganando os internautas que pensam estar ouvindo opiniões sinceras. Das 6 empresas citadas, pelo menos 3 (TAM, Smirnoff e Johnnie Walker), pelo que pudemos ver até o momento, são clientes do mesmo grupo de comunicação, o Newcomm (empresas Y&R e Wunderman, principalmente). O blog da Samsung foi criado pela RIOT, a mesma agência envolvida na polêmica recente do caso da Nike (denunciado pelo Futepoca).

Infelizmente sabemos que é quase impossível monitorar esse tipo de prática, que ocorre não apenas no orkut, mas nas diversas ferramentas de redes sociais que existem hoje na internet. Apesar disso, preocupamo-nos com uma comunicação ética e contamos com a colaboração de todos os membros das redes sociais, divulgando esses acontecimentos, para evitar que essa prática se dissemine. Em tempo: estamos tentando contato com algumas das empresas citadas para verificar suas opiniões sobre esses fatos."


A comunidade termina a mensagem listando os links do orkut relacionados ao assunto, alertando que muitos já podem ter sido apagados. Para não estender ainda mais esse extenso post, reproduzo esses endereços no espaço de comentários. Além dessa comunidade de discussão sobre relações públicas, a denúncia do Futepoca envolvendo a Nike repercutiu também, recentemente, no diário esportivo Lance! e no caderno de Informática da Folha de S.Paulo. Como resumiu Glauco Faria, em post de 14 de março, "se a blogosfera quiser ser tratada como uma mídia responsável, deve se preocupar e discutir sua relação com a publicidade". Continuamos atentos.