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terça-feira, julho 20, 2010

Cafu no Juventude: "jeitinho brasileiro" em seu auge

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Negociações surpreendentes acontecem aos montes no futebol brasileiro. Jogadores de pouca capacidade são vendidos por fortunas; atletas que se mostram promissores vão parar em times pequenos no exterior e deles nunca mais recebemos notícias; nomes identificados com uma torcida vão parar em uma equipe rival sem fazer muita cerimônia. Acontece, volta e meia.

E uma das negociações mais estranhas da história do futebol nacional se deu em 1995. Naquele ano, Cafu era um jogador vivendo um excelente momento na carreira. Um ano antes, havia conquistado o mundo com a seleção brasileira; no biênio 92/93, também fora campeão mundial, com a camisa do São Paulo. Estava na Europa, defendendo o Real Zaragoza, onde levantou a taça da extinta Recopa.

No mesmo ano de 1995, o Juventude, de Caxias do Sul, passava por uma significativa ascensão. O clube acabara de faturar o Brasileiro da Série B e se preparava para estrear na elite nacional. Era patrocinado pela Parmalat, o que garantia aos seus cofres uma quantia bem superior às que dispunham equipes do mesmo porte.

As trajetórias de Cafu e Juventude se cruzaram naquele ano. O lateral da seleção brasileira fora contratado pela equipe gaúcha. Momento de consagração do Juventude, que assim trazia um nome de peso para se confirmar no cenário nacional e fazer frente à dupla Gre-Nal no Rio Grande do Sul!

O Youtube tem os gols do jogo que marcou a estreia do atleta com a camisa alviverde:



Vídeo resgatado pela comunidade Futebol Alternativo do Orkut

Tá, agora falemos a verdade.

A contratação de Cafu pelo Juventude foi, talvez, o maior exemplo de "jeitinho brasileiro" da história dos grandes clubes do futebol nacional.

Cafu despontou no São Paulo e, como já dito, foi jogar na Europa. O Palmeiras - bancado pela Parmalat - se interessou pelo atleta. Mas havia uma cláusula que proibia o Real Zaragoza, então empregador de Cafu, de negociá-lo com equipes paulistas.

O que a Parmalat fez? Pôs Cafu no Juventude. De lá ele seguiu para o Palmeiras, sem que as imposições contratuais o barrassem.

A situação, até hoje, é motivo de revolta entre são-paulinos e até mesmo entre torcedores do Juventude. Os tricolores alegam que deveria ter havido maior vigilância dos órgãos competentes para que a desfaçatez da negociação fajuta fosse punida. Já os juventudistas reclamam que o clube foi usado e saiu desmoralizado do episódio.

Passados mais de 15 anos, o que fica do caso é o folclore da situação.

Correção/Atualização
Como lembrou o amigo Fabricio e notícias resgatadas confirmaram, o Palmeiras foi, sim, punido. Anos depois teve que pagar uma multa pela negociação. No fim das contas, todo o rolo só acabou servindo para que a história registrasse que Cafu jogou pelo Juventude...

quinta-feira, outubro 29, 2009

Triste fim

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Ainda surpreso com a contratação do mítico Vieri pelo Botafogo de Ribeirão Preto (que promete outra aquisição bombástica), estava pesquisando o destino de alguns ex-artilheiros do São Paulo e, nisso, me deparei com informações não menos surpreendentes (ou melancólicas):

Dodô - Aos 35 anos e suspenso pela Corte Arbitral do Esporte (CAS) até o início do próximo mês, por doping, Dodô mantém a forma física por conta própria e negocia seu retorno ao Botafogo carioca. Será que joga a Série B?

Cafu - Parado há quase um ano e meio, o lateral direito chegou a ser cogitado pelo Santos, mas deve mesmo tomar o rumo do Barueri. "Interminável", como diria Milton Neves, o jogador completou 39 anos em julho.

Denilson - Depois de uma passagem relâmpago no Xi Măng Hải Phòng, do Vietnã, onde jogou apenas uma partida, o ex-bailarino não decidiu se continua jogando, se vira comentarista, se casa ou compra uma bicicleta. Tem apenas 32 anos.

Macedo - Essa foi a que mais me espantou, pois, aos 40 anos, o cabra jogou este ano pelo União de Mogi das Cruzes, que conseguiu a proeza de terminar em último lugar no Campeonato Paulista da Série A-3. Isso é o que entendo por ostracismo...

Amoroso - Rebaixado com o Guarani no Paulistão, poderá jogar no Ituano, que é dirigido por Juninho Paulista. Nada grave, mas curioso se lembrarmos que, há menos de quatro anos, Amoroso foi campeão mundial pelo São Paulo, como titular incontestável, e se tranferiu para o Milan de Ronaldo Gordo e Kaká. Está com 35 anos.

sexta-feira, junho 13, 2008

Empate com sabor... de empate

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Quando comecei a ver a escalação de Santos e Fluminense que se enfrentavam no Maracanã, logo tentei me acostumar com a idéia de uma derrota. Jogador por jogador, o time carioca suplantava e muito o paulista, e o conjunto então, nem se fala. Os peixeiros jogavam sem Kléber, Wesley e Domingos, enquanto o Tricolor não tinha Thiago Silva e Neves.

Iniciada a partida e as piores expectativas se confirmavam. Aos 6 minutos, Ygor deu um belo passe para Dodô. Algo inacreditável dada a condição técnica do volante. Fábio Costa defende o chute, mas a bola volta para Washington. Gol. O Fluminense pressiona, o Santos apresenta uma apatia impressionante. O lateral-esquerdo Carlinhos, que parece ter sido negociado com o Cruzeiro em troca pelo lateral Apodi, aparenta não estar em campo. Outros alvinegros idem. Só se salva o estreante Róbson, ex-Mogi Mirim, meia que colocou o há muito apagado Molina na reserva, mostrando personalidade e habilidade. Mas nada que fizesse a diferença em uma equipe que aceitava a pressão do adversário com uma parcimônia ímpar.

No segundo tempo, Cuca colocou Molina no lugar de Carlinhos e Tabata no lugar de Marcinho Guerreiro. Mesmo com três zagueiros, colocou o time à frente e deu certo. O Fluminense parecia não acreditar que aquele adversário entregue e pouco técnico da primeira etapa pudesse pressionar e vacilou. Ainda chegou a alguns contra-ataques perigosos, mas depois recuou. Renato tirou o ótimo Arouca e colocou o limitadíssimo Mauricio, atraindo o Santos para seu campo. Também sacou Conca e um tímido Dodô. O time da Vila Belmiro não se fez de rogado e, mesmo desentrosado, criou chances. Martelava, mas não chegava.

O gol só veio aos 47, em excelente passe de um irregular Rodrigo Souto que o garoto Tiago Luís aproveitou, na saída estabanada de Fernando Henrique. Um gol que dá alguma moral para o Peixe e um resultado justo, já que cada tempo foi de um time. Empate com sabor de empate, até porque a partida não poderia ter outro resultado.

Santos, a última fronteira da Traffic

Cuca vai aproveitar os dez dias de folga na tabela para fazer uma inter-temporada no CT Rei Pelé. A idéia é avaliar o elenco inchado e desigual, de 34 jogadores, e preparar dispensas. Carlinhos já foi e Tabata está na marca do pênalti faz tempo. Enquanto isso, o Peixe quer trazer de volta um jogador rejeitado mais de uma vez pelo “gênio” Luxemburgo e que fez sucesso no Sport. Trata-se de Luciano Henrique, autor do segundo gol pernambucano contra o Corinthians na quarta. O time da Vila é detentor dos direitos federativos do atleta e vai tentar negociar com o Leão, que tem contrato de empréstimo com o meia até o fim do ano. Só para não esquecer, para a posição de Henrique Luxa preferiu nomes como André Belezinha (Iraty) e Petkovic.

Enquanto isso, a Traffic, maior fundo de investimento de futebol do país, tenta negociar com o último grande paulista no qual ainda não tem nenhum tipo de inserção. O presidente Marcelo Teixeira tenta salvar a sua pra lá de questionável administração financeira, que não permite ao clube contratar reforços de peso, com a ajuda de Wagner Ribeiro, sócio do empreendimento e que via na presença de Émerson Leão um obstáculo a seus interesses no Alvinegro.

Alguns nomes teriam sido apresentados em conversa com a diretoria e o treinador Cuca está confiante. Já mandou avisar: “"Pode ter certeza, pode marcar o dia: o Santos fica entre os seis. Ou em quinto, ou em quarto, primeiro. Vamos montar time forte, até porque esse time mostrou contra o Fluminense que tem brio. Confio no meu trabalho." Será cobrado, Cuca...

Hoje, além do acordo com o Palmeiras, a Traffic trouxe o meia Elias para o Corinthians e também agencia e possui participação nos direitos federativos de Hernanes, do São Paulo. O grande problema de acordos como esse que começa a ser costurado é que, clubes descapitalizados conseguem até trazer jogadores renomados e jovens, mas não ficam com parte significativa dos lucros de uma negociação futura. Servem mais de vitrine para atletas com potencial. Sendo que a maior fonte de receita dos times ainda é a venda de jogadores, é bom negócio?

Cafu

Fora do âmbito do fundo de investimentos, tudo indica que o Peixe pode fechar com o veterano Cafu, que entraria na Justiça para poder estrear antes de agosto, quando é reaberta a época de transferências internacionais. Pra quem não tem um lateral-direito de ofício no elenco e dada a escassez da posição no futebol brasileiro, pode até ser bom negócio.

terça-feira, junho 10, 2008

Há dez anos, direto do túnel do tempo

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No dia 10 de junho de 1998, uma quarta-feira, a bendita Copa do Mundo da França fez com que toda a redação do jornal O Povo, de Fortaleza (CE), fosse dispensada para assistir a estréia do Brasil contra a Escócia. Uma repórter amiga minha, Alessandra Araújo, fazia aniversário na ocasião. Fomos para um buteco no Benfica, bairro estudantil e boêmio da capital cearense, muito mais para comemorar o aniversário do que para ver o jogo.
Sorte nossa, pois o lugar era milimétrico e o máximo que conseguimos nos aproximar da entrada do bar foi a uns 20 metros, em pé, na rua. Toda hora alguém gritava e, para nós, a impressão era a de que estava uns 4 a 4 ou coisa do gênero. Ninguém se entendia ou sabia dizer, com certeza, o que estava acontecendo no jogo. Daí, como nenhum de nós fazia questão de torcer para a seleção brasileira, andamos uma quadra e meia e encostamos perto de um ambulante que vendia cerveja mais barata - e mais rápida. Depois de muito tempo, já escurecendo, alguém se lembrou da partida. Passou um bêbado e eu perguntei o placar. "-O Brasil perdeu. Gol contra do Cafu!", sentenciou o manguaça. Daí passou outro torcedor e disse que a seleção tinha vencido por 1 a 0. Precisamos voltar ao bar para descobrir que o (estranho) gol tinha sido mesmo a favor. Informação de cachaceiro, só bêbado para acreditar...