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Caramelo é opção na lateral |
Cuca implantou o 3-5-2 |
Mineiro e Josué: bons tempos... |
Caramelo é opção na lateral |
Cuca implantou o 3-5-2 |
Mineiro e Josué: bons tempos... |
Ronaldinho Gaúcho tripudia e faz cosquinha em Wellington, que cai e simula falta |
Bernard: craque |
Jô abre o placar: 1 x 0 foi pouco no 1º tempo |
Gaúcho e Jô comemoram segundo gol |
Tardelli engana Tolói e encobre Rogério Ceni |
Jô faz 3º, após passe de Ronaldinho |
Silvinho: mais um "craque" do Juvenal |
Por Matheus, do Blá Blá Gol.
Gol de costas nunca mais |
"Mas eu tava indo tão bem..." |
Promessa de novas avalanches |
Vê se você faz isso, Ronaldo |
Dentre os jogos da rodada ontem, sem dúvida um dos mais – senão o mais interessante - era o duelo entre Flamengo e Internacional no Maracanã. O Colorado, time-sensação do momento, passa a enfrentar agora equipes bem mais fortes do que as que topou na Copa do Brasil e no Gauchão. Já o Flamengo, campeão estadual, precisa provar que pode ser competitivo também em nível nacional.
Com esses ingredientes, a partida atraiu 50.294 pagantes ao Maraca. Mas quem esperava um show do Inter, aproveitando contra-golpes com rapidez, viu o Flamengo dominar a maior parte do jogo. Se o time gaúcho na partida contra o Corinthians teve mais oportunidades de gol que o dono da casa, ontem foi o contrário. Não só teve que assistir aos cariocas terem a bola durante a maior parte do tempo como viu, no primeiro tempo, duas bolas na trave e uma defesa fenomenal de Lauro que evitaram a vantagem flamenguista.
Os rubro-negros foram de uma aplicação tática invejável, Cuca adiantou a marcação e tomou conta do meio-de-campo com uma formação de muita pegada no setor: Toró, Williams, Ibson e Kleberson. Eles foram responsáveis pela maioria dos desarmes da equipe, aliás, mais que o dobro de seu adversário: 47 contra 23. O trio ofensivo do Inter, D'Alessandro, Nilmar e Taison, foram praticamente anulados e os erros de passe eram frequentes no ataque gaúcho.
O bom Taison, pela direita, não conseguia reter a bola na frente e era o pior dos avantes colorados. E foi justamente nesse lado do campo que surgiram as jogadas agudas do Flamengo no primeiro tempo. Todas com Léo Moura, que apoiou muito bem e fez gato e sapato de Kléber, vulgo, Chicletinho, o lateral-esquerdo que mais masca do que joga.
No segundo tempo, Tite tentou fazer com que a equipe prendesse mais a bola no campo adversário e trocou Taison por Alecssandro, e D'Alessandro por Andrezinho. O Inter conseguiu melhorar muito pouco, e o Flamengo perdeu uma chance incrível com Kleberson (de novo, nas costas de Kléber). No final, foi Bruno quem salvou o Flamengo de uma injusta derrota, após chute de Andrezinho que bateu na trave.
O zero a zero mantém a vaga pras semis da Copa do Brasil em aberto, mas, sem Magrão e Bolívar, o Inter vai ter que jogar muito mais bola do que ontem pra superar o aguerrido e bom Flamengo. Elenco pra isso, tem. Promete ser um jogão.
Já virou rotina. De novo, Kléber Pereira foi o personagem de uma partida, agora contra o Fluminense, de todas as formas que um atacante pode ser protagonista. Primeiro, tentou fazer um gol de primeira em um lance em que seria mais fácil dominar e chutar, já que estava de cara pro gol. Chutou pra longe. Em segredo, foi xingado por santistas, embora tenha crédito.
Na segunda oportunidade, recebeu uma bola no lado direito do ataque, bem longe da área. Com uma virada sobre o marcador, tentou um chute por cobertura e a bola passou perto. uma oportunidade "achada", jogada de rara beleza e oportunismo.
Quando apareceu pela terceira vez, fez seu décimo-oitavo gol no Brasileirão. Depois de um belo passe de Cuevas, se livrou fácil de Roger e chutou no canto direito de Diego. No segundo tempo, apareceu algumas vezes impedido, deu belas assistências, mas pouco ameaçou. No geral, foi de novo a estrela e ajudou o Santos a livrar três pontos da zona do rebaixamento, colocando mais dois adversários atrás de si.
"Emerson Leão chegou à conclusão definitiva de que sair do Santos era o melhor caminho quando ouviu do presidente do Conselho Deliberativo santista, José da Costa Teixeira, que não havia mesmo dinheiro para nada.
'Mas, então, vamos jogar só para não cair?', Leão perguntou.
'Exatamente, para não cair', foi a resposta."
O diálogo acima foi reproduzido pela imprensa e já mostrava o que seria o resto da temporada para o Santos. O clube não estava disposto a investir em contratações, até porque não podia. Estava, sim, louco pra vender. Mas os compradores não surgiram, os contratos de gaveta fizeram com que diversos atletas saíssem sem qualquer compensação financeira para o Santos e a situação foi ficando desesperadora.
Veio Cuca. O time contratou. Incrivelmente, a diretoria passou a negociar redução de salários com dois jogadores que chegaram há menos de um mês. O atacante Cuevas aceitou, parece que Roberto Brum não. Havia quem acreditasse que o volante sairia por deficiência técnica, já que jogou (e mal) somente 20 minutos desde que chegou na Vila. Mas está claro que se ele topar ganhar menos, pode ficar. É como um reconhecimento tácito da diretoria: "olha, você é ruim, mas se a gente gastar menos com você, pode ficar aí. Não tem ninguém mesmo." Dá pra imaginar como é trabalhar em um lugar assim, não?
Ontem, no intervalo do jogo, Marcelo Oliveira colocou um jogador de marcação para corrigir o buraco no lado esquerdo da sua defesa. Cuca fez o mesmo. Olhou pro banco e só viu Hudson para a posição. Colocou o atleta na "máquina de moer garotos" que o time se tornou. E ele jogou mal. O time perdeu poder ofensivo e a retaguarda continuou frágil. O técnico mexeu mais na equipe, acabou com o esquema de três zagueiros, alterou o que pôde. Nada mais podia fazer. Perdeu-se. Já havia se perdido tempos atrás, quando aceitou as imposições do elenco, quando abriu mão de concentrar os jogadores por pedido de Fábio Costa, quando aceitou ser insultado e nada fez.
Petkovic falou após o jogo: "Nós aproveitamos os erros deles". Foi isso. Houve um time que mereceu perder. Qualquer que fosse o adversário, venceria só se aproveitando do sem-número de falhas do Alvinegro, principalmente no segundo tempo. Um arremedo de equipe em que nenhum jogador se aproxima do outro para receber, onde nenhuma das jogadas ensaiadas de Cuca, e que resultavam em gols no Botafogo, é executada. Um bando desorganizado onde o "capitão" Kléber, o pior passador do Brasileirão, não consegue acertar uma, UMA só cobrança de falta. E não é de hoje. Não é de ontem. É assim há tempos. Justo ele, cujo pai reclamou que seu nome era cogitado como "moeda de troca" com o São Paulo. Parece que no Morumbi há dirigentes um pouco mais espertos e ninguém quis ver o jogador com a camisa tricolor.
O elenco tem poucas opções desde o começo do ano e isso não vai mudar. Nenhum treinador de ponta vai querer treinar o Santos. Sobrem os refugos e as apostas. Mas só Luxemburgo deverá dizer por telefone ao presidente (sic) quem deve ser o escolhido para penar com o time durante o segundo turno. E o pobre torcedor, impulsionado pela paixão, vai à Vila ver o clube fazer história pelo avesso.
O Santos não precisa cair pra Série B. Já joga como se lá estivesse.
Mais da previsível desgraça santista:
Leão cai
Mas não era culpa do Leão?
Mas não era culpa do Leão? II
Os garotos não merecem ser sacrificados
O Santos nunca foi tão desanimador
Anteontem, todos os defeitos do Santos saltaram aos olhos. O Coritiba, um time mais modesto e com alguns talentos promissores, era mais bem armado, jogou em diversos momentos do jogo fazendo marcação pressão no próprio campo do Peixe e o time não sabia como sair com a bola para o ataque.
Uma chance aqui, outra ali, mas essa foi a tônica do jogo. Para um santista, cansa escrever mais que um parágrafo sobre a partida. Contudo, o que mais impressionou foi o fato do Santos não ter amedrontado o adversário em um momento sequer, tal o controle paranaense sobre o Alvinegro. E não era o Real Madrid e sim o Coritiba, com todo respeito, um clube que voltou à primeira divisão esse ano. Justo o Peixe, que mesmo com equipes medíocres, fazia o rival tremer dentro do caldeirão da Vila.
Foi por isso que, pela primeira vez, não comemorei. Meu hábito é vibrar sempre com qualquer gol do Alvinegro, mesmo quando a derrota é certa. Sempre tive em mim que um gol nosso é um a mais para a galeria do time que mais chegou às redes no futebol profissional do planeta. Mas ontem não tive ânimo para celebrar.
Pra quem estava no estádio, acredito que o tento fortuito de Maikon Leite tenha reacendido as esperanças. Mas quem assistia de longe, como eu, viu que o gol era um retrato daquele time. Um lance individual, já que o Santos não joga coletivamente, contando com a sorte. Só ela evitaria a desgraça. Mas tinha que ser muita, muita sorte. Não aconteceu.
Diante do desânimo em que me encontrava, pensei em canalizar a raiva. O primeiro alvo é o treinador. Pensei: "esse garoto Vinícius não podia ter entrado, ficou totalmente perdido!". Olhei na relação de inscritos no Brasileirão e vi um Fabão que pode rescindir contrato, portanto fora de condições de jogo. Lembrei que o clube tinha vendido um zagueiro, dispensado outro e rescindido contrato com um terceiro em apenas dois meses. Só havia Diego Monar, outro jovem que poderia ter entrado tão perdido quanto Vinícius, já que Fabiano Eller estava suspenso. Pensei na contratação de Gustavo e tive calafrios...
Mas era preciso ficar com raiva. De novo o alvo é Cuca. "Mas por que quatro atacantes? Isso resolve o quê? Ele não vê que a gente perde o meio-de-campo?", esbravejei. De novo, a lista de inscritos. Rodrigo Souto, Adriano e Robson fora de combate. Roberto Brum quase fora do time, um incrível caso "Viúva Porcina", foi, sem nunca ter sido. Michael teve que sair do jogo porque estava louco pra ser expulso e Molina se contundiu. Dentre os inscritos, Hudson e Adoniran, volantes. A realidade: o time não tem meias...
Por mais que quisesse, não podia culpar Cuca por tudo. Vendo o rol de jogadores, recuperando o histórico recente do clube, as negociações, não tive dúvidas: a culpa é da administração MT, algo que já sabia, mas que não me consolou. Nunca foi tão desanimador assistir ao Santos jogar.
Antes do jogo, o técnico Cuca brincou com um repórter dizendo que aquela era a “estréia” dele no comando do Santos. De fato, após ter pedido demissão na derrota para o Figueirense, muita coisa parece ter acontecido no clube, e finalmente a diretoria parece ter bancado o treinador diante daqueles que mais atrapalhavam seu trabalho: os jogadores.
Vontade e raça não bastam, mas são primordiais para um time que quer sair da crise. E os atletas do Santos mostraram isso. Sem opções, Cuca voltou a atuar com três zagueiros como, na prática, já vem fazendo há tempos. A diferença é que Rodrigo Souto, que vinha jogando à frente da zaga, deu lugar a Fabiano Eller na posição. O zagueiro deu mais qualidade na saída de bola, mas por diversas vezes, em função da falta de entrosamento, o sistema defensivo deu brechas ao Sport no primeiro tempo, principalmente com uma mal ensaiada e quase enfartante linha de impedimento, fundamental para jogar em cima do adversário.
À frente, o arisco Maikon Leite foi substituído pelo paraguaio Cuevas. O ex-atleta da seleção guarani carece ainda de uma melhor condição física, mas se movimentou bem, abriu espaços e cavou faltas importantes e cartões amarelos preciosos. Aliás, outra mudança de Cuca foi em relação à cobrança de faltas. Provavelmente cansado de ver Kléber errar tanto nas últimas partidas, quem cobrou a maioria das jogadas de bola parada foi Molina, que levou muito perigo ao gol de Magrão.
E foi o colombiano que sofreu o pênalti que resultou no gol do Santos. O arqueiro do Sport defendeu a cobrança de Kléber Pereira, mas o próprio atacante marcou no rebote. Aos poucos, o artilherio volta ao seu normal: desperdiçou uma oportunidade clara de gol, quase perdeu a penalidade e marcou o gol da vitória. Performance que os santistas já se acostumaram a ver.
Na segunda etapa, o Alvinegro conseguiu postar melhor a defesa, tentando aplicar contra-ataques que praticamente não aconteceram a partir dos 20 minutos. Mas o Sport não demonstrou forças pra buscar o empate, apesar da tentativa de abafa nos minutos finais. Não foi um grande jogo, mas o resultado foi justo e um alento para Cuca, que pode virar definitivamente a maré a seu favor se o Santos derrotar o time de Luxemburgo na quinta-feira. Difícil, mas longe de ser impossível.
A propósito, em sua coluna na revista Carta Capital, o ex-jogador Sócrates falou sobre a situação do Peixe. Para ele, há jogadores que não têm estrutura emocional para atuar em clubes grandes, e se estes são maioria no elenco, a equipe acaba sucumbindo em momentos decisivos da partida. Isso por conta de uma insegurança temporária, que vai embora a partir de uma vitória ou seqüência delas. Aí a fase ruim se esgota em sim mesma. Tomara que seja esse o caso do Santos.
Quando o ex-treinador do Santos Émerson Leão disse em sua saída que o time precisava de reforços e que, daquele jeito, não iria muito longe no Brasileirão, o capitão Fábio Costa respondeu por meio da imprensa. “Eu acho que a culpa pelo mau momento do time não é exclusivamente do grupo. O Leão tem a sua responsabilidade.” Quando a crítica era relativa à falta de líderes no elenco, de novo o arqueiro contestou. “Nosso grupo tem líderes muito positivos, apesar dele dizer que não tem líder aqui. Além disso, temos jogadores cobiçados, como Rodrigo Souto, Kléber Pereira, Kleber... Como um elenco que tem esses jogadores não tem qualidade?”.
Pois é. Se Leão era autoritário, Cuca é quase o exato oposto. Um comandante que prima pelo diálogo, tanto que voltou atrás da decisão de concentrar de forma antecipada a equipe na partida contra o Atlético-PR, atendendo um pedido do goleiro-capitão. E o time perdeu. Três partidas depois continua sem vencer. Contra o Figuierense, derrota de 3 a 0. Parece que o suposto autoritarismo não era o problema.
E as opções táticas? Muitos criticavam Leão por insistir com Wesley. O garoto foi sacado e o time... piorou. Outros clamavam por dar chance a Tiago Luís. Entrou como titular e em outras ocasiões atuou meio tempo com Cuca. E nada. Kléber Pereira, sob “nova direção”, decaiu de forma abrupta e, mesmo com os dois gols contra o Botafogo, continua devendo.
E Kléber... ah, o “selecionável” que muitos diziam que tinha que jogar no meio. Está lá ele, com liberdade, jogando um futebol pífio, errando bolas e jogadas ensaiadas pelo pobre técnico que até tenta, mas não consegue ser correspondido pelos atletas. Errou na marcação do primeiro gol do Figueirense, quando Edu Salles sequer precisou sair do chão pra marcar o segundo tento da equipe da casa.
Claro que a diretoria tem uma parcela (enorme) de culpa no que acontece hoje, e essa situação era até previsível que acontecesse. Mas fizeram crer que o futebol mediano do Santos era culpa de Leão. A realidade mostra que não era e seu estilo de enfrentamento foi o que sustentou a equipe com surtos de bom futebol no Paulista e na Libertadores. Hoje, o Peixe é o que é.
E onde estão os líderes que Fábio Costa disse que o time tinha? O goleiro tem feito boas atuações, outras nem tanto, e agora está contundido. Mas tomou as dores de um grupo que não respondeu em campo. E, ele mesmo, voltou cinco quilos acima do peso quando regressou das férias, algo inadmissível para um profissional de clube grande, o que Leão não tolerou, mas que a diretoria acatou e apaziguou.
E essa cultura de tolerância excessiva, onde os atletas fazem quase tudo o que querem, é que deve ser enfrentada. Cuca, que pediu demissão, não aceita por Marcelo Teixeira, se ficar terá que fazer isso, enquanto os hesitantes diretores santistas, ao contrário do que fizeram com seu antecessor, devem apoiar o treinador. Por uma questão de coerência e justiça. Ou então é melhor entregar a direção do clube a algum dos “líderes” do elenco. Assim o torcedor pode começar a assistir as partidas do Corinthians e se preparar para a Série B em 2009.
*****
Pra constar, trecho de post escrito à época da queda de Leão (uma vitória, um empate e uma derrota no Brasileirão).
Torcedor santista, o ano acabou após a eliminação da Libertadores. Como todo longo reinado administrativo que preza pela incompetência, vide casos Dualib e Mustafá, a luta agora é contra o destino que os clubes dirigidos por eles tiveram: a Série B. Oremos pelo melhor técnico e esperemos 2009. Diante do cenário, só a queda de Muricy Ramalho e uma improvável contratação do mesmo por parte do Santos salvam o semestre.
“Infelizmente, o resultado foi justo”. As palavras do volante Túlio, do Botafogo, mostram o que foi o duelo dos nauseabundos Alvinegros ontem na Vila Belmiro. Um sem-número de chances desperdiçadas de ambos os lados e um resultado que, se foi ruim para o Santos, poderia ter sido bem pior.
Pelo menos era isso que se prenunciava no início do primeiro tempo. Aos 17, o Fogão já vencia por 2 a 0, um belo gol de falta e uma falha inacreditável da zaga que deixou Wellington Paulista livre no segundo tento, uma bola difícil, mas defensável. O Botafogo poderia ter feito o terceiro, mas Jorge Henrique desperdiçou em um lance que Fábio Costa já estava fora da área Esse lance está entre os cinco gols mais perdidos da rodada, clique aqui).
O Peixe também perdeu seus lances, principalmente com Lima, mas um gol a mais do rival ainda no primeiro tempo poderia prenunciar uma catástrofe para o time da Vila Belmiro. Azar do Botafogo, que deu sobrevida a um cambaleante Santos na segunda etapa.
O estreante Roberto Brum saiu aos 25 minutos de partida (sem Rodrigo Souto, vai ficar difícil...) para ceder lugar ao meia Róbson e no intervalo Kléber Pereira entrou no lugar de Tiago Luís. Aliás, muito santista reclamava que o garoto, o “Messi” de Wágner Ribeiro, não tinha muitas chances com Leão. As que teve com Cuca, não aproveitou e ontem o comandante perguntou, quase no fim da primeira etapa: “Você quer sair?”. O menino, sem entender, respondeu: “Não”. E o treinador: “Então joga!”.
A paciência de Cuca com Lima, após perder sua terceira grande chance de gol, também acabou e Molina foi para o jogo. O Santos se mandou pra frente, mas conseguiu ocupar melhor os espaços no meio de campo, correndo menos riscos atrás. Assim, saíram dois gols do preterido Kléber Pereira, que voltou a marcar depois de oito partidas. O segundo, a bem da verdade, em impedimento, mas daqueles complicados de marcar (pra quem disser que falo isso só porque foi a favor do Santos, recomendo a leitura desse post, em que afirmo o mesmo em um lance contra o Peixe). Michael poderia ter decretado a virada no final, mas não fez.
O fato é que, mesmo revertendo uma derrota certa, o resultado não alivia a situação do Santos. Cuca já ameaça roer a corda e, inclusive, acena com dispensa de atletas. “A qualidade do grupo é boa, com jogadores de bom caráter. Mas tem que fazer por merecer para permanecer em um time grande. É difícil chegar até aqui. Quem está em uma grande equipe, não pode se acomodar”, disse o técnico.
E perguntar não ofende: Kléber, quando você vai voltar a jogar bola?
Esse post é mais uma encucação de um torcedor preocupado com o seu time do que uma análise jornalística. Deve ser interpretado com esse prisma. Mas também adianto que eu, no atual momento, não conseguiria fazer um artigo profissional tão díspar assim.
Ontem estive na Vila Belmiro para ver Santos 1x1 Grêmio. Surpreendeu-me a Vila lotada; e até arrisco dizer que o número de 10 mil presentes anunciados não condiz com a realidade. Mas esse não é o assunto. Quanto ao time em campo, vi um Santos aguerrido, determinado, com Kléber fazendo - e no meio-campo - talvez sua melhor atuação em 2008. Michael e Maycon Leite (isso é nome de jogador, meu deus!?) também atuaram muito bem e deram esperança à torcida peixeira. O primeiro, inclusive, foi premiado com um belo gol.
Mas o Santos não venceu. E é aí que eu queria focar a tal encucação.
Saindo do jogo, a caminho de casa, ouvi no rádio a entrevista coletiva do Cuca. E o tom das declarações do técnico sugeria uma postura derrotista, conformista, aquela que não passa a menor confiança. "O time criou, mas não é todo dia que uma bola bate no travessão, que o goleiro faz defesa com o pé, que a bola passa raspando três vezes só no primeiro tempo... mas um dia a bola vai entrar e as coisas vão melhorar". Aí que tá. É essa expectativa de que tudo vai dar certo no final - que final? - que me assusta.
Cuca parece ter consigo um estigma irretirável de perdedor. Nos acostumamos a vê-lo no Botafogo em situações muito parecidas - a da quase-vitória, do trabalho que não dá certo por detalhes, do esforço não-recompensado, das coletivas explicando derrotas e insucessos.
No Santos atual, onde há cenário de crise institucional, incompetência administrativa e pindaíba financeira, talvez esse espírito do "quase deu" seja o componente que faltava para o time amargar um rebaixamento.
Querendo ou não, são seis partidas sob o comando de Cuca, e nenhuma vitória sequer. Com direito a um 4x0 contra o fraquíssimo Goiás em plena Vila. Não tenho números, mas, falando de cabeça, não lembro de um treinador que tenha demorado tanto tempo assim para vencer um jogo no comando do Santos. Por menos, por muito menos, Leão, o técnico que tirou o Santos da fila em 2002, foi agressivamente pelos torcedores santistas no início do ano. Até quando Cuca permanecerá, para usar uma gíria do jornalismo político, "blindado"?
No fim da tarde desse sábado, entraram na Arena da Baixada dois times pressionados por maus resultados. E quem começou dando as cartas foi o dono da casa. Aos 8 minutos, o gramado irregular acabou ajudando o Atlético a ter uma finalização defendida por Fábio Costa e uma falta próxima à área. O Furacão dominava a partida e chegava com perigo pelos lados, enquanto o Santos insistia pela esquerda, com Wesley isolado e sendo forçado a tentar jogadas individuais. Aliás, se todo santista tem saudade de Robinho por aquele lado esquerdo, senti falta também do lateral Léo, que apoiava constantemente o ataque e com suas idas à linha de fundo e lances na diagonal facilitava e muito a vida do Rei das Pedaladas.
Mas, a partir dos 30 minutos, o jogo mudou. Apareceu a mão de Cuca, perceptível pelas jogadas ensaiadas em bola parada, que levaram o Alvinegro a fazer uma verdadeira blitz na área paranaense. Escanteios sucessivos resultaram em um chute perigoso de Kléber Pereira e uma bola na trave em cabeçada de Marcelo. Apodi ainda finalizou com perigo em arrancada pela direita.
O Peixe, antes desencontrado na defesa, com dificuldades de saída de bola no meio e sem aproximações entre os atletas no campo adversário, passou a dominar, e até o fim do primeiro tempo o Atlético não levou mais perigo ao gol de Fábio Costa.
O início da segunda etapa lembrou o começo do jogo. Roberto Fernandes colocou Fahel no lugar de Irênio, liberando Alan Bahia para chegar mais ao ataque. E foi ele quem finalizou uma bola no travessão logo aos 2 minutos, depois de ver o arqueiro peixeiro adiantado. O Atlético foi pra cima, utilizando principalmente o bom ala Nei, mas não criou grandes oportunidades. Cuca promoveu a entrada do estreante Michael Leite (ex-Santo André) e Adoniran, respectivamente no lugar de Wesley e Rodrigo Souto. Aos 23, abriu mão do esquema 3-5-2, tirando Domingos e colocando o meia Molina. Com uma equipe mais ofensiva, um minuto depois Kléber Pereira cabeceia em jogada do colombiano e quase abre o placar.
Diante menos de cinco mil torcedores, já que o estádio do Canindé não pode receber um público maior do que esse e a diretoria do Santos não quis fazer as duas partidas contra a Lusa no Pacaembu, o clássico paulista do sábado terminou em um merecido 0 a 0. Uma partida fraca tecnicamente, com poucas emoções, em que a Portuguesa teve uma chance de ouro no final, com Fábio Costa salvando a pátria alvinegra.
O técnico Cuca armou a equipe com três zagueiros, liberando os alas Apodi e Kléber para apoiar mais o ataque. Com o afoito Adriano no meio, junto com Rodrigo Souto, o Santos acabou sofrendo riscos já que a Lusa caía pelas laterais, aproveitando bem o atacante Diogo, que se movimentava tanto na direita quanto na esquerda. Mesmo assim, a Portuguesa teve apenas uma chance clara no primeiro tempo, um chute defendido com os pés pelo goleiro peixeiro. Apodi também teve uma boa bola na frente, mas errou ao tentar passar para Kléber Pereira e obteve somente um escanteio.
Na segunda etapa, o Santos voltou com o jovem Tiago Luís no lugar de um apagado Lima. Jogando mais na esquerda, com Wesley na direita, o Santos começou a atacar mais o recuado time do Canindé. Mas os alas não correspondiam. Apodi aparecia mal no ataque e Kléber teve novamente uma pífia atuação. O atleta da seleção errou lançamentos, cruzamentos, passes longos e curtos... Enfim, parece ter sentido a responsabilidade de ser o principal condutor da equipe. Dos 39 passes errados do Alvinegro no jogo, simplesmente 15 foram dele, disparado o pior passador do time.
Aos 15, Molina entrou no lugar de Apodi e o Santos prosseguiu pressionando, mais com chutes de fora da área. A retaguarda lusitana só sofreu uma ameaça mais séria na primeira jogada de Quiñonez - que entrou no lugar de Wesley aos 42 -, quando o equatoriano chutou para uma bonita defesa de André Luís. A Lusa teria sua grande chance no final, mas, como dito acima, Fábio Costa defendeu o arremate de Diogo. Com leve vantagem rubro-verde na primeira etapa e um também suave domínio santista no segundo tempo, o empate foi justo, e bem característico do fraco futebol tupiniquim.
Mimetismo midiático
Um lance curioso ocorreu aos 38 do primeiro tempo. No rebote de um escanteio, Preto lançou, Bruno Rodrigues tocou de cabeça e Washington chutou para o gol. O auxiliar, de forma correta, já havia levantado a bandeira quando Bruno, impedido, recebeu a bola. Mesmo assim, o atacante luso finalizou (não teve culpa por continuar o lance, já que tudo foi muito rápido).
O que se sucedeu na transmissão da Sportv foi que o locutor Milton Leite disse, mesmo após o replay, que Washington estava em condição legal e que o bandeira estava errado. Não adiantava eu esbravejar na frente da televisão dizendo que o impedimento marcado foi no passe de cabeça de Bruno Rodrigo. Não sei se era desatenção, má vontade ou desconhecimento da regra de parte do narrador.
Logo depois da partida, às 18h20, um texto do Globo Esporte dizia que o gol havia sido mal anulado. Ou seja, seguiram a “verdade” da narração. O mais curioso mesmo é ver hoje a matéria do jogo, no mesmo veículo, “corrigindo” a informação. Claro, sem avisar que havia errado anteriormente. A pressa é terrível, todos sabemos, e filha da necessidade do jornalismo online. Mas não custa ter um pouco de humildade e reconhecer que errou ou alertar o leitor que a matéria foi modificada.
Não é a derrota para o Goiás que dói mais para o torcedor do Santos... É absoluta falta de profissionalismo, um amadorismo que não condiz nem com o clube da minha (quase) cidade natal, o São Vicente Atlético Clube, da gloriosa quarta divisão do Paulista. A notícia, publicada no IG deixa isso calro:
"Quando o técnico Cuca pensou que tinha visto o pior na noite de domingo, após a goleada por 4 a 0 sofrida diante do Goiás, em plena Vila Belmiro, teve mais surpresa: três representantes de uma das organizadas do Santos foram levados aos vestiários pelo diretor de futebol, Luiz Antônio Ruas Capella.
O grupo se reuniu com o treinador com um único propósito: exigir maior empenho do atacante Kléber Pereira. De acordo com esses torcedores, o atacante, grande nome do time atualmente, estaria se dedicado mais à noite do que ao time."
Vejam bem: o diretor de futebol do clube, o mesmo que negociou com Cuca enquanto Leão era técnico, e falou isso à imprensa quando o time estava se recuperando, que tem no currículo um sem-número de episódios patéticos, levou integrantes de uma organizada para cobrar um jogador... Por que a diretoria não cobra, se acha que é esse o caso? Precisa se escorar em torcedores? Ou será que fez isso porque não está honrando os contratos assinados, não pode cobrar os atletas e não quer que isso vaze?
Qualquer semelhança com o Corinthians de 2007 pode não ser mera coincidência...
A derrota de ontem por 4 a 0 para o Goiás é a maior sofrida pelo Santos em casa na história dos campeonatos brasileiros. Ela iguala o 4 a 0 do Palmeiras em 2004, quando o “gênio” resolveu jogar o clássico com um time misto, preservando a equipe para ser derrotada pelo Once Caldas na Libertadores.
Se isso mostra que o resultado é pra lá de excepcional, também é um sinal de muitas outras coisas. O mais evidente é a pífia, e várias vezes criticada por esse escriba, administração do “rei” Marcelo Teixeira, que se pretende eterno. No século XXI, foi quem teve entre os clubes brasileiros o maior patrimônio em termos de jogadores, arrecadou mais de R$ 200 milhões apenas com atletas da safra de 2002 (embora pudesse ter arrecadado mais, se não fossem a trapalhada na renovação de Diego, as saídas “de graça” de Léo e Renato etc etc etc).
Essa absoluta incompetência deixou seu resultado mais palpável ontem. A “parceria” com Vanderlei Luxemburgo, período em que mais de duas dezenas de atletas, entre eles André Belezinha, Antonio Carlos, Magno, Petkovic e outros “craques”, passaram pela Vila Belmiro onerando os cofres do clube e não deixando qualquer legado razoável, foi o ápice da irresponsabilidade.
Vieram títulos nesse período MT? É verdade, o que serviu para iludir alguns torcedores, que não perceberam ou não quiseram saber o quanto o time deixava de se estruturar mesmo com a dádiva de ter revelado craques que só vieram à tona nas mãos de Leão. Este que, segundo parte da torcida e da diretoria, era o grande culpado da fase ruim do Peixe. Com Cuca, perdemos duas e empatamos uma e, pior que os placares, o modo da equipe jogar demonstrou que as “igrejinhas” feitas por falsos ídolos praianos estão dominando o ambiente. Mas a culpa não era do Leão?
Sobre o jogo
Cuca tentou, mas não conseguiu armar a equipe de forma diferente. Wesley na ponta direita e Molina na esquerda forma inoperantes. Tabata, nulo como de hábito, e Apodi, que treinou durante toda a semana como titular, não pôde estrear por conta de mais uma trapalhada da direção, que não o registrou a tempo. O Goiás, em relação à equipe que começou o Brasileiro, tem dois reforços importantes que fizeram a diferença ontem: Romerito, aquele que foi impedido de jogar as duas partidas da final da Copa do Brasil, e Iarley, inexplicavelmente pouco utilizado no Internacional.
O time do Planalto Central pode sair da zona do rebaixamento nas próximas rodadas, mas não deve ir muito além disso. Já o Santos, para subir na tabela, mais uma vez dependerá fundamentalmente da habilidade e da persistência do seu treinador. Não será fácil, o papel de Cuca deve ser mais de administrador e psicólogo do que propriamente de técnico. E remar contra a corrente, em meio ao mar de incompetência em que ele se encontra, será uma tarefa heróica...
Quando comecei a ver a escalação de Santos e Fluminense que se enfrentavam no Maracanã, logo tentei me acostumar com a idéia de uma derrota. Jogador por jogador, o time carioca suplantava e muito o paulista, e o conjunto então, nem se fala. Os peixeiros jogavam sem Kléber, Wesley e Domingos, enquanto o Tricolor não tinha Thiago Silva e Neves.
Iniciada a partida e as piores expectativas se confirmavam. Aos 6 minutos, Ygor deu um belo passe para Dodô. Algo inacreditável dada a condição técnica do volante. Fábio Costa defende o chute, mas a bola volta para Washington. Gol. O Fluminense pressiona, o Santos apresenta uma apatia impressionante. O lateral-esquerdo Carlinhos, que parece ter sido negociado com o Cruzeiro em troca pelo lateral Apodi, aparenta não estar em campo. Outros alvinegros idem. Só se salva o estreante Róbson, ex-Mogi Mirim, meia que colocou o há muito apagado Molina na reserva, mostrando personalidade e habilidade. Mas nada que fizesse a diferença em uma equipe que aceitava a pressão do adversário com uma parcimônia ímpar.
No segundo tempo, Cuca colocou Molina no lugar de Carlinhos e Tabata no lugar de Marcinho Guerreiro. Mesmo com três zagueiros, colocou o time à frente e deu certo. O Fluminense parecia não acreditar que aquele adversário entregue e pouco técnico da primeira etapa pudesse pressionar e vacilou. Ainda chegou a alguns contra-ataques perigosos, mas depois recuou. Renato tirou o ótimo Arouca e colocou o limitadíssimo Mauricio, atraindo o Santos para seu campo. Também sacou Conca e um tímido Dodô. O time da Vila Belmiro não se fez de rogado e, mesmo desentrosado, criou chances. Martelava, mas não chegava.
O gol só veio aos 47, em excelente passe de um irregular Rodrigo Souto que o garoto Tiago Luís aproveitou, na saída estabanada de Fernando Henrique. Um gol que dá alguma moral para o Peixe e um resultado justo, já que cada tempo foi de um time. Empate com sabor de empate, até porque a partida não poderia ter outro resultado.
Santos, a última fronteira da Traffic
Cuca vai aproveitar os dez dias de folga na tabela para fazer uma inter-temporada no CT Rei Pelé. A idéia é avaliar o elenco inchado e desigual, de 34 jogadores, e preparar dispensas. Carlinhos já foi e Tabata está na marca do pênalti faz tempo. Enquanto isso, o Peixe quer trazer de volta um jogador rejeitado mais de uma vez pelo “gênio” Luxemburgo e que fez sucesso no Sport. Trata-se de Luciano Henrique, autor do segundo gol pernambucano contra o Corinthians na quarta. O time da Vila é detentor dos direitos federativos do atleta e vai tentar negociar com o Leão, que tem contrato de empréstimo com o meia até o fim do ano. Só para não esquecer, para a posição de Henrique Luxa preferiu nomes como André Belezinha (Iraty) e Petkovic.
Enquanto isso, a Traffic, maior fundo de investimento de futebol do país, tenta negociar com o último grande paulista no qual ainda não tem nenhum tipo de inserção. O presidente Marcelo Teixeira tenta salvar a sua pra lá de questionável administração financeira, que não permite ao clube contratar reforços de peso, com a ajuda de Wagner Ribeiro, sócio do empreendimento e que via na presença de Émerson Leão um obstáculo a seus interesses no Alvinegro.
Alguns nomes teriam sido apresentados em conversa com a diretoria e o treinador Cuca está confiante. Já mandou avisar: “"Pode ter certeza, pode marcar o dia: o Santos fica entre os seis. Ou em quinto, ou em quarto, primeiro. Vamos montar time forte, até porque esse time mostrou contra o Fluminense que tem brio. Confio no meu trabalho." Será cobrado, Cuca...
Hoje, além do acordo com o Palmeiras, a Traffic trouxe o meia Elias para o Corinthians e também agencia e possui participação nos direitos federativos de Hernanes, do São Paulo. O grande problema de acordos como esse que começa a ser costurado é que, clubes descapitalizados conseguem até trazer jogadores renomados e jovens, mas não ficam com parte significativa dos lucros de uma negociação futura. Servem mais de vitrine para atletas com potencial. Sendo que a maior fonte de receita dos times ainda é a venda de jogadores, é bom negócio?
Cafu
Fora do âmbito do fundo de investimentos, tudo indica que o Peixe pode fechar com o veterano Cafu, que entraria na Justiça para poder estrear antes de agosto, quando é reaberta a época de transferências internacionais. Pra quem não tem um lateral-direito de ofício no elenco e dada a escassez da posição no futebol brasileiro, pode até ser bom negócio.
Estréia de Cuca, um péssimo primeiro tempo do time santista, talvez um dos piores do semestre (feito digno de nota). Já na segunda etapa, Wesley é expulso de forma injusta, em sua primeira falta no jogo. Curiosamente, o time começou a atuar melhor, e finalmente ameaçou o gol do Vitória.
Em relação à equipe de Leão, o novo treinador peixeiro colocou Fabão no banco e promoveu Domingos. Com a ausência de Marcinho Guerreiro, suspenso pelo terceiro amarelo em quatro partidas, o esforçado e menos técnico (por incrível que pareça) Adriano ganhou vaga na equipe titular. Lima também deu lugar a Tabata, com Wesley indo para o ataque.
Embora a intenção de Cuca fosse que os dois meias Molina e Tabata jogassem pelas pontas e também se aproximassem dos atacantes, ambos tiveram atuação sofrível. O nipo-brasileiro foi sacado aos 31 minutos de partida, substituído por Lima, enquanto o ainda mais inoperante colombiano resistiu até os 11 do segundo tempo, saindo para a entrada de Quiñonez.
E não é que o equatoriano deu outro ritmo ao jogo? Combinou várias jogadas com Lima pela esquerda e chegou perigosamente ao ataque. O fato de Quiñonez modificar o panorama da partida mostra não somente a fragilidade do Vitória como também o quão mal está Molina.
Cuca fez, aos 41, outra substituição usual de Leão e também utilizada por Márcio Fernandes: a entrada de Thiago Luis. De novo, o garoto não fez muita coisa. Claro que o técnico deve dar uma feição diferente à equipe nas próximas semanas, mas o Alvinegro continuará sofrendo com um elenco fraco em opções e com dois dos seus melhores atletas, Kléber e Rodrigo Souto, jogando mal há tempos, talvez por conta de transações não-realizadas com o exterior. O treinador terá que utilizar todo seu dom de agregador e psicólogo para fazer o Peixe engrenar.
Sanches Filho/Estado de S. Paulo
O treinador Émerson Leão não comanda mais o Santos. Pressionado pela eliminação do time na Libertadores, cobrado como se a equipe fosse recheada de craques, achincalhado por uma organizada e combatido desde sua contratação por parte da diretoria, o técnico pediu arrego.
Agora foi aberta a temporada de especulações. Dois nomes surgem como favoritos da diretoria (?) santista. O que não quer dizer nada, porque o clube não tem dinheiro e o Santos não parece o lugar em que os comandantes de alto nível sonhem em atuar hoje. Cuca, do Botafogo, caso o time caia fora da Copa do Brasil, desponta como um dos preferidos. O outro é Paulo Autuori, atualmente no Catar, mas que envolveria uma bela soma para retornar ao Brasil.
Diante da provável recusa dos citados acima, outros dois desempregados poderiam sentar no banco de reservas do Alvinegro. Geninho, técnico defensivista que passou pelo clube em 1986/1987/1992/2001 é um deles. Pergunte a algum santista se tem saudades de alguma passagem do referido no Peixe. Outro que pode aparecer é Ney Franco, recém-demitido do Atlético (PR).
Tirando Luxemburgo e Leão, ninguém mais conseguiu títulos com o time da Vila no século XXI. Dada a falta de recursos decorrente de uma administração temerária que teve em mãos a maior mina de ouro do futebol brasileiro nos últimos 25 anos, com Robinho, Diego, Elano, Alex, Renato, entre outros; mas que anteriormente havia gasto fortunas com Rincón, Edmundo, Marcelinho Carioca, Valdir Bigodinho, Carlos Germano, as perspectivas são péssimas.
Torcedor santista, o ano acabou após a eliminação da Libertadores. Como todo longo reinado administrativo que preza pela incompetência, vide casos Dualib e Mustafá, a luta agora é contra o destino que os clubes dirigidos por eles tiveram: a Série B. Oremos pelo melhor técnico e esperemos 2009. Diante do cenário, só a queda de Muricy Ramalho e uma improvável contratação do mesmo por parte do Santos salvam o semestre. Márcio Fernandes (vulgo o interino), faça sua parte domingo, no "clássico da crise" contra o São Paulo, e ajude seu clube a ter um futuro menos sombrio...
É verdade. O técnico Mário Sérgio assumiu o Botafogo depois da derrota para o River Plate – quando Cuca pediu demissão. A desclassificação para o River (derrota de 4 a 2, em Buenos Aires, em 27 de setembro) foi considerada uma das mais vergonhosas páginas da história botafoguense, pelos próprios torcedores. Cuca se demitiu acusando parte do elenco, pra resumir, de falta de profissionalismo.
Oficialmente, Cuca (foto) não é mais o técnico do Botafogo. As informações davam conta que o técnico havia pedido o boné imediatamente após o vexame de ontem, no que fora demovido pela diretoria alvinegra; mas, após insistir e muito, Cuca finalmente teve sua demissão aceita e agora ingressa a lista dos desempregados do país.
Sem entrar na questão da culpa do técnico ou não pela eliminação do Botafogo, proponho um debate sobre a demissão dos técnicos - porque acho que, no Brasil, esse assunto é discutido de maneira muito precipitada.
Sabemos que por aqui não há técnicos com emprego "fixo" como os europeus, que passam, via de regra, no mínimo dois anos no cargo. Aqui, o cara que vira uma temporada no comando do mesmo clube já pode ser considerado um herói.
E essa postura imediatista na demissão dos técnicos é atacada de maneira feroz pela imprensa. "Tem que dar tempo pro cara trabalhar!", é o que mais se diz. O ruim é que a frase, que não é errada, virou um mantra infalível. De uma hora pra outra a imprensa se tornou uma opositora incorruptível de toda e qualquer demissão de técnico; trocar treinador é errado. "Tem que dar tempo pro cara trabalhar".
Eu contesto essa "verdade absoluta". E até apresento dados para embasar minha opinião. Os dois clubes brasileiros que faturaram o duo Libertadores-Mundial, o Inter/06 e o São Paulo/07, não tinham técnicos "de longo prazo" quando obtiveram a conquista. Abel Braga havia assumido o Colorado a cerca de seis meses e, no caso do Tricolor, a mudança foi ainda maior, com a troca de Émerson Leão por Paulo Autuori.
(E não venham, pelo amor de deus, me falar que o time do São Paulo foi fruto de um "planejamento a longo prazo, que teve início com o Cuca". Mentira. Se fosse isso, o Cuca não teria pedido pra sair após a eliminação para o Once Caldas, nem o São Paulo teria mudado significativamente seu time, com as contratações das peças-chave Mineiro, Josué, Luizão e Amoroso.)
Na contramão, temos os exemplos de Santos e Grêmio, que têm o mesmo técnico há quase dois anos e o máximo que conseguiram foram títulos estaduais - tá, OK, o Grêmio foi vice da Libertadores, mas a chegada à decisão foi mais circunstancial do que resultado de um projeto a longo prazo, e os próprios gremistas sabem disso.
É claro que não defendo a demissão prematura de técnicos. Acho que o Palmeiras, por exemplo, foi muito infeliz ao criar as condições para que Tite pedisse o boné no ano passado. Assim como o Flamengo não lucrou rigorosamente nada ao dispensar Ney Franco para trazer o eterno Joel Santana.
Mas minha receita para avaliar esse tipo de situação é muito mais simples: "cada caso é um caso". E pronto. Sem fórmulas prontas, nem pra um lado, nem pro outro.