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segunda-feira, outubro 25, 2010

Folha de S.Paulo diferencia o PT, que 'paga' militantes, do PSDB, que só 'dá ajuda de custo'. Ah, tá...

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Sempre disse e continuarei observando que, involuntariamente, o governo Lula acabou fazendo outro enorme benefício para o Brasil: o de desmascarar completamente a mídia elitista, retrógrada e golpista. Veículos de comunidação que tempos atrás - mesmo pendendo para uma posição política de situação e/ou de centro-direita - já foram considerados "progressistas" ou minimamente "sérios" e "equilibrados" na hora de bater ou elogiar, tiraram a máscara e revelaram-se de forma nua e crua com suas essências mais execráveis e grotescas. Exemplo maior é a revista Veja, capaz de armações, distorções e calúnias de proporções nunca publicadas antes de Lula subir a rampa do Palácio do Planalto. Tirando os conservadores, fascistas e demo-tucanos mais empedernidos, a maioria dos antigos leitores hoje têm indisfarçável vergonha de assumir que leem ou já leram essa nojenta publicação.

Mesmo o Jornal Nacional, que surgiu há 41 anos como "boletim oficial" da ditadura militar, passou a ser ainda mais explícito em suas manipulações de pauta e edições vergonhosas de matérias nos últimos sete anos (só pra lembrar de cabeça, a campanha golpista e insistente sobre o "mensalão" do PT, a tentativa de incriminar o governo Lula com "caos aéreo" no acidente da Gol e, agora, o carnaval que envolveu até perito para justificar a falácia da agressão de bolinha de papel contra José Serra). Entre os jornais impressos, o Estadão também teve momentos constrangedores, mas não chega a surpreender porque sempre foi uma voz assumida dos ricos e poderosos. Porém, seu concorrente direto, a Folha de S.Paulo, revelou-se de forma espantosa como o maior libelo de tudo o que não presta e não se deve fazer em termos de "jornalismo".

Depois de esconder o mensalão do PSDB como "mensalão mineiro", de tentar amenizar a ditadura brasileira apelidando-a de "ditabranda", de dizer que Dilma Rousseff seria uma das cabeças do sequestro de Delfim Netto (que não houve!), de publicar um artigo impublicável com a insinuação de que Lula teria tentado violentar (!) um companheiro de cela quando foi preso pelo governo militar, e de responsabilizar Dilma pelo prejuízo que os brasileiros tiveram com o apagão elétrico do governo Fernando Henrique Cardoso (!!), o jornal da família Frias foi descendo ladeira abaixo até quase o mesmo (ou o mesmo) patamar de ridículo e de descredibilidade da Veja. E hoje temos mais uma prova de que, no governo Lula, a Folha, que antes tentava se vender como tendo "rabo preso com o leitor", assumiu o lado político onde prendeu seu rabo e perdeu de vez sua vergonha.

Hoje temos mais um exemplo da cara-de-pau e da canalhice desse "jornal". Em materinha sobre a campanha eleitoral do PT, o título já entrega a maldade: "Idolatria por Lula e militância paga motivam petistas" (o grifo é nosso). Além de apresentar os petistas como "fanáticos", ou seja, sem razão e facilmente manipuláveis, a Folha força a mão na tecla de que trata-se de uma militância que só funciona a base de dinheiro. "Na ausência do presidente, a campanha precisou recorrer a militantes pagos ou de movimentos sociais amigos para encher o salão de festas onde a candidata discursou (no Iate Clube, em Belo Horizonte)". Já a materinha espelhada sobre a campanha pró-Serra é um elogio só, a começar pelo título: "Ideal, antipetismo e ajuda de custo movem tucanos".

E o que seria essa "ajuda" dos "bondosos" tucanos? O mesmo "maldito pagamento" do PT: "Entre tantos militantes 'ideológicos', ainda se vê, no meio das hostes serristas, o velho cabo eleitoral remunerado, aquele sujeito que, em troca de R$ 50, agita durante seis horas consecutivas as bandeiras do PSDB", diz um trecho do texto.

Com licença, vou ali vomitar e nem sei se volto...

terça-feira, dezembro 11, 2007

A arte de esconder fatos e desviar o alvo

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Mais uma da "grande imprensa", que, como apropriadamente observou o Glauco, está ficando cada vez mais "imprensinha". Na página A-6 de O Estado de S.Paulo desta terça-feira, 11 de dezembro, a matéria "Superfaturamento de obra vai a 525%, indica relatório" traz denúncias do deputado federal Giovanni Queiroz (foto), do PDT do Pará, que apontou à Comissão Mista de Orçamento do Congresso indícios de superfaturamento nos projetos de adequação e construção de rodovias com contrapartidas do governo federal. O preço de referência da Caixa Econômica Federal seria de R$ 1,6 milhão por quilômetro, mas, em algumas obras, esse valor salta para até R$ 30 milhões.

O objetivo da reportagem, para variar, é malhar o governo Lula como "irresponsável" e "esbanjador de dinheiro público". Mas há indícios de que a história não é bem essa. Para começar, o texto não mereceu uma chamadinha de capa sequer no Estadão. Em vez disso, Odebrecht vencendo leilão do Madeira e CPMF são manchete e submanchete, respectivamente. Só "pau" no governo federal. Então, por que o caso das rodovias não é destaque? O título vago "Superfaturamento de obra" (grifo nosso) é a pista.

A obra é paulista - Logo no segundo parágrafo, a matéria diz que "entre as obras sob suspeita apontadas pelo pedetista está a construção do trecho sul do Rodoanel de São Paulo", com um custo de R$ 25 milhões por quilômetro. Fosse o governo paulista do PT, alguém aí duvida que esse seria o lead (primeira informação) do texto e que a matéria seria a manchete do Estadão? Pois o jornal sequer cita o governo do Estado como tendo alguma participação no caso. E, segundo levantamos aqui pelo jornal ABCD Maior, de São Bernardo (SP), quem desenvolve o projeto e estima o valor por quilômetro é o ... governo do Estado! No caso, o PSDB de José Serra.

Conversando por telefone com o deputado Giovanni Queiroz, o repórter Diego Sartorato apurou que, ao contrário do linchamento proposto pelo Estadão ao governo federal, o relatório do parlamentar pede apenas a padronização do valor por quilômetro nas obras de rodovias das quais a União tem contrapartida e que se investigue aqueles que fizeram projetos com valor tão alto - no caso, os Estados. Queiroz citou o exemplo da duplicação da Fernão Dias, entre 1996 e 1999. No trecho mineiro da obra, segundo ele, o governo do Estado de Minas Gerais estimou um custo de R$ 1 milhão por quilômetro no projeto. Já em São Paulo, o governo do Estado (na época, o PSDB de Mário Covas) estipulou preço de R$ 3 milhões.

"A rodovia é contínua, não há nada de diferente de um Estado para outro. Percorri o trecho de divisa e a pista é a mesma. A única diferença, no lado paulista, é a faixa de acostamento. Para isso, triplicaram o valor", ironizou o deputado do PDT.

Rodoanel é telhado de vidro - Mas essa não é a primeira vez que a "imprensinha" poupa o governo de São Paulo pelo tão decantado Rodoanel. Em 27 de maio deste ano, o governador José Serra (PSDB) teve a cara de pau de "iniciar oficialmente" as obras do trecho sul, que corta a região do ABC, em pomposa cerimônia na cidade de Mauá. "Nunca havíamos começado o trecho sul. Agora sim é o ponto de partida", bravateou o tucano. Sim, bravateou: oito meses antes, em 19 de setembro de 2006, outra pomposa solenidade, dessa vez em São Bernardo, foi realizada com o então governador Cláudio Lembo (DEM) para, justamente, marcar o início "imediato" das obras.

Apesar das duas pantomimas, o governo estadual manteve as obras paradas. E o trecho sul só começou a sair do papel em junho, depois que o governo federal (sim, do PT de Lula) socorreu o Estado às pressas com R$ 300 milhões do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). Porém, de que forma vocês acham que a "grande imprensa", digo, "imprensinha", contou a história? Simples: o "eficiente" Serra desempacou a obra, mesmo com o governo federal "superfaturando" o valor por quilômetro. Depois o Caetano Veloso vem dizer que não considera a mídia brasileira golpista...