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sexta-feira, novembro 28, 2014

O FUTEPOCA pautou!

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Capa desta sexta-feira (28/11/2014) do jornal Lance! Futepoca publicou isso ontem

 E nem deram crédito. Mas o FUTEPOCA deu primeiro, e deu melhor! Confira:


segunda-feira, agosto 19, 2013

Palmeirenses tiram sarro dos rivais nesta segunda-feira

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Líder da Série B, Palmeiras foi o único que escapou de notícias esdrúxulas hoje:

Em crise, São Paulo 'Fashion Week' é sacaneado no Twitter oficial do adversário

Emerson Sheik comemora vitória corintiana com 'chamego' em colega barbado

Goleada sofrida por santistas na Espanha continua repercutindo negativamente




domingo, fevereiro 13, 2011

Revista da Editora Abril chama Chico Buarque de 'moleque' por defender Lula, Dilma, Chávez e Fidel

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Depois do despropósito de enfiar uma foto de José Serra no encarte de um CD de Chico Buarque, a Editora Abril volta a fustigar o artista carioca. Chico está na capa da edição de fevereiro da revista "Alfa Homem" (à direita), o que me convenceu a comprá-la. O mote da reportagem, que visitou o entrevistado em seu apartamento no Leblon, no Rio de Janeiro, é a sua volta à música: ele deve entrar em estúdio até abril, para gravar um novo álbum, depois do jejum imposto pela produção do (muito premiado) livro "Leite derramado". Até aí, tudo bem. A materinha conta trivialidades curiosas, como o fato de hoje Chico só beber moderadamente, com uma tacinha de vinho ou de grappa (cachaça italiana) após o jantar, depois de livrar-se do consumo forte de álcool nos anos 1980, ao ingerir ervas amazônicas do "bruxo" Lourival; e também sua paixão pelo futebol, que o levou, certa vez, a identificar-se como "um famoso jogador" no aeroporto de Paris. "E aquela caixa de violão na esteira?", perguntou, cético, o funcionário. "É o disfarce para as minhas chuteiras", respondeu o artista.

Porém, o texto de Regina Zappa guarda um certo tom de "desagravo", uma linha condutora que leva a crer que a reportagem louva Chico Buarque "apesar de alguma coisa". E essa "alguma coisa", lógico, é sua posição política. Chico se engajou publicamente na campanha de Dilma Rousseff, em 2010 (contra José Serra, o candidato da família Civita, proprietária da Editora Abril). E nunca deixou de defender Fidel Castro e as transformações em Cuba ou mesmo Hugo Chávez e os avanços sociais na Venezuela. Isso, para a revista Alfa Homem, é pecado. "(Chico) É amado, respeitado, invejado, celebrado - e odiado, muitas vezes por causa de suas posições políticas de esquerda", opina o texto de Regina Zappa. "Deixou claro, várias vezes, seu apreço a Lula e apoiou Dilma Rousseff durante a campanha. 'Dilma é uma mulher corajosa', declarou no programa eleitoral. Para o bem ou para o mal, nunca causou surpresa nessa área. Chico sempre foi de esquerda", prossegue a matéria.

Mas o acusatório "para o bem ou para o mal" não foi suficiente. Os editores resolveram agregar um "desagravo" ainda mais contundente para o "hediondo defeito" de Chico Buarque. Escalaram um tal de Caco de Paula para escrever um breve - e inacreditável - textinho para ser agregado à reportagem, sob o singelo título de "Não chute o poeta". Diz um trecho (o grifo é nosso): "Sua obra tem grande importância, independentemente de suas opiniões favoráveis aos dinossauros de Cuba e da Venezuela. Por crença pessoal, estilo, molecagem, necessidade de seguir contra a corrente, ou tudo isso junto, Chico se mantém fiel ao ideário romântico e utópico que em alguma esquina da história acabou fulanizado nas imagens patéticas de Fidel e Chávez". E mais: "Chico tem o direito de expressar sua opinião sobre os 'comandantes' e pode perfeitamente ser criticado por quem os considera, estes sim, os verdadeiramente imperdoáveis" - como se Chico precisasse ser "perdoado"...

Tá, eu também tô careca de saber a posição política da Editora Abril e de suas publicações, de seu conservadorismo, fascismo ou o que seja. Basta dar uma olhada nas capas da Veja, não precisa nem abrir para ler. Mas dessa vez eles estão usando (repito: usando) alguém que não compartilha de suas opiniões, mas que é simplesmente Chico Buarque, para dizer que "sim, ele é legal, mas não devemos odiá-lo por apoiar essa corja esquerdista; você deve considerá-lo apenas um genial artista, mas, em política, é uma besta". E, para fazer essa patifaria, eles vão até a casa do cidadão, partilham de sua privacidade e boa vontade, colocam sua cara na capa para vender mais revistas e, depois disso tudo, enxertam um textinho classificando de "molecagem" sua militância e postura política. Quando a gente acha que já viu de tudo, eles conseguem se superar. Ô, racinha, essa tucanada "iluminada"...

terça-feira, fevereiro 01, 2011

Bebê atômico mandava todo mundo tomar pinga

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No meio jornalístico brasileiro, um dos fatos mais bizarros foi a inacreditável série de 27 manchetes que o extinto jornal paulista Notícias Populares deu entre maio e junho de 1975, sobre um suposto "bebê diabo" que teria nascido em São Bernardo do Campo (curiosamente, no mesmo ano em que Luís Inácio Lula da Silva assumia a presidência do Sindicato dos Metalúrgicos, na mesma cidade). Fruto da audácia do secretário de redação, José Luiz Proença, e do editor de polícia, Lázaro Campos Borges, em um plantão de sábado em que não havia uma pauta sequer para salvar a edição do dia seguinte, a inacreditável matéria "Nasceu o diabo em São Paulo", que iniciou a série e triplicou as vendas do jornal, surgiu a partir de uma notinha da Folha de S.Paulo sobre um bebê que havia nascido com prolongamento do cóccix e duas pequenas saliências na testa em um hospital do ABC paulista.

Segundo o livro "Nada mais que a verdade", de autoria de Celso de Campos Jr., Denis Moreira, Giancarlo Lepiani e Maik Rene Lima, o repórter Waldemar de Paula, do NP, telefonou para alguns hospitais da região e, como não obteve informação, partiu para a imaginação e a cara de pau. No domingo, 11 de maio de 1975, a "reportagem" dizia que "o bebezinho (...) já nasceu falando e ameaçou sua mãe de morte, tem o corpo totalmente cheio de pelos, dois chifres pontiagudos na cabeça e um rabo de aproximadamente cinco centímetros". Mais à frente, o texto explicava: "parece que tudo começou na Semana Santa, quando o marido da mulher, que é muito religioso, convidou-a para ir à igreja, ver a procissão. A mulher grávida bateu com as mãos na barriga e respondeu, indignada: - Não vou, enquanto este diabo aqui não nascer".

A lorota vendeu horrores e só restou ao jornal prosseguir com a farsa. Por quase um mês, publicou em manchete principal a saga do "bebê diabo", que mobilizou a população em São Paulo e em outros estados (minha sogra, que estava grávida na época, disse que no Rio de Janeiro também só se falava sobre isso). A série espetacular do NP teve capítulos esdrúxulos como "Bebê-diabo inferniza o padre do ABC", "Viu bebê-diabo e ficou louca", "Bebê-diabo nos telhados das casas do ABC", "Diabo explode o mundo em 1981", "Fazendeiro é pai do bebê-diabo", "Bebê-diabo foge para o Nordeste" e "Zé do Caixão vai caçar bebê-diabo no Nordeste", entre outros. Em 24 de maio, por exemplo, o jornal noticiava que "Bebê-diabo parou táxi na avenida" e, respondendo ao taxista qual seria o destino, teria dito: "Toca para o inferno".

Depois de tanto absurdo (e de milhões de exemplares vendidos), o NP resolveu encerrar o assunto quando o "bebê-diabo" havia se perdido nos sertões da Bahia e Pernambuco.

Guta, o "bebê atômico"
Porém, o departamento comercial pressionou e, pouco depois, o jornal apelaria novamente com a notícia de nascimento de um "bebê peixe" na floresta amazônica, com "pele escamosa e cauda de peixe nos membros inferiores". A segunda manchete foi: "Boto é pai do bebê-peixe", em que um médico explicava que a mãe tivera relações sexuais com um "cetáceo fluvial". Saturado pelo "bebê diabo", o público não deu bola e as edições encalharam. Aí, o NP decidiu esculhambar de vez. Em 11 de novembro de 1975, lia-se que "Bebê atômico nasceu em SP". A criança, chamada Guta, tinha o poder de controlar raios e relâmpagos, além de ficar invisível e transformar seu corpo em substância líquida e gasosa. Pior: ela morava no esgoto e passeava por bairros distantes porque, no Centro de São Paulo, as ondas de rádio e TV lhe faziam cócegas.

Segundo o jornal, o pai do bebê, um pedreiro, tivera contato com uma pistola de raios alimentada por urânio enriquecido, "a mesma fonte de energia dos submarinos nucleares". Assim, no dia 14 de novembro, a notícia era a de que a médica Vânia teria recebido uma visita de Guta, que saíra junto com o vapor do chuveiro e, sorridente, se materializara em sua frente (!). Em seguida, a garotinha nuclear parou em uma oficina para recarregar as energias com a bateria de um carro Galaxie azul. Mas a loucura chegou ao ápice quando a garota entrou em uma bar da Vila Prudente para beber todo o leite gelado do local (sua bebida preferida) e, ao mesmo tempo, ordenar: "Quando eu bebo, todo mundo bebe também. Aqui não vai ficar ninguém sem tomar pelo menos uma garrafa de pinga". O livro "Nada mais que a verdade" observa que, talvez, esse fosse o desejo inconsciente do repórter que escreveu essa pérola...

Sem o mesmo sucesso do "bebê diabo", a nova série acabou quando Guta levou um tiro de chumbinho do proprietário da lancha Tiririca, às margens da represa de Guarapiranga.

Os futepoquenses, esses pingagistos
Mas, falando em bar, em cachaça e em jornalistas manguaças, o livro comenta que o romeno Jean Mellé, mentor do Notícias Populares, não falava português direito, confundindo o idioma com uma mistura de alemão, francês e espanhol. Quando aprendeu que o indicativo do gênero masculino era a letra "o", passou a empregar a lição ao pé da letra. Por isso, para Mellé, todo jornalista do sexo masculino era "jornalisto", artista era "artisto", e assim por diante. Seus funcionários (que deviam frequentar o bar com certa assiduidade) lembram que, por associação "lógica" com o termo tabagista, o romeno tratava os bêbados de "pingagistos"...

quarta-feira, novembro 03, 2010

A piada do dia OU fala mais, FHC, fala mais!

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Na Folha de S.Paulo, materinha surreal: "FHC diz não endossar mais PSDB que não defenda a sua história" (uma pausa para o espanto: !!!!!!!!!! e outra para a gargalhada incontida: kkkkkkkkkkkk!). Minha nossa senhora, será que não tem um assessor, um parente, um amigo ou alguma outra alma caridosa pra poupar o homem de tanto vexame? Eu, sinceramente, estou ficando com vergonha alheia do Fernando Henrique Cardoso. Um ex-presidente do Brasil! Quanta papagaiada sai da boca do cidadão, Deus pai! Porém, no meio de tantos disparates, pelo menos uma verdade o tucano disse: "(Serra) Não fez diferente do que se esperaria de Serra como um candidato". Exatamente! Mas vamos aos melhores - ou piores - momentos de sua nova sequência de patacoadas estapafúrdias (os grifos são nossos):

"Não estou disposto mais a dar endosso a um PSDB que não defenda a sua história. Tem limites para isso, porque não dá certo. Tem de defender o que nós fizemos. A privatização das teles foi bom para o povo, para o Tesouro e para o país. A privatização da Vale foi um gol importante, porque, além do mais, a Vale é uma empresa nacional. A privatização da Embraer foi ótima. Então por que não dizer isso? Por que não defender? Privatizar não é entregar o país ao adversário, pegar o dinheiro do povo e jogar fora. Não. É valorizar o dinheiro do país. Tudo isso criou mais emprego, deu mais renda para o Estado." (Deu mais renda para o Estado?!!??? Como assim?!?)

"O presidente Lula desrespeitou a lei abundantemente. Do ponto de vista da cultura política, nós regredimos. Não digo do lado da mecânica institucional - a eleição foi limpa, livre. Mas na cultura política, demos um passo para trás, no caso do comportamento [de Lula] e da aceitação da transgressão, como se fosse banal." (Então o Serra avacalha vergonhosamente a campanha e, pra variar, a culpa é do Lula...)

"Aqui está havendo outra confusão. Pensar que a democracia é simplesmente fazer com que as condições de vida melhorem. Ela é também, mas não se esqueça que as ditaduras fazem isso mais depressa." (Ah, entendi: melhorar as condições de vida é só um detalhe, nada de muito essencial ou indispensável.)

"O Estado é laico, e trazer a questão religiosa para primeiro plano de uma discussão política não ajuda. Todas as religiões têm o direito de pensar o que queiram e de pregar até o comportamento eleitoral de seus fieis. Mas trazer a questão como se fosse um debate importante, não acho que ajude." (Ué, então o Serra errou? Isso não seria um bom título, senhor editor?)

"A pesquisa é útil não para você repetir o que ela disse, mas para você tentar influenciar no comportamento, a partir de seus valores. Suponha uma pesquisa sobre privatização em que a maioria é contra. A posição do líder político é tentar convencer a população [do contrário]." (Outro momento de sinceridade: pesquisa só serve para influenciar votação. Na cara larga!)

"Aqui, fora da campanha, só o governo fala. Quando fala sem parar, o caso atual, e sob forma de propaganda, fica difícil de controlar. No meu tempo, também era o governo que falava. Como não tenho o mesmo estilo e não usava uma visão eleitoreira o tempo todo, não aparecia tanto." (Nossa, o maior pavão de nossa política diz que não gostava de aparecer! Cara larga hors concours!)

"O que a mídia em geral transmitiu ao longo desses oito anos? Lula, violência e futebol." (Bom título para um blog. Aliás, trocando violência por cachaça, fica bem parecido com o nosso. O que você tem contra a gente, Fernandinho?)

"Esses 44 milhões [votação de Serra no domingo] não são do PSDB. É uma parte da sociedade brasileira que pensa de outra maneira. E não se pode aceitar a ideia de que são os mais pobres contra os mais ricos. Nunca vi uma elite tão grande: 44 milhões de pessoas." (Como se a elite, a mídia e o extremismo político de direita não influenciassem ninguém...)

"No tempo que cheguei lá, eu escrevi o que ia fazer e fiz. Nunca mudei o rumo. O Lula mudou o rumo." (Sim, não mudou "nada". Só disse, ao assumir o cargo: esqueçam tudo o que eu escrevi".)

"O Lula deixou de falar em trabalhador para falar em pobre. Mudou. Nós descobrimos uma tecnologia de lidar com a pobreza, mas estamos por enquanto mitigando a pobreza." (Mas qual o problema de o pobre ser o foco do governo? Tirar 28 milhões da linha da miséria é "mitigar" a pobreza?)

"Está se perfilando, no PT e adjacências, uma predominância do olhar do Estado, como se o Estado fosse a solução das coisas." (Mas se não for o Estado, quem vai olhar por nós? Os empresários?)

"A nossa tradição é de corporativismo estatizante, e isso está voltando. É uma mistura fina, uma mistura de Getúlio, Geisel e Lula. O Lula é mais complicado que isso, porque é isso e o contrário disso. Como é a metamorfose ambulante, faz a mediação de tudo com tudo." (Hã?!!?)

"A crise global deu a desculpa para o Estado gastar mais." (Sim, qual o problema disso? Foram os bancos públicos e o PAC, Programa de Aceleração do Crescimento, que nos protegeram da crise, os Estados Unidos estão tentando criar um BNDES para sair do caos.)

"Veja o discurso da Dilma de ontem [domingo]. Ela beijou a cruz." (Ah, tá: Serra desenterra a pauta medieval do aborto, dá voz aos piores e mais obscuros setores da sociedade, manda fazer santinho escrito "Jesus é a verdade", envolve a CNBB e até o Papa na campanha mais suja, pérfida e nojenta das últimas décadas e, para o FHC, o problema é a Dilma! Inacreditável.)

segunda-feira, outubro 25, 2010

Folha de S.Paulo diferencia o PT, que 'paga' militantes, do PSDB, que só 'dá ajuda de custo'. Ah, tá...

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Sempre disse e continuarei observando que, involuntariamente, o governo Lula acabou fazendo outro enorme benefício para o Brasil: o de desmascarar completamente a mídia elitista, retrógrada e golpista. Veículos de comunidação que tempos atrás - mesmo pendendo para uma posição política de situação e/ou de centro-direita - já foram considerados "progressistas" ou minimamente "sérios" e "equilibrados" na hora de bater ou elogiar, tiraram a máscara e revelaram-se de forma nua e crua com suas essências mais execráveis e grotescas. Exemplo maior é a revista Veja, capaz de armações, distorções e calúnias de proporções nunca publicadas antes de Lula subir a rampa do Palácio do Planalto. Tirando os conservadores, fascistas e demo-tucanos mais empedernidos, a maioria dos antigos leitores hoje têm indisfarçável vergonha de assumir que leem ou já leram essa nojenta publicação.

Mesmo o Jornal Nacional, que surgiu há 41 anos como "boletim oficial" da ditadura militar, passou a ser ainda mais explícito em suas manipulações de pauta e edições vergonhosas de matérias nos últimos sete anos (só pra lembrar de cabeça, a campanha golpista e insistente sobre o "mensalão" do PT, a tentativa de incriminar o governo Lula com "caos aéreo" no acidente da Gol e, agora, o carnaval que envolveu até perito para justificar a falácia da agressão de bolinha de papel contra José Serra). Entre os jornais impressos, o Estadão também teve momentos constrangedores, mas não chega a surpreender porque sempre foi uma voz assumida dos ricos e poderosos. Porém, seu concorrente direto, a Folha de S.Paulo, revelou-se de forma espantosa como o maior libelo de tudo o que não presta e não se deve fazer em termos de "jornalismo".

Depois de esconder o mensalão do PSDB como "mensalão mineiro", de tentar amenizar a ditadura brasileira apelidando-a de "ditabranda", de dizer que Dilma Rousseff seria uma das cabeças do sequestro de Delfim Netto (que não houve!), de publicar um artigo impublicável com a insinuação de que Lula teria tentado violentar (!) um companheiro de cela quando foi preso pelo governo militar, e de responsabilizar Dilma pelo prejuízo que os brasileiros tiveram com o apagão elétrico do governo Fernando Henrique Cardoso (!!), o jornal da família Frias foi descendo ladeira abaixo até quase o mesmo (ou o mesmo) patamar de ridículo e de descredibilidade da Veja. E hoje temos mais uma prova de que, no governo Lula, a Folha, que antes tentava se vender como tendo "rabo preso com o leitor", assumiu o lado político onde prendeu seu rabo e perdeu de vez sua vergonha.

Hoje temos mais um exemplo da cara-de-pau e da canalhice desse "jornal". Em materinha sobre a campanha eleitoral do PT, o título já entrega a maldade: "Idolatria por Lula e militância paga motivam petistas" (o grifo é nosso). Além de apresentar os petistas como "fanáticos", ou seja, sem razão e facilmente manipuláveis, a Folha força a mão na tecla de que trata-se de uma militância que só funciona a base de dinheiro. "Na ausência do presidente, a campanha precisou recorrer a militantes pagos ou de movimentos sociais amigos para encher o salão de festas onde a candidata discursou (no Iate Clube, em Belo Horizonte)". Já a materinha espelhada sobre a campanha pró-Serra é um elogio só, a começar pelo título: "Ideal, antipetismo e ajuda de custo movem tucanos".

E o que seria essa "ajuda" dos "bondosos" tucanos? O mesmo "maldito pagamento" do PT: "Entre tantos militantes 'ideológicos', ainda se vê, no meio das hostes serristas, o velho cabo eleitoral remunerado, aquele sujeito que, em troca de R$ 50, agita durante seis horas consecutivas as bandeiras do PSDB", diz um trecho do texto.

Com licença, vou ali vomitar e nem sei se volto...

sábado, outubro 23, 2010

O desespero machucando o coração (4) - OU o Serra 'de esquerda' e os siris azuis

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O ridículo da mídia tucana não conhece mesmo limites. Depois de enfiarem uma foto do José Serra no encarte de um CD do Chico Buarque, de pagarem uma vidente pra dizer que Dilma Rousseff vai brigar com Lula, de esconderem a fundação do PT e apagarem suas bandeiras numa foto, e de - cúmulo do absurdo - tentarem justificar uma bolinha de papel ou fita isolante como "agressão violenta" (ver post abaixo e a denúncia da farsa aqui), a imprensa pró-PSDB achou neste sábado mais uma forma inacreditável de tentar influenciar possíveis incautos. Dessa vez, apelaram até para o reino animal...

Na impossibilidade de "contratar" o polvo Paul, sensação da última Copa do Mundo por acertar todas as escolhas que "fez", o Diário de S.Paulo (que em 2009 passou das mãos das Organizações Globo para o empresário J.Hawilla) traz hoje, como manchete de capa, "A voz do polvo". Temendo pelo pior, folheei um exemplar na banca até a página 3, onde uma materinha nonsense explicava que o "genérico" polvo Paulo, do aquário de Ubatuba, litoral de São Paulo, foi "consultado" para escolher entre Dilma Rousseff e José Serra. O texto diz que, abaixo da foto de cada presidenciável, foi colocado um siri azul (o grifo é nosso), como primeira refeição do dia para o polvo.

O jornal observa que a "experiência" foi "capitaneada" pela bióloga Carla Beatriz Barbosa. Já prevendo o resultado, fui até a página 7 e constatei, sem surpresa, que o polvo escolheu José Serra. Assim que soltaram o bicho, ele preferiu se alimentar do siri azul (mais um grifo nosso) que estava sob a imagem do nefasto candidato. Diz o "panfletário" texto: "Em nenhum momento ele titubeou. (...) 'Tucaneou' convictamente". Detalhe: sem motivo aparente, a imagem de Serra foi colocada à esquerda (festa de grifos) do polvo. Sinal de que, à confirmar a inclinação natural de direção, podemos supor que ludibriaram o pobre animal com a foto errada.

No mais, que triste observar que o debate político e os projetos nacionais, nessas eleições, foram transformados em dogmas religiosos, bolinhas de papel, rolos de fita crepe, polvos de aquário e siris azuis. PSDB (e mídia tucana) é isso aí.

quinta-feira, outubro 07, 2010

José Serra não tolera um "delito" de opinião

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Ontem eu já tinha escrito aqui sobre mais um "ato democrático" do fascista e ditador José Serra, conhecido por ligar em redações pedindo a cabeça de jornalistas. É óbvio que não há indícios de interferência direta do nefasto político na demissão (agora confirmada) de Maria Rita Kehl (foto) do jornal O Estado de S.Paulo, devido a um artigo em que elogiava o programa federal Bolsa Família. Mas, considerando o que Serra fez com Heródoto Barbeiro e Gabriel Priolli na TV Cultura, tá com todo o cheiro de ser obra dele...

Hoje, o Terra Magazine publica uma entrevista de Maria Rita Kehl a Bob Fernandes. Ele pergunta se a demissão teve a ver com as eleições e a psicanalista vai direto ao ponto: "Acho que sim. Isso se agravou com a eleição, pois, pelo que eles me alegaram agora, já havia descontentamento com minhas análises, minhas opiniões políticas". Ela acrescenta que o motivo alegado foi "análise de comportamento e reação". "O argumento é que eles estavam examinando o comportamento, as reações ao que escrevi e escrevia, e que, por causa da repercussão (na internet), a situação se tornou intolerável, insustentável, não me lembro bem que expressão usaram", ironiza.

E aí ela reagiu com o óbvio: "Eu disse que a repercussão mostrava, revelava que, se tinha quem não gostasse do que escrevo, tinha também quem goste. Se tem leitores que são desfavoráveis, tem leitores que são a favor, o que é bom, saudável...". Sobre o sentimento que fica, a psicanalista desabafa: "A imprensa que tem seus interesses econômicos, partidários, demite alguém, demite a mim, pelo que considera um 'delito' de opinião. Acho absurdo, não concordo, que o dono do Maranhão (senador José Sarney) consiga impor a medida que impôs ao jornal O Estado de S.Paulo, mas como pode esse mesmo jornal demitir alguém apenas porque expôs uma opinião? Como é que um jornal que está, que anuncia estar sob censura, pode demitir alguém só porque a opinião da pessoa é diferente da sua?".

Pois é. O problema é que José Serra nunca aceita uma opinião diferente. Principalmente em um jornal que confessa fazer campanha para ele.

quarta-feira, outubro 06, 2010

José Serra, o careca que manda cortar cabeças

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Todo jornalista que trabalha ou trabalhou em São Paulo já ouviu histórias sobre o fascista José Serra ter mandando demitir ou "botar na geladeira" profissionais que o desagradaram. Reza a lenda que ele telefona direto para o dono do meio de comunicação e pede a cabeça do jornalista, no que, muitas vezes, é atendido. São diversos casos ao longo dos anos, mas não é preciso ir muito longe: recentemente, repercutiram muito mal os afastamentos de Heródoto Barbeiro e Gabriel Priolli da TV Cultura, emissora estatal controlada pelo governo tucano em São Paulo, via Fundação Padre Anchieta. Ambos "ousaram" mexer na ferida dos pedágios absurdos cobrados pelas concessionárias paulistas - e se deram mal.

Agora, nova demonstração da truculência serrista: depois de publicar um artigo defendendo o programa Bolsa Família, do governo Lula (veja íntegra do texto abaixo), a psicanalista Maria Rita Kehl, que há poucos dias ganhou o prêmio Jabuti na categoria "Educação, psicologia e psicanálise" (com o livro "O tempo e o cão"), foi demitida pelo jornal O Estado de S.Paulo. Uma decisão, no mínimo, suspeita. Mas, para os que sabem do que José Serra é capaz, não menos que previsível. E depois culpam o Lula por reclamar e tentar "tolher" a imprensa. Uma imprensa golpista, diga-se de passagem. Mas vamos ao artigo de Maria Rita Kehl, pois agora, mais do que nunca, é preciso ecoar a voz dessa corajosa e consciente brasileira:

DOIS PESOS…

Maria Rita Kehl

Este jornal teve uma atitude que considero digna: explicitou aos leitores que apoia o candidato Serra na presente eleição. Fica assim mais honesta a discussão que se faz em suas páginas. O debate eleitoral que nos conduzirá às urnas amanhã está acirrado. Eleitores se declaram exaustos e desiludidos com o vale-tudo que marcou a disputa pela Presidência da República. As campanhas, transformadas em espetáculo televisivo, não convencem mais ninguém. Apesar disso, alguma coisa importante está em jogo este ano. Parece até que temos luta de classes no Brasil: esta que muitos acreditam ter sido soterrada pelos últimos tijolos do Muro de Berlim. Na TV a briga é maquiada, mas na internet o jogo é duro.

Se o povão das chamadas classes D e E – os que vivem nos grotões perdidos do interior do Brasil – tivesse acesso à internet, talvez se revoltasse contra as inúmeras correntes de mensagens que desqualificam seus votos. O argumento já é familiar ao leitor: os votos dos pobres a favor da continuidade das políticas sociais implantadas durante oito anos de governo Lula não valem tanto quanto os nossos. Não são expressão consciente de vontade política. Teriam sido comprados ao preço do que parte da oposição chama de bolsa-esmola.

Uma dessas correntes chegou à minha caixa postal vinda de diversos destinatários. Reproduzia a denúncia feita por “uma prima” do autor, residente em Fortaleza. A denunciante, indignada com a indolência dos trabalhadores não qualificados de sua cidade, queixava-se de que ninguém mais queria ocupar a vaga de porteiro do prédio onde mora. Os candidatos naturais ao emprego preferiam viver na moleza, com o dinheiro da Bolsa-Família.

Ora, essa. A que ponto chegamos. Não se fazem mais pés de chinelo como antigamente. Onde foram parar os verdadeiros humildes de quem o patronato cordial tanto gostava, capazes de trabalhar bem mais que as oito horas regulamentares por uma miséria?

Sim, porque é curioso que ninguém tenha questionado o valor do salário oferecido pelo condomínio da capital cearense. A troca do emprego pela Bolsa-Família só seria vantajosa para os supostos espertalhões, preguiçosos e aproveitadores se o salário oferecido fosse inconstitucional: mais baixo do que metade do mínimo. R$ 200 é o valor máximo a que chega a soma de todos os benefícios do governo para quem tem mais de três filhos, com a condição de mantê-los na escola.

Outra denúncia indignada que corre pela internet é a de que na cidade do interior do Piauí onde vivem os parentes da empregada de algum paulistano, todos os moradores vivem do dinheiro dos programas do governo. Se for verdade, é estarrecedor imaginar do que viviam antes disso. Passava-se fome, na certa, como no assustador Garapa, filme de José Padilha. Passava-se fome todos os dias. Continuam pobres as famílias abaixo da classe C que hoje recebem a bolsa, somada ao dinheirinho de alguma aposentadoria. Só que agora comem. Alguns já conseguem até produzir e vender para outros que também começaram a comprar o que comer.

O economista Paul Singer informa que, nas cidades pequenas, essa pouca entrada de dinheiro tem um efeito surpreendente sobre a economia local. A Bolsa-Família, acreditem se quiserem, proporciona as condições de consumo capazes de gerar empregos. O voto da turma da “esmolinha” é político e revela consciência de classe recém-adquirida.

O Brasil mudou nesse ponto. Mas ao contrário do que pensam os indignados da internet, mudou para melhor. Se até pouco tempo alguns empregadores costumavam contratar, por menos de um salário mínimo, pessoas sem alternativa de trabalho e sem consciência de seus direitos, hoje não é tão fácil encontrar quem aceite trabalhar nessas condições. Vale mais tentar a vida a partir da Bolsa-Família, que apesar de modesta, reduziu de 12% para 4,8% a faixa de população em estado de pobreza extrema.

Será que o leitor paulistano tem ideia de quanto é preciso ser pobre, para sair dessa faixa por uma diferença de R$ 200? Quando o Estado começa a garantir alguns direitos mínimos à população, esta se politiza e passa a exigir que eles sejam cumpridos. Um amigo chamou esse efeito de “acumulação primitiva de democracia”.

Mas parece que o voto dessa gente ainda desperta o argumento de que os brasileiros, como na inesquecível observação de Pelé, não estão preparados para votar. Nem todos, é claro. Depois do segundo turno de 2006, o sociólogo Hélio Jaguaribe escreveu que os 60% de brasileiros que votaram em Lula teriam levado em conta apenas seus próprios interesses, enquanto os outros 40% de supostos eleitores instruídos pensavam nos interesses do País.

Jaguaribe só não explicou como foi possível que o Brasil, dirigido pela elite instruída que se preocupava com os interesses de todos, tenha chegado ao terceiro milênio contando com 60% de sua população tão inculta a ponto de seu voto ser desqualificado como pouco republicano.

Agora que os mais pobres conseguiram levantar a cabeça acima da linha da mendicância e da dependência das relações de favor que sempre caracterizaram as políticas locais pelo interior do País, dizem que votar em causa própria não vale. Quando, pela primeira vez, os sem-cidadania conquistaram direitos mínimos que desejam preservar pela via democrática, parte dos cidadãos que se consideram classe A vem a público desqualificar a seriedade de seus votos.

quarta-feira, setembro 29, 2010

Fontes da Folha são Datafolha e... repórter da Folha

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Todo mundo sabe que a credibilidade da Folha de S.Paulo está tão baixa quanto a do Fernando Henrique Cardoso, que disse à Reuters que vencer no 1º turno não será bom para Dilma Rousseff (!!!). Pois, agora há pouco, a Folha On Line publicou uma materinha intitulada "Mercadante aposta em popularidade de Lula na reta final da campanha" (coisa mais óbvia!), em que a cara de pau conhece novos patamares. Além de usar os números do não menos desacreditado Datafolha (desmentido sistematicamente pelos resultados do Ibope, Sensus e Vox Populi), o texto ainda usa aspas de apenas uma fonte. Sabem de quem? Daniela Lima, repórter do caderno "Poder", da... Folha de S.Paulo (!!!!). Está inaugurado o auto-jornalismo.

Ps.: Há dois anos, em setembro de 2008, às vésperas da eleição municipal em São Paulo, o Datafolha apontava empate entre Geraldo Alckmin e Gilberto Kassab, com 22%, atrás de Marta Suplicy, que tinha 37% (reprodução abaixo). Poucos dias depois, em 5 de outubro, Kassab teve 33,6% dos votos válidos, contra 32,8% de Marta e 22,5% de Alckmin, que ficou fora do 2º turno.

quinta-feira, agosto 12, 2010

Vestal da 'ética' agora vigia a 'moralidade'

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A Folha de S.Paulo (argh!), aquela empresa que publicou artigo dizendo que o presidente Lula tentou violentar um companheiro, quando esteve preso, e que tratou os 21 anos de selvageria militar no Brasil como ditabranda, além de outros absurdos, volta agora a prestar seu triste papel de "sentinela vigilante" da moral e dos bons costumes para a sociedade brasileira. Credo.

Falando sobre o livro "Teresa, que esperava as uvas" (de Monique Revillion, Geração Editorial), que integra o pacote do governo federal para equipar bibliotecas de colégios públicos, atenta para os "escandalosos" trechos de sexo e violência na obra fictícia: "arriou as calças dela, levantou a blusa e comeu ela duas vezes" e "deu um tiro no olho dele (...) ele ficou lá meio dependurado, com um furo na cabeça". E o "jornal" ressalta, por fim, que "o governo Lula, a autora da obra e a editora defendem a escolha (do livro)".

Ou seja, pra variar, a culpa é do Lula! Dai-me estômago, oh, Senhor...

quarta-feira, junho 23, 2010

Ajuda mais, FHC!

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Dando prosseguimento à nossa campanha "Fala mais, FHC!", a coluna da Mônica Bergamo de hoje, na Folha de S.Paulo, traz a piada do ano. Segundo ela, "Fernando Henrique Cardoso confidenciou a interlocutor de sua mais absoluta confiança recentemente que tem sérias dúvidas sobre a possibilidade de José Serra vencer a eleição presidencial". O arremate é espetacular:

"E olha que estou tentando ajudar", disse o ex-presidente, atualmente em tour pelo exterior.

segunda-feira, junho 21, 2010

'Só sãopaulino'

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Na "sabatina" que concede nesta segunda-feira ao "jornal" Folha de S.Paulo, o nefasto candidato do PSDB à presidência da República, José Serra, relembrou seus primeiros tempos na política, nos anos 1960, fazendo uma revelação sobre o falecido ex-ministro das Comunicações Sérgio Motta:

- O Sérgio não gostava que eu falasse, mas fui eu quem o convidou para o movimento político. Até então, naquele início dos anos 60, ele era só sãopaulino e tinha preferências eleitorais que prefiro não falar.

E eu prefiro não saber!

segunda-feira, março 15, 2010

'Quando foi que a direita brasileira teve qualquer apego aos direitos humanos?'

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Para quem se surpreendeu com a Miriam Leitão defendendo as cotas raciais em universidades, uma senhora resposta de Ciro Gomes, na edição de hoje da Folha de S.Paulo, sobre o posicionamento do governo Lula em relação à Cuba e Irã. De fazer o senador Eduardo Suplicy corar de vergonha...

Folha - A política externa do Brasil está no rumo correto? Pergunto-lhe em função das últimas polêmicas sobre o relacionamento do governo brasileiro com Cuba e Irã.
Ciro Gomes - Estrategicamente o governo brasileiro está muito correto. Somos contra a intervenção em assuntos domésticos, seja de quem for, somos pela solução pacífica dos conflitos, e advogamos uma ordem mundial multipolar. Tudo o que o Lula faz guarda coerência com esses princípios. Nós consideramos que o embargo norte-americano a Cuba --e não é o governo Lula, eu estou falando --é a causa de todos os abusos que hoje ainda temos que assistir em Cuba. O embargo, essa coisa anacrônica, prepotente, e injusta dos americanos, que inacreditavelmente continua com o governo Obama, justifica a atitude defensiva de Cuba. O país está acossado por um inimigo externo iminente, a maior potência do planeta. Eu acho odiento o crime político. Mas, o embargo dá ao governo de Cuba a faculdade de dizer que aquilo não é crime de opinião, mas sabotagem, espionagem, serviço ao inimigo externo. Essa é a questão que tem que ser posta em perspectiva. De qualquer forma, não é o Brasil que vai resolver isso. O Brasil deu asilo ao [Alfredo] Stroessner, no que acho que fez muito bem. Isso tira da moral dessa gente, da direita truculenta, esse papo. Quando foi que a direita brasileira teve qualquer apego aos direitos humanos? Que dia? Em que circunstância nacional ou internacional? Esse papo furado é só para quem não tem memória. E o Irã: deixa os americanos fazerem uma aventura militar no Irã para você ver o que vai acontecer com o planeta. O Irã não é o Iraque. O Brasil não é a favor que o Irã desenvolva artefato nuclear. O Brasil tem uma posição contra armamento nuclear no mundo. Ele não é ingênuo. Queremos que o mundo se desarme.


Vale a pena ler outros trechos da entrevista. Além de dizer que sua candidatura ao governo de São Paulo seria "artificial" e de que o PT "é um desastre" no Estado (o que mereceu resposta), Ciro Gomes fala, na cara da Folha: "O Serra erra menos porque é protegido pela grande mídia."

segunda-feira, março 08, 2010

Estadão 'militante' põe faca no pescoço de Serra

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Como o (des)governador de São Paulo, José Erra, digo, Serra, não sai mesmo da moita, o jornal Estadão, impaciente para dar início à sua incansável militância tucana, chamou o cabra na chincha em pleno editorial da edição de domingo, intitulado, com indignação indisfarcável, de "O candidato clandestino". Além de citar (e com isso reforçar) "a arrogância de lideranças políticas (José Serra e Fernando Henrique) que pressionam Aécio para aceitar a vice", o texto reconhece, com temor, que "o contraste entre a desenvoltura de longa data da operação Dilma e o tardio despertar da oposição para o imperativo de tirar Serra do lusco-fusco em que escolheu permanecer serviram até agora para debilitar eleitoralmente o governador".

E o Estadão ainda toca na delicada hipótese de Serra desistir de disputar a Presidência da República para tentar a reeleição em São Paulo, advertindo que "essa hipótese é desonrosa para o governador". O grand finale é faca no pescoço total: "A esta altura, ou ele (Serra) disputa o Planalto ou sai da vida pública. Como a sua escolha está feita, já passou da hora de ser coerente com ela. A oposição precisa de um candidato que vá para a batalha pela porta da frente" (parece pai chamando a atenção de filho!). A pergunta de Carlos Drummond de Andrade nunca foi tão apropriada: - E agora, José?

quinta-feira, março 04, 2010

Serra, saia da moita!

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O Estadão de hoje traz novo balão de ensaio sobre a sucessão paulista, na linha do "se não há novidade, a gente teoriza". Que a militância petista de São Paulo prefere como candidato ao governo do Estado o senador Aloizio Mercadante, em vez do deputado federal Ciro Gomes, não resta a menor dúvida. Que Marta Suplicy e seu grupo também torcem para que isso aconteça, para que a ex-prefeita aproveite a brecha e se candidate ao Senado, é outra verdade (os deputados federais do PT por São Paulo também engrossam o caldo, pois assim Marta não se candidataria à Câmara Federal e deixaria de dividir os votos deles). Da mesma forma, o presidente Lula e Dilma Rousseff já escancararam que Mercadante é a melhor opção caso Ciro bata o martelo de vez sobre não disputar o governo de São Paulo - o que ainda não fez.

Mas...e daí? A materinha do Estadão, que misteriosamente saiu de forma simultânea na edição de hoje do jornal gratuito Metrô News, não passa de uma costura de todas essas constatações embrulhada para o leitor como fato consumado. Mercadante (que se recupera de uma cirurgia feita na terça-feira) viajou com Lula para o Uruguai e o Chile e, contra as expectativas, nada foi acertado sobre a chapa do PT em São Paulo. Ficou naquela: o senador mantém a disposição de disputar sua reeleição (é líder nas pesquisas), Lula segue com um fio de esperança na capitulação de Ciro e todos continuam aguardando o (des)governador José Serra oficializar (ou não) sua candidatura à Presidência da República.

Tudo como d'antes. Serra encolhido quietinho na moita, matutando sobre o surpreendente empate técnico com Dilma nas pesquisas. E, na fila, Ciro aguarda sua decisão para saber o que fazer, Lula aguarda Ciro e Mercadante aguarda Lula. Fora disso, tudo é pastel de vento na mídia paulistana. Mas que o grupo da Marta trabalha bem nos bastidores, ah, isso trabalha...

segunda-feira, abril 20, 2009

Luxemburgo, o ilusionista, e a hipocrisia da mídia esportiva

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Tem certas coisas que acontecem com tanta frequência no futebol que dá até desgosto de comentar. Mas é necessário. No sábado, depois de sofrer nova derrota para o Santos, o técnico do Palmeiras, Vanderlei Luxemburgo, como não tinha motivos para reclamar da arbitragem e teria (se algum repórter perguntasse) que justificar o resultado e a atuação do seu time, quis mudar o foco. Como fez o presidente da Lusa (aliás, cadê a punição para o dirigente?), acusou dizendo que não estava acusando, e culpou Vágner Mancini por ter colocado Domingos com a única intenção de cavar a expulsão de Diego Souza.

De repente, hoje, no Globo Esporte, o comentarista e ex-dublê de meia-atacante Caio Ribeiro diz que o culpado pela confusão foi unicamente Domingos,e  o apresentador engraçadinho bradou que ninguém ali iria ser "hipócrita" culpando o atleta palmeirense, justificando que Diego Souza "tinha sentimentos". Bastante curioso. A Vênus Platinada faz campanhas em prol da "paz nos estádios", mas justifica agressões físicas como algo que vem de alguém que "tem sentimentos". Provavelmente, quem pensa assim deve ter saudades da época em que maridos matavam esposas e eram absolvidos por terem agido em "legítima defesa da honra". Diego Souza, para estes verdadeiros hipócritas, agiu da mesma forma, o que valida sua reação destemperada após a expulsão.

Mas o que impressionou foi que a atitude do meia, de voltar e agredir Domingos, foi saudada e aplaudida pela torcida alviverde. Uma das imagens televisivas mostra um garoto de uns 11 anos vibrando como se fosse um tento do seu time, algo simplesmente pavoroso. E essa imprensa, que acha mais grave a provocação de Edilson com embaixadas do que a voadora de Paulo Nunes na decisão do Paulistão de 1999, é a mesma que culpa as organizadas - só elas - pela violência dentro e fora dos estádios. Para esses jornalistas, uma provocação verbal, dessas que acontecem a partida inteira, é mais merecedora de punição do que um soco ou um pontapé. Aliás, Madson saiu do jogo de sábado acusando defensores palmeirenses de terem o ameaçado mais de uma vez, inclusive de "jogá-lo na arquibancada" se continuasse fazendo "firulas" (alguém duvida que pela diferença de portes físicos isso seria possível?). E aí, quantas expulsões teríamos por "provocação" no jogo?

Curioso da história é que o mesmo Luxemburgo é quem disse que a arbitragem estava "protegendo" Neymar, porque qualquer em "encostão" era marcada falta. A propósito, será que nenhum atleta do Palmeiras tentou intimidar o menino como fez Domingos com Diego Souza? Mas, para falar isso, talvez Luxa não tenha visto as cotoveladas que o menino tomou, por exemplo, contra o Rio Branco pela Copa do Brasil. De novo, fica claro que bater, pode, xingar... nossa, que grave!

O futebol tem se tornado mais sem graça e mais violento por conta de gente como o tal técnico que muda de conceito ético literalmente de acordo com a camisa, e que é tido como "ofensivo" (em termos táticos, claro), mas que pelo jeito gosta de verdade é de embate físico no futebol. E culpa também da imprensinha que apoia e vai na onda do dito cujo. A torcida - quase todos que vão ao estádio, e não só as organizadas - já estão pegando o gosto pela apologia à violência em São Paulo, e os tais 5% para o vistante só vão perpetuar esse estado de coisas. Enquanto vemos brincadeiras e galhofas no Maracanã, na final da Taça Rio, em São Paulo a preocupação é com o quebra-pau durante e após as partidas. Talvez falte praia a São Paulo. E os cartolas bandeirantes sejam menos, mas muito menos, sérios do que se acredite.

*****

Outro fato risível ainda é o comandante do Palmeiras evocar o "histórico" de Domingos. Não, ele não estava falando do estilo agressivo do atleta, mas sim do fato de o zagueiro ter "provocado" a expulsão de Adriano no clássico do Paulista de 2008 contra o São Paulo. Bom, se o árbitro fizesse ponderações sobre "histórico", o que dizer de Diego Souza e suas expulsões? Por exemplo, contra a Ponte Preta em uma final ganha no ano passado, sendo excluído em seguida contra o Coritiba? Foi julgado por expulsão também na partida contra o Bragantino este ano e não vou continuar contando seus cartões vermelhos porque será improdutivo, além das vezes em que poderia ter sido expulso e não foi. O post vai ficar muito longo.

quarta-feira, abril 08, 2009

O não-fato que virou factóide

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A campanha para as eleições presidenciais de 2010, na imprensinha brasileira, já começou. Pelo menos na (nefasta) Folha de S.Paulo, que, após o infeliz episódio da "ditabranda", comete novo ridículo ao ressuscitar um fato de 40 anos que simplesmente não aconteceu. No último domingo, 5 de abril, publicou a inacreditável "matéria" intitulada "Grupo de Dilma planejou sequestro de Delfim Neto". Estapafúrdio. Nem um golpe baixo seria de tão baixo nível. Por isso, sem querer engrossar a marola que a imprensinha tenta fazer sobre o risível factóide, reforço aqui, como trabalho realmente jornalístico, dois trechos da carta do jornalista e professor universitário Antonio Roberto Espinosa que a Folha, pra variar, recusou-se a publicar:

1) A VAR-Palmares não era o “grupo da Dilma”, mas uma organização política de resistência à infame ditadura que se alastrava sobre nosso país, que só era branda para os que se beneficiavam dela. Em virtude de sua defesa da democracia, da igualdade social e do socialismo, teve dezenas de seus militantes covardemente assassinados nos porões do regime, como Chael Charles Shreier, Yara Iavelberg, Carlos Roberto Zanirato, João Domingues da Silva, Fernando Ruivo e Carlos Alberto Soares de Freitas. O mais importante, hoje, não é saber se a estratégia e as táticas da organização estavam corretas ou não, mas que ela integrava a ampla resistência contra um regime ilegítimo, instaurado pela força bruta de um golpe militar;

2) Dilma Rousseff era militante da VAR-Palmares, sim, como é de conhecimento público, mas sempre teve uma militância somente política, ou seja, jamais participou de ações ou do planejamento de ações militares. O responsável nacional pelo setor militar da organização naquele período era eu, Antonio Roberto Espinosa. E assumo a responsabilidade moral e política por nossas iniciativas, denunciando como sórdidas as insinuações contra Dilma.

Antonio Roberto Espinosa

Jornalista, professor de Política Internacional, doutorando em Ciência Política pela USP, autor de "Abraços que sufocam – E outros ensaios sobre a liberdade" e editor da "Enciclopédia Contemporânea da América Latina e do Caribe".


É isso, fim de papo. E endosso a campanha: NÃO LEIO A FOLHA!

segunda-feira, janeiro 07, 2008

Imprensa esportiva paulista x Santos

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Podem me chamar de santista chorão, mas me irrita demais a má vontade da mídia paulista para com o Santos Futebol Clube. Você vai lá no blog do PVC e tem um texto dele cujo título, irônico, é: "Feliz 2008! No Santos?"

Ele começa assim: "Quando Luxemburgo saiu, deveria se acender a luz amarela na Vila Belmiro. Quando chegou Leão, acende-se a vermelha. Mas quando chega Marcinho Guerreiro ..." E mais à frente: "O fim do túnel da Via Imigrantes, em direção a Santos, indica tempos negros, como aqueles do meio dos anos 90, com reforços medianos, times medianos, resultados medianos. Por ora, não dá para pensar de outro jeito sobre o Santos". Dá, sim, PVC.

Ora, se o palmeirense PVC idolatra o negociante Vanderlei Luxemburgo, eu não idolatro (embora o ache muito bom dentro das 4 linhas, e não fora), e como disse um comentarista no blog dele, "com relação ao Leão , Sr. PVC , a última vez que teve um time decente em mãos, preparou a base do São Paulo que viria a ser campeã da Libertadores, Mundial e bi-brasileiro". Fora que as passagens de Leão pelo Santos trazem resultados sempre bons, como se sabe. Claro que isso não garante nada, mas pelo menos o gênio PVC deveria fazer essa ressalva.

Na mesma linha, o Milton Leite comentou outro dia, também com sorriso irônico no Sportv: "Se o Santos quer ganhar alguma coisa, começar com Marcinho Guerreiro, hein". Não sou fã de Marcinho Guerreiro, mas até o Robinho, depois de num jogo (não lembro qual), certa vez elogiou a eficiente marcação do então palmeirense: "ele me marcou bem e... jogou na bola, leal". Naquele jogo, Robinho não fez nada.

Em 2004, o José Trajano passou boa parte do segundo turno do Brasileiro dizendo maravilhas do Atlético-PR e chegou a apostar com o Marcos Caetano que os paranaenses do Levir Culpi seriam campeões. Caetano, que jogou suas fichas no Peixe, ganhou a aposta.

Lembro de outros episódios, mas seria cansativo. É isso.


quarta-feira, julho 25, 2007

"Para resolver, é só sentar e tomar uma"

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No final de abril, a revista A+, do Lance!, publicou uma entrevista impagável com o veterano atacante Luizão (na época sem clube, hoje no São Caetano). Eu e o Glauco rimos muito da sinceridade do rapaz e eu fiquei de postar alguns trechos, mas depois da bebedeira perdi a publicação no meio da minha bagunça e só consegui encontrá-la anteontem. Por isso, antes tarde do que nunca, seguem as melhores passagens:

É fácil derrubar treinador?
Luizão - É a coisa mais fácil do mundo. Jogador é pior do que puta.

E inimigo, tem ou resolve com uma cervejinha?
Luizão - Não consigo ter raiva de ninguém. Para resolver, é só sentar e tomar uma (risos). o Eurico (Miranda, presidente do Vasco), por exemplo, não me pagou e eu gosto dele.

Por que os jogadores gostam do Eurico?
Luizão - Ah, porque você sabe que ele não vai te pagar, vai te dar um nó. Daí você já fica esperto (risos).

O que unia a Família Scolari?
Luizão - Não existe família. (...) Nem a sua família é unida, imagine uma família de 40. É um rótulo. De vez em quando, Felipão liberava a gente para dar uma volta, beber algo. (...) Quando acabava o jogo, Felipão dava a primeira latinha de cerveja para mim.

E a segunda?
Luizão - Era dele, pô.

O que você mais gosta?
Luizão - Sou brasileiro. Gosto de cerveja, praia, sítio e ficar com os amigos.

Por que você acha que nunca foi exemplo?
Luizão - Eu gostava muito da noite quando era mais novo. Até meus 25 anos eu "quebrei" muito. Mas não me arrependo.

O que é "quebrar" muito? Bebida, mulher...
Luizão - Tudo, né.

Qual foi a pior dessas aventuras da noite?
Luizão - Eu nunca menti. O Lopes (Antonio, técnico), no Rio, dizia: "Porra, te vi ontem, 4 horas da manhã". E eu respondia: "Tava mesmo. E não vou treinar hoje". Eu deitava na maca e ele falava: "Dorme aí!".

Pra arrematar, Luizão revela os bastidores do retorno da seleção pentacampeã em 2002, e o verdadeiro motivo das cambalhotas do volante Vampeta na rampa do Palácio do Planalto (foto acima):

Tá louco, bebi pra caramba. Bebemos depois do jogo e pegamos o avião no outro dia, com uma ressaca do caramba. Daí o Felipão pega aquele chopp e diz: "Toma, Luizão!". E eu pedi um pro Vampeta também. (...) Ele (Vampeta) tava bêbado mesmo. Eu também tava. O (goleiro) Marcão também. Todo mundo que bebia estava. (...) E o pior vocês não viram. Ele (Vampeta) ficava falando no ouvido do presidente (FHC). Até o Felipão pedia para ele calar a boca. Tava falando um monte de merda. Puxava a gola do presidente, e o Felipão bravo - recorda o atacante, aos risos.

(Essa entevista foi concedida a Paulo Roberto Conde, Marcel Merguizo e Alexandre Lozetti)