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O Corinthians começou com o pé direito o Brasileirão 2011 ao vencer o Grêmio por 2 a 1 no Olímpico, resultado difícil mesmo para time gabaritados – o que está longe de ser a equipe alvinegra atual. Não que o tricolor gaúcho tenha lá um esquadrão, longe disso. As duas representações têm lá seus bons jogadores (um Douglas lá, um Liédson cá), mas no geral fizeram um jogo bem meia boca.
O treinador corintiano, por outro lado, deve ter gostado. Com a saída de Dentinho e a aparente possibilidade de negociação de Jorge Henrique, o treinador se sentiu à vontade para colocar o time num 4-4-2 com o meio campo em losango, com Ralph mais recuado, Paulinho (o desafeto de Leandro que tem escalado em minha antipatia) pela direita e o peruano Ramires pela esquerda, ambos, em tese, arcando e armando. Morais fez a ligação para Liédson centralizado e William se movimentando coo segundo atacante.
Parte da estratégia é compactar as linhas de defesa e meio campo, tirando os espaços do adversário. A ideia não é ruim, mas Tite recua essas linhas o mais que pode, atraindo o adversário e dificultando bastante as ações ofensivas – dos dois lados. Um pela marcação, outro pela falta de gente no ataque quando a bola é recuperada.
Quando essas linhas se adiantam, como ocorreu após o gol gremista, num pênalti meio inventado batido pelo ex-corintiano Douglas, o time demonstra seu outro problema, esse fora da questão tática. Os jogadores de meio e ataque são fracos, com exceção de Liédson, e a coisa emperra em passes errados e falta de visão. Paulinho foi especialmente inútil, preso demais na marcação e chegando pouco ao ataque.
E foi o centroavante que, em jogada individual, conseguiu outro pênalti meio criativo, convertido por Chicão. O Corinthians manteve o ritmo após eu empate e, numa improvável jogada de lateral (?) batido por Alessandro, Danilo desviou e Liédson achou um belo voleio, virando a peleja.
O Grêmio sentiu o segundo gol e não demonstrou muita capacidade de reação. Tite trocou Danilo por Moradei (vixe!) e fechou ainda mais a equipe, que ainda teve chance de aumentar nuns dois contra-ataques bem tramados, fora o último passe e a conclusão. Não foi um grande futebol, mas um grande resultado para uma estreia no campeonato.
Contratações
Tite tem uma ideia na cabeça, ainda que seja uma ideia defensiva. Com as contratações recentes, umas peças mudam na parte ofensiva do time elevando bastante o nível: Alex entra no luga de Morais e Emerson no de William, aumentando bem o poder de fogo. Com isso, quem sabe o treinador não se solta um pouco e adianta suas linhas, pressionando a saída de bola do adversário.
Um problema, no entanto, os recém-chegados não resolvem: os vértices laterais do losango do meio. Ramires talvez cresça ao se adaptar à função, mas dou o braço a torcer para Leandro: não vejo Paulinho indo muito longe.
Mas ainda assim, fosse eu dirigente do Timão, estaria atrás de um lateral-esquerdo titular. Na boa, Fábio Santos não dá. O cara marca mal, não cruza, errou até cobrança de lateral ontem. Meu pai, homem mais paciente e sábio que eu, acha que ele está pressionado, tem tanto medo de errar que acaba errando. Se não vier ninguém mais, tomara que ele esteja certo.