Destaques

segunda-feira, novembro 13, 2006

É tetra! E daí?

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O São Paulo é tetra-campeão brasileiro. Hoje, o time precisa somar apenas dois pontos na tabela para garantir o título sem depender de outros resultados. Basta um revés do Inter para que o time leve o Brasileiro sem somar mais um pontinho sequer.

A conquista é justíssima. Não há comentarista esportivo, profissional ou amador, que discorde do fato de que o São Paulo é o melhor time do campeonato. Sobram elogios para o trabalho do Muricy, para a constância do time, para a polivalência dos jogadores, para o espírito de equipe.
Como torcedora do São Paulo, fico extremamente orgulhosa de ler tantas colunas favoráveis ao meu time. Até os torcedores adversários soltam umas palavras positivas de vez em quando. Vou ao Morumbi comemorar o título com felicidade genuína.
Mas como espectadora de futebol, fica uma pulga atrás da orelha. O futebol do São Paulo é eficiente, mas poucas vezes empolga o torcedor. As loas ao espírito coletivo me parecem mais uma tentativa de explicação para o sucesso da equipe do que elogios fundamentados. Porque convenhamos, quem é que vai ao estádio - ou liga a TV - para ver um futebol exclusivamente solidário?

A gente quer é qualidade, quer CRAQUE, mas no futebol brasileiro isso está tão raro que precisamos nos convencer que o que temos é bom (assunto já abordado alguns posts abaixo pelo companheiro Anselmo, sobre a terceira idade palmeirense). Não é. Ouvimos o elogio da mediocridade. O nivelamento por baixo é absurdo e entristecedor. Não existe uma equipe que empolgue de verdade. O último grande time do Brasileiro, salvo engano, foi o Santos de 2002. Depois disso - e antes também - nada foi lá muito interessante.

Vejamos o São Paulo de hoje. Quem lá é bom de verdade? Rogério Ceni e Mineiro. Josué também pode entrar na lista. Miranda pode um dia chegar a ser bom. Mas o resto do time é mediano. Aloísio, Souza e Lenílson beiram a mediocridade. Não tem craque. Aliás, nenhum time brasileiro hoje tem um craque. Nenhumzinho.
O São Paulo é campeão por fatores que não empolgam torcida nenhuma: ótima estrutura física, diretoria minimamente civilizada e elenco com várias opções. Mas imagina uma discussão de mesa de bar com argumentos do nível 'o São Paulo é o melhor time porque tem um CT exclusivo para as categorias de base'. Pode ser verdade, mas não tem a ver com futebol, pelo menos não com a parte do futebol que move as multidões.

Se formos nessa toada, o Brasil vai virar verdadeiramente o país do vôlei. Temos os maiores talentos, tanto no feminino como no masculino. Mesmo que eles não joguem no país, a seleção se reúne tantas vezes ao ano que estão sempre na TV. Ganhando os jogos. Praticamente todos os jogos. Somos a maior potência mundial do esporte.

Será que meus filhos vão querer virar jogadores de vôlei? Tomara que não, porque eles me xingarão eternamente pela péssima herança genética em termos de altura.

Torcedores do Guarani botam pra quebrar

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Insatisfeitos com o desempenho do time, que já namora o terceiro descenso seguido (foi rebaixado no Brasileiro no ano passado e no Paulista em 2006), torcedores do Guarani invadiram a sede do clube por volta das 22 horas de ontem na cidade de Campinas. Vinte pessoas utilizando capuzes para esconder o rosto, renderam o porteiro e invadiram o local, destruindo janelas e incendiando parte das instalações com coquetéis molotov. Eles se identificaram como integrantes da torcida organizada Fúria Independente.
“Por sorte os coquetéis queimaram apenas um tapete e um ventilador. Se eles acertam uma poltrona, por exemplo, hoje não tínhamos mais nada aqui. É algo muito preocupante”, admitiu Raul Celestino Soares, diretor de obras do Guarani, em entrevista à rádio CBN Campinas. “A invasão aconteceu nesta noite e pegou todos aqui de surpresa. O prejuízo dos vidros foi em algo de R$ 1,5 mil a R$ 2 mil, algo que é pequeno, mas para as realidades do Guarani é alto. Mas o que nos preocupou mesmo foi a tentativa de incêndio com os coquetéis molotov”, confessou.
Já não é o primeiro episódio do gênero nesse semestre. A torcida da Ponte Preta entrou em confronto com a Polícia Militar em jogo disputado no Moisé Lucarelli, em Campinas, na derrota da equipe para o Botafogo.
O confronto reflete não só o mau momento das equipes campineiras, como também do próprio futebol paulista. Embora o São Paulo deva sagrar-se campeão brasileiro e o Santos tenha amplas possibilidades de ir à Libertadores, na série A, Palmeiras e Corinthians passaram a maior parte do campeonato brigando contra o rebaixamento. Já São Caetano e Ponte Preta correm seriissimo risco de caírem para a Segundona.
Na Série B, Guarani e Portuguesa estão na zona de rebaixamento e na fase final da Série C apenas o Grêmio Barueri representa São Paulo. Seria o início da decadência da fajuta superioridade de "organização" e do igualmente farsesco domínio de São Paulo no futebol?

Presidente comunista

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Frente ao blablabla da grande mídia em relação ao primeiro presidente nominalmente comunista da história do Brasil, o site do jornalista Paulo Henrique Amorim faz uma singela pergunta em sua enquete: você está com medo de um presidente comunista? Sinal dos tempos...

Hora de definições na Série C

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O fim de semana definiu um time na Série B. Só um desastre de enormes proporções tira o Criciúma (SC) da Segundona o ano que vem. Com 25 pontos, 12 à frente do último classificado, o Grêmio Barueri (SP), com 13, ainda que perca as últimas quatro partidas que restam na última fase do torneio o time catarinense assegura sua volta à Série B, para onde caiu em 2004, seguido de novo descenso em 2005.
Outro que está quase lá é o Ipatinga (MG), vice-campeão do campeonato mineiro e da Copa do Brasil em 2006. Três pontos atrás do líder, mesmo o revés ontem diante do Vitória não deve abalar o time que, caso vença sua próxima partida contra o Brasil (RS) em Pelotas, tem seu acesso garantido. Caso não consiga, tem mais três match points.
Para as outras duas vagas, em tese, todos os outros times ainda têm chances. Vantagem para o Vitória (BA), que tem 16 pontos, e para o Grêmio Barueri, com 13, mesma pontuação do Ferroviário (CE), mas os paulistas levam vantagem no saldo de gols (-2 contra -5). Treze (PB) e Bahia, com 10 cada um, já não dependem mais de si para conseguir entrar no G-4. O Brasil de Pelotas com 7 pontos aguarda um milagre.

Edmundo exalta a terceira idade

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Depois da vitória palmeirense que afastou o fantasma do re-rebaixamento para a Série B (5 largos pontos à frente da Ponte Preta, primeiro dos últimos), o atacante Edmundo desabafou. Autor do primeiro gol que lhe colocou como o terceiro maior artilheiro da história de campeonatos brasileiros com 136 tentos, superando Zico, disse que os atletas mais experientes do elenco vinham sendo duramente cobrados pela imprensa, mas que estavam correspondendo.

"Estou satisfeito porque eu, o Paulo [Baier] e o Juninho fomos criticados pela idade. E fico feliz quando vejo o Paulo [Baier] dando a volta por cima, fazendo um bom campeonato, assim como eu e o Juninho", disse o atacante palmeirense.

O assustador é que dos 54 gols alviverdes no Brasileirão, 25 foram marcados pelos vovôs. Edmundo e Paulo Baier fizeram 10 cada. Juninho, outros cinco. Quer dizer, o Animal tem razão!

Para o próximo ano, ninguém sabe qual será o destino dos atletas. Craques veteranos ou ex-craques (maldade) não faltam num mercado carente de medalhões.

Porém, a geração vitoriosa do Santos em 2002, a fábrica de fazer vendas milhonárias há dez anos do São Paulo e o atual escrete salva-pátria do Corinthians andaram apostando em categorias de base e formação. Como a diretoria do Palestra Itália carece de miolos, a torcida é que sofre.

p.s.: o chileno Valdívia voltou a atuar bem. Marcar, que é bom, ainda nada. Ele tem três jogos para mostrar se a contratação valeu ou se foi só mais uma sandice da bem-falada diretoria do clube.

domingo, novembro 12, 2006

Sem goró, Guns'N'Roses cancela show

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O Guns’N’Roses cancelou o show que rolaria nesta segunda, 13, em Portland, nos EUA, depois receber a notícia de que as autoridades locais proibiram o consumo de álcool no palco. O porta-voz do corpo de bombeiros da cidade, Stephen McCausland, disse que a decisão aconteceu após os inspetores revisarem os fogos de artifício que seriam utilizados durante show. Stephen anunciou que os músicos queriam beber cerveja, vinho e o licor de ervas Jagermeister e que, duas horas após receber a advertência, decidiram suspender a apresentação.“Era muito importante pra gente tocar aqui e isso o que aconteceu é uma vegonha. O que deveria ser uma grande noite para todos nóa, acabou não acontecendo por causa de duas pessoas”, disse Axl Rose, se referindo aos inspetores do corpo de bombeiros. “Nosso produtor e nossa equipe estiveram neste mesmo local, com Clay Aiken e Green Day. Nenhum deles sofreu com as restrições impostas ao Guns’N’Roses”, diz comunicado divulgado à imprensa.

sábado, novembro 11, 2006

Pelos muros da vida...

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Finda a eleição, pra variar, poucos candidatos se preocupam em apagar suas propagandas espalhadas pelos muros da vida. Algumas inscrições datam da campanha de 2004 ou até antes. Próximo à Prefeitura de São Bernardo, duas propagandas, de épocas diferentes, parecem comunicar-se.
Primeiro, uma pintura recente (provavelmente do último pleito) diz o seguinte: "Vem aí: Pery. Você conhece o Pery?". O curioso é que, um quarteirão pra frente, no mesmo muro, outra propaganda parece responder: "Para vereador, Chico Andrade. Esse você conhece!".

sexta-feira, novembro 10, 2006

Dinamite tem meu voto

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Torcedores do Vasco, cariocas e qualquer um que preze pelo futebol deveriam prestar um pouco de atenção em São Januário na próxima segunda-feira, dia 13, quando ocorrerão as eleições do clube. Eurico Miranda tentará seu terceiro mandato consecutivo à frente do clube. O candidato da oposição é o maior ídolo da história vascaína e deputado estadual Roberto Dinamite.

O site Pelé.net publicou entrevista com os dois candidatos. Eurico ameaça: "O futebol profissional [do Vasco] será tratado da mesma forma como venho fazendo nos últimos 20 anos".

Sou corintiano e não tenho qualquer simpatia pelo Vasco, mas adoraria ver Eurico Miranda fora de cena no futebol brasileiro. Ele é bem cotado em qualquer lista das figuras mais nefastas de nosso esporte.

Dinamite já perdeu as últimas eleições para o mesmo Eurico e não sei se tem chance agora. Além disso, é deputado estadual e pode muito bem imitar Miranda e usar o clube como plataforma política. Mas tem meu voto.

PS.: Lembram do time do Vasco dando a volta olímpica em São Januário depois da torcida invadir o campo numa final contra o São Caetano, tudo com o aval e incentivo de nosso Eurico? Quem mais lembra de outras cenas inusitadas protagonizadas pelo genial cartola?

Fifa tira gol de Leônidas na Copa de 1938

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Segundo matéria do Uol Esporte, a Fifa anunciou em seu website oficial nesta sexta-feira uma série de revisões de estatísticas nos primórdios da história das Copas. Motivada por levantamentos de pesquisadores independentes, a entidade resolveu retirar um gol do brasileiro Leônidas da Silva no Mundial de 1938, na França.

Oficialmente, Leônidas agora soma sete gols na Copa de 1938, em que a seleção brasileira terminou com a terceira colocação. Mesmo assim, segue como artilheiro do Mundial, pois o segundo colocado na relação, o húngaro Gyula Zsengeller, soma seis gols.

Novos levantamentos de historiadores levaram à conclusão de que Leônidas marcou apenas uma vez na partida de quartas-de-final contra a Tchecoslováquia, no jogo de desempate. Registros controversos anteriores apontavam dois gols do brasileiro nesse encontro.

Mesmo antes da decisão da Fifa, registros da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) já apontavam que o segundo gol brasileiro na vitória sobre os tchecos no desempate de quartas-de-final teria sido de Roberto, então jogador do São Cristovão, clube do Rio de Janeiro.

O mesmo informe oficial da Fifa divulgado nesta sexta também se retratou quanto ao primeiro jogador a marcar três gols numa mesma partida de Copa. O feito agora pertence ao norte-americano Bert Patenaude, em vitória por 3 a 0 de sua seleção sobre o Paraguai no primeiro Mundial, em 17 de julho de 1930. Até então os créditos iam para o argentino Guillermo Stabile, que marcou três vezes num 6 a 3 da Argentina sobre o México em 19 de julho do mesmo ano.

enfim, primeira

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Antes o porquê da negativa da postagem anterior neste espaço. Atleticano, de nascença, não faz comentário de segunda.

Passado o pesadelo, que acabou não sendo tão sofrido assim, é hora de pôr as chuteiras e adentrar o espaço (ops).

Melhor ainda no dia seguinte que aquele outro time de minas, que ninguém ouse dizer o nome para não infectar o espaço, cai de 4 (piada pronta para quem tem fama de bambi lá nas alterosas). Com direito a um dos maiores frangos dos últimos tempos.

Interesante, só para acabar, é a promoção que se pretende fazer no último jogo da segundona do Galo contra o América-RN em BH.

O alvinegro (e o adversário, claro) será o primeiro a jogar em dois estádio ao mesmo tempo.

Explica-se: como o mineirão ficará totalmente tomado (não haverá novo recorde porque a lotação foi limitada a 54 mil pagantes), serão instalados telões no estádio Independência para quem não conseguiu ingresso para acompanhar no Mineirão.

É isso:
Já subiu galooooooooooooooo.

...e Romário encontrou o paraíso

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No Brasil, não teve torcedor que não tirou sarro da ida de Romário para o portentoso Miami FC, time estreante de uma liga secundária do importantíssimo futebol dos Estados Unidos. Pois para a diretoria do Miami não se tratou de nenhuma piada, pelo contrário. Segundo matéria do Uol Esportes, estão satisfeitíssimos com a passagem de seis meses do Baixinho pelas terras de Tio Sam.

O impacto da presença do veterano nos EUA é comparado ao plano ambicioso feito pela equipe do Cosmos, na década de 70. O Miami FC foi criado no início do ano passado e disputa a United Soccer League (USL), liga independente que rivaliza com a Major League Soccer, a "NBA" do futebol. O time terminou o campeonato em quinto lugar (de doze competidores, com clubes também de Porto Rico e do Canadá). Romário foi o artilheiro da competição, com 19 gols, foi eleito três vezes como o atleta da rodada, e quatro vezes eleito no time da rodada.

A quinta posição alcançada pelo Miami FC na USL foi encarada como uma conquista para um clube, criado no início do ano. O Baixinho, juntamente com o meia Zinho, ex-Flamengo e Palmeiras, foram as principais peças para o sucesso meteórico do time. "Nosso objetivo era contratar uma grande figura do futebol mundial para transformar o Miami em um time conhecido e vencedor. Com a contratação do Romário, demos um passo muito importante para essa meta. A vinda dele representou o feito mais importante da história da USL", orgulha-se Julio Mariz, presidente do Miami FC.

Do alto de seus 40 anos, é claro que Romário recebeu algumas regalias. Avesso a treinamentos, o jogador dizia compensar suas faltas aos coletivos treinando em particular. Além disso, existia um pacto no clube: o Baixinho só seria substituído quando pedisse. Nada que gerasse ciúmes no "estrelado" elenco do MIami. "Mesmo com a fama, o Romário se portava como um jogador comum, procurando ensinar o melhor posicionamento aos atacantes do time. Ele era como um professor para nós e por isso todos gostavam dele. Hoje o Miami já tem seu nome no cenário mundial e conta com propostas para amistosos em vários países", diz o meia do Miami, o brasileiro Diego Walsh.

A maior briga comprada por Romário foi com o centroavante jamaicano Onandi Lowe, líder de sua seleção na Copa do Mundo de 1998, considerado pelo camisa 11 um jogador "desagregador e marrento". Romário interveio e ordenou a saída de Lowe, sendo atendido pela diretoria.

A calmaria do camisa 11 em sua fase na América do Norte tem uma explicação: Miami é a cidade "mais brasileira" dos Estados Unidos, com praias, redes de futevôlei e agitadas baladas noturnas. "O Romário se adaptou muito bem à cidade. Não existe tanta pressão do torcedor, já que as atenções na cidade estão direcionadas ao futebol americano e ao beisebol. Além disso, Romário tinha a praia, futevôlei e toda a família com ele. O Romário gostou muito dessa fase", comentou Walsh.

Agora, imaginem o Romário num time em que não precisa treinar, só sai de campo quando pede, numa cidade com praia, futevôlei e balada à vontade, sem torcidor enchendo o saco e podendo mandar embora qualquer desafeto. Só não entendo porque o Baixinho não ficou por lá mais um pouco.

Mulheres em um banheiro

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O cenário é um banheiro feminino da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. A estudante entra no local e percebe uma conversa entre duas mulheres, uma dentro de um cubículo e outra já lavando suas mãos. A que está na torneira fala:
- Acho um absurdo em uma universidade como essa eu ter que dar descarga porque alguém não deu antes de mim.
- Você não viu nada - responde a que está fazendo uso do infecto vaso usado por outras pessoas que não do nível dela - você não sabe que tenho que encerrar muitas vezes a aula antes da hora porque eles têm que pegar ônibus pra ir pra casa.
Sim, sim. São Paulo é uma cidade que tem transporte público precário. Além disso, o planejamento urbano inciado nos tempos de Faria Lima empurrou os pobres para a periferia com as grande obras viárias que fizeram a cidade crescer de forma desordenada mas, principalmente desigual. São Paulo foi erguida para ser excludente. Boa parte da elite esperar horas no aeroporto ganha manchetes nos jornais televisivos e impressos. Pessoas esperando horas em pontos de ônibus ou espremidas em coletivos lotados é normal. Afinal, qual é o lugar dessa gente?
A mulher do cubículo não sabe disso. A estudante bate a porta de outro cubículo e reconhece a voz de uma professora do Departamento de Francês. Ao perceber a presença de outra pessoa, a usuária do vaso contaminado pela plebe começa a dialogar com outra em francês. Nada mais apropriado para um banheiro. O que ela não sabe é que a aluna entende a língua dos literatos.
- Antes a média era sete. Mas agora, por conta "deles", a média baixou pra cinco. É terrível para alunos brilhantes terem que conviver com essa gente, diz a mulher já abrindo a porta.
A que estava fora concorda.
A estudante não as alcança. Fica com a indignação presa na garganta.
As duas mulheres também estão indignadas. Como é que suas fezes e urina podem ter o mesmo odor desagradável daquela gente? Como o mundo é injusto...

quinta-feira, novembro 09, 2006

Momento do mé:

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Abstêmico, mas ainda bêbado, cumpro para com minha obrigação e escrevo sobre as dona-brancas que acabam com nosso fígado. De memória mesmo.

A Três Coronéis tem um rótulo cujos modelos parecem ser da turma do Casseta e Planeta. São manguaças com barba cumprida, terno e gravata, calçando botinas de cano longo e entornando a tira-juízo. Um é careca, outro tem barba preta e cabelo grisalho. Uma coisa estranha, mas a gente permite a licença poética, a priori. O local da entornada remete a um casarão de fazenda ou algo assim.

A fabricante, Rosa S.A., tem até página de internet. Espertos, fizeram uma garrafa de 450 ml com tampa de madeira – não, a tampa é de plástico revestido de madeira, de modo que a limpinha entra em contato com o plástico – e sacola especial de tecido para exportação. Eles vendem para um país chamado Pão de Açúcar e os esquecidos manguaças acabam comprando para outros manguaças achando que se trata de uma daquelas. Fazem também garrafas pequenas de 50ml e 170ml, além do litro obrigatório.

A esquenta-dentro de Boituva, a 100 km da capital paulista, não é das mais fortes (39,2%) e é amarelada do envelhecimento "em tonéis de madeiras nobres da flora brasileira". Se fossem nobres ou se fosse uma só, eles seriam os primeiros a dizer. Então, fica mal na foto.

Pelo cheiro e paladar, parece ser madeira sim, mas difícil precisar qual, até porque experimentei faz tempo e tenho que escrever de memória.

O fato é que não foi das mais melhores que já bebi. Longe disso. Também não é das terríveis, porque sempre poderia ser pior, a exemplo das de Pirassununga, onde se envelhece cachaça numa madeira típica de São Paulo chamada alumínio (com todo respeito à cidade, que nada tem a ver com o que produzem lá).

A tal família Rosa tem ainda uma marca de branquinha não-envelhecida que não pretendo experimentar. É que eles também têm um tipo de conhaque de gengibre, uma vodka, uma catuaba, uma linha de água mineiral com sabor de frutas, outra de suco de frutas e por fim uma de refrigerantes.

Comprar cachaça pela cara da garrafa é complicado.

FHC confessa: "não posso competir com Lula"

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O alvo predileto desse blog, o portentoso ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, disse nesta quinta-feira em Nova York que não pode competir com o presidente Lula, ao comentar a imagem que o petista tem junto ao eleitorado brasileiro. "Eu não posso competir com o Lula. Eu não sou espetacular. Foi por isso que eu inventei o real", disse FHC.
Claro que nem pra reconhecer inferioridade em algum aspecto, FHC deixa de ser arrogante. Não foi ele quem inventou o Real. O plano já estava concebido quando ele foi para o ministério da Fazenda do governo Itamar Franco e todos os países da América do Sul já tinham acabado com a inflação àquela altura com planos semelhantes. Ninguém inventou a pólvora. Muito menos ele, que quebrou o Brasil em duas ocasiões.
Mas a sandice não parou por aí. O ex-presidnete afirmou que durante a campanha eleitoral, Lula jamais falava sobre o que iria fazer caso recebesse um segundo mandato do povo. "O Lula é a sua própria proposta de governo. O eleitorado sente isso. Ele representa a mobilidade social. Mas eu não sou nada disso", afirmou FHC.
E seguiu: "o Lula foi reeleito, e não o PT. É uma coisa extremamente pessoal, a maneira como os candidatos se comportam na TV". Como assim? Uma análise que vai contra qualquer analista político. Marcos Coimbra, do Vox Populi, diz que o voto em Lula estava consolidado há algum tempo, pelo fato dos eleitores enxergarem qualidades no governo dele. O PT, ao contrário do que queria Bornhausen, naõ morreu: aumentou o número de governadores e manteve a base na Câmara.
Para FHC, a pauta de reformas necessárias ao Brasil inclui a do sistema previdenciário, fiscal, do sistema judiciário e do sistema político. "É preciso que os políticos brasileiros prestem contas à sociedade", disse. "Isso é fácil de falar, mas é difícil de fazer". Deve falar por experiência própria...

Obina, melhor do que o Etô

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Foto: reprodução Futura Press
Os cariocas não dominaram o Futepoca. Mas o gol na forquilha do atacante do Flamengo Obina contra o Goiás aumentaram o coro entre os manguaças de plantão em favor do atleta.

O rubronegro agora quer tirar a diferença de cinco gols que o separam de Sousa, do Goiás, para garantir a artilharia do campeonato. Obina tem11 e contra 16 do concorrente. O gol contra o time goiano ganhou o nome de Sayonara. Não é a despedida japonesa, mas o nome da filha nascida na semana passada. Obina também dedicou o gol à avó, internada em Salvador.

Enquanto a diretoria planeja dar férias antecipadas ao time titular, o atacante já avisou que não quer saber de folga nem corpo-mole, vai jogar até o fim.

Obina para melhor jogador do brasileiro!

Palmeiras: ainda dá pra cair

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A retórica de time pequeno que tomou conta do Parmera é assustadora. O pior é que ela ganhou tamanha proporção que foi capaz de contaminar o procedimento da equipe dentro de campo.

A vitória por 3 a 0 diante do quase rebaixado Fortaleza – chamado pelos alviverdes mais desesperados de "jogo de seis pontos" – garantiu certa tranquilidade ao Palestra Itália. A depender do resultado de Fluminense e Ponte Preta, na noite de hoje, as coisas se consolidam mais. Tanta preocupação dá impressão de que os palmeirenses têm saudades da conquista do título da Série B de 2003. Como se fosse mais do que um alívio e de uma chance de recuperar a dignidade perdida. Mentalidade de time pequeno mesmo.

A dúvida agora é se Jair Picerni, um dos heróis da ascenção de 2003, será capaz de conseguir duas vitórias consecutivas, feito inédito para o time desde a série de cinco vitórias na retomada do Brasileirão pós-Copa. A estréia do treinador foi com derrota para o Paraná Clube.

Affonso Della Monica, o presidente, já avisou que tudo vai mudar. Quis capitalizar a vitória ao relatar conversa que teve a sós com o elenco na véspera do jogo, quando Edmundo falou em nome dos atletas, e se atingiu consenso com relação ao esforço a mais para não cair. E saiu fazendo promessa de campanha, com mudanças na diretoria. Agora vai, ou melhor, agora cai!

Zidane quer treinar seleção de Bangladesh

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o meia francês Zinedine Zidane esteve um dos países mais pobres do mundo, Bangladesh, para jogar uma partida amistosa e visitar alguns povoados do país. O convite para a estadia de dois dias foi feito pelo prêmio Nobel da Paz de 2006, Muhammad Yunus, que aproveitou para mostrar ao meia francês os resultados das políticas de microcrédito idealizadas por ele.
"nunca imginei que as pessoas daqui saberiam quem eu sou", disse Zizou.
"Estou emocionado com o entusiasmo do povo daqui", completou. No entanto, ele negou que voltaria a jogar para aprticipar do campeonato do país, mas confirmou interesse em treinar a seleção local. "Não tenho interesse em jogar aqui, mas estou interessado em treinar a equipe de Bangladesh", garantiu.
Por falar em seleções exóticas,
o ex-zagueiro da seleção Ricardo Rocha, tetracampeão do mundo em 1994 nos EUA, foi anunciado como novo técnico de Cabo Verde hoje. Aos 44 anos, ele substituiu outro brasileiro, Zé Rui, que será um dos seus assistentes. Ele assinou contrato de quatro anos com a seleção africana.

Agora é Condoleezza

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Foto: reprodução BBC
A queda do Secretário de Defesa dos Estados Unidos, Donald Rumsfeld, representa um reconhecimento de que a política externa do presidente George W. Bush, a saber guerras sem-fim no Afeganistão e no Iraque, vão mal. Mal eleitoral, política, diplomática, militar, e moralmente (o Michael Moore adoraria ver tanto sufixo "mente" para aspectos da gestão Bush). Da cúpula de governo do primeiro mandato do republicano, Rumsfeld era o principal dos "falcões", nome dado aos defensores de políticas extremadas no conservadorismo e no combate ao "terrorismo" a qualquer preço, inclusive em detrimento de liberdades civis, essas superfluas. O contraponto eram os "pombos", mansos e tranquilos.

Além dele, o caçador vice Dick Cheney era amplo defensor da incursão no Iraque já depois do 11 de setembro. O ex-diretor da petroleira Halliburton queria ver Saddam Hussein morto a qualquer preço, mais até do que a Osama Bin Laden. Nas descrições dos bastidores do poder da trilogia de Bob Woodwards, um dos jornalistas do Watergate – pelo menos da parte que li – Cheney parecia agir como alterego de Bush, fazendo de tudo para haver a guerra (Bush em guerra, Plano de ataque, no Brasil publicados pela Arx e State of denial). Mas a função de presidente exigia algum (bem pouco) comedimento, o que continha o filho da Bárbara Bush.

Segundo analistas e palpiteiros de plantão, Rumsfeld, à frente do Pentágono, trouxe instrumentos para o que a dupla no comando queria. Mudou a estrutura do aparato militar, exigia muita produção de seus subordinados e fez a guerra. Quem queria tanto encontrar sinais da Al Qaeda no Iraque plantar provas fundo demais. Depois da invasão e da deposição de Saddam, o país se tornou um palco perfeito para candidatos a mártir. E lá se formou o braço mais forte da rede terrorista atualmente.
Foto: reprodução Newsfromrussia

Daquela cúpula, que também tinha Colin Powell, quem continua firme e forte é apenas Condoleezza Rice. Mulher, negra e republicana, Condi, como é chamada pelos íntimos, é uma aposta de candidata à sucessão de Bush. Como o bolão ainda dura dois anos para ter resultado, outros indicados vão aparecer. Mas é difícil imaginar os republicanos topando um perfil assim. Em todo caso, é a última dos quase-falcões. Se manteve com moral junto a Bush, aparentemente, por oscilar de opinião junto do o chefe, ora comedida, ora muito favorável à guerra, ora sem saber o que fazer com os soldados que lá estão.

O que os republicanos vão preferir para reverter a derrota nas eleições parlamentares no meio do mandato nas duas câmaras é uma das dúvidas que o mundo tem. A outra é o candidato republicano e a capacidade eleitoral e de mudança. Tudo isso imerso num misto de pavor e esperança.

P.S.: Sobre o novo secretário de Defesa, o perfil da BBC que recupera o caso do Irã-contras, vale a leitura.

quarta-feira, novembro 08, 2006

O melhor do Brasileirão

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Tudo bem que já é repisar o óbvio falar que o futebol brasileiro alcançou o seu mais baixo nível técnico das últimas décadas. Mesmo assim, não deixa de ser surpreendente alguns fatos relacionados a isso, como a escolha dos melhores do Brasileirão promovida pelo site Globo Esporte. Há uma lista de dez jogadores indicados pelo site, são eles: Rogério Ceni, Souza e Mineiro (São Paulo), Kléber (Santos), Lucas (Grêmio), Cícero (Figueirense), Zé Roberto (Botafogo), Souza (Goiás), Renato (Flamengo) e Fernandão (Inter). É deprimente ver jogadores que no máximo são bons indicados pra "craque". Claro que no ano passado foi igualmente triste ver um atleta argentino, que sequer é titular da sua seleção, ganhar a mesma honraria.
Diante desse quadro, acho uma injustiça essa lista e proponho a inclusão do único jogador que representa a alegria do futebol, o sarcasmo e a ironia do brasileiro e que, apesar de limitado tecnicamente, mexeu um pouco na pasmaceira da primeira divisão. Obina, do Flamengo, foi quase escorraçado da Gávea, tinha torcedores pegando em seu pé o tempo todo, mas começou a dar a volta por cima na final da Copa do Brasil contra o Vasco. Entrando em alguns jogos, marcou outros gols importantes e viu a torcida rubro-negra, bem-humorada e ciente da realidade do futebol tupiniquim, inventar o grito "Obina, melhor do que o Eto'o".
Na internet e em sites de relacionamentos como o Orkut são inúmeras comunidades, além de frases e pensatas envolvendo o nome do jogador. Algumas delas, curiosíssimas, compiladas no chamado Obina Facts como:

"Deus perdoa, Obina não" (essa virou camiseta vendida no site oficial oficial do jogador)
"Garrincha um dia ousou driblar Obina. Vai ver se ele continua vivo..."
"Entre Maradona e Pelé, Obina ganha"
"Obina não chuta a gol. Ele maltrata a bola até ela sair correndo"
"Obina inventou o futebol em 6 dias. No sétimo, ele descansou"
"Zico gritou: " Bate para o gol , Obina". Obina respondeu: "Peça por favor""
"Todos têm atacantes, o Flamengo tem Obina"
"Obina brincou de Banco Imobiliário uma vez. Em 1929, em Nova York"

Em tempos de escassez de craques, por que o "fenômeno" Obina não pode ser o melhor do Brasileirão? Pelo menos nos faz rir e de vez em quando ainda faz gols. Meu voto é dele.

Figueirense, a esperança

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Foto: Futebol Interior
É difícil precisar o motivo, mas o descenço alviverde – e por que não também pontepretano ou tricolor carioca – é recorrente nos posts deste manguaça. O gancho agora é a esperança.

Enquanto Carlos Alberto do Corinthians faz a festa da mídia esportiva, o xará volante do Figueirense, já acertado com o São Paulo para 2007, foi afastado pelo clube catarinense após a acusação de que ele teria alterado sua data de nascimento. A diferença é irrisória: o atleta alegava ter 23 anos, mas teria na verdade 28. A denúncia foi publicada na Folha de S.Paulo do dia 7.

O rejuvenescimento normalmente obtido apenas a muito creme anti-rugas ou a intervenções cirúrgicas de Pitanguy é apontado pelo clube como ação exclusiva de Carlos Alberto. Os diretores se mostraram surpresos e o acusaram de omissão. Se for comprovada participação do time, a punição seria de até 24 pontos. A informação é do procurador do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), Paulo Schmidt. Se confirmada, livraria Palmeiras, Fluminense e Ponte Preta da Série B de 2007, já que iria de 49 para 25 pontos – vice-lanterna, já que o Santa Cruz segue imbatível na rabeira.

Muitos colorados tentam envolver o São Paulo na trama para tirar uns pontinhos do tricolor. A hipótese da carochinha ouvida de fontes manguaças pelo Futepoca em botecos da cidade pretende resgatar a memória do ex-Rio Branco Sandro Hiroshi que, em 1999, foi acusado de adulteração semelhante na documentação. Na época, o sansei atuava no Tricolor Paulista e foi suspenso por seis meses. Tanto Carlos Alberto quanto Hiroshi chegaram a disputar partidas por seleções de base (sub-20 e sub-17, respectivamente) irregularmente, mas a companheira Fifa considerou a CBF inocente (sic).