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quinta-feira, novembro 09, 2006

Momento do mé:

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Abstêmico, mas ainda bêbado, cumpro para com minha obrigação e escrevo sobre as dona-brancas que acabam com nosso fígado. De memória mesmo.

A Três Coronéis tem um rótulo cujos modelos parecem ser da turma do Casseta e Planeta. São manguaças com barba cumprida, terno e gravata, calçando botinas de cano longo e entornando a tira-juízo. Um é careca, outro tem barba preta e cabelo grisalho. Uma coisa estranha, mas a gente permite a licença poética, a priori. O local da entornada remete a um casarão de fazenda ou algo assim.

A fabricante, Rosa S.A., tem até página de internet. Espertos, fizeram uma garrafa de 450 ml com tampa de madeira – não, a tampa é de plástico revestido de madeira, de modo que a limpinha entra em contato com o plástico – e sacola especial de tecido para exportação. Eles vendem para um país chamado Pão de Açúcar e os esquecidos manguaças acabam comprando para outros manguaças achando que se trata de uma daquelas. Fazem também garrafas pequenas de 50ml e 170ml, além do litro obrigatório.

A esquenta-dentro de Boituva, a 100 km da capital paulista, não é das mais fortes (39,2%) e é amarelada do envelhecimento "em tonéis de madeiras nobres da flora brasileira". Se fossem nobres ou se fosse uma só, eles seriam os primeiros a dizer. Então, fica mal na foto.

Pelo cheiro e paladar, parece ser madeira sim, mas difícil precisar qual, até porque experimentei faz tempo e tenho que escrever de memória.

O fato é que não foi das mais melhores que já bebi. Longe disso. Também não é das terríveis, porque sempre poderia ser pior, a exemplo das de Pirassununga, onde se envelhece cachaça numa madeira típica de São Paulo chamada alumínio (com todo respeito à cidade, que nada tem a ver com o que produzem lá).

A tal família Rosa tem ainda uma marca de branquinha não-envelhecida que não pretendo experimentar. É que eles também têm um tipo de conhaque de gengibre, uma vodka, uma catuaba, uma linha de água mineiral com sabor de frutas, outra de suco de frutas e por fim uma de refrigerantes.

Comprar cachaça pela cara da garrafa é complicado.

1 comentários:

Glauco disse...

Importante o alerta sobre cachaças bonitinhas mas ordinárias. Devia fazer parte de campanhas de saúde pública.