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O jornal francês Le Monde obteve acesso a documentos confidenciais do médico Eufemiano Fuentes, acusado de arquitetar uma grande rede de doping no ciclismo, e encontrou indícios que o relacionam com os clubes espanhóis Real Madrid, Barcelona, Valencia e Betis.
Conforme a reportagem, as instruções codificadas encontradas nos documentos, papéis apreendidos com Fuentes, são as mesmas que estão nos planos de preparação feitos pelo profissional para os membros da equipe de ciclismo Liberty Seguros, indiciada na chamada "Operação Puerto". A operação foi empreendida em junho pela Guarda Civil espanhola e desmantelou uma rede de doping, que tinha como clientes pelo menos 58 ciclistas, dentre eles nomes de alto nível como o alemão Jan Ullrich.
À época em que foi detido, Fuentes revelou que não havia só ciclistas, mas também "atletas, tenistas, jogadores, jogadores de basquete e boxeadores". Ele manteve em segredo as identidades "em nome do sigilo médico".
O esquema de Fuentes era sofisticado e servia para enganar os testes comuns. Consistia em uma técnica de doping sanguíneo em que primeiro passo consiste no consumo de EPO, que estimula a produção de glóbulos vermelhos, também conhecidos por eritrócitos, durante os períodos de treino. Quando os vestígios do hormônio são eliminados pelo corpo, é recolhido o sangue, que é depois centrifugado, separando-se os glóbulos vermelhos e o plasma. Depois, no período de provas, injeta-se o concentrado de eritrócitos, o que eleva o rendimento do atleta.
Perguntado pelo periódico francês sobre suas relações com Barcelona e Real Madrid, Fuentes se esquivou. "Ameaçaram-me de morte. Se eu disser certas coisas, minha família e eu poderíamos ter graves problemas. Fui ameaçado três vezes, e não vão me ameaçar uma quarta". Os clubes citados negaram qualquer tipo de envolvimento com o médico.
1 comentários:
Será que o processo de engorda do Ronaldo Nazário no Real tem algo a ver com isso?
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