Destaques

terça-feira, abril 10, 2007

Cem dias de governo

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Dia 10 de abril de ano ímpar marca cem dias de governo no Brasil, seja na Presidência, nos governos de estado ou nas prefeituras. Em 2007, os jornais não apontam a data como manchete, e ela mal entra nas páginas internas.

Quando aparece, a linha é de que o segundo mandato de Luiz Inácio Lula da Silva chega sem marcas nem feitos louváveis, como no editorial de O Estado de S.Paulo, (para assinantes). Nem os blogueiros de plantão lembram do assunto.

Numa pesquisa via News.Google, aparecem notícias de Pernambuco, Ceará e Rio Grande do Sul mais ou menos com a mesma tônica, mas voltadas aos governos de Eduardo Campos (PSB), Cid Gomes (PSB) e Yeda Crucius (PSDB). Dúvidas, poucos projetos, eventuais balanços...

Cem dias são pouca coisa para avaliar uma gestão, segundo informa o Conselheiro Acácio. Ouvi no início do ano, analistas dizendo que esse período marca uma certa "lua-de-mel" ou um pacto velado (coisas bem diferentes entre si, que fique claro) entre governo, eleitorado e oposição. Outros dizem que o período dá a tônica do governo: se começar bem, é bom; se for mal na primeira centena de dias, melhor voltar para casa. Tudo bobagem. Mas é bom para reflexão.

No caso do governo federal, a reforma ministerial só foi concluída em meados de março. Quase depois da semana santa (para assinantes, na nota "Calendário"), como previa a jocosidade de deputados da oposição.

Não dá para dizer que o governo esperou até ali para começar, mas o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) não teve suas medidas provisórias aprovadas, o Programa de Desenvolvimento da Educação (PDE) traz iniciativas importantes, mas poucas definições de fato. O Fórum para discutir Previdência acalmou os ânimos da neoliberalidade e (felizmente) ainda não sinalizou com mudanças efetivas, além de prometer que as eventuais mexidas seriam apenas para quem ainda não começou a contribuir.

Há ainda a crise nos aeroportos que se arrasta desde novembro de 2006, a de segurança desde sempre e as incertezas sobre os Jogos Panamericanos.

A oportunidade é boa para malhar o governo (ou elevar o "Índice Vamos Derrubar o Lula", do Paulo Henrique Amorim). É claro que a CPI do Apagão Aéreo é mais eficiente para isso. Mas soa curioso o esquecimento.

Na conjuntura atual, fico pensando se o período não poderia ser usado em referência ao governo de cem dias de Napoleão Bonaparte, em 1815, que terminou com a derrota em Waterloo, na Bélgica. A oposição iria adorar.

7 comentários:

Edu Maretti disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Edu Maretti disse...

Para acrescentar na lista dos feitos (ou não-feitos) dos cem dias, vai o link de uma matéria do Uol: "Governo libera, e Corinthians aguarda chegada de Berezovski":

http://esporte.uol.com.br/futebol/ultimas/2007/04/10/ult59u117865.jhtm

12:54 PM

Anselmo disse...

isso é algum pedido de cpi?

Anselmo disse...

A rigor, isso (Terra) não deixa de ser uma forma de tratar dos 100 dias...

Glauco disse...

E o Serra, também fez cem dias? Ele tá governando mesmo ou ganhou a eleição e tirou férias?

Anselmo disse...

o serra arrumou um buraco no metrô, sacou 2,1 bi da nossa caixa, e fez campanha pra presidência em 2010. tá bom pra cem dias.

Marcão disse...

Eu participei, ontem, da cobertura da posse do novo presidente da Febraban, Fabio Barbosa. Por mais que todos os coleguinhas jornalistas tentassem malhar o governo Lula e sua política econômica durante a entrevista coletiva, só o que se ouviu, entre discursos, análises e respostas à imprensa, foi que o Brasil está no caminho certo, que esse governo é um período único em nossa história e que a Febraban e a CNF (Confederação Nacional das Instituições Financeiras) pretendem se unir para discutir, junto com o governo, uma forma de o sistema financeiro contribuir mais com os projetos sociais. Fabio Barbosa disse textualmente:

"O Brasil é hoje uma sociedade mais democrática e mais madura. Uma sociedade mais participativa, que reivindica seus direitos. (...) Eu dizia que o Brasil vive, hoje, um dos momentos mais favoráveis de sua história, e isso também é verdade no aspecto econômico. Nossa economia evoloiu muito. (...) Conseguimos melhorar o quadro da distribuição de renda, embora nesse quesito, muito ainda haja para ser feito. Já não se pode dizer que somos um país pobre."

Avaliação mais isenta do que essa, desconheço.