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quarta-feira, abril 11, 2007

Na prática, o 1º semestre está no lixo. Na teoria...

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O relógio marcava 47 minutos do segundo tempo. O São Bento se preparava para cobrar uma falta a dois metros da entrada da área palmeirense quando sirenes dispararam na rua de baixo. O som aumenta, se aproxima. Pelo vão de prédios, vi passar duas viaturas do corpo de bombeiros disparadas pela rua vazia. Um palmeirense se atirou, pensei.

E, se fez isso, foi sem ver a defesa de Diego Cavalieri na falta cobrada quando nada importava na partida realizada em Sorocaba. O time da casa, com nome de santo que inspirou o papa e calções azul-de-pijama, já estava rebaixado. E o alviverde eliminado com a vitória do Bragantino, em casa, contra o Barueri por 2 a 1. É claro que não confirmei minha ilação estapafúrdia do inconformado suicida.

O pior é que Valdívia mais avançado rendeu bem. Osmar, isolado no ataque, fez dois e deixou o terceiro no travessão direito do goleiro Rafael. Martinez marcou, mas desceu ao ataque até que com personalidade, como fazia Magrão quando era palmeirense. Os três volantes posicionados contra o rebaixado São Bento, um constrangimento para a história de time grande, não representaram a tragédia esperada. É claro que a entrada do meia William deu outra cara à partida, tanto assim que foi dele o segundo tento e nele a penalidade do terceiro. Mas agora isso vale tanto quanto os cinco gols que faltaram que, empilhados em uma hipotética goleada histórica (mais dilatada do que a do Manchester contra a Roma), poderia dar a classificação por saldo de gols.

Tampouco tive oportunidade de conversar com o Conselheiro Acácio. A esta altura, imagino-o desolado com o torcedor que saltara da janela, mas teria discurso pronto. Que a classificação foi perdida no Parque Antártica contra o Guaratinguetá, sob a trapalhada de uma defesa que se abriu como jaca mole madura que despenca de um time que não soube vencer em casa. Pior, que só não viu uma goleada ser aplicada no primeiro tempo por inaptidão do time da cidade de Frei Galvão.

Vai dizer, porém, que o time fez sua parte. Que os trinta dias de intertemporada até a estréia contra o Flamengo, no Brasileirão, tem tudo para fazer a diferença. Que o elenco é jovem, que 19 atletas têm menos de 25, que vão ganhar confiança. Que a base é boa, o técnico cascudo, mas capaz de pôs a meninada pra jogar.

E na Copa do Brasil, lembrará ele e seus aceclas, a fatalidade foi a arbitragem ter mandado voltar a cobrança defendida por Diego Cavalieri. Que ter ficado onde até o Corinthians passou foi um acaso.

Enquanto isso, na prática, o primeiro semestre do Palmeiras está no lixo. Ao ouvir o saopaulino do andar de cima comemorar o primeiro gol em Bragança, o desgosto, sem brincadeira, me remeteu à derrota por 4 a 3 no Barradão para o vitória, de 17 de novembro de 2002. Foi exagero.

Amanhã, setores palmeirenses vão se dizer "satisfeitos" com a desclassificação. "Foi melhor", bufarão. Somaram a derrota para o Noroeste no Palestra para dizer que, "com esse time que não ganha nem em casa quando precisa, tinha mais é que perder."

Eu preferiria ver o time capenga de um técnico covarde entre os classificados, mesmo que fosse para perder do Santos na semi-final. O palmeirense que, no meio da (minha) agonia, se atirou e foi socorrido pelos bombeiros concordaria. Junto até do Conselheiro. É triste.

2 comentários:

Glauco disse...

Anselmo fez a previsão correta, declaração do Caio Jr: "Fizemos nossa parte, e o Barueri [adversário do Bragantino ontem] tentou fazer a dele, mas não deu. Mas estamos no caminho certo. Ainda vamos seguir fortes na luta". Tá certo.

Marcão disse...

Não acompanhei a comemoração do tal são-paulino do andar de cima. Para mim, uma semifinal entre Santos e Palmeiras ia ser bem mais interessante.