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quarta-feira, maio 09, 2007

Palmeiras quase na bolsa de valores

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Depois de conseguir da Caixa Econômica Federal financiamento para 1.200 títulos da Sociedade Esportiva Palmeiras, Luiz Gonzaga Belluzzo avança ao campo de ataque. Agora a Palestra Investimentos Ltda. quer concentrar parte dos direitos de uma cesta de atletas que atuam no clube. A valorização – com títulos e boas atuações – nos passes iria para o fundo.

Diferente do que se viu na co-gestão com a Parmalat nos anos 90 – e de tragédias no Parque São Jorge – a gestão ficaria nas mãos do clube, assim como 80% do valor dos passes dos atletas. A matéria saiu no Valor Econômico, e em todo resto da imprensa.

Além de pressionar por uma gestão mais qualificada e profissional do Palmeiras, seria uma importante força interessada em ver títulos voltarem, o que só aumenta o prêmio pelo investimento. Mais: os donos da grana são torcedores, diferente dos capitalistas sem pátria nem amor ao futebol (malditos!).

Pela bagatela de RS 50 mil a R$ 300 mil, qualquer parmerista abastado pode entrar no clubinho. Nas 74 páginas de um livreto que explica o plano, tudo funciona como time entrosado. E olha que um bando de torcedores ricaços já se mostraram interessados. Foram 300 na apresentação realizada no clube.

Deles, se quer arrancar de R$ 28 milhões (UOL Esportes) a R$ 50 milhões (Máquina do Esporte), a depender da fonte, em participações de 14 a 15 jogadores. Num primeiro momento, a expectativa é de levantar R$ 4 ou 5 milhõezinhos. A amplitude da bolada precisa ser aprovada pelo Conselho de Orientação Fiscal (COF)¹. Com transações a longo prazo, viriam lucros e dinheiro para novos reforços.

De cara, o goleiro Diego Cavalieri, os meias Valdívia, William, Wendel e Francis estariam entre os “vendidos” para a cesta. Faltam nove ou dez para completar.

O modelo tem os clubes europeus negociados em bolsas de valores como meta a perder de vista. Mas a prática do clubinho do fundo milionário vem, vejam só, do Boca Juniors. Para delírio de nosso mascote, el boludo Esteban, o clube argentino implantou o modelo de 1999 a 2003, período em que faturou três Libertadores. Quando tudo ia bem e 90% do capital investido já tinha retornado, veio a crise, a moratória e tudo – tudo mesmo – foi a bancarrota.

Além das duas iniciativas, a terceira fonte de renda do Parmera, na mente de Belluzzo, é a construção de uma “arena multi-uso”, como explicava o Só Palmeiras, em 25 de abril. Um estádio que poderia servir de palco para shows de música e até para futebol (opa!) e, quem sabe, para a Copa do Mundo de 2014, no lugar do Panetone, como diz o Parmerista.

Os torcedores já acreditam que o modelo de negócios vai dar tão certo que todos os outros clubes terão de fazer o mesmo. Disseram a mesma coisa da Parmalat, no que dizia respeito à profissionalização da gestão. Deu certo, mas não durou. Agora, parece, a coisa vai. E há pressa, já que o déficit de 2006, de R$ 37,2 milhões, não dá muito sinal de que vá tombar por mágica em 2007. Viva²!


¹ O Conselho de Orientação Orçamentária do Futepoca, de atribuições análogas, reuniões fantasmas e nenhum tostão furado em mãos, exceto virtuais, aceita qualquer gorjeta que não couber entre os milhões que sobram...
² O “Viva” tem por função única e exclusiva enquadrar o
post no hall dos “laudatórios” na próxima pesquisa.

6 comentários:

Glauco disse...

Apesar do título irônico do companheiro Anselmo e a propósito da disucssão do post anterior, acho que o Belluzzo é no mínimo bastante criativo. Se tívéssemos mais meia dúzia de cabeças que nem a dele, talvez o futebol brasileiro não estivesse de pires na mão.

Anselmo disse...

pode até soar irônico, mas os caras tem essa idéia como horizonte. manchete tira um sarro pq estamos diante de um déficit milhonário. é um abismo até os times europeus.

Mas o que é interessante é que são três medidas pra gerar grana em grande escala e não apenas uma solução milagrosa.

Tudo isso, assim comoa co-gestão da parlmalat, vão dar pano pra manga se der certo para, pelo menos, sanar as contas do clube. se trouxer títulos então...

Nicolau disse...

A idéia parece boa. E tem um lado interessante: pelo que entendi, não precisa do aval da diretoria. Dá pra gente séria se meter no vespeiro. Cadê os corintianos com grana pra pensar umas paradas desse tipo?
PS: Parabéns ao Anselmo por ter colcoado um número provavelmente recorde de links num só post.

Anselmo disse...

a diretoria tem que aprovar o começo da festa. é o papel do COF. e é a diretoria que define se vende ou compra jogador...

Anônimo disse...

O Belluzzo tá é certíssimo. Apaga o incêndio de agora pensando no longo prazo.

Planejamento e gestão de verdade é isso aí. Trabalhar não pra manter a cabeça acima d`água, mas pra ser protagonista no tempo certo.

E dá-lhe Palestra!

Unknown disse...

ME RESPONDE UMA COISA, QUEM COMPRAR ALGUMA TÍTULO DO APLMEIRAS DISPONÍVEL NA BOVESPA O QUE ESTARÁ GANHANDO COM ISSO? QUAIS O BENEFÍCIOS QUE TERIA NA AQUISIÇÃO DO MESMO?

AGUARDO...
Wanderlei
wanderlei.ramos.silva@gmail.com