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quinta-feira, setembro 27, 2007

Dias: o mais são-paulino que atuou pelo S.Paulo

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Os jogadores do São Paulo enfrentaram o Boca Juniors com faixas pretas no braço, numa justíssima homenagem àquele que foi, talvez, o jogador mais são-paulino que já atuou pelo seu time de coração: o ex-zagueiro/volante/meia/lateral Roberto Dias, que sofreu uma parada cardíaca quando treinava as categorias de base do clube, no domingo, e faleceu ontem, aos 64 anos. Na foto (amostra da Gazeta Press), ele aparece recebendo de uma checrete o troféu Velho Guerreiro, no programa do Chacrinha, da TV Record, em março de 1976
A causa mortis não surpreende, pois Dias foi um dos primeiros jogadores brasileiros a encerrar a carreira precocemente por problemas no coração. Depois de perder um filho pequeno, em 1969, ele passou mal em um treino e ficou um ano e meio parado, com risco real de morte. Porém, o destino resolveu fazer justiça com o único jogador de nível do fraco São Paulo da década de 1960 e ele conseguiu voltar ao campo para levantar seu primeiro título como profissional, o Campeonato Paulista de 1970. Ainda jogaria no México e no Nacional (SP) antes de pendurar as chuteiras aos 28 anos.

"Nasci perto do Canindé, quando era estádio do São Paulo, e um amigo me levou para jogar no clube. Eu já era são-paulino e estreei no time principal aos 16 anos, em 1959. No ano seguinte, disputei as Olimpíadas de Roma", contou Roberto Dias, recentemente, durante um encontro de ex-jogadores do Tricolor. Dias era tão refinado que está entre os poucos zagueiros que o próprio Pelé destaca como os melhores que enfrentou. E também era artilheiro: é o 24º maior goleador do São Paulo, com 76 gols, ao lado de Rogério Ceni. Pena, porém, que a maior parte de sua carreira no clube foi carregando piano ao lado de cabeças-de-bagre. Ao ser questionado sobre quando o time estaria pronto para ganhar um título, um técnico da época fez um trocadilho fantástico: "-Dêem-me dez Dias...".
Cresci ouvindo histórias sobre suas façanhas, Dias sempre foi um herói mitológico para mim. Talvez por ter livrado o São Paulo de muitos vexames na época mais precária do clube. Porém, por ter jogado numa época em que o futebol não dava dinheiro e o Tricolor priorizava a construção do Morumbi (além de ter encerrado a carreira antes da hora), Dias sofreu dificuldades financeiras. Por isso, nos anos 1980, o clube o chamou para treinar a molecada. "Tudo o que sou e o que tenho devo ao São Paulo", confessou, certa vez. Para todos os verdadeiros são-paulinos, Roberto Dias significará, eternamente, o próprio distitinvo do clube. O símbolo máximo do que é torcer pelo São Paulo. Valeu, Dias! Que esteja em paz.

1 comentários:

Marcão disse...

A mídia são-paulina não se manifestou. Que triste isso, comentar o próprio post.