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sexta-feira, março 28, 2008

Aranhas e caranguejos

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O camarada Mouzar Benedito, que já colaborou no Futepoca com uma prodigiosa receita ou método de produção de cachaça de abacaxi usado por presos políticos brasileiros, publicou outro dia um livro muito interessante. É um romance situado na virada dos anos 1920 para os 30, na Vila Nova de Resende, localidade de Minas Gerais onde o autor viria a nascer uns tantos anos depois.

O título meio esquisito, O tropeiro que não era aranha nem caranguejo (editora Limiar), é desvendado logo no início: aranhas e caranguejos eram duas facções de um mesmo partido, o Republicano Mineiro, e constituíam os dois pólos de oposição no vilarejo. O tropeiro Marcelino, que conduz a narrativa, tenta entender aquele jogo político em que cada hora um assumia o discurso do outro, se dizendo "conservador" ou "revoltoso" conforme a situação. Isso tudo em meio às disputas do final da "política do café com leite", o golpe que impediu a posse do presidente paulista Júlio Prestes e colocou Getúlio Vargas no poder, e finalmente a chamada Revolução Constitucionalista, que para a surpresa do tropeiro uniu aranhas e caranguejos na luta contra os paulistas.

É um livro pra ler em uma tarde, de linguagem simples e direta, como quem acompanha um causo. Se eu conhecesse alguém que vai prestar vestibular, presenteava com esse livrinho, que é daqueles que organizam e ajudam a fixar o conhecimento de história do Brasil, sem esforço e com prazer.

4 comentários:

Marcão disse...

Vou ler bebendo a pinga de abacaxi.

Anselmo disse...

essa de abacaxi já é lenda. todo mundo pede, e nada de aparecer por aqui.

que interessante a estratégia de fixação de conhecimento para vestibular.

maurício disse...

o mouzar tá devendo, ele tem que ajudar a gente a destilar a pinga sob o risco de perder toda a credibilidade no mundo manguaça.
vou cobrar.

Glauco disse...

A credibilidade manguaça vale mais ou menos que uma dose de pinga de abacaxi sem metanol?