Compartilhe no Facebook
Muito se discute sobre o verdadeiro papel dos técnicos na formação de um time. A mim, parece que a importância deles é superestimada, muito por conta da falta de ídolos que tratem bem a pelota nos gramados, o que desvia o foco para o banco. Vídeos circulam por aí com preleções que parecem verdadeiras palestras de neurolingüística de segundo nível, que fariam muita gente segurar o riso pra não deixar o “comandante” chateado. No entanto, às vezes não dá pra deixar de rir com nossos treinadores.
Uma situação dessas é contada por José Macia, o lendário ponta-esquerda santista Pepe. Em 1998, o atacante Luís Muller, revelado pelo São Paulo em 1977 e campeão paulista pelo Tricolor em 1980 e pelo Bragantino em 1990, estava na Ponte Preta, que disputava o acesso para a primeira divisão de São Paulo. No banco, o artilheiro via sua equipe tomar um vareio da União Barbarense no quadrangular final. A Macaca perdia por 3 a 0 e, aos 30 minutos do segundo tempo, o técnico Celso Teixeira, hoje no Sampaio Côrrea, chamou o veterano.
- Muller, vai lá bem na frente, explora a descida dos laterais dele, entra pelo meio com velocidade e em diagonal, ajuda na marcação e arremata sempre de qualquer distância.
Após ouvir as orientações do chefe, Muller, que jogaria 15 minutos, sorriu ironicamente e perguntou:
- Professor, o senhor quer que eu só empate ou tenho autorização para virar esse jogo?
A Ponte ainda tomaria mais um gol, perdendo por 4 a 0. Jogadores com personalidade e senso de humor fazem falta...
4 comentários:
Luiz Muller, que passou pelo Santos em 1995, foi revelado pelo São Paulo em 1977?!?
Caramba, isso mudou minha vida.
A história abaixo não tem nada a ver com técnico, mas com jogador de personalidade. Certa vez, um repórter de TV fez a seguinte pergunta ao zagueiro Antonio Carlos (que foi campeão pelos quatro grandes times de SP) no momento em que ele se apresentava a um novo elenco: "Você veio se somar ao time?". A resposta foi imediata: "Quem soma é calculadora. Eu vim pra jogar futebol".
claro que tem a ver com jogador de personalidade. e a história de quem soma é calculadora é uma tirada boa.
mas tem a ver com técnico na medida em que se pede mais do que é viável pro jogador. Não só fazer, mas até entender. marcar um rival, ocupar uma área do campo, chutar mais de fora da área ou sei lá qual jogada específica, o jogador pode entender e fazer. Mas marcar, cair pelas pontas e pelo meio, cruzar e cabecear ao mesmo tempo agora, não.
O técnico tenta motivar jogando um monte de idéias ao vento... pro jogador, parece que fica ou um monte de "nunseiquelá, nunseiquelá" ou de "quanta bobagem fala esse cara".
Não é isso?
a questã é que as vezes o técnico dá umas broncas no vestiário e o time volta modificado. o que o cara fala nessas horas merecia mais estudo do que uma preleção que tem toda cara de reality show (pelo menos da parte do técnico).
Olavo, também fiquei impressionado quando vi a foto do Luis Muller no time do São Paulo de 80, em um alamanaque do Marcão. E não podemos esquecer que no mesmo ano de 98 ele jogou também na Mais Briosa, a Portuguesa Santista. Vi o cara jogar no Ulrico Mursa e tinha muita noção de jogo.
Postar um comentário