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Noite de terça, Timão e São Caetano jogando, eu fui numa churrascaria rodízio com minha namorada. Por sorte, o local tinha TV sintonizada na partida.
Chegamos com o pessoal perfilado, o hino tocando. Sentamos na mesa, peço uma cerveja e pegamos as saladinhas de praxe. Começa o jogo e o São Caetano, precisando da vitória, tenta ir pra cima. Percebo o Corinthians tranqüilo e me dedico a jogar conversa fora e decidir pelos variados tipos de carne que vão passando. Entre uma picanha e um pedaço de alcatra, o Corinthians vai tomando conta do jogo. Não deixa o São Caetano chegar e ataca com rapidez. Diogo Rincón perde boa chance em bola roubada por Herrera, que deve tido alguma experiência mística (será o efeito da torcida do Corinthians?) para ter melhorado tanto seu futebol.
Então, aos 27 minutos do primeiro tempo, logo após a primeira e extasiante mordida em um pedaço de maminha na manteiga, Chicão aproveita escanteio e abre o placar. Corinthians 1 a 0 (3 a 1 no agregado), e comemoro com um belo gole de Cerpa.
A peleja prossegue, o Corinthians com menos ímpeto mas sem sustos, até o intervalo. Fazemos também a primeira pausa na chegada de carnes para diminuir o estoque já acumulado.
O segundo tempo chega junto com um interessante javali, que fica uma beleza com um molhinho de salsinha e alho que achamos por lá. E André Santos, aos cinco minutos, em bela cobrança de falta, praticamente elimina as chances do Azulão. Comemoro com nova cerveja e mais um pedaço do tal parente do porco, adequado.
O jogo segue sem sustos, o São Caetano pressionando mas sem conseguir ameaçar. O Corinthians recua de modo perigoso, mas consegue aguentar a pressão e encaixa uns bons contrataques. Num deles, Herrera arranca pela direita e cruza para Acosta, que havia acabado de entrar, empurrar para as redes. Ele comemora com raiva, chutando a zica na placa de publicidade, enquanto eu, já satisfeito, saboreio pedaços de lingüiça apimentada com goles de cerveja.
Pedimos ao garçom um carneiro, que chega, mas decepciona. Enquanto tento mastigar o bicho, Tuta faz o gol de honra do São Caetano, em bola que passa no meio das pernas de Felipe. O goleirão tem tomado alguns gols defensáveis e precisa ficar mais esperto.
Faltam poucos minutos, mas ainda há tempo para um último pedaço da bela maminha na manteiga, ponto alto da noite, com um gole final de cerveja fechando a refeição. Sobremesa, cafezinho e rumo às semifinais, contra Atlético Mineiro ou Botafogo, que tem leve vantagem pelo empate fora de casa. Na próxima, vou tentar um rodízio de pizza.
16 comentários:
escuta... tá tudo bem com você? conseguiu dormir bem? Não teve pesadelos do tipo ver o corinthians eliminado pelo botafogo, e todo o time chorando no gramado?
fala sério, essa seqüência de carnes começando às 10 da noite não é mole!
Estômago de aço! Os corintianos tão animados a ponto de se dar ao luxo de ignorar a superstição. Se tem técnico que usa até a mesma cueca pra dar sorte, o torcedor nem quer repetir o churrasco da sorte? Ou será que o cafezinho deu azia?
O Corinthians vai a final da Copa do Brasil.
E independente do que ocorrer a partir das semi-finais, o Corinthians já é, disparado, o clube paulista com melhor desempenho na história da Copa do Brasil
Até o bi do Santo André, Leandro!
E esse post me deu fome.
Pô, depois o cidadão reclama que tem gastrite...
Thalita, o jogo começou às 20h30, horário menos insano para essa refeição. Anselmo, nem tô confiante, mas que o time melhorou muito, isos melhorou. A questão é ver se o time aguenta um adversário melhor que o São Caetano e que já vai conhecer melhor o jeito de jogar da equipe, que vem se consolidando nos últimos 3 ou 4 jogos. Fiquei com alguma impressão de que ficou muito espaço no meio campo com só um volante de ofício em campo e com as constantes descidas do André Santos. Alguém palpita?
Vocês nem queiram imaginar o carnaval fora de época na casa do meu vizinho corintiano (aquele que descrevi no Papo de Homem). Uma e meia da manhã e o cara ainda tava cantando o hino...
Belíssimo texto, Nicolau. Bons nacos de carne combinados com os gols do Timão. E um pedaço mais fraquinho na hora do gol do Azulão. Já a cerveja, em todas as ocasiões. A saladinha, só na hora em que o adversário pensou que iria pressionar. Foi a menor porção do jantar. Beleza. Sobremesa, cafezinho... faltou um beijo na Leonor, ou Dagmar, como diria o vascaíno João Bosco. Parabéns, cumpádi. Seu texto abriu meu apetite pro almoço e me fez sorrir, mais uma vez, nesta linda quarta-feira cinza e fria. Um abraço pra você. E outro pro vizinho do Marcão. Sobre o Timão? Só alegria!!!
Benedito, não é nem Leonor nem Dagmar, é Débora, e ganhou beijo, sim senhor! Valeu os elogios!
Marcão, acho que a impertinência desse seu indesejado vizinho está muito mais relacionada com as biritas que ele tomou, e não necessariamente com a nova fase do Timão.
Ele não bebe, Leandro. Tem mais esse defeito...
O mais engraçado é que parece que a namorada nem estava com ele.
Fernando, não entendi a questão. A namorada estava lá, mas os papos com ela achei que não convinha divulgar. Esclarecido?
Olavo, nem com o bicampeonato de Santo André ou Paulista de Jundiaí teríamos uma "ultrapassagem", porque nenhum destes dois tem presença tão constante em semi-finais ou finais.
E ninguém em terras bandeirantes tem.
Há alguns que nem nos dez ou dezenove anos que ficaram fora da Libertadores, respectivamente, conseguiram algum destaque, e outros andaram sofrendo até não mão do ASA de Arapiraca.
Ceará/94, Vitória/03 e Sport/08 até merece desconto, porque são times grandes do NE. Mas o ASA...
Apetitoso relato, Nicolau. Se precisar de um fígado emprestado na próxima, me avisa. Estranhamente, ele está melhor do que no último exame. E não foi por falta de dedicação para piorá-lo... Grande abraço.
sensacional, nivaldo!
continue assim, e que o futebol do timão cresça junto com a sua pança. só espero que a alegria compense a azia.
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