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segunda-feira, maio 12, 2008

As exigências de um treinador

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Muito se discute sobre o verdadeiro papel dos técnicos na formação de um time. A mim, parece que a importância deles é superestimada, muito por conta da falta de ídolos que tratem bem a pelota nos gramados, o que desvia o foco para o banco. Vídeos circulam por aí com preleções que parecem verdadeiras palestras de neurolingüística de segundo nível, que fariam muita gente segurar o riso pra não deixar o “comandante” chateado. No entanto, às vezes não dá pra deixar de rir com nossos treinadores.

Uma situação dessas é contada por José Macia, o lendário ponta-esquerda santista Pepe. Em 1998, o atacante Luís Muller, revelado pelo São Paulo em 1977 e campeão paulista pelo Tricolor em 1980 e pelo Bragantino em 1990, estava na Ponte Preta, que disputava o acesso para a primeira divisão de São Paulo. No banco, o artilheiro via sua equipe tomar um vareio da União Barbarense no quadrangular final. A Macaca perdia por 3 a 0 e, aos 30 minutos do segundo tempo, o técnico Celso Teixeira, hoje no Sampaio Côrrea, chamou o veterano.

- Muller, vai lá bem na frente, explora a descida dos laterais dele, entra pelo meio com velocidade e em diagonal, ajuda na marcação e arremata sempre de qualquer distância.

Após ouvir as orientações do chefe, Muller, que jogaria 15 minutos, sorriu ironicamente e perguntou:

- Professor, o senhor quer que eu só empate ou tenho autorização para virar esse jogo?

A Ponte ainda tomaria mais um gol, perdendo por 4 a 0. Jogadores com personalidade e senso de humor fazem falta...

4 comentários:

Anônimo disse...

Luiz Muller, que passou pelo Santos em 1995, foi revelado pelo São Paulo em 1977?!?

Caramba, isso mudou minha vida.

Anônimo disse...

A história abaixo não tem nada a ver com técnico, mas com jogador de personalidade. Certa vez, um repórter de TV fez a seguinte pergunta ao zagueiro Antonio Carlos (que foi campeão pelos quatro grandes times de SP) no momento em que ele se apresentava a um novo elenco: "Você veio se somar ao time?". A resposta foi imediata: "Quem soma é calculadora. Eu vim pra jogar futebol".

Anselmo disse...

claro que tem a ver com jogador de personalidade. e a história de quem soma é calculadora é uma tirada boa.

mas tem a ver com técnico na medida em que se pede mais do que é viável pro jogador. Não só fazer, mas até entender. marcar um rival, ocupar uma área do campo, chutar mais de fora da área ou sei lá qual jogada específica, o jogador pode entender e fazer. Mas marcar, cair pelas pontas e pelo meio, cruzar e cabecear ao mesmo tempo agora, não.

O técnico tenta motivar jogando um monte de idéias ao vento... pro jogador, parece que fica ou um monte de "nunseiquelá, nunseiquelá" ou de "quanta bobagem fala esse cara".

Não é isso?

a questã é que as vezes o técnico dá umas broncas no vestiário e o time volta modificado. o que o cara fala nessas horas merecia mais estudo do que uma preleção que tem toda cara de reality show (pelo menos da parte do técnico).

Glauco disse...

Olavo, também fiquei impressionado quando vi a foto do Luis Muller no time do São Paulo de 80, em um alamanaque do Marcão. E não podemos esquecer que no mesmo ano de 98 ele jogou também na Mais Briosa, a Portuguesa Santista. Vi o cara jogar no Ulrico Mursa e tinha muita noção de jogo.