Destaques

sexta-feira, maio 16, 2008

Para não esquecer o extermínio de maio de 2006, com indícios de participação da polícia

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Hoje, a partir das 19h, entidades sociais e de direitos humanos, familiares de vítimas da violência e jovens que moram na periferia de São Paulo vão se reunir em frente ao prédio da Prefeitura de São Paulo, no Viaduto do Chá, para lembrar as 493 mortes ocorridas no estado entre os dia 12 e 20 de maio de 2006. Na época, a Comissão Especial do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (Condepe) analisou que, dos mortos, 109 teriam se envolvido em supostas "resistências seguidas de morte". Outras 87 pessoas teriam sido vítimas de grupos de extermínio, com indícios de participação de policiais. "Pela quantidade de tiros, pela localização, fica evidente que houve execução. Não foi uma reação a uma ameaça, não se caracteriza uma legítima defesa. É tamanho o exagero, que só se pode explicar por execução", comentou, na época, o jurista Dalmo Dallari.

Entre as vítimas, 96% eram do sexo masculino e 45% tinham entre 21 e 31 anos. A grande maioria dos casos jamais foi esclarecida pelas investigações da própria polícia e das corregedorias. Durante o ato em defesa da Vida, ocorrerá um velório público no Viaduto do Chá. Será simulado um cemitério com 493 caixões. O ato é organizado pela entidade "Comunidade Cidadã", com apoio do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana do Governo do Estado, do Movimento Nacional de Direitos Humanos, da seção brasileira da Ação dos Cristãos para a Abolição da Tortura (ACAT), do Grupo Tortura Nunca Mais, da Pastoral Carcerária, do Centro Santo Dias, da Justiça Global, do Conectas Direitos Humanos, do Centro de Direitos Humanos do Sapopemba, entre outras entidades.

2 comentários:

Glauco disse...

Fiz uma matéria com o renato sobre isso (tá aqui), a forma como a mídia não trata nem tratou um verdadeiro massacre é assustador.

Nicolau disse...

Bravo, excelente iniciativa. Vou passar lá quando estiver saindo do trabalho. Esse tipo de absurdo não pode ser esquecido.