Destaques

segunda-feira, junho 02, 2008

Tostão fala sobre o futebol em 1968

Compartilhe no Twitter
Compartilhe no Facebook

Respondendo a versão de Admildo Chirol sobre o que 1968 representou para o futebol, Tostão, alguém que sabe porque esteve lá, explicou em miúdos na Folha de S.Paulo (só para assinantes) de domingo, 1º.

Eu ia escrever, de troça, que ele se pautou no Futepoca e no PapodeHomem. Mas como ele admite que procurou no Google, dá pra dizer que ele se sensibilizou pela lembrança da formação Gérson, Rivellino e Tostão no meio de campo.

UFCG

Tostão na seleção

Diferentemente do integrante da comissão técnica da época, Tostão explica:

"Na primeira partida, contra a Alemanha, levamos um baile.
Aí, eu, Gerson e Rivellino, por nossa conta, formamos um trio de canhotos no meio-campo. Eu jogava pela direita, Gerson, pelo meio, e Rivellino, pela esquerda. Gerson era o técnico. Ganhamos a maioria das partidas. O treinador Aimoré Moreira foi bastante elogiado."
Méritos socializados.

Mas há críticas à comissão técnica. No artigo, Tostão revela que João Saldanha – "visionário, humanista, político militante da esquerda e que falava o que pensava" – o técnico em 1969, não poderia mesmo resistir em um ambiente militar e autoritário. "A comissão técnica e o governo queriam a saída do técnico, e ele, incomodado, parecia não querer continuar."

Mesmo depois do Ato Institucional nº 5, o craque conta que conversava sobre política com o zagueiro Marinho. "Falávamos muito de futebol, ditadura e outras coisas, para estranheza dos outros", escreve. Embora não houvesse veto ao debate entre atletas, "existia um silêncio, uma mistura de alienação e de medo".

Quem, da comissão técnica, teria pedido a cabeça de Saldanha? O que eram as "outras coisas" sobre as quais Tostão conversava, que completava a tríade com futebol e ditadura? Seria possível pensar em três meias geniais jogando juntos no meio de campo?

6 comentários:

Nicolau disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Nicolau disse...

Tem um lance importante aí nessa classificação de meia. O próprio Tostão, definindo o papel do meia meia clássico, disse que era jogar de uma intermediária à outra, armando o jogo, chegando na frente, mas marcando no meio campo. Meu pai também conta que esses meias como o Gerson quando chegavam no ataque era pra definir a jogada, porque senão ficava um buraco no meio. Por isso, chutavam bem de longe, como Gerson e Didi. O Tostão fala que o futebol muda quando inventam os jogadores que só marcam e os que só armam, criando muita vezes um buraco de falta de inteligência entre a defesa e o meio. O que quero dizer é que ter meias desse tipo jogando juntos no meio era uma coisa. Dos três, no mínimo o Gerson tinha essa função meio mista de compor o meio. Ter os caras que só atacam ou os que só marcam de hoje em dia são duas outras, bem diferentes. Enfim, elocubrações.

Marcão disse...

Essa história eu já tinha ouvido numa entrevista do Tostão na TV. Quando os três viram que o esquema do Aimoré não dava certo e decidiram mudar, o Tostão perguntou pro Gerson se isso não ia dar problema pra eles. Gerson respondeu que, se o improviso deles desse certo, o técnico não ia falar nada. E foi o que aconteceu.

Glauco disse...

Escuta, algum ex-jogador que fez parte daquela seleção já comentou a formação do "escrete de 70" que tinha o Edu como ponta-esquerda, quando Saldanha era treinador? Era melhor ou pior que aquela que foi consagrada na Copa do México?

Anselmo disse...

quantas perguntas. quanta convocação do fórum adequado.

Marcão disse...

Fórum adequado-o-o-o-o-o-o-o....