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quinta-feira, junho 02, 2011

Cerro Porteño 3 X 3 Santos - na final, depois de oito anos

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Era assim que Neymar encarava aquilo que muitos jogadores brasileiros que disputam o torneio continental reclamam. Torcida adversária perturbando no hotel, jogando pedras no campo, pressão o tempo todo... Para uns, a mais pura várzea institucionalizada, não punida e, às vezes, louvada. Para outros, como Neymar, motivo de diversão.

E o tal menino feliz correndo atrás da sua bola conseguiu uma falta com menos de dois minutos. A torcida do Cerro Porteño (clube que nunca chegou a uma final de Libertadores mas que tem um vizinho, o Olímpia, que já levou três vezes o título) acreditava que o um a zero santista na ida era insuficiente. Os jogadores também achavam, tanto que comemoraram a sobrevida no fim da partida no Pacaembu, temendo que pudessem ser eliminados já no primeiro duelo.

Mas Zé Eduardo, o artilheiro improvável, praticamente acabou com o jogo ao fazer o gol na falta batida por Elano. O imponderável, que desfila fagueiro tal qual Gisele Bündchen nas competições de mata-mata, ainda deu as caras no grotesco gol contra dos paraguaios. Mesmo assim, a atuação de Barreto não se compara ainda a de Garcés, do Universidad Católica, mãe e pai da classificação dos uruguaios às semifinais

Mesmo diminuindo a vantagem, nova ducha de água fria com o belo gol de Neymar, no fim da primeira etapa. Ali se configuravam três gols de vantagem santista e, provavelmente, o técnico Leonardo Astrada deve ter pensado no intervalo se ia pra cima e arriscava tomar uma goleada histórica ou se ia em busca do milagre. Já a Muricy cabia a missão de fazer seu time melhorar a saída de bola, mas não era fácil por conta do time que estava em campo. Jonathan, válvula de escape da equipe muitas vezes, se contundiu e deu lugar a Pará; do outro lado, o importante Léo não jogou e deu lugar a um assustado Alex Sandro, como lembra o Edu aqui. O menino viu que nem se compara disputar um Sul-americano sub-20 e uma Libertadores. No meio, Danilo errava bastante a Adriano, tecnicamente o de sempre, marcava, fazia faltas desnecessárias, mas não conseguia sair com a bola limpamente.

Astrada optou pelo risco menor e o segundo tempo seguia razoavelmente equilibrado, com os paraguaios se expondo menos e o Alvinegro tocando mais a bola. Se fosse uma luta de boxe, o Santos era o adversário que vencia por larga margem nos pontos e esperava o tempo passar, enquanto o Cerro tentava levar a luta para uma tentativa de nocaute no final. O gol de Lucero aos 15, porém, mudou a cara da partida. E foi didático. No lado direito, Adriano tinha Pará a dois metros, mas, por algum tipo de convulsão mental que faz alguns acreditarem na hora errada que Libertadores é raça, garra, e que se manifesta por meio de petardos enviados pra Lua, ao invés de passar a bola, ele isolou. A bola fica com o Cerro, que vai pro ataque pelo outro lado e consegue sair do coma.


Daí pra frente, os paraguaios jogaram no campo do Santos e alguns meninos sentiram claramente. E recuaram. Elano, que parece ter um problema crônico de condicionamento físico, saiu e deu lugar a Rodrigo Possebom. O time ia mais pra trás e o Cerro quase acreditou no tradicional “si, si puede”, quando aos 36 marcou o terceiro gol.

Era a primeira vez que o time de Muricy tomava três gols em uma partida. Neymar meteu uma bola na trave e teve uma chance cara a cara para definir e peleja, mas os paraguaios depois também carimbaram o travessão. Claro, eram necessários dois gols e o tempo era escasso, mas não se brinca com o imponderável e àquela altura o torcedor peixeiro orava com a cabeça mais quente que a dos zagueiros que tiveram que tirar um sem número de bolas alçadas na área, especialidade da equipe guarani.

No fim, com mais um duelo decidido com uma vitória e um empate no mata-mata, a classificação para a quarta final do time do Santos na competição. Nas finais, contra Vélez ou Peñarol, será preciso mais sangue frio, mas também mais técnica e treino para sair de marcação por pressão. Assim como Cerro de ontem, forjado nas batalhas anteriores, não era o mesmo da primeira fase, o Santos deve chegar à final mais maduro. E contando que o garoto lá na frente continue se divertindo.


sábado, março 19, 2011

Bragantino 2 X 1 Santos - sem técnico e sem técnica, o retrato do caos

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Sem esquema tático e com incríveis vazios de um meio de campo que não marca e apóia mal, o Santos foi derrotado pelo Bragantino por 2 a 1. Derrota mais que merecida, já que o time do interior fez a lição de casa: contra-atacou, aproveitou o espaço que os volantes santistas davam à frente da área, finalizou muito a gol e se defendeu, às vezes de forma violenta, mas nada que surpreenda por se tratar de uma equipe inferior tecnicamente ao adversário.

O que surpreendeu de fato não foi apenas a má partida alvinegra, mas o fato de que os jogadores, perdidos em campo e sem um técnico que orientasse ou pudesse alterar o panorama da partida no banco de reservas, também apelassem para a deslealdade. Elano já merecia ter sido expulso no final da partida contra o Colo Colo e, desta vez, além de Adriano (como é doído vê-lo com a camisa do Santos), Ganso poderia ter ido para o chuveiro mais cedo.

Edu Dracena, mais uma vez falhou, fazendo praticamente um corta-luz para o atacante do Bragantino Léo Jaime marcar o primeiro gol da partida. Aliás, as falhas algo bizonhas do zagueiro peixeiro fazem o torcedor lembrar de momentos marcantes de defensores do naipe de Camilo, Maurício Copertino, Marcelo Fernandez e tantos outros, alguns ex-companheiros de elenco de Marcelo Veiga, hoje treinador do Braga, nos tempos de fila do Peixe. No segundo gol da equipe do interior, Pará estava marcando um jogador mais alto que ele, mas sequer subiu junto com Marcelinho para atrapalhar seu cabeceio. O que fazia ali mesmo?

Martelotte já tinha dado sinais do que poderia fazer pelo clube no último Brasileiro. Ou seja, muito pouco. Insistir nele é uma ato de quase suicídio praticado pela diretoria.


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Muricy Ramalho saiu do Fluminense reclamando das condições do clube. A ausência de um centro de treinamento decente foi um dos fatores que o técnico mencionou como grave para o rendimento da equipe, já que favorecia o surgimento de contusões. O tempo de permanência de atletas no departamento médico também perturbava Muricy. 

No Santos, nessa partida, estavam contundidos Léo, Alex Sandro, Jonathan, Diogo e Arouca. Charles foi contratado por recomendação de Adílson Batista e sequer jogou. Outros que, de memória, lembro que passaram pelo departamento médico na (curta, por enquanto) temporada de 2011: Alan Patrick, Maikon Leite, Róbson, o goleiro Aranha, e Elano, que até hoje não tem a mobilidade apresentada no ano passado. Houve equívocos na preparação física, nas contratações, no tratamento de atletas ou é toda mera coincidência?

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Em 2010, Santos e Bragantino fizeram um jogo bem diferente...

domingo, março 06, 2011

Oeste 0 X 2 Santos - Martelotte e o "DNA ofensivo"

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Não foi nenhum show, mas depois de quatro partidas de jejum, a vitória do Santos sobre o Oeste, em Itápolis, serviu ao menos para que o torcedor passasse um carnaval mais tranquilo. Sem Arouca, contundido, Elano e Léo, gripados, e Neymar, que finalmente teve merecida folga, o Peixe contou com Zé Eduardo, autor dos dois gols da partida e vice-artilheiro do campeonato, para superar o Palmeiras na tabela de classificação e ir à quarta posição, três pontos atrás do líder Corinthians.

O interino (por enquanto) Marcelo Martelotte colocou Zé Eduardo e Maikon Leite na frente, com Diogo fazendo as vezes de ponta de lança e jogando mais próximo do ataque. Na meia, começou com Adriano, Danilo e Felipe Anderson. No papel, uma equipe mais ofensiva que as últimas formações de Adílson Batista, ainda mais levando-se conta que o ala direito Jonathan frequentou bastante o ataque, com Adriano fazendo a cobertura no setor. Mas o decorrer do jogo mostrou que a disposição ofensiva não era tanta assim.

O Oeste começou pressionando, mas logo o Santos equilibrou a partida. Com a expulsão do atacante Fábio Santos aos 30 do primeiro tempo, por uma entrada criminosa em Adriano, a missão peixeira ficou menos difícil. O pênalti em Zé Eduardo, convertido pelo mesmo, no fim da primeira etapa, facilitou ainda mais.
Mas o que se viu, mesmo quando estava onze contra onze, foi um Santos que não tinha as lacunas no meio de campo com excesso de passes longos, como em boa parte da era Adílson Batista, mas uma equipe que toca, e muito, a bola, porém, muitas vezes sem qualquer volúpia ofensiva. Nesses 90 minutos, foram 575 passes trocados (41 errados), mais que o dobro do rival (249 e 25 errados). Mas verificando quem foram os maiores passadores, nota-se onde tais passes foram feitos: Edu Dracena, 80, e Durval, 75 bolas tocadas para companheiros.

Não que o Santos não tenha o toque de bola no seu “DNA”, parafraseando o presidente do clube. A diferença é que ontem, por várias vezes, o Peixe tocou a bola não para esperar uma grande oportunidade ofensiva, mas para passar o tempo e/ou fazer a marcação do time do interior cansar. E isso significou perder contra-ataques preciosos, em função também de jogadores que mataram esses contragolpes, como Diogo e, principalmente, o jovem – e acredito, promissor – Felipe Anderson. Quando Róbson entrou no lugar do último, aliás, deu um belo passe para Zé Eduardo marcar a eliminar as possibilidades do adversário. O meia deu um pouco mais de velocidade ao jogo, o que faltou durante quase todo o tempo, mas ainda foi pouco.


Agora, fala-se da efetivação de Martelotte. É preciso lembrar a justificativa do presidente Luís Álvaro Ribeiro para demitir Adílson Batista. Disse ele que “ [Adílson] era um técnico que jogava para frente, adepto do futebol ofensivo, que faz parte da nossa história, da nossa composição celular. Foi com essa expectativa que imaginamos que o Adilson faria um bom trabalho. (...) Mais do que isso, a postura dentro de campo. Entramos com três volantes na Venezuela (contra o Deportivo Táchira, pela Libertadores). O Colo Colo, mais audacioso, fez 4 a 2 lá. Essas coisas foram nos preocupando, pois o DNA do Santos estava sendo mudado e isso não nos servia”.

Maravilha, presidente. Estou de acordo que, por mim, o Santos sempre vai jogar pra frente porque essa é a história do clube, que é o time profissional que mais marcou gols na Terra. Mas vamos ver com quantos volantes o Santos terminou a partida de ontem... opa, três, Possebon, Danilo e Pará! Contra um adversário com um a menos. Claro, as circunstâncias eram outras e um interino tem sempre a cautela como palavra de ordem. Mas Martelotte foi técnico do Alvinegro no ano passado e não percebi nenhuma afinidade com o DNA ofensivo. Para recordar, a campanha do hoje interino somou cinco vitórias, seis empates e cinco derrotas, aproveitamento pior que o de Adílson. Foram 29 gols marcados, 1,8 por partida. O de Adílson foi 2,09 e, ressaltando-se, obviamente, a diferença entre competições, não parece que o hoje interino tenha mais requisitos que o credenciem a não ser o "bom relacionamento com o elenco", argumento repetido à exaustão e que revela um dos principais motivos da demissão do técnico anterior. Só uma aposta no nível da que o Flamengo fez com Andrade, que foi de tiro curto mas até bem sucedida, justificaria a efetivação de Martelotte. Mas também evidenciaria que o planejamento deu errado.

Aliás, se Muricy Ramalho ou Felipão voltarem ao mercado em breve, será que eles eriam sondados ainda que não tenham muito DNA ofensivo?

sexta-feira, dezembro 22, 2006

O destino de cada um

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Vira e mexe algum time "pequeno" forma uma boa equipe e sofre um desmanche logo em seguida. Não raro, um clube "grande" chega e leva dois ou três de uma vez. Um caso clássico foi o Mogi Mirim de 1993, batizado de "Carrossel Caipira", que revelou Válber, Rivaldo e Leto. Os três foram parar no Corinthians naquele mesmo ano. Na época, diziam que o craque era o Válber. Mas, como sabemos, o único que virou alguma coisa ali foi Rivaldo.

O São Paulo tem uma história parecida. No Paulistão de 2003, a gloriosa Portuguesa Santista fez uma boa campanha: na primeira fase, terminou em primeiro lugar no Grupo 2, à frente de São Paulo e Santo André. Nas quartas-de-final, despachou o Guarani. Porém, na fase seguinte, foi eliminada com duas derrotas para o São Paulo, que seria vice-campeão (perdeu a decisão para o Corinthians). Encerrado o campeonato, o tricolor do Morumbi trouxe como reforços três dos destaques da Briosa: o volante Adriano (foto), o meia Souza e o atacante Rico.

Na apresentação dos atletas, o então diretor de futebol são-paulino, Carlos Alberto Barros e Silva, garantiu que "eles devem ficar por pelo menos três anos aqui". Não foi o que aconteceu, pelo menos, para dois deles. Rico quase não aproveitou as chances que teve e em 2004 foi cedido ao Grêmio, onde participou da vexaminosa campanha do time gaúcho no Brasileirão daquele ano, tornando-se um dos vilões da queda para a série B. Pelo o que consta, está jogando atualmente no Bahrein.

O volante Adriano chegou a ser titular em 2003, mas queimou seu filme na fracassada campanha do tricolor na Libertadores do ano seguinte. Com a queda de Cuca e a chegada de Emerson Leão, Adriano foi preterido pelas revelações Renan e Alê, fez um acordo e foi dispensado em dezembro de 2004. Ultimamente, estava no Juventus, onde disputou a série C do Brasileiro e a Copa FPF. Agora, acertou com o Bragantino para a disputa do próximo Paulistão.

Dos três, portanto, o único que "vingou" no São Paulo foi Souza. Reserva consumado desde os primeiros tempos, conseguiu sobreviver a Rojas, Cuca e Leão. A chance veio nas semifinais da Libertadores de 2005, contra o River Plate, com o técnico Paulo Autuori. Souza jogou muito na primeira partida e entrou bem como titular na segunda. Porém, após o título, não conseguiu dar seqüência e voltou pro banco. A nova oportunidade veio com a venda de Cicinho: Muricy Ramalho efetivou Souza na lateral-direita e, nesta função, o jogador ganhou até prêmio.

Na reta final do Brasileirão deste ano, Souza voltou a ser titular como meia no esquema 4-4-2. Óbvio que nunca foi e nem será um Rivaldo - muito longe disso. Mas teve um destino melhor que Rico e Adriano e segue firme para completar, em março, quatro anos seguidos no São Paulo. É o mais "antigo" no tricolor, depois de Rogério Ceni. Temos que admitir que atualmente, em qualquer time "grande", isso é coisa muito rara.