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quinta-feira, agosto 07, 2014

E só a cerveja 'salvou' a noite

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Beatles no Ed Sullivan Show: 73 milhões de espectadores
No dia 9 de fevereiro de 1964, os Beatles tocaram ao vivo no programa televisivo Ed Sullivan Show, nos Estados Unidos, para uma audiência estimada em 73 milhões de espectadores. Estava consolidada definitivamente, ali, a "conquista do planeta" pela banda inglesa. Mas poucos poderiam imaginar que, apenas 26 meses antes, eles tinham enfrentado uma situação exatamente oposta. A primeira tentativa de ampliar seu público e o mercado de trabalho na Inglaterra, saindo da provinciana Liverpool para explorar o rico mercado de Londres e região metropolitana, foi constrangedora. Em 9 de dezembro de 1961, na cidadezinha de Aldershot, a 60 km da capital inglesa, os Beatles fizeram um show para... 18 pessoas. E nenhuma delas fazia ideia de quem eles eram.

Depois de duas temporadas tocando para bêbados, prostitutas, marinheiros e estudantes de arte na zona boêmia de Hamburgo, Alemanha, a proposta era voltar para a Inglaterra e tentar um destino mais promissor. Assim que retornaram, em outubro de 1961, iniciaram uma temporada na boate subterrânea Cavern que chamou a atenção de Brian Epstein, dono de uma cadeia de lojas de disco. Ele vislumbrou antes de todos o potencial da banda e decidiu empresariá-los. No entanto, mesmo com o contrato já firmado com Epstein, em dezembro, os Beatles ainda faziam "bicos" por conta própria. E foi assim que aceitaram um convite do promotor de eventos Sam Leach para se apresentarem pela primeira vez nos arredores de Londres - tudo o que eles mais queriam naquela época.

O anúncio do show, que nunca foi publicado
Para promover o show, Leach inventou que o público veria um "duelo" entre duas bandas e escolheria a melhor: uma representando o "som de Londres", Jay and The Jaywalkers, e outra "o som do Norte" (ou "Mersey Sound", som do Rio Mersey, em Liverpool), The Beatles. A divulgação principal - e fundamental - seria feita em bombástico anúncio no jornal Aldershot News, para o qual o promotor do evento enviou um cheque de 100 libras. Porém, ele não sabia que o periódico só aceitava pagamento em cheque de anunciantes antigos; os novos tinham que pagar em dinheiro vivo. Como não conseguiram entrar em contato com Leach, simplesmente não publicaram o anúncio. E quase ninguém ficou sabendo que o tal show aconteceria...

Na manhã do fatídico sábado, 9 de dezembro, os quatro beatles - os guitarristas George Harrison (18 anos) e John Lennon (21), o baixista Paul McCartney (19) e o baterista Pete Best (20) - saíram de Liverpool às 9 da manhã para uma viagem de quase 300 km, no rigoroso inverno inglês, apertados em uma van dirigida por Terry McCann, amigo de Sam Leach (que viajou em outro veículo). Ao chegarem a Aldershot, a surpresa: as portas do Palais Ballroom, local do show, estavam trancadas. Foi então que descobriram que a a população da cidadezinha desconheica que haveria alguma coisa ali naquela noite. Mesmo decepcionado, Leach decidiu honrar o compromisso e pagar os músicos, ainda que eles não se apresentassem.

As 18 'testemunhas' e, no palco, os constrangidos rapazes de Liverpool
George e John dançam: esculhambação
Mas eles decidiram ir em frente. Encontraram alguém para abrir a porta do clube, fizeram a passagem de som e depois saíram pela cidadezinha para convidar qualquer um que passasse na rua para assistir a apresentação. O bizarro show foi feito para apenas 18 "testemunhas". Em determinado momento, desanimado pela minúscula plateia, Pete Best abandonou o palco e passou as baquetas para que o motorista Terry McCann tocasse a bateria (!). John e George, por sua vez, decidiram se divertir e passaram a tocar acordes errados e trocar as letras das canções por paródias infames. Logo depois, os dois desceram do palco e começaram a dançar valsa como se fossem um par. E a esculhambação virou festa quando Sam Leach trouxe garrafas da cerveja Watneys Brown Ale para todos.

McCartney também entrou na bagunça
A bebedeira descambou para um jogo de futebol improvisado, usando bolas de bingo. Por volta de uma hora da manhã, a gritaria e a bagunça fizeram com que um vizinho chamasse a polícia. Os Beatles foram convidados a deixar Aldershot e não voltar nunca mais. A única coisa que "salvou" a noite foi a bebedeira com Watneys Brown Ale. Poucos imaginariam naquele momento, sequer a própria banda, que dali a seis meses eles seriam contratados pela gravadora EMI, dois meses depois trocariam o baterista por Ringo Starr, lançariam um compacto de sucesso ("Love me do") e pavimentariam o caminho para dominar Londres, a Inglaterra e a Europa em 1963, partindo dali para conquistarem os EUA e o mundo. Os 18 de Aldershot devem ter deixado o queixo cair...

Leach, em 1º plano, George e John enchendo a cara: consolo
A cerveja que 'salvou' a desastrosa noite em Aldershot


Lennon entornando a saideira: 'só tomando (mais) uma!'

segunda-feira, julho 22, 2013

Show dos veteranos

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Alex já fez 4 gols no Brasileirão deste ano
Assim como destacou o Glauco no post sobre o jogaço entre Santos e Coritiba na Vila Belmiro, em que o veterano Alex (35 anos) marcou dois gols, "o craque paranaense prevaleceu". Sim, craque. Como eu havia escrito aqui no blog, em janeiro, "eu prefiro Alex" a Paulo Henrique Ganso. E, já naquele início de ano, eu cravava: "Na minha seleção brasileira, o veterano meia, que encantou palmeirenses, cruzeirenses e turcos, seria titular absoluto." Continuo achando o mesmo. E o excelente desempenho do meia, sério candidato à destaque deste Brasileirão (pelo menos até o momento), confirmou minha impressão. É um craque total. Vale cada centavo pago por ele - e exatamente o oposto pode ser dito sobre o jovem (e improdutivo) Ganso...

Zé Roberto: fôlego de menino aos 39 anos
Outro que continua brilhando, sempre discreto e eficiente, é o meia Zé Roberto, do Grêmio. Joga para o time, é o tipo de "cérebro" do meio-campo que já não vemos com tanta frequência no futebol brasileiro (e quiçá mundial). Fez 39 anos no início deste mês mas parece o mais jovem do time, tanto em aparência quanto em forma física. E continua jogando uma barbaridade. É outro que, se fosse convocado para a seleção, não deveria espantar ninguém. Seria apenas justo. Mas é claro que, assim como Alex, enfrenta a barreira e o preconceito da idade. Uma pena. Fico imaginando um time com os dois no meio-campo. Seriam perfeitos numa equipe de garotos como o Santos atual. Zé Roberto é outro cracaço incontestável.

Nem os mais otimistas diriam que Seedorf jogaria tanto
Completando a lista de veteranos que estão dando show de bola neste Brasileirão, incluo um gringo: Seedorf. Comparo esta sua passagem pelo futebol brasileiro à do Ronaldo Nazário no Corinthians. Duas contratações muita badaladas mas que, quando anunciadas, ninguém imaginava que pudessem ser tão bem sucedidas. Nem o mais otimista dos botafoguenses poderia imaginar que o holandês/surinamenho de 36 anos pudesse mostrar tanto serviço com a camisa de seu time. E tem uma capacidade de liderança nata. Para mim, seria uma peça exata para se encaixar num time como o Internacional-RS, por exemplo. Mas, com ele, o Botafogo já está dando e ainda vai dar mais trabalho. Enfim, estamos muito bem servidos de veteranos, que enchem nossos olhos numa selva de cabeças-de-bagre. Vida longa para eles!

quarta-feira, novembro 24, 2010

Let it be

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Na lista de vexames da diretoria do São Paulo nos últimos anos, que incluiu o Roberto Justus entrando em campo com o time e o Gilberto Kassab recebendo uma camiseta personalizada, podemos agora listar mais um: segundo o diário Lance!, "durante o show de Paul McCartney no Morumbi, Juvenal Juvêncio recebeu em seu camarote o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o ex-governador José Serra e o atual governador, Alberto Goldman". Aproveitando a nostalgia beatlemaníaca, os três patetas, digo, políticos, que fizeram um esforço "hercúleo" para manter o Morumbi na Copa de 2014, devem ter dito a Juvêncio: "o sonho acabou". E, com o estádio recebendo tais figuras em um camarote, virou pesadelo. Mas, como diria Sir McCartney, "deixa estar". Sua hora chegará, Juvenal. Pode apostar nisso.

segunda-feira, março 22, 2010

Santos 9 X 1 Ituano - esse não era o Naviraiense

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Antes de falar da partida em si, é preciso apresentar a campanha do Ituano antes do jogo contra o Santos. Era o 11º colocado do Paulista, a 3 pontos do Palmeiras, clube com o qual empatou em 3 a 3. A defesa do interior, inclusive, era melhor que a do clube do Palestra Itália, 21 gols sofridos contra 26. O São Paulo só superou o Ituano, no Morumbi, por 1 a 0 com um gol de pênalti.

Acho que está claro que o Ituano não é um Naviraiense. E olha que assustou o Peixe a um minuto de jogo, com uma falta na qual João Leonardo recebeu a bola em jogada ensaiada. Rodrigo Mancha foi enganado na marcação e o Santos sofreu o gol. No lance, duas lições. Primeiro, que não basta colocar um marcador “de ofício” na equipe para melhorar a defesa. Mais importante é saber ocupar espaços atrás, acuar o adversário e fazê-lo com que se preocupe mais em se defender do que atacar. Um volante a mais no time, junto com Arouca, não evitou o gol do Ituano.

A segunda lição foi para o próprio rubro-negro de Juninho Paulista. Não se cutuca a onça com vara curta. Se o Peixe poderia levar o jogo em banho-maria, o fato de sair atrás no marcador fez com que os meninos peixeiros acelerassem a partida. Uma, duas, três oportunidades. E tome falta do Ituano, como tem sido comum no comportamento dos rivais que se deparam com o Santos. Aos 14, veio o empate com André. A virada anunciada só aos 27, na falta que originou a justa expulsão de Carlos Eduardo, que tomou o segundo amarelo. Ganso marcou na cobrança de Marquinhos, seu companheiro de armação.

Depois, veio o terceiro. E o quarto. Após o intervalo, o Alvinegro voltou mordendo, marcando pressão na saída de bola do adversário. Não adianta ficar aqui descrevendo a partida ou os gols. Melhor vê-los. O Ituano teve mais dois atletas expulsos (justamente), mas o Santos já havia feito o oitavo gol quando isso aconteceu. E o santista Wesley também recebeu seu vermelho no fim da partida.



Mesmo assim, vão dizer que o Ituano é fraco, que jogou com um a menos a maior parte do tempo... Mas, se o santista ouvir isso de algum rival, pergunte a ele qual foi a última vez que ele viu seu time vencer alguém fazendo nove gols. E olha que isso aconteceu dez dias após uma vitória por dez gols. Ainda se pode acrescentar que o Alvinegro jogou sem duas das três principais estrelas do time, Neymar e Robinho. Mas nada convencerá os céticos. Azar o deles.

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Escrevi um texto sobre as meias verdades que seriam ditas após a derrota para o Palmeiras que uma das assertivas falsas era de que “O Santos vai ‘perder o encanto’ e o Palmeiras vai ‘desencantar’”. O Porco foi derrotado pela Ponte Preta em casa e o Santos fez o que fez. Os rivais, e também os santistas, precisam parar de se precipitar.

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Conversando com a amiga Bia depois da vitória sobre o Naviraiense na Vila Belmiro, ela dizia que um garoto que presenciou aquela vitória no estádio jamais deixaria de ser santista. Ontem, quem viu no Pacaembu a vitória peixeira vai ter uma lembrança inesquecível. E é esse o ganho que não pode ser medido, mas que é obtido pelas apresentações espetaculares do Santos.

Não são necessariamente os resultados que conquistam o coração de um torcedor. E foi assim que um clube praiano, de uma cidade média, um “time de bairro” como disse José Roberto Torero uma vez, virou grande mesmo sem ser de uma capital do país. O Santos sempre conquistou fãs pela capacidade de fazer sonhar. Que continue assim.