Destaques

quarta-feira, abril 04, 2007

Na conta do manguaça

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Na frente de uma banca de jornal, diante de publicações esportivas, em meio a uma discussão impossível de ser identificada a distância, um manguaça decreta ao dono do estabelecimento:
— Nada... Hoje sai esse milésimo do Romário... Nem que seja gol contra.

Bento XVI, esse comunista

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Foto: L'Osservatore Romano

Na BBC Brasil está lá. O papa Bento XVI elogia, em seu novo livro, Jesus de Nazaré, o pensador alemão Karl Marx. Apresentado no dia 13 e colocado à venda no dia 16 de abril, quando Ratzinger faz 80 anos de idade, a obra começou a ser escrita em 2003, antes de ter se tornado pontífice. Seria portanto fruto de uma "pesquisa pessoal" e não um documento da Igreja.
"O homem, no curso de sua história, foi alienado, torturado, explorado. A grande massa da humanidade viveu quase sempre na opressão. Por outro lado, os opressores são uma degradação do homem. (...)
Karl Marx descreveu de maneira drástica a 'alienação' do homem. Mesmo que não tenha atingido a verdadeira profundidade da alienação – porque raciocinava apenas em âmbito material – forneceu uma imagem clara do homem vitimado por bandidos."

O trecho, segundo a BBC, é de um capítulo dedicado à parábola do Bom Samaritano, em que "bandidos", para usar a terminologia de Ratzinger, espancam um homem, depois de assaltá-lo. Na narrativa bíblica do Novo Testamento, o estrupiado é deixado na beira da estrada, diante de transeuntes de várias posições sociais. Apenas um estrangeiro (o samaritano, no caso) é que o ajuda.

O dado curioso do "elogio" a Marx é que Ratzinger foi o autor do interrogatório de Leonardo Boff, em 1984, no Vaticano e, quando cardeal próximo a João Paulo II, foi dos que mais fizeram contra a Teologia da Libertação, corrente que propunha uma leitura marxista da Bíblia.

Embora signifique pouca coisa (ou quase nada), até porque contém uma divergência clara entre as visões, quem sabe não é um começo pra tornar o título do post menos sensacionalista?

Diretoria do SP: "Eurico é necessário ao nosso futebol"

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O quase perfeito desempenho do São Paulo dentro de campo nos últimos anos - campeão paulista, da Libertadores, mundial e brasileiro em duas temporadas - fez com que se repetissem muitos chavões sobre a administração do clube. Que seria um exemplo de profissionalismo, organização, planejamento, etc., etc., etc...

Pois bem, essa diretoria "modelo" fez uma que, se fosse feita pela diretoria do Corinthians, já teria ganho toda a imprensa e repercutido até não poder mais.

O site do Vasco divulga uma carta do presidente do Conselho Deliberativo do São Paulo enviada ao presidente do clube cruzmaltino, Eurico Miranda. A intenção da missiva é elogiar o empenho de Eurico a incentivar os mil gols de Romário.

Mas o "auge" do texto está no momento que o dirigente tricolor diz a Eurico: "você é necessário ao nosso futebol".

Confiram vocês mesmos clicando aqui.

Feio isso, não?

terça-feira, abril 03, 2007

Negócio de ocasião

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Essa vai para a diretoria do Corinthians: em Rondônia, o também ex-goleiro Mazzaropi (contemporâneo de Leão) acaba de deixar o comando técnico do Vilhena. Informei.

80 anos de uma vitória histórica

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Além dos mil gols de Romário, a torcida do Vasco da Gama terá mais uma data comemorativa neste mês: em 21 de abril, o estádio São Januário completará 80 anos. Mas há um detalhe que poucos vascaínos vão querer lembrar: o adversário e o placar da partida inaugural. Pois coube ao Santos F.C. aplicar um sonoro 5 a 3 na equipe carioca – um prenúncio do que faria o chamado “ataque dos 100 gols” no Campeonato Paulista do mesmo ano. O santista Evangelista fez o primeiro gol em São Januário e depois marcou mais um. Araken, Osmar e Feitiço completaram a goleada e Galego, Negrito e Pascoal diminuíram para o Vasco.
O Rio de Janeiro ainda era a capital do país e, para se ter uma idéia da importância da solenidade, a partida foi assistida pelo presidente da República, Washington Luís, e por diversos ministros e personalidades da época. Construído no tempo recorde de 10 meses, o estádio São Januário tinha capacidade para 40 mil pessoas – foi o maior da América do Sul até a inauguração do estádio Centenário, no Uruguai, em 1930, e o maior do Brasil até 1940, quando foi concluído o Pacaembu.
A fita simbólica da inauguração foi cortada pelo comandante português Sarmento de Beires, que acabara de cruzar o Atlântico percorrendo de avião, pela primeira vez, o trajeto Lisboa-Rio. E o pontapé inicial foi dado pelo presidente da Confederação Brasileira de Desportos, Oscar Costa (na foto que ilustra o post, ele chuta a bola sob observação dos santistas Feitiço e Araken).
Mas os paulistas botaram água no vinho verde da colônia vascaína. O Santos venceu com Tuffy, Bilu e Davi; Alfredo, Julio e Hugo; Omar, Camarão, Feitiço, Araken e Evangelista. E o Vasco, fenômeno popular do futebol carioca na época, foi derrotado com Nelson; Espanhol e Itália; Nesi, Claudionor e Badu; Pascoal, Torterolli, Galego, Russinho e Negrito.
Naquele ano, o Santos ainda venceria outro amistoso contra o Vasco. Por isso, ganhou da imprensa o adjetivo de "Campeão da Técnica e da Disciplina". Em 1957, ao compor o hino oficial do alvinegro praiano, Carlos Henrique Roma fez alusão a esse feito: “Com técnica e disciplina/ Dando o sangue com amor/ Pela bandeira que ensina/ Lutar com fé e com ardor”.
Menos de um mês após a inauguração de São Januário, o Peixe estreou no Paulistão com uma estrondosa vitória de 12 a 1 sobre o Ypiranga, com sete gols de Araken - recorde em uma única partida, só superado 37 anos depois por Pelé, que fez oito no Botafogo-SP. No estadual de 1927, o Santos marcou 100 vezes e terminou com média de 6,25 gols por partida. Mas a excelente campanha não garantiu o título. No último jogo, quando só precisava empatar, foi derrotado em casa pelo Palestra Itália, por 3 a 2. De qualquer forma, foi um ano histórico para o Santos.

Para Pelé, Romário não marcou milésimo porque Deus o ajudou

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Na Agência Estado, Pelé diz: “Acho que foi até bom, porque ia ser no 1º de abril e ia ser o gol da mentira. Acho que foi até uma ajudinha que Deus deu pro Romário.”

E foi além: “Ele vai fazer. É claro que ele vai fazer. E é bom porque é mais um que mostra que o futebol brasileiro é o mais ofensivo de todo o mundo”, disse Pelé, que destacou ainda o lado positivo da espera. “Os jogos do Rio que não vinham dando renda e foram quase 60 mil pessoas ao jogo do Romário”, contabiliza.

Ele pediu orações para a recuperação de Diego Maradona e ironizou o reconhecimento da Fifa do título da Copa Rio de 1951 como título mundial. Se fosse assim, diz o atleta do século passado (olha a rusga), o Santos teria uns oito títulos só no tempo em que ele comandava as excursões pelo mundo.

O fim da era Leão

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Até que demorou. Foram sete longos meses para o ex-técnico corintiano Emerson Leão sair do clube após brigar com atletas argentinos, dirigentes, jogadores, imprensa, faxineiro, roupeiro, massagista e o que mais passassse na sua frente.

Justo? Talvez não, mas necessário pela situação que se criou. Confesso que, a despeito do senso comum da mídia, que estava adorando malhar o treinador, acho Leão competente. Em 1998, quando treinou o Santos, era o único esquema tático que se diferenciava do comum 4-4-2 e do então recém-adotado-por-qualquer-técnico-brasileiro 3-5-2. Ele colocou o time pra jogar com três atacantes, Lúcio (ex-Flamengo e outros 20 times) na esquerda, Aristizábal na direita e Vila pelo meio. Um bom e efêmero ataque já que os pontas foram vitimados pelo péssimo estado dos gramados destas bandas.

Já em sua segunda passagem, em 2002, todos sabem o resultado. tirou o time da fila, sacou do ostracismo Renato e Elano, encostados no clube, recuperou um desacreditado Paulo Almeida, promoveu Robinho a titular, fez um tal de Alberto marcar gols (alguém lembra dele jogando bem em outro time?) e preferiu treinar moleques a acolher "astros" veteranos gentilmente oferecidos por Marcelo Teixeira.

Ainda faria sucesso no São Paulo, montando o time que seria campeão da Libertadores mais tarde (Paulo Autuori inteligentemente não alterou o esquema da equipe). Mas depois disso começaria sua via crucis. Foi para o Japão, voltou com o rabo entre as pernas, e teve uma passagem tumultuada pelo Palmeiras. Quando parecia que ia engrenar no São Caetano, foi seduzido pelo Corinthians. Tirou o time da zona de rebaixamento do Brasileirão, mas não deu padrão à equipe. Escurraçou alguns jogadores como Mascherano e Tevez, e viu vários - vários mesmo - outros atletas escaparem das suas mãos por pura incompetência da diretoria do time.

Hoje, não sorri mais como no tempo em que treinava os meninos da Vila e voltou a ser carrancudo e ranzinza. Mas, um argumento usado ad nauseam e que é um pavoroso lugar-comum, é chamar Leão de autoritário e esculachá-lo por conta disso. De fato, ele é. E os outros? Muricy é um docinho de pessoa, assim como o elegante Vanderlei? E o treinador mais louvado e incensado do país, Bernardinho, que fala muito grosso com mulheres e alivia com homens? Será ele um exemplo de ponderação?

Na verdade, parece que as pessoas pedem por um tipo de técnico "discplinador", eufemismo para autoritário, que trate os jogadores como crianças arredias. "Boleiro tem que ter rédea curta", pregam os sábios. Talvez como qualquer empregado, garçom ou coisa que o valha. Quem comanda tem que mandar de fato, pensam, refletindo um ranço histórico da sociedade brasileira. Será que é só o Leão que age assim? Se ele fosse bem sucedido no Timão, seria tão questionado por seu autoritarismo?

segunda-feira, abril 02, 2007

As quartas-de-final da Liga dos Campeões

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Amanhã, terça, e quarta-feira acontecem os jogos de ida das quartas-de-finais da Liga dos Campeões da Europa. Para quem puder ver ao vivo nos canais ESPN (infelizmente não é o meu caso), é um prato cheio. Quem não puder, poderá ver os tapes.

A Inglaterra colocou três times entre os oito: Chelsea, Liverpool e Manchester United. Os italianos Roma e Milan, o holandês PSV, o espanhol Valencia e o alemão Bayern de Munique completam a lista. Na terça-feira, o grande clássico Milan x Bayern de Munique, no San Siro, em Milão, é a grande atração, embora seja provável que, pelas características dos dois times, o futebol não seja dos melhores. É um duelo imprevisível. Jogando um futebol feio e pragmático, o Milan passou pelo Celtic da Escócia nas oitavas com um gol de Kaká na prorrogação. Mas a força de sua camisa pode levá-lo às semifinais. Mal no campeonato alemão, o Bayern Munique é uma incógnita, mas tem tradição. Nas oitavas, eliminou o Real Madrid.

Na quarta-feira, o jogo que mais chama a atenção é Roma x Manchester. Considerado um dos favoritos ao título, o time inglês – que se classificou ao bater o fraco Lille, da França – tem pela frente um dos melhores times da Europa no momento (não se sabe até quando), a Roma, que eliminou fora de casa o forte Lyon na fase anterior, vencendo por 2 a 0. O Liverpool vem credenciado por ter superado o antes favorito Barcelona, de Ronaldinho Gaúcho. Pega o PSV, que joga um futebol muito distante da bela escola holandesa.

O sempre forte Chelsea (que despachou o Porto) joga com o Valencia (que eliminou a Inter de Milão). O time inglês é favorito, mas o Valencia, tradicionalmente, dá trabalho.
Junto com Van Nistelrooy do já eliminado Real Madrid, Kaká (foto acima) é o artilheiro da competição, com seis gols.

Confira a programação

Terça – 03 de abril

Ao vivo
15:45 - PSV X Liverpool - ESPN Brasil
15:45 - Milan x Bayern Munique – ESPN

VT
00:00 - Milan X Bayern de Munique - ESPN Brasil
*17:45 e 22:00 - PSV X Liverpool - ESPN
* O canal dá os dois horários para o VT na programação

Quarta – 4 de abril

Ao Vivo
15:45 - Chelsea x Valencia - ESPN Brasil
15:45 - Roma x Manchester United - ESPN

VT
17:45 - Chelsea x Valencia - ESPN
00:45 - Roma X Manchester United - ESPN Brasil

Estavam superestimando o Palmeiras

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Um título alternativo para o post seria: Palmeiras não segue na Copa do Brasil. Pelo título que ficou, naturalmente é uma resposta ao "Estão subestimando São Caetano e Bragantino".

O Ipatinga foi derrotado pelo Atlético Mineiro no estádio Independência, em Belo Horizonte, no domingo, dia 1º. O gol de Coelho deu a classificação ao clube, segundo colocado no estadual há dez partidas sem perder (sem contar outras duas pela Copa do Brasil). Segundo consta, a atuação atleticana foi pouco convincente.

Mesmo com o revés no estadual e numa campanha mediana, o Ipatinga tem tudo para seguir na Copa do Brasil. O possível desfalque de Edmundo na quinta-feira, principal jogador do Palmeiras, a vantagem de 2 gols adquirida na primeira partida e a pouca capacidade do time paulista de reagir em partidas decisivas são o que sustenta a argumentação.

No estadual, apenas contra o Paulista de Jundiaí, em janeiro, e contra o Sertãozinho, em março, o time saiu atrás no marcador e conseguiu virar. Nas outras ocasiões em que tomou o primeiro gol da partida, foram empates e derrotas. Em momentos decisivos, como no jogo contra o Noroeste, em 7 de março, quando poderia ter subido às quatro primeiras, perdeu em casa. Contra o São Paulo, no Morumbi, dia 1º de abril, outra derrota.

Tendo de vencer por três gols de diferença para se classificar, ou por 2 a 0 para levar para os pênaltis, o retrospecto não é favorável. Com Edmundo baleado e Valdívia ainda instável, é difícil imaginar vitória tão larga.

Para piorar, o time vai precisar mostrar reação também no campeonato Paulista. O Bragantino tem o Sertãozinho fora de casa e o Barueri em Bragança. Nada muito complicado. Já o São Caetano pega dois na corrida contra o rebaixamento: em casa o São Bento e como visitante o Rio Branco.

Como o time de Parque Antartica depende de tropeços dos adversários, além de fazer o dever de casa, a lua-de-mel do técnico Caio Jr. com a torcida tende a acabar em breve.

Estão subestimando São Caetano e Bragantino

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Parece consenso entre a mídia esportiva - e mesmo entre os colegas futepoquenses - que a final do Campeonato Paulista será disputada por dois dos chamados "times grandes". A aposta óbvia é Santos x São Paulo e por isso já existe até briga, nos bastidores, pela definição dos locais dos jogos decisivos. Foi só o Palestra reagir nas últimas duas ou três rodadas para que já dessem sua classificação como certeza absoluta - e alguns otimistas apostaram até num Santos x Palmeiras na final. Para mim, isso é subestimar demais os outros clubes que brigam por vaga nas semifinais.
O São Caetano, por exemplo: é um dos times mais regulares da competição. Tem 10 vitórias, sendo 4 fora de casa. Entre seus destaques estão Somália (foto), o artilheiro do campeonato, e Douglas, um meia realmente muito promissor. O time vai fazendo uma campanha semelhante a de 2004, quando chegou desacreditado à segunda fase e atropelou São Paulo e Santos antes de conquistar o título contra o Paulista de Jundiaí.
Outro clube que ninguém está prestando atenção, no momento, é o Bragantino. Seus principais artilheiros, Alex Afonso e Everton, merecem atenção. O time fez 33 gols - é o quarto melhor ataque, empatado com o Noroeste. E tomou só 15 gols até aqui, sendo a segunda melhor defesa. Mesmo assim, a mídia esportiva só fala de Santos, São Paulo e Palmeiras e ninguém analisa ou comenta com mais detalhes (e respeito) o trabalho desses clubes que correm por fora.

É claro que Santos e São Paulo são, disparados, os melhores do futebol paulista. Mas a segunda fase, a partir das semifinais, é outro campeonato. E esses times, digamos, "medianos", levam sempre a vantagem de não enfrentarem qualquer tipo de pressão, pois não têm torcida expressiva e não estão disputando a Libertadores em paralelo. É aquela coisa: se perderem, deu o óbvio; se ganharem, parabéns.
Por isso, não acho que a final entre dois "grandes" seja uma certeza incontestável. Muita gente graúda já se deu mal por pensar assim. De qualquer forma, pela vontade, aplicação e poder de reação que os limitados São Caetano e Bragantino (e memo o Paulista de Jundiaí) vêm mostrando nessa reta final, penso que a próxima fase do Paulistão será bem emocionante. E sem essa de "já ganhou".

Carta Maior sai do ar

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Pois é, e lamentavelmente quem tentou entrar em http://agenciacartamaior.uol.com.br/ constatou que a Agência Carta Maior saiu mesmo do ar. Triste. E preocupante. Mostra a precariedade com que a chamada imprensa independente trabalha, a dificuldade que tem para sobreviver.

Concorde-se ou não com a linha editorial da agência e de outros veículos que insistem em desafinar o coro dos contentes (Torquato Neto), ela tinha (espero que este verbo no passado não seja definitivo) uma importância muito grande na web, como fonte de informações e, principalmente, de análise a partir de um ponto de vista "do lado de cá" do espectro político.

Eu tenho motivos particulares para lamentar. Os jornalistas Betch Cleinman, Antônio Martins e eu participamos do que se poderia chamar de embrião de Carta Maior, em 1999. Atualizávamos diariamente e tinha uma edição semanal. Falo embrião porque nem mesmo o Flávio Aguiar parece considerar a existência de Carta Maior antes de 2000, como mostra seu editorial da semana passada, embora já então (1999) a agência estivesse no ar, ainda que precariamente. Mas com o mesmo estilo que depois consolidou. Saí da promissora agência em março de 2000, para trabalhar na Revista Submarino.

Seja como for, eu torço para que Carta Maior encontre forças e volte ao ar.

domingo, abril 01, 2007

3 a 1

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22 min do segundo tempo: falta para o Palmeiras não marcada pelo árbitro no meio de campo. Richarlyson pega a sobra, avança, chuta no ângulo e faz um golaço. Finalzinho de jogo e Arnaldo César Coelho na Globo aprova a arbitragem do Wilson Luiz Seneme: "manteve a disciplina". Resultado: 3 a 1 para o São Paulo.

Primeiro tempo: de novo, apito tricolor

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Volto a dizer. Não tem pra ninguém. Se é pra errar, que se erre para o tricolor. Se é pra marcar aquele pênalti para o tricolor, teria que marcar uns 5 pênaltis por jogo. Mas, pro tricolor, marca-se.

Nem Deus alcançaria aquela bola, mas foi pênalti pro tricolor. A TV tem que repetir a jogada 20 vezes pra se concluir que foi falta (nem falta foi), mas o juiz viu pênalti incontinenti. Pro tricolor. Não há bom senso quando o tricolor joga.

Sinceramente, se eu fosse tricolor, teria vergonha. Ainda estamos no intervalo. Talvez o juiz compense no segundo tempo. Mas eu queria que um juiz (no cômputo geral de um jogo) decidisse contra o... tricolor.

Trivela, de olho na Copa América

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No Trivela, há um resumo dos amistosos das equipes americanas na semana, seleção por seleção. É um gria para quem quer acompanhar a Copa América de 2007, sediada na Venezuela.

Destaco a Colômbia:

Resultados: 3 x 1 Suíça e 2 x 0 Paraguai
Certamente a Colômbia é a seleção que termina a semana com mais motivos para comemorar. A equipe de Jorge Luis Pinto mostrou consistência e um esquema de jogo que começa a se definir. Os zagueiros Arizala e Ivan Córdoba foram testados nas laterais e responderam bem, sobretudo contra a Suíça. O zagueiro Mosquera também deu segurança à defesa, permitindo que Viáfara e Dominguez trabalhassem com tranqüilidade no meio-campo. No ataque, quem começa a ganhar espaço é Chitiva, do Pachuca.

P.S.: Enquanto isso, em Johanesburgo, a Bafana Bafana, do técnico brasileiro Carlos Alberto Parreira, estreiou mal, com derrota para a Bolívia por 1 a 0.

Difícil jogar futebol

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Tá no UOL Esportes, sobre o empate entre Corinthians e Sertãozinho, por 2 a 2, em pleno Pacaembu. O texto começa com o seguinte nariz de cera:

A meta estabelecida pelo Corinthians para o restante do Campeonato Paulista era manter a dignidade e honrar a camisa do clube com vitórias nas últimas partidas da competição. Mas nem isso o time do Parque São Jorge conseguiu fazer.
Mais adiante, o volante Magrão dispara, ao reconhecer o direito da torcida de cobrar atuações melhores do time: "Eu tenho apenas que me preocupar em jogar futebol, e está difícil fazer isso."

Então tá.

sábado, março 31, 2007

Direitos? Que direitos?

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Antonio Cruz/Ag Br
Fruto de greve, paralisação, motim ou seja lá o que for, o caos a que assistimos nos aeroportos é indesculpável. Ao contrário de CPIs com fins políticos, deveria trazer à tona de novo, a meu ver, isto sim, uma discussão séria no âmbito do Parlamento sobre a necessidade de se regulamentar a greve de setores essenciais do serviço público. Limitando esse direito, óbvio, como defendeu até mesmo o presidente Lula, que foi por isso duramente atacado há algumas semanas, já que ameaçou o “sagrado” direito de uns achincalharem o Direito (com D maiúsculo mesmo) dos outros, no caso o consumidor dos serviços do transporte aéreo e o cidadão. Resumindo, o Brasil.

“Nós estamos com um gravíssimo problema que afeta a segurança nacional”, teria dito o novo ministro da Comunicação Social, Franklin Martins. Mas o velho ministro da Defesa, Waldir Pires, que parece encarnar como ninguém o personagem lendário do bobo da corte, continua a ser uma figura decorativa, sem autoridade, que não sabe de nada, nada resolve, nada vê. É vergonhoso. O presidente da República quis preservar a figura histórica do Waldir Pires, por sua folha se derviços prestados ao país, pobrezinho.

Em qualquer país sério do mundo, um ministro gagá como esse sequer teria assumido. A crise se prolonga há seis meses e nada acontece. O ministro continua lá, preservado, e atravessou incólume até mesmo a reforma ministerial. Parece que teremos que nos acostumar ao caos como algo normal. A nova paralisação, como diz a Agência Brasil, “ocorreu um dia após uma liminar do ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), ter determinado o desarquivamento do pedido de criação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Apagão Aéreo”.

O governo aceitou conceder uma gratificação salarial de emergência e garantiu que nenhum grevista será punido. Ótimo. Danem-se os cidadãos. Salve os direitos dos controladores de vôo.

Ele vende cachaças, mas bebe só cerveja

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Nivaldo Gomes de Oliveira, dono da Solution, tem em seu escritório, perto da avenida Paulista, cerca de 2 mil cachaças diferentes. Seria mais um distribuidor, não fosse por uma peculiaridade: só bebe cerveja.

A empresa de importação e exportação e distribuição, se dedicava apenas a matériais industriais, equipamentos de proteção individual de trabalhadores etc. Foi para trazer itens do estrangeiro que foi chamado por dois empresários que, no início da década de 90, decidiram lançar uma nova marca da que matou-o-guarda.

Para se diferenciar num mercado dominado pela baixa qualidade das levanta-defunto de Pirassununga, queriam importar um modelo de garrafas. Nivaldo ouviu, desconfiado, todas as qualidades da bebida. Ao conhecer o pedido dos interlocutores, respondeu:

— Não recomendo... Por mim, valeria a pena. Eu trago as garrafas, vocês lançam o produto, eu faturo o meu e vocês os seus. Daqui uns anos, na hora de repor, se o vidreiro do exterior fechar, toda a identidade construída vai por água abaixo, porque o recipiente vai ter que mudar...

Convencidos diante de um modelo similar nacional, pediram que o convidado permanecesse para uma rápida apresentação de uma consultoria contratada para assessorar o lançamento. À época, o interesse dos fabricantes era comercializar por R$12 cada garrafa de um litro, mas contrataram uma pesquisa de mercado para conhecer a viabilidade da idéia. Os resultados eram desanimadores. O máximo que poderiam obter por unidade era R$9, indicava o levantamento.

Nivaldo se ofereceu para conduzir um outro estudo. Nunca fora capaz de diferenciar as pingas – todas iguais a seu ver, davam a mesma dor de cabeça quando misturadas na caipirinha e consumidas em excesso. Mas se os empresários estava tão confiantes, se garantiam que era tudo aquilo, poderiam apostar uma verba extra em outra enquete.

Dez dias depois, os resultados apontavam que o preço projetado poderia vender bem. Tudo dependia de que tipo de manguaça se entrevistava. Questão de segmentação.

Os satisfeitos empresários, pediram a Nivaldo que fizesse a distribuição. Depois de muita resistência, cedeu. O resultado, para o cervejeiro que vende cachaça, está aí.

Em tempo, a marca lançada era a Espírito de Minas que, hoje, é vendida em embalagens de 750mL por R$ 27 a R$36. A dose não sai por menos de R$4 em botecos paulistanos metidos.

sexta-feira, março 30, 2007

Momento do mé: Serra das Almas

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Em tonéis de guarapeira descansa uma das mais conhecidas cachaças com certificação orgânica, a Serra das Almas. Produzida em Rio de Contas, na Chapada Diamantina, na Bahia, a péla-goela da linha ouro tem o tom amarelado das envelhecidas, mas um acento diferente no sabor.

Quem oferece é Nivaldo, da Solution, distribuidora de 2 mil rótulos, instalada em São Paulo. O engenheiro que virou cachaça será tema de outro texto futuro.

A adoção do padrão orgânico é um nicho que algumas preciosas passaram a adotar a partir da década de 90. No caso da Serra das Almas, são 24 pequenos produtores de Rio de Contas dedicados ap alambique. Como a certificação informada na página da lamparina (no Instituto Biodinâmico e do Commercio Alternativo da Itália) só foi obtida por cinco deles, os outros vendem seu mé para ser engarrafado sem o selo ambientalista.

A danada provada foi a ecologicamente correta, que desce macia e deixa um sabor de diferente, dos tonéis de guarapeira. Nunca tinha provado nenhuma envelhecida nessa madeira. Mas vale a pena.

No mesmo segmento das orgânicas, o Nivaldo da Solution me apresentou outras garrafas, como a Tietê e a Tiquara, ambas do sítio São Benedito, de Arealva, em São Paulo, bem como a Terra Vermelha, tipo exportação, com selo da USDA, o departmento norte-americano de agricultura. Mas se eu experimentasse todas elas, não continuava o dia. Juro que só anotei os nomes.

A vanguarda da revolução

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De um jornalista embrenhado na cobertura de agências de notícias:
"Esses controladores (de vôo) são a vanguarda da revolução. O dia em que quiserem exigir qualquer coisa, é só fazerem greve que o país pára".

Santos x Palmeiras

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A incidência impressionante de posts sobre o Palmeiras e seu astro Edmundo no blog é, eu diria, um sintoma de que o Palmeiras de fato parece que quer ser campeão.
Bom, eu devo reconhecer que sou fã incondicional do Edmundo. Acho que as coisas estão dando muito certo para o Palmeiras na reta final, o Animal está iluminado, o bandeirinha erra a favor, os golaços aparecem, a tal "sinergia" rola.
Acho que a final será Santos x Palmeiras. Vai ser muito legal se isso acontecer. Desde que eu gosto de futebol, essa final nunca aconteceu, e lá se vão décadas. Seria uma final maravilhosa.