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No Brasil, não teve torcedor que não tirou sarro da ida de Romário para o portentoso Miami FC, time estreante de uma liga secundária do importantíssimo futebol dos Estados Unidos. Pois para a diretoria do Miami não se tratou de nenhuma piada, pelo contrário. Segundo matéria do Uol Esportes, estão satisfeitíssimos com a passagem de seis meses do Baixinho pelas terras de Tio Sam.
O impacto da presença do veterano nos EUA é comparado ao plano ambicioso feito pela equipe do Cosmos, na década de 70. O Miami FC foi criado no início do ano passado e disputa a United Soccer League (USL), liga independente que rivaliza com a Major League Soccer, a "NBA" do futebol. O time terminou o campeonato em quinto lugar (de doze competidores, com clubes também de Porto Rico e do Canadá). Romário foi o artilheiro da competição, com 19 gols, foi eleito três vezes como o atleta da rodada, e quatro vezes eleito no time da rodada.
A quinta posição alcançada pelo Miami FC na USL foi encarada como uma conquista para um clube, criado no início do ano. O Baixinho, juntamente com o meia Zinho, ex-Flamengo e Palmeiras, foram as principais peças para o sucesso meteórico do time. "Nosso objetivo era contratar uma grande figura do futebol mundial para transformar o Miami em um time conhecido e vencedor. Com a contratação do Romário, demos um passo muito importante para essa meta. A vinda dele representou o feito mais importante da história da USL", orgulha-se Julio Mariz, presidente do Miami FC.
Do alto de seus 40 anos, é claro que Romário recebeu algumas regalias. Avesso a treinamentos, o jogador dizia compensar suas faltas aos coletivos treinando em particular. Além disso, existia um pacto no clube: o Baixinho só seria substituído quando pedisse. Nada que gerasse ciúmes no "estrelado" elenco do MIami. "Mesmo com a fama, o Romário se portava como um jogador comum, procurando ensinar o melhor posicionamento aos atacantes do time. Ele era como um professor para nós e por isso todos gostavam dele. Hoje o Miami já tem seu nome no cenário mundial e conta com propostas para amistosos em vários países", diz o meia do Miami, o brasileiro Diego Walsh.
A maior briga comprada por Romário foi com o centroavante jamaicano Onandi Lowe, líder de sua seleção na Copa do Mundo de 1998, considerado pelo camisa 11 um jogador "desagregador e marrento". Romário interveio e ordenou a saída de Lowe, sendo atendido pela diretoria.
A calmaria do camisa 11 em sua fase na América do Norte tem uma explicação: Miami é a cidade "mais brasileira" dos Estados Unidos, com praias, redes de futevôlei e agitadas baladas noturnas. "O Romário se adaptou muito bem à cidade. Não existe tanta pressão do torcedor, já que as atenções na cidade estão direcionadas ao futebol americano e ao beisebol. Além disso, Romário tinha a praia, futevôlei e toda a família com ele. O Romário gostou muito dessa fase", comentou Walsh.
Agora, imaginem o Romário num time em que não precisa treinar, só sai de campo quando pede, numa cidade com praia, futevôlei e balada à vontade, sem torcidor enchendo o saco e podendo mandar embora qualquer desafeto. Só não entendo porque o Baixinho não ficou por lá mais um pouco.