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Durante a década de 1990, a Matonense viveu dias razoavelmente "gloriosos" no futebol. Consegiu três acessos consecutivos, chegando à Série A-3 em 1996, à A-2 em 1997 e estreando na divisão principal do futebol de São Paulo em 1998. Ali, conseguiu ser páreo duro para os grandes em sua casa e obteve colocações intermediárias no Paulistão. Revelou até - olhem só - um lateral direito veterano, Zé Carlos, que foi para o São Paulo e jogou na Copa de 1998.
Como vários times do interior que enfrentaram a glória e a decadência em períodos bem próximos, em 2002 a equipe de Matão era rebaixada. Em 2005, caía para a Série A-3 e, em 2006, em uma campanha patética, conseguiu dois empates em dezoito partidas, sendo rebaixada para a quarta divisão sem sequer uma vitória. Para fugir da lama, o time, hoje presidido pelo polêmico Israel de Jesus, aposta em jogadas de marketing, como a criação do seu reality show.
A idéia, mais uma de Israel, tem como objetivo revelar novos talentos, garotos com idade de 13 a 18 anos. Segundo o site do time, "todos participarão de avaliações e testes em várias etapas". Os dez finalistas ganharão uma bolsa-estágio com direito a uma ajuda de custo mensal nas categorias de base da equipe e jogarão em campeonatos promovidos pela Federação Paulista de Futebol. O grande estímulo para os jovens é a oportunidade de serem indicados para negociações com o exterior.
O presidente Israel de Jesus é uma das figuras mais polêmicas do meio esportivo paulista. Empresário, ele arrendou o departamento de futebol da Portuguesa Santista no segundo semestre de 2004, quando a Briosa disputava a Série C do campeonato brasileiro. Ali, iniciou uma "revolução" dentro das quatro linhas, instituindo um esquema inovador, a "Roleta Russa Gigante". A tática consistia em dois laterais que não se movimentavam, permanecendo fixos próximos do meio-campo e, na hora de atacar, os atletas - com numeração variada e sem posicionamento definido - iam em bloco para o ataque, com apenas um deles ficando na zaga, estando terminantemente proibidos os chutões de goleiro e cruzamentos. A idéia era privilegiar os passes curtos e o jogo compacto.
A tática não deu certo, e a Santista entrou na Justiça para desfazer a parceria dois meses depois. Israel se justificou dizendo que a diretoria lusa não havia lhe dado o tempo necessário para implantar sua filosofia de jogo. Em janeiro de 2005, novo episódio envolvendo o empresário, agora na Matonense: duas equipes foram a campo para jogar contra o Nacional, partida válida pela Série A-2. Uma era do empresário e a outra da diretoria do clube. O presidente de então, ex-sócio do próprio Israel e que chegara magicamente à presidência do time de Matão (não era sócio ou conselheiro) ganhou a batalha e levou o time à ridícula campanha que resultou em mais um rebaixamento. Além disso, endividou o clube.
Israel assumiu a presidência da Matonense em julho de 2005 e chegou a renunciar, pedido que foi transformado pelo Conselho Deliberativo em licença. Terá a Matonense salvação?
3 comentários:
Vocês conseguem sempre um tema diferente. Parabéns! Quanto á Matonense, sem salvação... pobrezinha...
Bom nome para substituir o Kia no MSI...
Tá com pena, leva pra casa, não recomenda pros outros.
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