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quinta-feira, junho 14, 2007

Ilusionismo

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O ano era 1989 e Mike Tyson ainda era campeão mundial de pesos pesados. Um confronto entre o nº 1 e o nº 2 do ranking da CMB definiria aquele que seria seu principal desafiante. De um lado, Adilson Maguila Rodrigues, de outro, Evander Holyfield.

Começa a luta em Lake Tahoe. Maguila consegue aplicar bons jabs de esquerda, mantendo seu adversário, que possui maior envergadura, a uma distância segura. Baila bem, se defende, se esquiva. Ao fim do primeiro round, dá até mesmo a impressão de superioridade. No segundo assalto, entra mais confiante. Novos jabs de esquerda. Maguila, seguro, encurta a distância. Tenta aplicar sua potente direita e toma o contragolpe mortal. Nocaute no meio do segundo round. A sua superioridade não existia de fato.

Ontem, o ufanismo dos locutores brazucas viam o Grêmio superior ao Boca. Um lance quase faz o torcedor tricolor levantar do sofá, uma carga de um atleta gaúcho, não marcada pelo árbitro, faz a bola quase cair no pé de Tuta. Quase. Tirando isso, o clube quase uruguaio faz o que Maguila fez, mantém o Boca distante. Uma falta pra os portenhos e a ilusão de superioridade cai por terra.

"Gol irregular!", bradarão os gremistas. Os mesmo que disseram, em relação ao pênalti inexistente marcado a seu favor contra o Santos na primeira partida da semifinal, que reclamar era "choradeira de paulista". Por conta disso, os santistas com quem falei após o gol inaugural do Boca não escondiam sua satisfação.

Depois do gol, o Grêmio não consegue chegar. O Boca ameaça algumas vezes, mas já opta pelo controle da partida. no intervalo, o narrador tenta empolgar a torcida sulista. "O Grêmio teve bons momentos", força, sendo desmentido pelo teipe dos melhores lances, que só mostram o já citado lance de Tuta (aliás, o que ele rumina tanto durante a partida?).

Segundo tmepo, a mesma toada do primeiro, mas agora o Boca volta com mais ímpeto. Cria chances. O Grêmio também tem a sua. Os brasileiros não se entregam. São raçudos. Sandro Goiano, louvado e aclamado pelos comentarista tricolores que vieram até esse blog, é o simbolo da raça. Não sei que "raça" ele representa mas, pelo futebol jogado, seria um crime associar os elegantes mangalargas a ele, por exemplo. Mas o bravo não decepciona sua torcida. Vai lá e faz o que sabe. É expulso, com um jogo de atraso. Talvez devesse já iniciar as partidas com um cartão amarelo. Proteção aos adversários.

O Boca parece não alterar seu ritmo com um a mais. Só parece. Riquelme sofre falta próximo à área. Lembro de um lance semelhante na partida contra o Cúcuta. Na ocasião, ele colocou brilhantemente a bola no canto esquerdo do goleiro. Agora, a jogada ensaiada. O canto não é o esquerdo, o chute é forte.

Mas Juan Róman não estava satisfeito. Talvez os gaúchos finalmente tenham entendido o que é a "mística da dez". E o custo de ter como ídolo Sandro Goiano. Riquelme pega a bola, avança, finge uma finalização. Mais um raçudo atleta rival tenta o carrinho na jogada que era só ilusão. Cai. Abre espaço para o chute real. Saja defende. Palermo pega a sobra e cruza. O gol contra sepulta os brasileiros na partida.

Futebol não é só raça. É habilidade, é inteligência, é técnica. Mas às vezes muitos se iludem.

7 comentários:

Nicolau disse...

Olha, que o Grêmio só marcou é verdade. E o Boca levou o jogo com tranquilidade. Confesso que esperva mais dos argentinos, que não tinha visto jogar ainda. Acho que ouvi demais os narradores e comentaristas, que diziam que o Boca costuma "sufocar" em casa. lembro de um comentário que se mostrou muito acertado, acho que do Anselmo, que o Boca "parece que ganha o jogo quanod quer". Isso pareceu mesmo. De resto, quero o Riquelme no meu time.

Marcão disse...

A bronca contra os gremistas é tão grande que esse jogo tá rendendo mais posts (e comentários) do que a primeira partida da final de 2006...

Glauco disse...

Que final de 2006?

Anselmo disse...

nao foi meu o comentário citado.

o cléber machado disse isso de um jeito diferente durante todo o jogo...

Marcão disse...

A primeira partida da final da Libertadores de 2006, Glauco. Na época, assim que os finalistas foram definidos, houve apenas um post no Futepoca pré-primeiro jogo (da Thalita, no dia 6 de agosto), e um pós-derrota são paulina por 2 a 1 (meu, no dia 10).

Depois disso, a final entre Inter e São Paulo só rendeu mais um post, também de minha autoria, comentando o título colorado.

Neste ano, a coisa foi diferente: pelo menos cinco posts sobre Libertadores a partir da definição dos finalistas e (até o momento) mais três sobre o primeiro jogo da decisão - que dessa vez não envolve o time de nenhum dos futepoquenses. Realmente, parece que o Grêmio é mais odiado que Inter e São Paulo juntos.

Edu Maretti disse...

Esse sujeito que, com felicidade, o post diz que não pode ser comparado a um mangalarga, tem ainda um problema preocupante: o de parecer um psicopata.

Anônimo disse...

Acá si comenta mucho que gauchos brasileños imitan nosotro.
que gostan de ser parecidos com nosotro, y que sonhan un dia ser como nosotro.

perdón la sinceridad, más acá no tiemos la miesma opinión.
Acá nosotro tiemos muy orgulho de ser ARGENTINO, y no es interese noso, si rebaixar la ponto de ser conparado a brazucas.

UNA INFORMACIÓN: Acá onten onibus de hinchas de gremio(brasileños) fue petrejado y asaltado.
la verdad fue pouco, braisleños precisan levar la pancaditas para seren más educados y repeitar más los argenitnos.

Fútbol gremio es muy medilcre y decadiente.
la verdad fútbol brasileño en gerale, es MEDILCRE Y DECADIENTE.

caro señor, no soy hincha de Boca, soy hincha de Estudiantes, más fue muy bon ver jogadores brasileños seren humilhados en campo, iso es maravilhozo para nosotro saber que su fútbol y jogadores meldicres son decadiente.

muchas gracias,
Esteban
Córdoba