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quinta-feira, agosto 09, 2007

O aniversário do Velho Lobo

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Marcelo Ferrelli/Gazeta Press

Hoje, 9 de agosto, Mário Jorge Lobo Zagallo, faz 76 anos. Sempre tem aquela lenga-lenga de homenagens e blablabla de gente que adora louvar os ditos "vencedores". E isso Zagallo é. Conseguiu ser bicampeão do mundo como jogador em 1958 e 1962. Nas duas ocasiões, barrou Pepe, que sofreu contusões nos jogos preparatórios. Competência e sorte, o que talvez justifique tanta superstição.

Ali, eram dois estilos completamente diferentes. Pepe era o ponta aberto que conseguia chegar na área ou para cruzar a bola ou desferir sua bomba de esquerda. Já Zagallo era o ponta recuado, que ajudava na marcação do meio de campo, o que lhe rendeu o apelido de "formiguinha". Ainda como jogador foi tricampeão carioca pelo Flamengo, bicampeão pelo Botafogo em uma formação épica com Didi, Garrincha e Quarentinha.

Como treinador da seleção em 1970, substituiu João Saldanha. E, como se fosse uma sina que ele carregava, tirou um ponta-esquerda ofensivo, Edu, sempre titular entre as feras do técnico anterior, e colocou Rivellino como um falso ponta-esquerda. De novo, ganhou o pragmatismo.

Já na seleção de 1974, do alto de uma certa arrogância, disse que ia fazer suco da Laranja Mecânica, a estonteante Holanda. Naquele torneio, o talento preterido foi Ademir da Guia, que só entrou na última partida e ainda assim saiu no intervalo. O mandatário perderia também as Olimpíadas de 1996, quando a seleção brasileira teve uma das atitudes mais pernósticas que já vi no esporte, não comparecendo à entrega da medalha de bronze.

Como técnico na Copa de 1998, continuou sua opção pelo defensivismo. Retirou o meia Giovanni da equipe e colocou Leonardo, um meia recuado peleando pela esquerda. Deu no que deu.

Treinou todos os grandes do Rio, além do Bangu. Em São Paulo, só treinou a Lusa. Confesso que comprei um ingresso para assistir a uma partida entre a Portuguesa praiana e a paulistana no Ulrico Mursa e minha única finalidade era ficar no alambrado xingando o Velho Lobo atrás do banco de reservas. Um problema de saúde me impediu de cometer tal ato.

Nunca gostei dele. Continuo não gostando. Pra mim, fez mal pro futebol brasileiro, menos pela fanfarronice do que pela predileção pelo defensivismo, como atleta e treinador. Mesmo assim, a educação recomenda: parabéns, Zagallo.

5 comentários:

fredi disse...

Sobre o Zagallo, o que me incomoda é a reverência com que é tratado por todos.

Não dá para negar que é vencedor, mas alguém se lembra de alguma inovação, de algum time épico que tenha construído?
(Não vale a seleção de 1970, cuja contribuição que deu foi o deslocamento de Rivellino para a ponta, como já descreveu o Glauco).

É isso.

Parabéns, velho Lobo, sei que estás aposentado, mas se voltares, não dirija meu time não, por favor...

Anselmo disse...

acho que o Flamengo tá precisando de um técnico assim, aposentado. Ou o Corinthians.

Fabricio disse...

Tenho a ligeira impressão que 90% de quem gosta e acompanha futebol NÃO gosta do Zagallo.

Em 98 ainda conseguiu ser mais ridículo do que sempre foi quando perguntado de porquê ter escalado o Ronaldo depois das convulsões:

"- Mas se eu não escalo e perde, iam falar que errei."

Por mim já passou da hora dele dar uns pontos pra galera do bolão pé na cova.

Nicolau disse...

Que isso, Fabrício? Não vamos matar ninguém aqui. Se ele ficar em casa, aposentado, sem fazer declaraçõe spara a imprensa e nem pensar em treinar time nenhum, está de bom tamanho para mim. Talvez ele pudesse ir pro Palmeiras ou pro São Paulo, mas nem isso sei se quero. Não sei se vale a pena ter que ouvir o cara falar toda semana...

Fabricio disse...

Ok, ok, o pessoal do pé na cova tem de se contentar com o ACM por enquanto.

Acho que o meu medo vai além: ele ser chamado para ter algum cargo auxiliar na delegação da próxima Copa do Mundo e ficar falando que vamos ter de engolir.