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O habeas corpus levou menos de 48 horas para sair. Daniel Dantas e outros dez detidos na operação Satiagraha foram liberados na noite de ontem, 9. Celso Pitta e Naji Nahas seguem na sede da Polícia Federal.
Jornalistas fizeram plantão por lá durante o dia para ouvir os advogados de defesa queixosos por não terem acesso aos autos do inquérito, mas apenas à decisão que determinava a prisão dos investigados para coleta de provas.
No plenário do Senado, parlamentares como Arthur Virgilio e Heráclito Fortes defenderam os direitos de defesa e de preservação da imagem dos alvos da operação da Polícia Federal. Mostrá-los em algemas é um exagero, dizem.
Divulgação
O ministro Tarso Genro reconheceu que a imagem de Pitta sendo acordado, de pijama, exibida pela Globo, foi uma violação de normas internas do novo manual da Polícia Federal. Segundo ele, a exposição que cause constrangimento ao preso ou viole os direitos individuais garantidos pela Constituição é proibida.
Vale lembrar que esses protestos ganham a tribuna do Congresso quando as vítimas são banqueiros, políticos e empresários, enquanto a crítica à aplicação das algemas em adolescente, por exemplo, recebe bem menos atenção.
As queixas contra as "arbitrariedades da PF" aconteceram antes na prisão de Adriano Schincariol, diretor-superintendente do grupo, e outros executivos. Também aconteceu na operação Persona, da Cisco, e na operação 274, com postos de gasolina. Até na prisão do narcotraficante Juan Carlos Abadia houve esse tipo de queixa – em virtude de endereço errado.
Enquanto isso, nas análises do caso, repetir o que disse Paulo Henrique Amorim ganhou estatuto de lugar comum. Dantas tinha sua bancada no Congresso e circulava tanto no governo Fernando Henrique Cardoso quanto no de Lula. E torcer para que alguma bomba caia em colo governista virou a aposta da oposição.
Se o trânsito era tão intenso, deve ter gente preocupada. Já tem até ranking de nervosismo pós-Satiagraha.
2 comentários:
É bom lembrar também que no caso Daslu o pessoal que é "contra a algema" berrou uma barbaridade, incluindo políticos e personalidades, muitos deles que adoram aplaudir execuções e inserções policiais em favelas. Com o Jader Barbalho, lembro que foi a mesma coisa.
Essa choradeira dá no saco. Sobre os governos, o Uol, algumas horas depois da prisão, estampava a chamada "Análise: Dantas e Nahas se aproximaram do PT", ou algo assim. A chamada é verdadeira, mas omite umas coisinhas, pelo menos no aso do Dantas: ele se aproximou do PT depois de nascer, crescer e enriquecer grotescamente no colo tucano. Ah, e o juiz que concedeu a soltura do moço foi Advogado Geral da União de FHC e indicado por este para o Suprem em 2002, já no final do segundo mandato. Em uma das gravações da negociação de propina para um agente da PF, o camarada do Dantas diz claramente: "O problema é nas primeiras instâncias, pq no STJ e no STF está garantido". Ninguém vai falar disso não?
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